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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO


CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Mykaelle Das Dores De Souza Costa

Resenha crítica da disciplina de Psicologia e Gerontologia do artigo: O envelhecimento


na atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais

BOA VISTA – RR
2021
Mykaelle Das Dores De Souza Costa

Resenha crítica da disciplina de Psicologia e Gerontologia do artigo: O envelhecimento


na atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais

Atividade para obtenção de nota na disciplina de


Psicologia e Gerontologia, referente ao 7°
semestre, do curso de Psicologia, da Universidade
Federal de Roraima.

Professora: Fernanda Tamiris Pereira de Souza.

BOA VISTA – RR
2021
Resenha crítica da disciplina de Psicologia e Gerontologia do artigo: O envelhecimento
na atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais

O que entendemos atualmente por “velhice” e “processo de envelhecimento” é fruto


de várias concepções, sendo estas sociais e culturais, que permeiam o nosso cotidiano e que
variam a depender das características da sociedade em que nos debruçamos. Quando paramos
para analisar as etapas da vida (infância, adolescência, adulto, velhice), não é diferente, pois
temos de lidar com questões tanto objetivas quanto subjetivas. Como exemplo de questões
objetivas, podemos pensar em aspectos biológicos e cronológicos, afinal representamos uma
espécie dentro do reino animal; e pensando em questões subjetivas, podemos pensar em
aspectos psicológicos e sociais, pois grande parte dos seres humanos vivem de forma coletiva,
e dotamos tanto de características coletivas, ou seja, que temos em comum com os outros,
quanto possuímos características individuais.

Quando paramos para pensar no processo de velhice, temos que levar muitos pontos
em consideração. A partir de dados oferecidos por organizações governamentais, observa-se
um aumento exorbitante de indivíduos igual a 60 anos ou mais, quando comparado com as
últimas décadas do século anterior. Tal como é citado no artigo de Schneider e Irigaray
(2008), o Brasil até o ano de 2025 será o sexto país em número de idosos no mundo. Ainda
citando estes mesmos autores, estudiosos do campo do envelhecimento hoje propõe três
grupos de pessoas mais velhas que são: idosos jovens (pessoas de 65 a 74 anos, que possuem
rotinas ativas), idosos velhos (de 75 a 84 anos) e idosos mais velhos (de 85 anos ou mais, e
que possuem uma maior tendência a fraquezas e enfermidades, dado a idade avançada).
Apesar de bem objetiva tal classificação, ela não é suficiente para abarcar as inúmeras
variáveis que circundam a velhice, pois temos de levar em consideração as experiências
individuais, por exemplo, de cada um.

O significado da velhice passou por diversas modificações ao decorrer da história,


além de é claro possuir diversos significados. De acordo com Schneider e Irigaray (2008), a
partir da segunda metade do século XIX a velhice começou a ser caracterizada pela ausência
de papéis sociais e como uma etapa marcada pela dependência física. Tal visão foi
responsável por um teor negativo do que significa ser idoso. Outros termos muitos usados
para designar os idosos, que de acordo com Neri & Freire vão de “terceira idade, idoso, adulto
maduro, melhor idade” (apud Schneider, Irigaray, 2008, p. 588). Tais termos advém em
grande parte de contextos históricos, como exemplo a palavra “terceira idade” que teve sua
origem no ano de 1960 na França, usada para designar a idade que a pessoa se aposentava.
Junto a essas visões históricas, hoje vivemos em um período onde prega-se a independência, a
produtividade, a juventude, e a autonomia e, com isso temos uma grande parcela da
sociedade, inclusive os próprios indivíduos que compõe o grupo da velhice, que enxergam tal
etapa de forma negativa. Com isso, o envelhecimento passa a ser visto então como algo
indesejável de acordo com Papalia et. Al (2006), apesar de ser experenciado de diferentes
formas, a depender da individualidade de cada indivíduo e como ele se enxerga.

Estudos acerca da velhice, propõe diferentes formas de definir e conceituar os termos,


onde podem ser usadas: Idade Cronológica, Idade Biológica, Idade Social, Idade Psicológica.
A partir da complexidade que abarca cada um desses termos, se possibilita uma melhor
compreensão desta fase de forma que ajude a superar os estigmas que se encontram tão
cristalizados no fenômeno da velhice. Umas das definições que tem forte influência quando
pensamos nos idosos, é a definição que a OMS (Organização Mundial da Saúde) propõe onde,
aqueles considerados idosos, são os que possui 65 anos ou mais em países que são
desenvolvidos e 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento. Outras formas de definir a
velhice, podemos citar: idade cronológica, que abrange a idade de acordo com dias, meses e
anos desde o nascimento do indivíduo. A idade cronológica permite obter a informação dos
números de anos que a pessoa possui desde o seu nascimento, ou seja, aspectos objetivos, mas
não abarca outros fatores tão importantes que permitam entender o desenvolvimento do
mesmo. A idade biológica, por sua vez, abarca o próprio processo do envelhecimento
humano, e começa a ser “mensurada” desde o desenvolvimento do feto, que acompanhará
todo o desenvolvimento até as mudanças que começam a ocorrer por volta dos 40 anos – que
é quando há uma redução da massa óssea, a perda dos neurônios de forma gradativa,
mudanças na pele, entre outros –. Os dois aspectos anteriormente citados, avaliam mais
“aspectos objetivos do indivíduo”. Já a Idade Social, por exemplo, é caracterizada pela
obtenção de hábitos sociais e de status que o mesmo possui diante os papéis sociais adotados
dentro da sua cultura e do seu grupo social. A idade social envolve características de hábitos,
linguagem, vestimentas. Em suma diz respeito ao grau de adequação do indivíduo ao que se
espera para pessoas de sua idade (onde tais papéis variam de acordo com a idade). Além de
envolver características anteriormente citadas, envolvem também a questão da produtividade,
condições de vida, gênero, classes sociais, entre outros. Por fim, a Idade Psicológica, que
envolve tanto a relação com idade cronológica e capacidades psicológicas – como memória,
aprendizagem, percepção – estipuladas pela comunidade científica através de longos estudos e
que podem evidenciar possíveis déficits psicológicos e neurológicos, como também envolve
com o senso subjetivo de idade que o indivíduo tem a partir de seu próprio julgamento. A
caracterização do indivíduo como velho, tal como é citado por Schneider e Irigaray (2008), é
quando o mesmo começa a ter lapsos de memória, falhas de atenção, dificuldades de
aprendizado quando comparado com suas capacidades cognitivas desenvolvidas
anteriormente. Tal “declínio” não deve ser visto de forma negativa, tendo em vista que é
natural que haja tais mudanças, pois é natural com o avanço da idade. Tais mudanças possui
tanto influências biológicas – como doenças neurodegenerativas, ou os declínios biológicos
que naturalmente ocorrem – quanto padrões comportamentais adquiridos ao longo da vida do
indivíduo, logo a velhice pode ser entendida como resultado da construção das experiências
que o indivíduo teve durante todo o percorrer de sua vida.

Diante da apresentação de “marcadores” da velhice, ao mesmo tempo que nos


permitem entender tal processo, temos de ficar atentos para não adotar tais explicações como
algo absoluto, pois a velhice é um fenômeno complexo que tem de ser examinado também a
partir da subjetividade de cada um, pois não há indivíduos que sejam exatamente iguais aos
outros. Importante também nos atentarmos as condições temporais em que nos encontramos,
mais precisamente a pandemia da COVID-19, que afetou de diferentes formas a saúde mental
dos idosos. Como pensar na velhice quando os indivíduos que compõe esta grupo foram
postos em uma realidade marcada pelo isolamento social, tendo em vista que são grupo de
risco, em virtude de sua condição da saúde? Nós, enquanto profissionais, temos de pensar em
alternativas e diferentes modos que possam “atenuar” os impactos da saúde mental dos
mesmos.
Referências

SCHNEIDER, Rodolfo Herberto; IRIGARAY, Tatiana Quarti. O envelhecimento na


atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Estud. psicol.
(Campinas); 25(4): 585-593, dezembro de 2008. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S0103-166X2008000400013. Acessado em: 10 de agosto de 2021.

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