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Trabalho de Botânica

Macrófitas Aquáticas
Marcos Douglas Picanço da Rocha
21954320
Questões.
1) Definição;
R= Dentre as várias definições para o grupo de “plantas aquáticas” encontradas na
literatura, podemos destacar três, que se referem as espécies vegetais que ocorrem nos
ambientes aquáticos, sendo a primeira descrita por Hoehne (1948), onde ele definiu
dizendo que são plantas aquáticas todos os vegetais que para sua sobrevivência e
propagação requerem mais água do que os recursos do solo ou que, embora firmados
neste, não podem dispensar o líquido em maior proporção, bem como aqueles que ,
independentes do firme, vivem vagando nos mares, oceanos, lagoas, baías e rio.
Font-Quer (1977) definiu de forma simples que “toda planta aquática com
órgãos assimiladores submersos ou flutuantes é um hidrófito”.
A definição de Cook (1974) pode ser considerada a mais adequada e
abrangente para esse grupo de plantas. Cook foi o idealizador do termo Macrófitas
aquáticas e as definiu como todas as plantas cujas partes fotossinteticamente ativas
estão, permanentemente ou por alguns meses, submersas ou flutuantes em água e
sejam visíveis a olho nu.

2) Principais Características das Plantas Aquáticas e Principais diferenças delas em


relação às Plantas Terrestres.
R= Podemos citar como principais características a presença de câmaras
armazenadoras de ar, denominadas de lacunas aeríferas, estão distribuídas nas raízes,
caules e folhas. Outra característica é a redução dos tecidos de sustentação e condução,
Epiderme com presença de uma cutícula de proteção delgada é brilhante e com função
de absorção de sais pela presença de estruturas denominadas hidropótios. As
Macrófitas possuem pelos ou tricomas que ajudam o escoamento da água pelas folhas
e a pilosidade pode impedir a predação por insetos. Possuem tecidos esponjosos
(aerênquima) e as flores que, em geral, são postas fora da água.
Diferença:
A estrutura de transpiração das plantas terrestres (cutícula e estômatos), perdem a
função na maioria das Macrófitas, sendo especialmente notória nas Macrófitas
submersas.
Os tecidos de sustentação (colênquima e esclerênquima) sofreram uma redução nas
Macrófitas.
As células epidérmicas são alongadas e paralelas ao eixo mais longo da folha para
conferir flexibilidade quando se dobram. Na epiderme inferior de folhas flutuantes e
submersas encontram-se grupos de células pequenas em volta de poros.

3) Cite e Defina as Formas Biológicas encontradas entre as Macrófitas Aquáticas. Dê


Exemplos de cada tipo.
R=
1- Anfíbias: plantas capazes de viver tanto em área alagada como fora da água;
EX: Commelina nudiflora, Pfaffia glomerata, Alternathera philoxeroides, Canna
glauca, Sapium glandulatum, Bacopa salzmanii, Ipomoea carnea (algodão-bravo),
Enydra anagalis, Pacourina edulis;
2- Emergentes: plantas enraizadas no fundo, parcialmente submersas e parcialmente
fora da água;
EX: Echinodorus grandiflorus (chapéu-de-couro), Pontederia cordata, Thalia
geniculata, Typha domingensis, Ludwigia lagunae, Polygonum ferrugineum,
Hedychium coronarium (lírio-d’água), Hibiscus sororius, Cyperus giganteus;

3- Flutuantes fixas: enraizadas no fundo com caule e/ou folhas flutuantes;


EX: Victoria amazonica (vitória-régia), Nymphaea amazonum (lótus),
Nymphoides
indica, Marsilea deflexa, Limnobium laevigatum, Cabomba haynesii, Paspalum
repens, Ludwigia helminthorrhiza, Ludwigia sedoides;

4- Submersas livres: não enraizadas no fundo, com caules e folhas submersas;


EX: Chara spp e Nitella spp. Utricularia foliosa, comuns nos ambientes lênticos
brasileiros;

5- Submersas fixas: enraizadas no fundo, totalmente submersas;


EX: Egeria densa, Hydrilla verticillata, Ceratophyllum demersum, Najas conferta,
Isoetes ekmanii, Elanthium tenellus, Vallisneria spiralis, Mourera aspera,
Castelnaviaprinceps, Potamogeton illinoensis, Ruppia maritima;

6- Flutuantes livres: enraizadas no fundo, podendo ser levadas por correntezas, vento
ou animais;
EX: Eichhornia crassipes (aguapé), Salvinia auriculata (murerê), Pistia stratiotes
(alface d’água), Azolla pinnata, Ricciocarpus natans, Lemna aequinoctialis,
Wolffia brasiliensis, Phyllanthus fluitans;

7- Epífitas: instalam-se sobre outras plantas aquáticas


EX: Oxycaryum cubense, Utricularia gibba (boca-de-leão-do-banhado), Habenaria
repens, Rhynchanthera novemnervia.

4) Quais Funções podemos encontrar entre as Macrófitas Aquáticas. Comente a


Respeito.
R= Realizam a ciclagem de nutrientes: As Macrófitas aquáticas
fixas, que são enraizadas no sedimento, podem absorver os
nutrientes das partes profundas e torná-los disponíveis a outras comunidades através
do efeito de bombeamento nos ecossistemas aquáticos.
• Removem nutrientes de ambientes eutrofizados: Algumas espécies apresentam um
importante papel na remoção de nutrientes em ambientes que apresentam eutrofização;
por isso, podem agir como agentes despoluidores.
• Fornecem materiais de importância econômica para a sociedade: Podem ser
utilizadas como alimento para o homem e para o gado e, ainda, como adubo orgânico.
Servem também como matéria-prima para a fabricação de remédios, utensílios
domésticos, artesanatos e tijolos para a construção de casas.
• Favorecem o desenvolvimento da comunidade do perifíton: O caule, as raízes e as
folhas submersas das plantas proporcionam ambiente adequado para a comunidade do
perifíton, uma vez que podem reter material particulado.
• Proporcionam heterogeneidade de habitat: As Macrófitas criam ambientes favoráveis
para uma fauna diversificada de insetos, peixes, aves e mamíferos, já que
proporcionam refúgio, local para reprodução e recursos para esses organismos.
• Protegem as margens do corpo d’água contra a erosão. As macrófitas emersas podem
contribuir para a proteção das margens, já que conferem maior estabilidade para o
entorno dos sistemas aquáticos devido à sua fixação no solo, atuando ainda como filtro
para a entrada de sedimentos.

As macrófitas aquáticas desempenham importantes papéis para a manutenção


da biodiversidade, para o metabolismo e para a estrutura dos ambientes aquáticos,
além de funcionarem como indicadoras da qualidade da água, sendo responsáveis por
importantes funções

5) O que são Camalotes, Batumes ou Baceiros. Citar como se formam, qual a


importância para estes ambientes aquáticos.
R=
As Macrófitas aquáticas se fixam no sedimento ou em matéria flutuantes, ocorrendo
ramificações e crescimento clonal, muitas vezes formando “camalotes”, “batumes” ou
“baceiros”, nomes regionais brasileiros dados aos grandes tapetes flutuantes de
vegetação aquática presente principalmente no pantanal.
Camalote (Lima et al. 1999) é termo empregado para ilhas flutuantes recém-
formadas, onde indivíduos de Eichhornia compõem o substrato flutuante, ainda não
tendo sido " substituídos" por solo orgânico. "Embalsado" (Tur 1972), "batume" (Silva
1984) ou " baceiro" (Pott & Pott 2000) se aplicam às ilhas em estágios de sucessão
mais avançados, que apresentam solo orgânico como substrato flutuante de fixação
para espécies epífitas. Em todas as situações, encontra-se a presença de macrófitas
aquáticas epífitas sobre um substrato flutuante, seja este constituído por indivíduos
vivos, ou por matéria orgânica morta.
Lima et al. (1999) descreveram a formação do solo orgânico de ilhas flutuantes
da seguinte forma: " o crescimento e expansão de macrófitas aquáticas em áreas
inundáveis e permanentemente alagadas, podem culminar na formação de extensos
tapetes verdes, ricos em matéria orgânica proveniente da decomposição de macrófitas,
que se acumula nas raízes e estolões das mesmas, iniciando a formação de uma
camada flutuante. Esta aumenta à medida que ocorrem novas deposições, favorecendo
a implantação e estabelecimento de plantas pantanosas". Com a retenção contínua de
restos vegetais, ocorre um engrossamento desta camada flutuante, a qual pode alcançar
vários metros de profundidade, fornecendo assim maior capacidade de suporte,
servindo de substrato para arbustos e árvores (Silva 1984).
Esses ambientes tendo sua formação como base as Macrófitas constituem
elemento estrutural característico das áreas alagáveis e desempenham importante papel
ecológico como produtores de biomassa e como estocadores de nutrientes, merecendo
destaque como componentes da ciclagem dos mesmos (ESTEVES, 1998). Consistindo
assim, em um elemento importante para a manutenção do equilíbrio ecológico, pois
juntamente com as algas, fazem produção primária (fotossíntese), fornecendo a base
da cadeia alimentar de ambientes aquáticos, formando assim um ciclo. A comunidade
de Macrófitas aquáticas também promove o controle de vetores de doenças de
veiculação hídrica.

6). Descreva as seguintes espécies de Macrófitas Aquáticas, mais comuns em nossa


região.
6.1 - Victoria amazônica:
Família: Nymphaeaceae;
Nome científico: Victoria amazônica (Poepp.) J. E. Sowerby;
Nomes populares: vitória-régia, aguapé-assú, cará-d’água, rainha-dos-lagos,
rainha-dos-nenúfares;
Planta perene, aquática flutuante, gigante rizomatosa nativa da Amazônia;
Folhas: circulares, podendo atingir até 3 metros de diâmetro, suas bordas são
relevantes;
Flores: inicialmente são brancas e após a polinização sua cor fica rósea;
Fruto: baga;
Polinização: besouros;
Ocorrência: Brasil, Amazônia e Pantanal, Bolívia, Guiana Francesa, Suriname;
Utilização: seu rizoma é rico em amido e sais minerais, utilizado como
alimento pelos índios.
6.2 - Pistia stratiotes;
Nome Científico: Pistia stratiotes;
Nomes Populares: Alface-d'água, Erva-de-santa-luzia;
Família: Araceae;
Categoria: Plantas Aquáticas, Plantas Daninhas, Plantas Flutuantes;
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical;
Origem: América Central, América do Norte, América do Sul;
Altura: menos de 15 cm;
Luminosidade: Sol Pleno;
Ciclo de Vida: Perene;
Sobre essa espécie: É uma herbácea flutuante livre. Cresce em lagoas e arroios
de águas tranquilas, podendo sobreviver enraizada em períodos de pouca água.
Seu principal uso é ornamental, para laguinhos e aquários. Na natureza é habitat
de pequenos peixes e invertebrados. Se ingerida é tóxica, pois contém cristais de
oxalato de cálcio, podendo causar náuseas, ardor, vômitos e diarreias.
6.3 - Eichornia crassipes;
Nome científico: Eichhornia crassipes (Mart.) Solms
Família: Pontederiaceae
Conhecida popularmente como: Aguapé; Baronesa; Camalote.
Biomas em que ocorre: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa,
Pantanal.
Floração: Verão.
Frutificação: Verão.
Sobre essa espécie: É uma planta aquática, flutuante, anual ou perene, nativa da
América tropical. O caule flutuante é rastejante e forma estolões. O pecíolo pode
ser ocasionalmente inflado. As flores têm pétalas lilases com margem lisa e uma
mancha amarela na pétala superior. Serve de alimento para roedores e habitat
para pequenos invertebrados aquáticos e peixes. Em suas densas raízes forma
local propício para a desova de algumas espécies de peixes. É empregada na
depuração de corpos de água poluídos, bem como na produção de biogás. Possui
valor ornamental e também é usada para confecção de esteiras, cordas, cadeiras,
cortinas e outras obras trançadas.

6.5 - Salvinia auriculata;


Nomes: Populares: Orelha-de-onça, salvínia
Família: Pteridophyta – Família Salviniaceae
Planta do tipo feto, perene, flutuante, com folhas ovais de 2,5 cm, fibrosa, cujos
pelos repelem a água.
As raízes são folhas modificadas que ficam por baixo das folhas flutuantes e que
servem para coleta de água e nutrientes.
Nelas ficam também as estruturas de reprodução com os esporos
6.6 - Cabomba heterofolia ou Cabomba sp; As Lentilhas d'água ( Lemna sp);
As espécies do género Lemna são minúsculas plantas aquáticas de livre flutuação à
superfície da água, constituídas por um aparelho vegetativo muito simplificado, formado por
uma simples lamela verde, talosa, de dimensões reduzidas.
As estruturas taloides (por vezes designadas por frondes) são membranáceas, planas,
elípticas a lineares, simétricas ou assimétricas, com 1–5 mm de comprimento e 0,5–3 mm de
largura, arredondadas no ápice, com 1–3 nervuras e 1–3 pápulas, sem pontos proeminentes,
mas com dois marsúpios laterais. As frondes flutuam livremente à superfície da água,
apresentando na face inferior uma raiz filiforme única, com bainha lisa ou alada. As plantas
ocorrem geralmente em grupos de 3-4, com as frondes parcialmente fundidas, formando
populações densas na superfície de massas de água doce estagnada.
São plantas vivazes, em geral multiplicando-se por reprodução vegetativa através do
fraccionamento das frondes. As flores ocorrem na região lateral da lâmina, muito
simplificadas e sem prófilo, em número de duas ou três por planta, geralmente com uma flor
pistilada (feminina) rodeada por duas flores estaminadas (masculinas).
Os minúsculos frutos são indeiscentes, flutuantes, contendo diversas sementes.
Na sua composição estas plantas apresentam de 8 a 10% de fibra. Com a gestão de
fertilizantes, o conteúdo proteico pode aumentar até 45% do peso seco, o que torna estas
plantas num bom suplemento proteico alternativo à carne.

6.7 - Musgo d'água (Azolla sp)


Género: Azolla; Lam.
Família: Salviniaceae
Azolla é um género de fetos aquáticos pertencente à família Salviniaceae. A sua forma
é muito reduzida e são muito especializados, não se parecendo com fetos convencionais,
assemelhando-se mais a alguns musgos. Pertence ao antigo filo das pteridofitas.

7 Conclusão
Plantas aquáticas são conhecidas pelos pesquisadores de Macrófitas aquáticas. São
vegetais que habitam desde brejos até ambientes totalmente submersos. Servem como
importante fonte de alimento para diversos tipos de peixes e algumas espécies de aves e
mamíferos aquáticos. As plantas aquáticas são componentes importantes em corpos hídricos,
desempenhando papel fundamental na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas aquáticos.
No entanto, em certas condições, elas podem se tornar um problema, devido ao seu rápido
crescimento. Como as plantas aquáticas têm grande influência sobre os processos físico-
químicos de um ecossistema e, simultaneamente, afetam atividades humanas, é essencial que
seu desenvolvimento seja vistoriado continuamente, de forma a permitir a adoção de práticas
de manejo, caso haja necessidade.

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