FACULDADE DE ENGENHARIA
ENGENHARIA CIVIL
Discentes: Docente:
Assane Damião Jamal Eng. Izak Nindi
Hija Momade Momade
João Paulo
Imelda Tacula
FACULDADE DE ENGENHARIA
ENGENHARIA CIVIL
Betão
1. Origem de betão....................................................................................................................... 4
Cimento ................................................................................................................................... 6
Adicções .................................................................................................................................. 6
Agregados ................................................................................................................................ 6
Adjuvantes ............................................................................................................................... 8
Conclusão...................................................................................................................................... 23
Bibliografia ................................................................................................................................... 24
Índice de figuras
Índice de tabelas
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1. Origem de betão
A palavra betão deriva do francês “béton”, cuja origem pode estar relacionada com o termo do
latim “bitumen”, que significa betume (Montemor e Costa, 2005 cit. por Yan, 2013).
A utilização de betões ou misturas similares como materiais de construção parece ter tido origem
na Antiguidade, com os egípcios e mais tarde com os gregos e os romanos. Testemunhos deste
trabalho podem ser encontrados no Panteão e no Coliseu de Roma. Actualmente, totalmente
difundidos a nível industrial, estes materiais são usados em larga escala como um produto
privilegiado do sector da construção, podendo referir-se exclusivamente que já entraram no
terceiro século da sua existência (Pimentel, 2007; Montemor e Costa, 2005 cit. por Yan, 2013).
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Adaptabilidade arquitectónica que permite tomar inúmeras formas e encher espaços
diversificados;
Incombustibilidade;
Aumento das deformações dos elementos, com o decorrer do tempo de sujeição às cargas
instaladas (fluência).
Na maioria dos casos, os requisitos para os materiais constituintes são cobertos individualmente
por normas europeias específicas (Gomes e Pinto, 2011a cit. por Yan, 2013).
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Cimento
O cimento (ligante hidráulico) é um material inorgânico finamente moído que, quando misturado
com água, forma uma pasta que faz presa e endurece em virtude das reacções e processos de
hidratação e que, depois de endurecer, mantém a sua resistência e estabilidade mesmo debaixo de
água (Costa e Appleton, 2002).
O cimento mais utilizado na produção de betão é o chamado cimento portland e a sua qualidade
é um factor determinante para a qualidade do betão. Esta matéria-prima é também conhecida
como ligante hidráulico. (Quaresma, 1997)
Adicções
A NP EN 206-1: 2007 define adição, como um material finamente dividido, utilizado no betão
com a finalidade de lhe melhorar certas propriedades ou alcançar propriedades especiais. Na
composição do betão, a anterior referência considera admissíveis dois tipos de adições
inorgânicos: adições quase inertes (adição do tipo I) e adições pozolánicas ou hidráulicas latentes
(adição do tipo II) (Gomes e Pinto, 2011 cit.por Yan, 2013).
Agregados
A forma dos grãos e a textura de superfície dos agregados tem influência significativa em
algumas propriedades do betão. Sob este aspecto, os agregados arredondados e lisos conferem
maior trabalhabilidade ao betão e os agregados britados aumentam a sua resistência à tracção.
A resistência do betão à compressão pode ser influenciada significativamente pelos agregados
Através da composição granulométrica, da sua resistência e da resistência da ligação pasta
decimento-agregado. (Costa e Appleton, 2002).
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Figura 1.Agregado britado
Fonte: (Yan, 2013)
Água de amassadura
A água é utilizada na produção do betão para assegurar o endurecimento do cimento e para
garantir a maleabilidade do betão. Quanto menor for a quantidade de água utilizada na produção,
maior a resistência do betão. De uma maneira geral, todas as águas potáveis e as não potáveis,
inodoras e insípidas, podem ser utilizadas na amassadura do betão. A qualidade da água
influencia as propriedades do betão através das substâncias dissolvidas e em suspensão que nela
existem (Coutinho, 1988 cit por. Quaresma, 1997).
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Adjuvantes
Actualmente quase não se consegue conceber a formulação de um betão sem o recurso a um
adjuvante de modo a melhorar uma ou mais das suas propriedades, sendo as mais comuns as
seguintes (Montemor e Costa, 2005; Gomes e Pinto, 2011b cit. por Yan, 2013 ):
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massa volúmica, resistência, durabilidade, protecção contra a corrosão do aço embebido, tendo
em conta o processo de produção e o método previsto para a execução das obras em betão
(Gomes e Pinto, 2011ª cit. por Yan, 2013).
A dosagem do cimento;
Volume de vazios;
Trabalhabilidade pretendida.
Betão Autocompactável
O betão autocompactável (BAC) é um betão que é capaz de fluir e de compactar sob a acção do
seu próprio peso, enchendo completamente as cofragens com as respectivas armaduras, bainhas,
etc, sem perder a homogeneidade e sem necessitar de qualquer compactação adicional. No BAC,
a pasta é o veículo para o transporte dos agregados (Gonçalves, 2006 cit. por Yan, 2013).
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Figura 3.Betão autocompactavel
Fonte: (Yan, 2013)
Capacidade de enchimento;
Capacidade de passagem;
Resistência à segregação.
Betões leves
O betão leve é caracterizado por ter uma massa volúmica baixa, que pode variar de 300 a 1850
kg/𝑚3 e uma elevada resistência térmica, tendo um desempenho substancialmente diferente dos
betões tradicionais (com peso normal) (Melo, 2002).
A principal vantagem deste tipo de betão é o uso de secções menores e a consequente redução
das fundações. Além disso com o betão leve as formas devem suportar pressões menores do que
com o betão tradicional e, também o peso total dos materiais manuseados é diminuído resultando
num aumento de produtividade. O betão leve consegue, além disso, um isolamento térmico
melhor do que o betão tradicional (Neville, 1997 cit. por Yan, 2013)
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Betões pesados (massa específica elevada)
O betão pesado é um betão constituído por agregados com massa volúmica elevada, acima dos
2600 kg/𝑚3 . São utilizados os agregados pesados naturais e artificiais. (Marques, 2013; Neville,
1997).
O betão pesado é usado, principalmente, como protecção contra radiações e quando o aumento
de massa é determinante para o bom comportamento estrutural. Essas propriedades implicam
num desempenho satisfatório em relação à condutividade térmica, retracção, dilatação térmica e
fluência (Marques, 2013; Neville, 1997 cit. por Yan, 2013).
O betão reforçado com fibras é um material composto resultante de pasta de cimento, argamassa
ou betão, com fibras de asbestos, vidro, plástico, carvão ou aço. Este tipo de betão pode ser
vantajoso quando deve ser absorvida uma grande quantidade de energia, por exemplo, com
cargas explosivas, onde se pretende uma resistência à tracção elevada e fissuração reduzida, ou
ainda, onde não é possível a colocação de armadura convencional devido à forma das peças
(Neville, 1997 cit. por Yan, 2013).
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Figura 5.Betão reforçado com fibras
Fonte: (Yan, 2013)
No entanto, a sua trabalhabilidade é reduzida. Este tipo de betão é em geral produzido com um
elevado teor de cimento e uma razão A/C baixa. Quando devidamente fabricados estes betões
possuem uma excelente durabilidade (Montemor e Costa, 2005 cit. por Yan, 2013).
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Figura 6.Betão de alto desempenho
Fonte: (Yan, 2013)
Fluência e retracção
A retracção consiste na diminuição da dimensão de uma peça de betão na ausência de variações
de temperatura e de tensões aplicadas. Este fenómeno é originado pela variação de volume da
pasta de cimento devida essencialmente à evaporação da água de amassadura do betão e às
reacções de hidratação das partículas de cimento. A carbonatação do betão origina também
fenómenos de retracção (Costa e Appleton, 2002).
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Este fenómeno ocorre devido à variação de volume de pasta de cimento que envolve os
agregados (Costa e Appleton, 2002).
Fendilhação;
A fluência pode conduzir a uma redução dos esforços nos elementos estruturais
originados por deformações impostas e a eliminação das concentrações de tensões.
Dilatação térmica
O coeficiente de dilatação térmica do betão de peso normal pode ser considerado igual a 10−5
/°C, nos casos em que não seja necessário grande rigor no cálculo. Caso contrário, o coeficiente
de dilatação deve ser determinado através de ensaios, pois depende do tipo de agregados e do
teor de humidade do betão (Costa e Appleton, 2002).
Resistência à compressão
A resistência à compressão é determinada em provetas submetidos a uma solicitação axial num
ensaio de curta duração, isto é, com uma velocidade de carregamento elevada. Dado que a forma
das provetas, a velocidade de carregamento e outros factores tais como a idade do betão e as
condições de cura têm uma influência significativa na resistência medida, os métodos de ensaio
são normalizados (Costa e Appleton, 2002).
O valor de resistência à compressão no betão é uma propriedade que varia com o tempo, uma vez
que as reacções de hidratação são um processo lento.
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Resistência à tracção
A resistência à tracção, é uma característica importante do betão em fenómenos tais como a
fendilhação e a aderência das armaduras (Montemor e Costa, 2005). Tal como acontece com a
resistência à compressão, a resistência à tracção depende do tipo de ensaio. Esta característica
mecânica pode ser medida directamente em provetes prismáticos traccionados ou medida
indirectamente por flexão de prismas ou compressão diametral de cilindros (Costa e Appleton,
2002).
Módulo de elasticidade
O módulo de elasticidade do betão é um dos parâmetros utilizados nos cálculos estruturais, que
relaciona a tensão aplicada à deformação instantânea obtida. O módulo permite ter uma melhor
noção do comportamento da estrutura com relação à deformação ou a outras características
desejadas do betão (Pinheiro at al., 2010 cit. por Yan, 2013).
Segundo Coutinho (1997), citado por Evangelista (2003), diversos agentes atmosféricos podem
alterar esse equilíbrio, atacando o betão ou o aço. Esses agentes, fluidos na generalidade,
penetram na estrutura porosa do betão, reagindo com os seus componentes, alterando a sua
constituição química e desequilibrando o conjunto. As estruturas de betão estão sujeitas a um
conjunto de acções internas e ambientais de diversa natureza.
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se desenvolve normalmente a longo prazo e para a qual não existem ainda soluções aceitáveis
mas apenas alguns métodos de mitigação (Barreto e Brito, 2008 cit. por Yan, 2013 ).
Em relação às acções ambientais as mais relevantes são (Duarte e Pato, 2012 cit. por Yan, 2013):
Degradação do betão provocada pelo ataque de compostos químicos nas águas e/ou solos
em contacto com a estrutura.
Acção do gelo/degelo
A exposição do betão, enquanto húmido, a ciclos de gelo/degelo, provoca uma degradação das
camadas superficiais do betão (Duarte e Pato, 2012 cit. por Yan, 2013).
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1.2. Classificação do betão
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Classe Abaixamento (mm)
S1 10 a 40
S2 50 a 90
S3 100 a 150
S4 160 a 210
S5 > 220
Tabela 2.Classificação da consistência
Fonte: (APEB, 2009 cit. por Yan, 2013)
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Os ensaios em betões são fundamentais para avaliar a consistência, a resistência mecânica e a
durabilidade do betão.
Estes ensaios permitem garantir a fluidez adequada, sem separação dos diversos materiais
constituintes e avaliar parâmetros que são premonitórios relativamente à qualidade desses
mesmos betões após endurecimento (Evangelista, 2003).
As amostras de betão devem ser seleccionadas aleatoriamente e colhidas de acordo com a norma
NP EN 12350-1:2009, esta norma especifica dois procedimentos para amostragem do betão
fresco: amostragem composta e amostragem pontual. A amostra composta obtém-se, usando uma
colher ou dispositivo similar, retirando o número necessário de tomas uniformemente
distribuídas através da amassadura. No caso da amostra pontual, tal como o nome indica, deve-se
retirar as tomas da parte requerida da amassadura ou do volume de betão (André, 2012).
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Figura 7.Amostras de betão fresco
Fonte: (Yan, 2013)
Se num minuto após a desmoldagem, o abaixamento continuar a variar, este ensaio não é
adequado à medição da consistência.
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1.2.8. Massa volúmica e teor de ar do betão
A massa volúmica é um requisito fundamental no controlo da produção, pois permite verificar se
a quantidade de betão ocupa o volume de 1 m3 (massa volúmica teórica igual à massa volúmica
real), quando compactado segundo o procedimento estabelecido na norma NP EN 12350-6.
Deste modo, é possível verificar se a central de betão está a fabricar o volume de betão solicitado
(André, 2012).
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O ensaio mecânico mais comum do betão endurecido é o de resistência à compressão dos
provetes;
Os ensaios mecânicos e físicos têm como objectivo determinar as características estruturais dos
materiais utilizados, anteriormente referidas, entre outras, e analisar o comportamento da
estrutura (Brito, et al, 2009 cit. por Yan, 2013).
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Conclusão
Diferentemente de outros materiais como aço, o betão precisa de muito cuidado e maestria no
que diz respeito a sua produção. Com certeza que, a qualidade do betão é dependente de outros
factores como o tipo de cimento, a idade, quantidade de água utilizada na sua amassadura,
condições de produção, ambiente em que estará inserido mas, para betão endurecido as suas
propriedades podem variar consoante as técnicas empregues na produção, colocação,
compactação e cura.
Portanto, sempre que possível deve se recorrer a ensaios mecânicos e físicos para aferir as suas
propriedades quando endurecido e também deve se recorrer a ensaios de abaixamento,
determinação do teor de ar do betão para aferir a qualidade do betão fresco.
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Bibliografia
Coutinho, A.S. (1997) - Fabrico e Propriedades do Betão. 3º ed. Vol. 1 e 2.ª Lisboa
Yan. A,S,T. (2013). Técnicas e laboratórios de ensaio de betões. Dissertação para a obtenção do
Grau de Mestre em engenharia civil. Lisboa
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