UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO – IE

Trabalho apresentado à Universidade Federal do

Rio Grande – FURG, no curso de Pedagogia
Licenciatura, pela disciplina de Fundamentos e
Metodologias da Educação Infantil, no primeiro
semestre de 2018.

Profª. Daniele Borges

THUANNE FONSECA – 116417

BIANCA SANTOS – 116410
LAIS GAUTÉRIO – 118268
JOYCE CUNHA – 118260

Rio Grande, 2018.

 Introdução
O presente trabalho fala sobre a vida de Maria Montessori, uma mulher a frente de seu tempo, que
trouxe importantes contribuições para educação em geral, mas em especial para pedagogia
cientifica e para a Educação Infantil. Traz um pouco sobre como ela desenvolvia seu trabalho e sua
visão sobre a escola, que diferenciava-se muito da escola tradicional, tinha uma visão diferente
sobre a criaça e preocupava-se com a liberdade da criança, sua autonomia e desenvolvimento. Seu
método
MARIA MONTESSORI
 Maria Montessori nasceu em 1870 em Chiaravalle, na Itália, e morreu em 1952 em
Nordwjik, na Holanda aos 82 anos. Apesar do período conflituoso em que viveu, Montessori
encontrou na família o apoio para investir na sua formação, defender seus princípios,
posicionamentos e direitos. Foi a primeira mulher italiana a se formar em medicina, mas já obtinha
vários títulos, era licenciada na cadeira de físico - matemática e Ciências Naturais.
Montessori tornou-se popular na Itália, e um mês depois de formar-se em Medicina foi
convidada a representar seu país no Congresso Nacional dos Direitos da Mulher em Berlim, e
defendeu arduamente a igualdade de gênero na formação, atuação e remuneração.
Em 1896 ela foi convidada a trabalhar com crianças anormais, na Clínica Psiquiátrica da
Universidade de Roma, onde deparou-se com deficientes mentais vivendo em condições precárias
ao seu desenvolvimento. Esse contato levou Montessori a elaborar teses que levaram-na a sua
proposta pedagógica. Com essas crianças ela desenvolveu uma pedagogia da reparação, baseada no
desenvolvimento das capacidades sensoriais para desenvolver o sistema cognitivo.
Montessori dava grande importância as "atividades sensório-motoras, que deveriam
fortalecer a autonomia infantil, a individualidade do ser humano e o seu processo de socialização/
adequação ao meio.

"O pressuposto básico de sua pedagogia assenta-se na tese de que entre as

crianças deficientes e as normais existiria uma correspondência de
comportamentos, respostas que acorreriam apenas em momentos e ritmos
diferentes, ou seja, nos deficientes o ritmo e os tempos seriam mais lentos do
que nas crianças normais, mas ambas teriam a chance de adquirir
aprendizados e desenvolvimento." (ANGOTTI, 2007, p.101).

A partir do trabalho desenvolvido por Montessori em 1907 em uma iniciativa realizada pelo
Instituto Romano de Beni Stabili, criou-se a primeira Casa dei Bambini, com essa experiência foi
possível utilizar uma nova pedagogia, baseada nas observações feitas com as crianças anormais.
Em 1898 ela teve um filho, Mario Montessori, que só conviveu com a mãe a partir dos 15 anos.
Em 1934 enfrentando os problemas políticos de uma Itália fascista, ela foi forçada a se exilar. Em
1939 ela foi para a Índia e desse contato com os indianos ela incorporou á sua proposta, alguns
princípios religiosos e de vida: a introspecção, a educação cósmica, a educação para paz, o silêncio,
a normalização, o autocontrole e a condição de bastar-se. Montessori foi uma das grandes
defensoras da Escola Nova.

A perspectiva educacional e as contribuições do Método Montessori

 A sua perspectiva sustenta-se na pedagogia científica que fundamenta-se na educação
sensorial, preocupa-se com a liberdade da criança, sua autonomia e desenvolvimento. O ideal da
escola nessa pedagogia é permitir as manifestações espontâneas favorecendo o livre
desenvolvimento da infância. "A educação dos sentidos afina a percepção das diferenças dos
estímulos, por meio dos exercícios repetitivos." (MONTESSORI, 1965, p.176).
As classes Montessorianas caracterizam-se pela facilidade de acesso dada as crianças, o
estímulo a autonomia e liberdade, convivência de crianças de várias idades, diversos materiais
disponíveis ao alcance das crianças, móveis compatíveis com o tamanho delas, enfim, tudo disposto
de forma a favorecer a aprendizagem infantil. O trecho a seguir fala da casa das crianças e suas
disposições:

"Nesses locais, tudo era adaptado às crianças, às suas atitudes e perspectivas

próprias: não só os armários, as mesas e as cadeiras, mas também as cores, os
sons e a arquitetura. Era esperado delas que vivessem e se movessem nesse
ambiente como seres responsáveis e que participassem do trabalho criador
como das tarefas de funcionamento, de maneira a subir uma “escala”
simbólica que conduzia à realização." (COLEÇÃO EDUCADORES - MEC,
2010).

O método foi uma oposição aos métodos tradicionais que desrespeitam as necessidades e a
evolução infantil. "O Método Montessoriano tem a criança como um ser livre, onde através de suas
experiências ela pode se auto-educar e auto-disciplinar. (SILVA, FONTENELE, 2012, p.2 )." Para
que a criança produza uma aprendizagem formadora e imaginativa é necessário que ela tenha a livre
escolha nessa perspectiva.

"Para Maria Montessori, “o espírito da criança se forma a partir de estímulos

externos que precisam ser determinados”. Em seu método de ensino a criança
é livre, mas livre apenas para escolher os objetivos sobre os quais possa agir.
Por isso, Montessori criou materiais didáticos simples e muito atraentes,
projetados especialmente para provocar o raciocínio e auxiliar em todo tipo
de aprendizado, do sistema decimal à estrutura da linguagem, tornando todo o
processo muito mais rico e interessante." (MACHADO, 1986 apud SILVA;
FONTENELE, 2012, p.4).
 Na perspectiva Montessoriana o/a professor/a deverá elaborar e propiciar um ambiente
facilitador não influenciando a criança no seu processo de formação, procedendo de maneira
discreta e observadora, confiando no potencial latente da criança. Podemos observar os Métodos
Montessorianos sendo aplicados nos processos de ensino-aprendizagem da educação infantil com
grande êxito. Observamos os materiais e métodos sendo utilizados em salas de aula, creches e
diversos ambientes. Muitas pesquisas apontam para a contribuição do método, na alfabetização e
nos casos de inclusão.
Os materiais concretos, visam a possibilidade da criança elaborar as ideias abstratas, desse
material é cobrado o cuidado e organização de cada um, pois ao final do uso ele é devolvido para
que o outro possa utilizá-lo posteriormente, ao final de cada atividade cada um é responsável pela
organização do espaço utilizado e do ambiente.

*Quarto com perspectivas Montessorianas. *Sala com materiais dispostos conforme os

tamanhos das crianças.

Considerações finais
Referências bibliográficas
Oliveira-Formosinho, Julia. PEDAGOGIA DA INFÂNCIA:dialogando com o
passado:construindo o futuro / Julia Oliveira Formosinho, Thizuco Morchida Kishimoto, Mônica
Appezato Pinazza,organizadoras. - Porto Alegre:Artmed,2007.328 p.

CONTRIBUIÇÃO DO MÉTODO MONTESSORIANO AO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Shirley Maria da Cunha Fontenele; Krícia de
Sousa. Campina Grande, REALIZE Editora, 2012.

MARIA MONTESSORI. Röhrs, Hermann. Maria Montessori / Hermann Röhrs; tradução: Danilo
Di Manno de Almeida, Maria Leila Alves. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora
Massangana, 2010. 142 p.: il. – (Coleção Educadores) MEC.