Questões Éticas Relacionadas a Erros na Assistência de
Enfermagem
INTRODUÇÃO: O Código de Ética Profissional é um conjunto de normas,
direitos e princípios morais que servem como fundamentos para orientar o exercício de determinada profissão, a partir de padrões de condutas que representam o que se espera de uma determinada classe profissional. As ações dos profissionais de enfermagem devem fundamentar-se nos valores da profissão e no Código de Ética, assegurando a promoção, proteção, recuperação e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais, a partir de uma assistência livre de negligência, imprudência ou imperícia. Uma diluição errada de medicamento, por exemplo, constitui uma imperícia, a imprudência seria quando ocorre a antecipação de uma medicação e a negligência, quando uma medicação não é checada. Todos os erros que atingem o paciente, causando algum tipo de dano são chamados de eventos adversos ou incidentes com dano. OBJETIVO: Refletir sobre os erros presentes na assistência de enfermagem, bem como, as implicações éticas relacionadas. METODOLOGIA: Estudo realizado a partir de buscas em livros e base eletrônica de dados, das publicações pertinentes ao tema entre os anos de 2009/2015 para dar suporte ao assunto. Foram analisados dez artigos e quatro livros, dos quais foram sintetizados os dados, dando origem a este trabalho. RESULTADOS: Os resultados apontam que apenas 25% dos erros que ocorrem são relatados pelos profissionais. O medo de punições, demissão, o sentimento de culpa e as preocupações com a gravidade do erro podem levar os indivíduos envolvidos a subnotificarem ou não o notificarem. Conforme o COFEN, em relação aos erros na assistência, o número de profissionais que os cometem é pequeno, porém, não se trata da quantidade de profissionais que erram, mas sim, da dimensão desse erro e de suas consequências. Nos últimos cinco anos houve um aumento de 30% nos erros na assistência os quais apresentam causas multifatoriais, como a inadequação do ambiente físico; cansaço, estresse dos profissionais; falta de atenção; sobrecarga de trabalho, falta de preparo e treinamento dos profissionais da equipe sobre medicações e cálculos de dosagens; o não cumprimento de normas estabelecidas; prescrições ilegíveis ou incompletas são alguns exemplos dos motivos mais encontrados nos estudos. Sabe-se que a falha está ligada ao ser humano, mas no trabalho em saúde, as decisões implicam em intervenções sobre outros seres humanos, muitas vezes, em situação de fragilidade ou vulnerabilidade e por isso o profissional deve estar atento a todos os procedimentos realizados, procurando evitar quaisquer erros possíveis, pois eles podem ser irreparáveis. Os erros devem ser estudados em todos os seus aspectos em uma abordagem não punitiva. Os principais erros encontrados foram categorizados da seguinte forma: eventos adversos relacionados à administração de medicamentos, à vigilância do paciente, à manutenção da integridade cutânea e eventos adversos relacionados aos recursos materiais. CONCLUSÃO: É importante ressaltar a inserção de uma cultura organizacional que possibilite aos profissionais identificar e explicitar as falhas cometidas permitindo a elaboração de estratégias de segurança, além do preparo técnico e atualização constante, compromisso ético e gerenciamento das situações de risco na assistência.