Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Licenciatura em Antropologia
Antropologia Política
2° Ano/2° Semestre
Para Balandier (1967) a Antropologia surge às vezes como um projecto muito antigo, mas
sempre actual e como uma especialização da investigação antropológica, de constituição tardia, a
antropologia, tende a fundamentar uma ciência do político que encara o homem sob a forma do
homo politicus buscando as propriedades comuns a todas as organizações políticas e a
Antropologia política dedica se à descrição e análise dos sistemas políticos (estruturas, processos
e representações) próprias das sociedades consideradas primitivas e arcaicas. Copans (1971)
acrescenta que o antropólogo dá particular importância às análises de casos de interacção dentro
de microcomunidades e constrói modelo que tem em conta a dimensão individual.
Segundo Balandier (1967) desde o início a Antropologia Política se confrontou com os debates
que foram tão essenciais à existência da filosofia política. Para o autor, o projecto da
Antropologia Política vai de certa maneira ao encontro da exigência dos especialistas que
pretendem fazer uma verdadeira ciência comparativa do governo. Segundo Copans (1971)
existem duas correntes apontadas que apõem-se consoante o nível considerado para realizar a
análise, nesta vertente, Balandier (1967) estabelece a referenciação e a delimitação do campo
político estabelecendo dois campos: os maximalistas e os minimalistas onde os primeiros cujas
referências são antigas com afirmação de Bonald: não há sociedade sem governo e os
minimalistas mostram-se negativos ou ambíguos acerca de atribuição de um governo a todas as
sociedades primitivas.
Balandier (1967) entende que o objecto da Antropologia Política impõe-se como modo de
reconhecimento e de conhecimento do exotismo político, das formas políticas. Balandier (Idem)
afirma que a Antropologia política surge sob aspecto de uma disciplina que estuda sociedades
arcaicas em que o Estado não está nitidamente construído e sociedades em que o Estado existe e
apresenta configurações diversas.
Para Copans (1971) o político refere-se a totalidade social enquanto tal. Assim, a associação
política caracteriza-se pela sua extensão, pelos fenómenos políticos e pelo poder político que é
inerente a qualquer sociedade. Segundo o autor, para tornar operacional a antropologia política é
necessário precisar as leis do desenvolvimento da sociedade. A passagem de sociedades sem
classes a sociedades com classes é no âmbito que o político adquire a sua autonomia sob a forma
de estado. Segundo o autor, a antropologia política só terá sentido se restringir-se a seu objecto
empírico nas estruturas sociais e na história porque deve-se situar o político na estrutura de uma
formação social enquanto nível especifico enquanto nível crucial em que se reflectem e se
condensam as contradições de uma formação.
Referência bibliográfica
Copans, Jean. 1971. "A Antropologia Política". In: Antropologia: Ciência das Sociedades
Primitivas?. Lisboa: Edições 70.