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Viviane Gonçalves Bruno
Organizadora: FTD EDUCAÇÃO
Obra coletiva concebida, desenvolvida e
produzida pela FTD Educação.
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Guia de Preparação
para a Alfabetização P
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Pré-escola
Volume único
Segmento: Educação Infantil
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P
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Guia de Preparação
para a Alfabetização P
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Pré-escola
Volume único
Segmento: Educação Infantil
Editora responsável:
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1ª edição
São Paulo, 2020
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Bons amigos – Guia de preparação para a alfabetização
(Educação Infantil – Pré-escola – Volume único)
Copyright © FTD Educação, 2020
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Gerência editorial Natalia Taccetti
Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal
Edição Luciana Leopoldino (coord.)
do Paraná (UFPR).
Preparação e revisão de textos Viviam Moreira (sup.)
Mestre em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza
pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Professora com experiência em Educação Infantil e nos Anos Design Daniela Máximo (coord.)
Iniciais do Ensino Fundamental. Arte e produção Rodrigo Carraro Moutinho (sup.)
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga
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Emanuele Cristina Rodrigues Gonçalves
Licenciada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Belo Projeto e produção editorial Scriba Soluções Editoriais
Horizonte (UniBH-MG).
Edição Alessandra R. Avanso, Denise A. dos Santos Oliveira,
Professora com experiência em Educação Infantil e nos Anos Juliana Santo Sosso, Mariana Cavalcante Diamante,
Iniciais do Ensino Fundamental. Atualmente é educadora Viviane Gonçalves Bruno
social na Associação Mineira de Proteção à Criança.
Assistência editorial Isabela Ventura Silvério Biz,
Gislaine Moreira Matos Taciane Marcelle Marques
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Graduada em Musicoterapia pela Faculdade de Artes Colaboração técnico-pedagógica Eliana Justino Carolli
do Paraná (FAP-PR). Preparação e revisão Joyce Graciele Freitas, Moisés Manzano da Silva
Especialista em Educação Infantil pela Universidade Positivo. Supervisão de produção editorial Priscilla de Freitas Cornelsen Rosa
Professora com experiência em Educação Infantil. Assistência de produção editorial Lorena França Fernandes Pelisson
Coordenação de produção de arte Tamires Rose Azevedo
Natasha Yukari Schiavinato Nakata
Edição de arte Camila Ferreira
Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual
Projeto gráfico e design Marcela Pialarissi
de Londrina (UEL-PR).
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Projeto de capa Marcela Pialarissi
Mestre em Educação pela Universidade Estadual de
Londrina (UEL-PR). Fotografia de capa Marko Geber/DigitalVision/Getty Images
Atualmente participa da produção de projetos didáticos Diagramação Dayane Aparecida Barbieri Ferreira,
de Educação Infantil e desenvolve pesquisas na área de Laís Cristina Caldonazzo Garbelini, Leticia Nakadomari
Educação Infantil. Licenciamento de recursos Erick Lopes de Almeida (coord.),
Eduardo Souza Ponce
Viviane Gonçalves Bruno Pesquisa iconográfica André Silva Rodrigues, Alessandra Roberta Arias
Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual Tratamento de imagens Johannes de Paulo
de Londrina (UEL-PR).
Especialista em Psicopedagogia pela Universidade
Estadual de Londrina (UEL-PR).
Atualmente é editora de materiais didáticos. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
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FTD, 2020.
Professora com experiência em Educação Infantil e nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental, também atuou na formação ISBN 978-65-5742-014-0 (Professor)
profissional de professores da rede pública. Atualmente 1. Alfabetização 2. Educação infantil I. Bruno,
é professora em cursos de Pós-graduação na área de Viviane Gonçalves.
formação profissional de professores.
20-43444 CDD-372.21
Índices para catálogo sistemático:
1. Alfabetização : Educação infantil 372.21
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
EDITORA FTD
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo-SP Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD
CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 CNPJ 61.186.490/0016-33
Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 Avenida Antonio Bardella, 300
www.ftd.com.br Guarulhos-SP – CEP 07220-020
central.relacionamento@ftd.com.br Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
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APRESENTAÇÃO
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A criança é um sujeito em formação, e a Educação Infantil é de extrema importância
para o desenvolvimento de habilidades que a tornarão capaz de compreender e interiori-
zar o mundo, além de prepará-la para a alfabetização formal e para o domínio de compe-
tências matemáticas.
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Por isso, devemos proporcionar um ambiente no qual a criança tenha a oportunidade de
aprender, brincar, explorar, conviver, participar, expressar-se e conhecer-se, possibilitan-
do a interação com os demais e o reconhecimento de si mesma e do meio em que vive.
Sendo assim, organizamos este Guia de Preparação para a Alfabetização para auxili-
á-lo nessa etapa preparatória, apresentando sugestões para tornar o trabalho em sala de
aula mais dinâmico, lúdico e propulsor de aprendizagens significativas.
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Este livro traz orientações sobre a importância e a função da Educação Infantil, que tem
por finalidade a formação integral da criança, considerando seu desenvolvimento em as-
pectos físico, psicológico, intelectual e social. Também aborda a importância da intencio-
nalidade pedagógica durante o planejamento das aulas e durante as atividades com as
crianças, mostrando ser imprescindível conhecer as etapas do processo de aprendizagem
tanto de forma individual como de forma coletiva.
IA
Apresentaremos informações sobre a literacia, evidenciando que se trata de uma pre-
paração indispensável para a alfabetização, que será concretizada no Ensino Fundamental,
e orientações sobre componentes essenciais que podem direcionar sua prática pedagógica.
Você também encontrará informações sobre a numeracia que estão relacionadas ao uso
de números para contagem, uma vez que engloba quantidades, sequências, padrões, mobili-
zação de raciocínios e elaboração de respostas práticas para problemas da vida cotidiana.
Apresentamos, tanto para a literacia quanto para a numeracia, modelagens de aula de
forma detalhada com diversos exemplos práticos dos conteúdos para serem aplicadas em
sala de aula, na forma de atividades, jogos e brincadeiras, enfatizando o aspecto lúdico, as
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construir uma cultura de avaliação formativa no âmbito escolar, apresentando, para isso,
exemplos de possibilidades de avaliação e o respectivo momento para aplicá-la.
Esperamos que este Guia seja, de fato, uma ferramenta útil no planejamento do seu
trabalho, nas situações vivenciadas em sala de aula e nos momentos de avaliação, tornan-
do o processo de ensino-aprendizagem mais estimulante, a fim de contribuir para o desen-
volvimento integral das crianças.
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Preparar a rota: reflexão sobre a prática pedagógica..................................................................7
Um encontro entre BNCC e PNA................................................................................................10
Rotina e atividades permanentes...............................................................................................12
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O que é literacia?.......................................................................................................................16
Componentes essenciais para a alfabetização............................................................................17
P
MODELAGEM 1........................................................................................................................ 18
• Segmentação de frases em palavras e de palavras em sílabas.
• Reconhecimento e criação de rimas e aliterações.
MODELAGEM 2........................................................................................................................ 20
• Identificação do primeiro som (fonema) de palavras.
• Segmentação de palavras em sons (fonemas).
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• Síntese de sons (fonemas em palavras).
Conhecimento alfabético............................................................................................................22
MODELAGEM 1 ........................................................................................................................ 22
• Construção do alfabeto ilustrado.
MODELAGEM 2........................................................................................................................ 24
• Elaboração da lista de chamada da classe.
Desenvolvimento do vocabulário................................................................................................26
MODELAGEM 1 ........................................................................................................................26
U
• Ampliação do vocabulário.
Compreensão oral de textos.......................................................................................................28
MODELAGEM 1 ........................................................................................................................28
• Leitura dialogada.
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MODELAGEM 2........................................................................................................................ 30
• Leitura dialogada.
Produção de escrita emergente..................................................................................................32
MODELAGEM 1 ........................................................................................................................ 32
• Escrita do próprio nome e do nome dos colegas.
MODELAGEM 2........................................................................................................................ 34
• Escrita de palavras compostas de sílabas simples (consoante/vogal).
Avaliando a literacia...................................................................................................................36
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• Traçado dos algarismos.
MODELAGEM 2........................................................................................................................ 41
• Comparações entre conjuntos, utilizando os conceitos de “maior”, “menor” e “igual”.
• Conceitos de “muito”, “pouco” e “nenhum”.
N
MODELAGEM 3........................................................................................................................ 43
• Adição e subtração de números de um algarismo.
• Noção de dobro e de metade com apoio visual.
MODELAGEM 4........................................................................................................................ 45
• Contextualização de quantidades em contagens de dinheiro, pessoas e objetos em geral.
P
Noções de localização, posição e grandezas...............................................................................47
MODELAGEM 1 ........................................................................................................................ 47
• Identificação de posições e direções, como “em cima” e “embaixo”, “à frente”, “atrás” e “entre”,
“direita” e “esquerda”, “perto” e “longe”.
• Distinção entre “maior” e “menor”, “grande” e “pequeno”, “longo” e “curto”, “alto” e “baixo”,
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“pesado” e “leve”, “dia” e “noite”.
MODELAGEM 2........................................................................................................................49
• Ordenação de sequências temporais, utilizando conceitos como “passado”, “presente” e “futuro”,
“ontem”, “hoje” e “amanhã”, “dia”, “mês” e “ano”.
• Identificação de padrões.
MODELAGEM 2........................................................................................................................ 54
• Recolhimento e interpretação de dados.
• Construção de gráficos básicos.
• Representação concreta e verbal de raciocínios.
Avaliação formativa....................................................................................................................56
LEITURAS COMPLEMENTARES......................................................................................... 63
REFERÊNCIAS......................................................................................................................64
1 PRIMEIROS PASSOS
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A importância da Educação Infantil
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Neste momento inicial, é fundamental tratarmos da importância e da função da Educação
Infantil. Conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB,
(Lei 9.394/1996), em seu artigo 29º, a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica,
que tem como finalidade a formação integral da criança até 5 anos e 11 meses de idade, consi-
derando seu desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social. Por isso, nessa primeira
etapa da educação formal das crianças, é preciso construir um ambiente favorável para que elas
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se apropriem de novos saberes e potencializem suas aprendizagens. É fundamental destacar
que, por meio de múltiplas experiências e interações, as crianças mobilizam várias linguagens e,
consequentemente, desenvolvem a formação humana e social.
Segundo Antunes (2004), o atendimento na Educação Infantil deve ser planejado de modo
que não separe a ideia do brincar da ideia do aprender. Afinal, por meio da brincadeira planejada,
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orientada e lúdica, os pequenos desenvolvem suas capacidades sociais, motoras e cognitivas.
A Educação Infantil é um período que contribui de forma significativa para a formação do
cidadão de modo integral. Considerada a primeira instância de socialização externa ao ambien-
te familiar, essa etapa formal da educação favorece a interação das crianças com outras pesso-
as, como seus pares e os professores. Esses contatos diários são fundamentais para que elas
exerçam a cidadania, construam sua identidade enquanto sujeitos protagonistas de sua própria
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história e, dessa forma, desenvolvam a empatia. Além disso, as práticas pedagógicas devem
despertar a curiosidade a fim de estimular a potencialização da aprendizagem dos pequenos.
Por isso, frequentar esse ambiente escolar pode garantir o interesse das crianças, desde cedo,
pelo aprendizado contínuo.
Precisamos compreender que o trabalho realizado na Educação Infantil vai muito além de
apenas “cuidar”. O professor precisa se pautar em práticas pedagógicas, por meio da inserção
de jogos e brincadeiras que mobilizem estruturas cognitivas, psicomotoras, sociais e emocionais
para que capacidades e habilidades exigidas para compreender, participar e agir na realidade
sejam construídas e aprimoradas gradativamente. Portanto, devemos pensar o espaço educativo
U
“[…] como um lugar que seja promotor da participação das crianças nas decisões
e planejamento do cotidiano escolar [...]” de forma que também promova momentos
de “[…] discussão e estudo para além da formação [...]” (VASCONCELOS;
BARBOSA, 2015, p. 557-559).
Sergey Novikov/Shutterstock.com
6
Na Educação Infantil, há diversas situações cotidianas que favorecem a familia-
rização das crianças com a modalidade escrita da língua, como ao brincar com a
sonoridade das palavras, identificando as similaridades e as diferenças entre elas;
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ao manusear diversos materiais impressos escritos (livros, revistas, gibis, entre
outros); quando o professor realiza leituras para a turma e também assume a
M. Business Images/Shutterstock.com
responsabilidade de ser o escriba em atividades de produção de textos coletivos.
Além dos momentos citados acima, que favorecem o contato com a escrita,
as atividades lúdicas, como a repetição de parlendas, a brincadeira com fra-
ses e versos, os trava-línguas, as cantigas de roda, a memorização de poe-
L
mas, são importantes e contribuem para a alfabetização. Os jogos também
têm uma função importante no desenvolvimento da consciência fonológica e,
por serem lúdicos e prazerosos aos pequenos, constroem um ambiente favo-
rável para que as crianças se apropriem do sistema alfabético.
Na Educação Infantil, precisamos delinear uma prática pedagógica que possa garantir a realiza-
N
ção de atividades que favoreçam o desenvolvimento e o acesso à modalidade escrita da língua.
Assegurar às crianças esse acesso é uma forma de contribuirmos para minimizar as diferenças
socioculturais. A aprendizagem da leitura e da escrita implica engajar as crianças e levá-las a
desenvolver essas práticas, gradual e constantemente, desde o início dessa etapa da educação
formal. Para isso, os pequenos precisam ser envolvidos em atividades que promovam a compre-
ensão da escrita. Ao final da primeira etapa da Educação Básica, a Educação Infantil, as crian-
P
ças estarão aptas a se desenvolverem como leitores e escritores, ingressando no Ensino Funda-
mental com mais segurança para enfrentar os novos desafios.
Tem o docente
como ponto de
partida.
G
Direciona o Permite o
Marcela Pialarissi
Define quais
critérios serão
utilizados.
7
A intencionalidade educativa é compreendida pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
como:
D
[…] organização e proposição […] de experiências que permitam às crianças conhecer a si e
ao outro e de conhecer e compreender as relações com a natureza, com a cultura e com a pro-
dução científica, que se traduzem nas práticas de cuidados pessoais (alimentar-se, vestir-se, hi-
gienizar-se), nas brincadeiras, nas experimentações com materiais variados, na aproximação com a
literatura e no encontro com as pessoas.
L
[...]
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 39. Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 17 set. 2020.
Nesse sentido, na Educação Infantil, deve ser delineada uma prática pedagógica que assegure
N
um olhar singularizado às crianças, considerando suas especificidades e objetivando promover
suas potencialidades individuais. Assim, ao interagir com o professor e com seus pares, elas se
apropriam de conhecimentos construídos e sistematizados historicamente.
Portanto, precisamos estar conscientes e estimular a construção do o senso crítico desde a
infância, promovendo atividades educativas que habituem as crianças a expressar suas opiniões
criticamente. Afinal, uma das atribuições do educador na Educação Infantil é, com base na ob-
P
servação e análise, planejar de forma consciente e com intencionalidades bem definidas as
ações pedagógicas diversificadas que favoreçam a formação integral dos pequenos.
Por isso, a ação pedagógica deve assegurar um cuidar que promova a educação e, por outro
lado, uma educação que considere a importância do cuidar. Assim, precisamos atentar para as
particularidades e as exigências das crianças da mais tenra idade, garantindo a elas atividades,
espaços e momentos de ludicidade. Dessa forma, será possível promover uma aprendizagem
IA
efetiva em que os pequenos tenham “[...] contato com o outro e com os objetos da cultura,
através de [vivências significativas], tanto do seu contexto sociocultural, quanto de outros con-
textos, que agucem suas habilidades motoras e intelectuais [...]” (CORRÊA; COSTA, 2016,
p. 1905).
O desenvolvimento da criança
1 2 3
Desenvolvimento
Vínculos Autonomia e
físico, emocional
U
seguros independência
e relacional
G
Ilustrações:
Ivy Nunes
8
Para corroborar e ampliar a discussão anterior, leia uma reflexão proposta por Kramer:
D
[...]
É preciso que […] concebam a infância […] como categorias sociais e não fases, efêmeras, que
precisam ser aligeiradas em nome da modernidade e de sua ânsia de futuro e superação. É pre-
ciso, ainda, compreender e respeitar a criança, […] nas suas particularidades e diferenças, mas
garantindo uma mesma qualidade, sem a qual se estaria apenas perpetuando a desigualdade, a
opressão, o autoritarismo, a discriminação de gênero, o racismo e tantas outras formas de precon-
L
ceito sempre contrárias à democracia. [...]
KRAMER, Sonia. Propostas pedagógicas ou curriculares: subsídios para uma leitura crítica. Educação & Sociedade,
Campinas, v. 18, n. 60, p. 22. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/es/v18n60/v18n60a1.pdf>. Acesso em: 17 set. 2020.
N
etapas do processo por meio do qual as crianças se desenvolvem individual e coletivamente e
respeitar os diferentes momentos de aprendizagem de cada uma. Com base nessa tomada de
consciência, e para que possamos desempenhar de forma assertiva a mediação da aprendiza-
gem, a prática pedagógica deve ser norteada pelo conhecimento, pela ação e pela reflexão
contínua sobre seus impactos no processo de construção da aprendizagem.
Além disso, precisamos enfatizar a necessidade de acompanhar o processo de aprendizagem
P
dos pequenos, observando, sim, o desenvolvimento do grupo, mas também atentando a cada
criança de maneira individualizada. Há diversas formas de registrar e documentar essas observa-
ções referentes ao desenvolvimento dos pequenos, como relatórios, fotografias, textos, portfólios
etc. Essas estratégias são formas eficazes de poder, ao longo da trajetória, redesenhar nossas
ações pedagógicas conforme a necessidade e garantir às crianças o direito à aprendizagem.
Nessa perspectiva, apresentamos abaixo uma síntese das aprendizagens esperadas em cada
IA
campo de experiências, como elemento balizador do que deve começar a ser explorado na Edu-
cação Infantil e ampliado e aprofundado no Ensino Fundamental. Ressaltamos que essas apren-
dizagens não são condições ou pré-requisitos para o acesso ao Ensino Fundamental. Assim,
espera-se que as crianças, ao final da Educação Infantil, tenham desenvolvido as seguintes
ações previstas em cada campo de experiências da BNCC:
• Ampliar o modo de interagir consigo e com os outros, • Explorar movimentos, gestos, olhares,
U
construindo sua identidade enquanto sujeito social, sons e mímicas com o corpo e descobrin-
respeitando o próximo e reconhecendo as diferenças do diferentes formas de usá-lo no espaço
que nos constituem como ser humano. para construir sentidos e comunicar-se.
• Observar, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, ampliando seus conhecimentos sobre o
mundo físico e sociocultural.
Além disso, vale destacar que, ao final da Educação Infantil, até os 5 anos e 11 meses, es-
pera-se que as crianças tenham, conforme orienta a PNA, desenvolvido os seis componentes
essenciais para a alfabetização: consciência fonológica, consciência fonêmica, conhecimento
alfabético, desenvolvimento de vocabulário, compreensão oral de textos e produção de escrita
emergente. Cada um desses componentes será detalhado na unidade 2, ao tratarmos da literacia.
9
Para concluirmos esse tópico sobre nossa prática pedagógica, podemos constatar, como discu-
tido anteriormente, que a intencionalidade pedagógica deve assegurar às crianças as atividades
sejam lúdicas de modo a garantir um desenvolvimento sadio de aprendizagem, levando-as a de-
D
senvolver as habilidades motoras e estimulando a sensibilidade e a interação, possibilitando, as-
sim, a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. Além disso, essa clareza de
intenções pedagógicas permite a todos (gestores, professores e família) serem parceiros na cons-
trução do processo educativo, de modo que as crianças tenham seus espaços, vozes e singulari-
dades respeitadas e potencializadas, garantindo a qualidade da aprendizagem no ambiente esco-
L
lar, os direitos básicos à educação e, consequentemente, o desenvolvimento integral das crianças.
N
Básica (da Educação Infantil ao Ensino Médio), prevendo a gradação das complexidades das
aprendizagens. O objetivo da BNCC é contribuir para a igualdade e a equidade, ou seja, para
que as mesmas aprendizagens básicas e essenciais sejam garantidas a todos, favorecendo, as-
sim, a formação integral.
Além disso, a BNCC estabelece para as crianças de 0 a 5 anos e 11 meses que estejam matri-
P
culadas na Educação Infantil e frequentando o ambiente escolar os direitos de aprendizagem,
os campos de experiências e os objetivos de aprendizagem a ser desenvolvidos.
Esses direitos de aprendizagem e desenvolvimento da
Educação Infantil não constituem objetivos ou metas de
aprendizagem, mas garantem as condições necessárias para
que as crianças desenvolvam aprendizagens significativas
IA
adequadas à sua faixa etária, conforme institui o artigo 29º
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB
9.394/96), construindo, assim, significados sobre si, bem
como os outros e o mundo social e natural.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Infantil, em seu artigo 9º, os eixos estruturan-
FoxyImage/Shutterstock.com
10
Em suma, a função da BNCC é definir o que deve ser ensinado nas escolas durante toda a
Educação Básica, garantindo o desenvolvimento das aprendizagens essenciais, ou seja, unifor-
mizar as propostas pedagógicas no Brasil. Já a PNA pretende assegurar o direito à alfabe-
D
tização, promovendo o exercício da cidadania, e contribuir para o desenvolvimento social e
econômico do país. Mas, o que há em comum entre os documentos? Precisamos observar que
ambos apresentam objetivos que evidenciam a preocupação com a qualidade da Educação Bási-
ca do Brasil, os quais podem ser percebidos no quadro abaixo.
L
Objetivos da BNCC e da PNA
BNCC PNA
N
tas para cada etapa da Educação Básica. desenvolvimento social e econômico do país.
P
literacia e numeracia.
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018.
Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>.
Acesso em: 17 set. 2020. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Política Nacional
de Alfabetização. Secretaria de Alfabetização. Brasília: MEC, SEALF, 2019.
11
Rotina e atividades permanentes
Nesse momento, é importante refletirmos sobre a rotina na escola e como ela pode contribuir
D
para a realização das atividades permanentes. Mas, o que seriam essas atividades permanentes
na pré-escola? São práticas realizadas regularmente na rotina das crianças, como os cantinhos
de leitura, o faz de conta, as rodas de conversa, as contações de histórias, os momentos de
higiene e de alimentação, as atividades ao ar livre etc.
Para que as atividades permanentes sejam realizadas de forma as-
L
sertiva e produtiva, é fundamental que haja a organização do am-
biente, definindo previamente os materiais a ser usados em cada ati-
vidade e o tempo necessário demandado por elas.
O estímulo do desenvolvimento cognitivo e motor das crianças deve
ser favorecido pelos espaços externos e internos nos quais as ativida-
N
des da rotina são realizadas. Assim, é preciso priorizar espaços am-
plos o suficiente para que elas possam se expressar. Além disso, os
objetos, os brinquedos e os materiais devem ser adequados à faixa
etária para que possam contribuir de forma eficaz para o desenvolvi-
mento expressivo das crianças.
P
A organização do tempo é outro aspecto importante na rotina es-
colar. Assim, devemos valorizar as singularidades das crianças, res-
Ilustrações: Ivy Nunes
[...]
A rotina na Educação Infantil configura-se como um importante instrumento de construção
do tempo. A criança, mesmo que não tenha construído essa noção em termos convencionais, pode
marcar a passagem do tempo através dos acontecimentos do seu dia. Existe a hora da brincadeira,
a do lanche, a do descanso, etc. Cada um desses eventos tem uma duração e um lugar dentro da
rotina. Essas características, mesmo que subjetivas (passou rápido, passou devagar, está demor-
ando, a sequência das atividades, etc.) permitem que a criança conviva e interaja com a noção de
tempo. [...]
SILVA, Alberto da; FREZZA, Júnior Saccon. A construção das noções de espaço e tempo nas crianças da Educação
Infantil. In: Conjectura: filosofia e educação. Caxias do Sul: EDUCS, v. 15, n. 1, jan/abr. 2010. p. 51. Disponível em:
<http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/181/172>. Acesso em: 17 set. 2020.
Nesse sentido, organizamos nos quadros das páginas seguintes algumas propostas de ativida-
des que podem ser desenvolvidas diariamente com as crianças e que possibilitam aprendizagens
significativas.
12
Modelagem de atividade permanente
Atividade
• Roda de conversa (acolhida diária).
D
permanente
L
• Utilizar a linguagem oral para relatar experiência pessoal e comunicar opiniões e ideias.
• Desenvolver a coordenação motora fina.
• EI03EO03. • EI03CG05.
Objetivos da BNCC • EI03EO04. • EI03TS03.
N
• EI03CG02. • EI03ET07.
• Lousa.
• Giz de lousa.
Materiais
• Crachá com os nomes das crianças.
• Caixa de papelão.
P
necessários
• Fotografias individuais de cada criança.
• Papel sulfite.
• Lápis de cor.
Orientações ao professor
1
Disponha as crianças, com os crachás dos seus respectivos nomes, em uma roda na
IA
sala de aula. No centro da roda, coloque uma caixa de papelão com as fotografias das
crianças e, ao lado de cada fotografia, o nome de cada uma, escrito previamente em
Para iniciar
um pedaço de papel.
3
Sugira à turma que faça a brincadeira Amigo secreto. Para isso, sorteie os nomes
das crianças e, em seguida, disponibilize papel sulfite e lápis de cor para que
confeccionem um desenho para presentear o colega. Explique a cada criança que
Para avaliar e deve ir à frente da sala para falar algumas características do amigo secreto, de forma
finalizar a atividade
que a turma consiga descobrir quem é.
13
Modelagem de atividade permanente
Atividade
• Roda de leitura.
D
permanente
L
• EI03EO03.
• EI03CG03.
Objetivos da BNCC • EI03EF03.
N
• EI03EF04.
• EI03EF08.
• Livros.
• Tapete.
• Animais de pano.
P
Materiais
necessários • Fantoches.
• Almofadas.
• Celular/câmera/filmadora.
Orientações ao professor
IA
Leve as crianças para o pátio da escola e proponha brincar de Que história é essa?.
1 Para isso, separe a turma em duas equipes. Uma equipe deve fazer uma mímica que
represente uma história e/ou conto conhecido para que a outra adivinhe, e assim
Para iniciar sucessivamente. Estipule um tempo para cada equipe. Vence quem adivinhar mais
histórias.
U
2
livros que desejarem. Na sequência, faça uma roda de leitura. Para isso, organize em
um tapete os livros que as crianças pegaram, animais de pano, fantoches ou outros
G
Solicite às crianças que escolham um dos livros lidos por você e que recontem a
3 história. Se julgar necessário, filme esse momento para que, posteriormente, possam
assistir juntos e retomar alguns detalhes (ordem correta dos fatos etc.).
Para avaliar e Permita que, antecipadamente, levem um livro, escolhido por elas, para ser lido em
finalizar a atividade casa com os familiares. Na volta, devem comentar sobre a história sem contar o final,
para que, assim, outras crianças se interessem pela leitura.
14
Modelagem de atividade permanente
Atividade
• Jogos e brincadeiras.
D
permanente
L
• Reconhecer imagens, relacionando-as às palavras.
• Identificar o som que a letra inicial de cada palavra representa.
• Utilizar a linguagem oral para relatar experiência pessoal e comunicar opiniões e ideias.
• EI03EO03. • EI03TS03.
N
Objetivos da BNCC • EI03EO04. • EI03ET07.
• EI03CG02.
• Corda.
Materiais
• Lousa. • Papel kraft.
• Giz de lousa. • Lápis de cor.
P
necessários
• Papelão. • Canetas hidrocor de várias cores.
• Imagens de jogos e brincadeiras.
Orientações ao professor
Leve as crianças para o pátio da escola e explique a elas que vão brincar de Cabo de
IA
guerra. Divida-as em duas equipes, sempre buscando equilibrá-las em número, força
1 física e idade. Marque o centro da corda com um lenço e a linha central no chão com
um giz de lousa. A corda deve ter um comprimento grande e deixar um espaço livre
Para iniciar de 1,5 m no meio. Assim que dividir as crianças e elas estiverem enfileiradas, devem
puxar a corda. A primeira equipe que conseguir puxar pelo menos um adversário para
frente da linha central será a vencedora.
respectivos nomes. Você vai precisar de duas imagens para cada brincadeira. Cole as
figuras no papelão. Depois, organize a turma em duplas e brinque com as crianças.
Para trabalhar a literacia, solicite às crianças que mostrem as imagens para as quais
encontraram o par e, na sequência, questione-as:
• Qual é o nome dessa brincadeira?
2 • Com que letra o nome dessa brincadeira se inicia?
G
3 seguida, disponibilize para elas papel kraft, lápis de cor e canetas hidrocor de várias
cores. Peça às crianças que, individualmente, desenhem e pintem a brincadeira de
Para avaliar e que mais gostam. Depois, questione-as sobre o nome da brincadeira e o motivo de
finalizar a atividade gostarem dela. Escreva abaixo de cada desenho o respectivo nome, destacando de
outra cor a letra inicial.
15
OS PRIMEIROS PASSOS
2 NA LITERACIA
D
O que é literacia?
De acordo com Morais, (apud BRASIL, 2019, p. 21), “literacia é o conjunto de conhecimentos,
L
habilidades e atitudes relacionados à leitura e à escrita, bem como sua prática produtiva […]”.
É preciso destacar que esse conceito, tão importante na Educação Infantil, compreende vários
níveis: desde o mais básico, nomeado literacia emergente, até o mais avançado, no qual o indi-
víduo, enquanto sujeito social, já se apropria das práticas de leitura e escrita, mobilizando-as
em diferentes situações comunicativas.
N
Para que a criança alcance os níveis mais avançados de literacia, é necessário que ela desenvolva,
primeiramente, a literacia emergente, ou seja, ela precisa adquirir conhecimentos, habilidades e
atitudes relacionados às práticas de leitura e de escrita que lhe auxiliarão ao longo do percurso
formal de alfabetização, o qual será concretizado nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
Vale ressaltar que, para assegurar às crianças esses conhecimentos, devem ser delineadas
práticas pedagógicas que valorizem a interação e as brincadeiras, realizando atividades lúdicas
P
apropriadas à faixa etária e ao ritmo de desenvolvimento de cada criança, a qual deve ser vista
de forma individualizada, considerando os diferentes ritmos de aprendizagem.
Embora a Educação Infantil seja a primeira instância pública de socialização e de escolariza-
ção das crianças, é preciso destacar que o êxito das práticas de linguagem oral e escrita depen-
de do estímulo e das experiências que as crianças possuem com a família, as quais devem ser
integradas pela escola. Esse conjunto de práticas e experiências que valoriza o papel da família
IA
na formação das crianças é chamado literacia familiar. Nota-se, portanto, que:
16
A seguir, trataremos dos componentes essenciais de literacia que corroboram efetivamente
para preparar a criança a ingressar na alfabetização formal.
D
Componentes essenciais para a alfabetização
Baseada em evidências científicas, a PNA propõe, para preparar a criança para a alfabetiza-
ção formal, alguns componentes essenciais que podem direcionar a prática pedagógica, a fim de
de assegurá-los.
A consciência fonológica, primeiro componente essencial citado na PNA, diz respeito às
L
habilidades de reconhecer e “manipular intencionalmente unidades da linguagem oral” (BRASIL,
2019, p. 30). Nesse sentido, a identificação de sons (iniciais e finais) semelhantes e diferentes
em palavras, sílabas, fonemas, rimas e aliterações, por exemplo, são formas de levar as crianças
a desenvolver a consciência fonológica.
Já a consciência fonêmica se refere à capacidade de “conhecer e manipular intencionalmen-
N
te a menor unidade fonológica da fala, o fonema” (BRASIL, 2019, p. 30). Assim, as atividades
que promovem a compreensão de que uma palavra falada é composta de uma sequência de fo-
nemas são formas de assegurar o desenvolvimento da consciência fonêmica.
O terceiro componente essencial para a alfabetização é o conhecimento alfabético, por meio
do qual as crianças, ao brincar e interagir com os colegas, são levadas a identificar o nome, os
P
sons e as formas das letras do alfabeto. Nesse sentido, as atividades em que as crianças iden-
tificam as letras do próprio nome e o nome dos colegas e as atividades de reconhecimento de
vogais e consoantes, por exemplo, contribuem para desenvolver o conhecimento alfabético.
Na Educação Infantil, deve-se incentivar as crianças a ter contato com diversos gêneros textu-
ais lidos em voz alta para que, dessa forma, o desenvolvimento do vocabulário seja favorecido
a elas. Além da leitura, outras atividades contribuem para ampliar o vocabulário das crianças,
como as que levam os pequenos a relacionar e a listar elementos de um mesmo campo semântico
IA
(por exemplo, frutas).
A apreciação dos textos lidos em voz alta pelo professor, o compartilhamento de experiências
subjetivas e as respostas às perguntas de compreensão textual contribuem para que as crian-
ças desenvolvam a compreensão oral de textos.
O último componente essencial para a alfabetização diz respeito à produção de escrita
emergente. Nesse sentido, deve ser garantida às crianças a habilidade de escrever, gradativa-
mente, letras, palavras e pequenos textos, por meio de atividades de coordenação motora com
o manuseio do lápis e o treino da escrita, por exemplo. Há diferentes níveis de produção escrita
U
Nível da palavra • Ortografia: envolve operações mentais que permitem saber, por exemplo, que /mãw/ se
escreve “mão” (e não “maum”).
Nível da frase • Consciência sintática: envolve a ordem das palavras, as combinações entre as
palavras e a pontuação.
17
MODELAGENS DE AULA Consciência fonológica
e fonêmica
D
• Reconhecer e criar rimas e aliterações. • Perceber a segmentação da palavra em
• Perceber a segmentação de frases em sons (fonemas).
Objetivos de
L
• Identificar o primeiro som (fonema) de (grafema) e o respectivo som (fonema).
diversas palavras. • Pronunciar os sons das letras do alfabeto.
• Identificar e escrever palavras que
comecem com determinado som (fonema).
N
Conteúdos
P
Inicie a aula com atividades lúdicas para que as crianças possam interagir durante a apresen-
tação do conteúdo. Além de desenvolver a oralidade e o vocabulário, essas atividades permitem
que exponham suas experiências subjetivas, compartilhem opiniões e expressem seus sentimentos.
Torne esses momentos frutíferos, pois, nessa faixa etária, as crianças estão sempre brincando com
a língua e se familiarizando com ela.
As atividades garantem um dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento citados na BNCC,
IA
o de conviver com adultos e com outras crianças, apropriando-se de diferentes linguagens
para se comunicarem e, dessa forma, ampliarem o conhecimento que possuem de si e do outro.
Para realizar essa atividade com as crianças, organize, antecipadamente, os seguintes mate-
riais: papel kraft, canetas hidrográficas, papel sulfite e lápis de cor. Defina e reserve um espaço
amplo, como o pátio da escola, para iniciar a brincadeira de roda proposta a seguir.
U
2 Para começar
O trabalho com rimas permite às crianças fazer analogias para reconhecer as palavras por
meio da associação com outras palavras, objetos e figuras. Esse trabalho pode ser realizado
com palavras conhecidas e fáceis de rimar, principal- Para cantar e brincar!
G
18
3 Desenvolvimento da aula
D
Retorne para a sala de aula e prepare as crianças para realizar uma atividade coletiva. Em um
pedaço de papel kraft, escreva a letra da cantiga. Leia o texto e peça às crianças que repitam
com você cada um dos versos. Durante a leitura, aponte para cada palavra da cantiga. Contor-
ne as palavras que rimam com coração (mão e chão). Releia somente as palavras destacadas,
pedindo a todas as crianças que repitam juntas. Em seguida, pergunte quais são os sons que
rimam nessas três palavras da cantiga. Convide algumas crianças para que, voluntariamente,
L
contornem as letras que formam o som final /ão/.
Escreva as palavras mão, chão e coração na lousa. Para cada palavra, bata palmas identifi-
cando a quantidade de sílabas. Coloque a quantidade ao lado da palavra. Por exemplo: co/ ra/ ção
- 3 sílabas/3 palmas (você pode usar números ou palitos para representar a quantidade). Repi-
ta o mesmo procedimento com as demais palavras. Realize a mesma dinâmica de atividade com
as palavras cipó e vó, explorando tanto as rimas quanto as sílabas.
N
4 Para finalizar a aula
Distribua a cada criança uma folha de papel sulfite com a cantiga e peça a todas que pintem as
palavras que rimam: cipó, vó, mão, chão e coração. Se desejar, oriente a turma a citar alguns objetos
P
com a finalidade de contribuir com a ampliação do vocabulário. Quando todas tiverem terminado,
invista um tempo para que elas compartilhem a atividade com os colegas.
Oriente as crianças a identificar a atividade, escrevendo o próprio nome, e auxilie-as, se ne-
cessário. Posteriormente, você pode anexar esse registro ao portfólio das crianças.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
IA
Objetivos da BNCC
19
Conteúdos
D
• Segmentação de palavras em sons (fonemas).
• Síntese de sons (fonemas em palavras).
1 Preparação para aula
L
Organize, antecipadamente, os seguintes materiais: aparelho audiovisual, cartolina ou papel
kraft, canetas hidrográficas, alfabeto móvel, papel sulfite e lápis de cor.
2 Para começar
N
Para garantir a diversão, apresente às crianças um vídeo com a cantiga O sapo não lava o pé.
Reproduza o vídeo algumas vezes para que as crianças se familiarizem com a letra e a melo-
dia. Organize-as em roda e recite a cantiga com a turma, dando ênfase a cada uma das sílabas.
Peça às crianças que acompanhem a cantiga batendo palmas e instigue-as a bater palmas a
cada sílaba recitada. Repita esse procedimento quantas vezes forem necessárias, para que pos-
P
sam refletir sobre as partes das palavras. Por fim, pesquise na internet um vídeo da cantiga O
sapo não lava o pé e assista a ele com as crianças.
Waldomiro Neto
G
3 Desenvolvimento da aula
Para auxiliar as crianças a reconhecer as noções de segmentação e identificação do som ini-
cial das palavras, escreva em uma cartolina (ou em um pedaço de papel kraft) a letra da canti-
ga. Para deixá-la mais atrativa, insira uma ilustração.
Leia a cantiga e peça às crianças que repitam cada um dos versos com você. Demonstre a
direção da leitura com o dedo indicador, de cima para baixo e da esquerda para a direita.
Em seguida, escreva o título da cantiga na lousa, separando cada palavra dentro de um qua-
drinho. Depois, peça às crianças que acompanhem a leitura das palavras.
D
SA PO
elas por quantas partes essa palavra é formada e escreva cada uma dessas
partes em um quadrinho. S A P O
Para facilitar a compreensão das crianças em relação às silabas, entre-
gue a elas materiais de contagem, como palitos de sorvete. Destaque que, nesse momento, eles
podem bater palmas como fizeram anteriormente. Recite algumas palavras da cantiga, enfati-
L
zando cada sílaba que as compõem. Peça-lhes que separem um item do material de contagem
para cada sílaba que você recitar. Por exemplo, ao recitar a palavra sapo, elas devem separar
dois palitos de sorvete, que equivalem a duas sílabas.
Por último, escreva, letra por letra, a palavra e peça às crianças que pronunciem o som de
cada uma delas à medida que você escreve. Realize esse mesmo procedimento com outras pala-
N
vras da cantiga, como pé, lagoa e chulé.
P
nome desse elemento sobre a mesa da sala, utilizando as letras do alfabeto móvel. As duplas
deverão conversar sobre a construção da palavra e, na sequência, cada uma deverá escrevê-la
na sua folha de papel sulfite. Cada criança da dupla poderá escolher dois elementos para reali-
zar a atividade. Ao final, cada uma terá registrado quatro palavras na folha de papel sulfite.
Quando todas tiverem terminado, oriente-as a compartilhar as palavras que escreveram com
os colegas. Peça a elas que identifiquem a atividade, escrevendo o próprio nome. Se necessário,
IA
auxilie-as. Posteriormente, anexe esse registro ao portfólio das crianças.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
21
Conhecimento alfabético
D
• Identificar as letras que compõem o • Completar palavras com as vogais A, E, I,
próprio nome e os nomes dos colegas. O e U.
Objetivos de
L
Reconhecer as vogais A, E, I, O e U (de
imprensa maiúsculas e minúsculas). • Completar palavras com consoantes.
• Identificar as vogais A, E, I, O e U (de • Identificar sílabas na escrita de palavras.
imprensa, maiúsculas) na escrita de
palavras.
N
Conteúdo
P
1 Preparação para aula
Para realizar esta atividade com as crianças, organize, antecipadamente, os seguintes mate-
riais: giz de lousa, imagens de diferentes elementos para confecção de um alfabeto, sacos plás-
ticos, TNT, EVA, papel sulfite e lápis grafite.
Para a confecção do alfabeto ilustrado, peça com antecedência aos familiares das crianças
IA
que enviem à escola figuras de objetos, brinquedos ou animais cujos nomes comecem com as
letras do alfabeto. Defina e reserve um espaço no pátio da escola para desenhar a brincadeira
Amarelinha das letras proposta a seguir.
3 Desenvolvimento da aula
22
Em seguida, organize-as em pequenos grupos e escolha as letras que com cada grupo vai trabalhar,
como: grupo 1 – letras: A, F, K, P, U; grupo 2 – letras: B, G, L, Q, V, e assim com as demais letras.
Oriente os grupos a selecionar e a buscar, nas figuras disponibilizadas no centro da roda, as
D
imagens que possuem o som inicial representado pelas letras do seu grupo. Caminhe pela sala
e auxilie as crianças, se for necessário.
Após terem selecionado as imagens, confeccionem com elas o alfabeto, inserindo as figuras
nos bolsões respectivos a cada letra. Ao finalizar o alfabeto, fixe-o em um local visível para que
as crianças possam consultá-lo diariamente.
L
4 Para finalizar a aula
N
Proponha uma atividade em que as crianças possam completar o alfabeto com as letras faltantes.
Em seguida, peça a cada criança que pinte a letra que inicia o próprio nome. Caminhe pela sala
e avalie se elas estão completando as sequências corretamente.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
P
Objetivos da BNCC
23
Conteúdo
D
O trabalho com a identificação da primeira letra do próprio nome, a dos colegas e com a ordem
alfabética são importantes para auxiliar as crianças a perceber semelhanças e diferenças entre as
letras, a quantidade e a disposição delas nos nomes, nas palavras e sua relação com os sons.
A partir da composição do próprio nome, as crianças conseguem estabelecer comparações
L
para tentar ler outras palavras. Passam a perceber a regularidade na forma em que ele é escrito
e entendem que a escrita é fixa.
[…]
N
Conhecimento alfabético: é identificar as relações
dos sons da fala com as letras do alfabeto. É também
reconhecer os sons, as formas e os nomes das letras.
[…]
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Conta
P
pra mim: guia de literacia familiar. Brasília: MEC, SEALF, 2019. p. 22.
2 Para começar
U
3 Desenvolvimento da aula
24
Incentive-as a explorar os sons e as letras do próprio nome. Realize brincadeiras, como orga-
nizá-las em grupos de crianças cujo nome é iniciado com vogal, com consoante ou com letras
iguais. Explore essas diversas possibilidades.
D
Após confeccionar as fichas e explorar o nome de cada criança, escolha um local da sala para
fixar o papel kraft, que será utilizado para produzir a lista de chamada. Lembre-se de que essa
lista deve ficar em um lugar visível e acessível às crianças.
Organize-as próximo ao local em que foi fixado o papel e peça a elas que segurem a ficha com
a escrita do nome. Recite o alfabeto com elas e pergunte qual é a primeira letra do alfabeto. Em
L
seguida, questione se há alguma criança na sala cujo nome seja iniciado com essa letra. Se a
resposta for positiva, chame-a e peça a ela que mostre e reproduza o som, dizendo o nome da
letra que inicia seu nome. Quando houver mais de uma criança cujo nome seja iniciado com a
mesma letra, explique a elas que, para ver a ordem alfabética, devem olhar a segunda letra e
assim por diante. Depois, auxilie-a a colar a ficha com o nome dela no cartaz.
N
Realize esse procedimento com todas as letras do alfabeto. Dessa maneira, as crianças podem ter
contato com a escrita convencional do nome dos colegas e comparar com as letras do próprio nome.
P
Para encerrar a atividade, distribua uma folha de papel sulfite e peça às crianças que tentem
copiar as letras do nome na folha. Em seguida, peça a elas que desenhem os membros da famí-
lia e, abaixo da imagem de cada um deles, oriente-as a colocar a letra inicial do nome da pessoa.
Ao final, elas poderão listar as letras iniciais dos nomes dos familiares em ordem alfabética.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
IA
Objetivos da BNCC
25
Desenvolvimento do vocabulário
D
• Desenvolver o vocabulário receptivo e expressivo.
• Relacionar palavras novas com o conhecimento prévio.
de literacia
Objetivos
L
Conteúdo
MODELAGEM 1 • Ampliação de vocabulário.
Para ampliar nossas possibilidades de comunicação, precisamos conhecer um número signifi-
N
cativo de palavras. Além disso, é importante utilizá-las adequadamente em cada contexto. As
crianças pequenas, por meio de sua interação e prática social, diariamente ampliam seu voca-
bulário. Uma possibilidade de contribuir para isso é utilizar imagens. Dessa forma, escolha um
tema, como frutas. Explore frutas da sua região, da estação do ano em que está, frutas que são
servidas no lanche, entre outros aspectos que julgar pertinentes.
P
[…]
O vocabulário é fundamental para a compreensão. Isso ocorre por dois motivos principais: pri-
meiro, porque conhecer palavras é necessário para entender um texto; segundo, porque dominar
o vocabulário permite focar a atenção em conectar as ideias, e não em descobrir o significado das
palavras, o que torna a leitura mais fácil e rápida.
IA
Um processo eficiente de ensino de vocabulário deve contemplar a relação entre palavras novas
com outras já conhecidas, a repetição de palavras recém-aprendidas e a utilização delas em con-
textos diferentes. […]
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Tempo de aprender:
formação continuada em práticas de alfabetização. Brasília: MEC, SEALF: 2019. Disponível em:
<http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/sealf/curso/5401/informacoes>. Acesso em: 16 set. 2020.
Envie um bilhete aos responsáveis solicitando que, caso seja possível, as crianças tragam fru-
tas para realizar a atividade. No dia marcado, faça uma lista com o nome das frutas que as
crianças trouxeram de casa. Verifique também com os familiares se alguma criança tem restri-
ção/intolerância alimentar.
Verifique a possibilidade de utilizar com as crianças o refeitório da escola. Nesse caso, faça o
agendamento, reservando previamente o espaço.
2 Para começar
Para tornar o aprendizado mais significativo às crianças, inicie a atividade trabalhando o vo-
cabulário de maneira prática. Se possível, vá até o refeitório da escola e faça a salada de frutas
com as crianças. Nomeie as frutas, higienize adequadamente cada uma delas e peça às crianças
que lavem as mãos antes de manusear os alimentos.
Explore a quantidade de frutas e inicie a atividade. Se julgar necessário, peça auxílio à meren-
deira. Divida a salada em potinhos individuais e reserve um tempo para a degustação. Registre
esse momento com fotografias para anexá-las ao portfólio da turma.
26
3 Desenvolvimento da aula
D
Realize esta atividade coletivamente. Fixe na lousa a cartela com a imagem de uma fruta, por
exemplo: banana. Destaque a letra inicial do nome da fruta, as sílabas e, por fim, a quantidade
de sílabas. Pergunte às crianças se, na salada de frutas, havia banana.
Faça esse procedimento com todas as imagens das frutas preparadas para a atividade. Em
seguida, realize novamente a leitura do nome de cada fruta e aponte para a imagem correspon-
L
dente, pedindo às crianças que repitam com você.
Flavio Pereira
N
P
4 Para avaliar e finalizar a atividade
Após o trabalho com as cartelas, proponha atividades impressas em que as crianças possam
ligar a imagem de uma fruta à sua letra inicial ou ao seu nome ou completar os nomes das fru-
tas com as letras que faltam. Realize a atividade de acordo com o nível de escrita da turma.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
IA
templados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
atividades para ser realizadas com as crianças em diferentes momentos do ano letivo.
Apresentar imagens e separá-las de acordo com algum critério, como letra inicial ou
características.
Colocar em uma caixa diversas imagens (família em um piquenique; crianças brincando em
um parque, na praia etc.) e pedir a uma criança que retire uma imagem e fale sobre ela.
Realizar brincadeira Vamos montar uma casa?. Convide as crianças a dizer, cada uma na
sua vez, o nome de um objeto ou de algo que pertença a determinado cômodo da casa,
como cozinha, sala, quarto, banheiro, quintal, entre outros.
Brincar de jogos, como Bingo de imagens.
Realizar atividades impressas para escrever a sílaba:
• inicial dos nomes das figuras;
• final dos nomes das figuras.
27
Compreensão oral de textos
• Desenvolver a linguagem oral. • Ouvir e apreciar textos lidos pelo professor.
D
• Utilizar a linguagem oral para expor • Interpretar oralmente diferentes gêneros
Objetivos de
literacia
L
leitura dialogada.
Conteúdo
N
Trabalhar com a leitura de livros desenvolve habilidades e competências leitoras, bem como o
gosto pela leitura e a ampliação do conhecimento de mundo. Sempre que possível, proporcione
momentos como esse em sala de aula.
P
Preparação para aula
Para realizar essa atividade com as crianças, organize, com antecedência, os seguintes mate-
riais: papel sulfite e lápis de cor.
Convide a turma a ir à biblioteca da escola. Caso a escola não tenha, procure um espaço acon-
chegante para realizar a leitura do livro a seguir.
IA
Este livro, apresentado ao leitor com riqueza de imagens,
reflete sobre a relação de uma menina com sua própria casa.
2 Para começar
Organize as crianças em roda e mostre a capa do livro a elas. Para explorar o gênero, chame
a atenção da turma para o título do livro (em destaque e no centro da imagem), o nome da au-
tora (na parte superior da imagem) e o da editora (em corpo menor e abaixo da imagem princi-
G
3 Desenvolvimento da aula
Para desenvolver os objetivos propostos nessa modelagem, leia a história para as crianças
seguindo as orientações indicadas no quadro a seguir.
28
Faça questionamentos antes e durante a leitura, com o objetivo de:
M. Business Images/
Shutterstock.com
• estimular a curiosidade das crianças pela história;
D
• verificar o nível de compreensão da história.
Realize a leitura em voz alta, utilizando diferentes entonações, va-
riando as expressões faciais e fazendo pausas estratégicas.
Auxilie as crianças a diferenciar o texto escrito das ilustrações.
Explore o texto não verbal, incentivando as crianças a interpretar as
L
imagens apresentadas na história.
Faça questionamentos sobre o tema da história e proponha perguntas que comecem com:
“quem”, “que”, “qual”, “quanto”, “quando”, “onde”, “por que”.
N
Após sua leitura, permita às crianças manusear o livro e explorar livremente as páginas. Se
julgar oportuno, peça a elas que recontem a história, tendo as imagens e o livro como apoio.
Essa atividade poderá ser gravada em vídeo (com celular, por exemplo) e compartilhada com os
familiares para acompanhar o desenvolvimento da criança.
P
No livro, a narradora conta como é a casa dela. Peça a cada criança que conte aos colegas
como é a própria casa e, em seguida, faça um desenho representando-a. Por fim, oriente-os a
comparar sua casa com a do livro, concluindo se há semelhanças e/ou diferenças entre as casas.
Aproveite essa oportunidade e favoreça a ampliação do repertório linguístico das crianças
proporcionada pela leitura do livro. Para isso, destaque na lousa as palavras casa, família,
mãe, pai, irmãos, entre outras que julgar apropriadas. Explore o som inicial e o nome da pri-
IA
meira letra dessas palavras.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
Para desenvolver e consolidar esse conteúdo, sugerimos, no quadro a seguir, uma lista de
atividades para ser realizadas com as crianças em diferentes momentos do ano letivo.
29
Conteúdo
MODELAGEM 2 • Leitura dialogada.
D
O objetivo dessa atividade é explorar o conhecimento de mundo que a criança tem, desenvolven-
do aspectos fundamentais do processo de alfabetização, tais como: a consciência fonológica e fonê-
mica (identificação do primeiro som – fonema de palavras); o conhecimento alfabético e da estrutu-
ra da escrita (da esquerda para direita e de cima para baixo) e o desenvolvimento de vocabulário.
L
Ao realizar atividades como a proposta a seguir, o professor estará desenvolvendo habilida-
des como:
[…]
Compreensão das motivações das personagens: é compreender que as personagens agem movidas
N
por sentimentos, tais como: esperança, honra, medo, raiva, curiosidade, bondade, ciúme, inveja, etc.
Identificação dos elementos narrativos: é ser capaz de identificar a ambientação da história
(passado, futuro, fundo do mar, espaço, velho oeste, etc.); o enredo (introdução, desenvolvimento,
solução e conclusão); e as personagens (características e papéis — o herói, o vilão, etc.).
Compreensão da mensagem da história: as histórias infantis tendem a transmitir uma men-
sagem positiva, apresentando o valor das virtudes, dando conselhos ou ensinando regras de boa
P
conduta. […]
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Conta pra mim:
guia de literacia familiar. Brasília: MEC, SEALF, 2019. p. 20.
[…]
Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com relação à cultura escrita: ao ouvir e acompanhar
a leitura de textos, ao observar os muitos textos que circulam no contexto familiar, comunitário e
escolar, ela vai construindo sua concepção de língua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da
escrita, dos gêneros, suportes e portadores. […] As experiências com a literatura infantil, propostas
U
pelo educador, mediador entre os textos e as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto
pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. […] Nesse convívio
com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, inicialmen-
te, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo letras, em escritas espontâneas, não con-
vencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da língua.
[…]
G
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 39. Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 17 set. 2020.
30
2 Para começar
Procure um espaço ao ar livre ou faça um tour pela escola, a fim de que as crianças possam
D
observar vários elementos naturais, tais como: árvores, pequenos insetos, horta
(se houver), entre outros que fazem parte da rotina da criança.
Finalize o tour indo até a biblioteca da escola. Caso não tenha, procure um espaço aconche-
gante para realizar a leitura do livro sugerido.
L
3 Desenvolvimento da aula
Ao retornar para sala de aula, é hora de explorar cada imagem do livro Alice vê. Além
disso, é importante trabalhar com diversos aspectos, como as descrições de situações, os
personagens, os cenários e estabelecer comparações com a realidade em que as crianças
vivem, levando-as a se identificarem com o livro.
N
Destaque, na lousa, o texto verbal das páginas do livro. Realize a leitura de cada palavra e peça
às crianças que repitam as palavras. Elabore reconto coletivo de cada página do livro, escrevendo-o
em uma folha de papel kraft. Reserve um espaço para que as crianças possam ilustrar o texto.
Quando terminarem, proponha a leitura do texto novamente e explore os desenhos feitos por elas.
Fixe-os em um local onde as crianças possam ficar apreciando durante a semana.
P
4 Para avaliar e finalizar a atividade
Organize a turma em pequenos grupos e distribua a eles massa de modelar. Peça que repro-
duzam com a massa de modelar os personagens da história do livro. Caminhe pela sala e avalie
a participação, a cooperação e o sentimento de empatia das crianças com os colegas. Ao finali-
zarem, convide-as a passear pela sala observando a produção de cada grupo.
IA
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
• EI03EO01: Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes
sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
• EI03CG05: Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e
necessidades em situações diversas.
• EI03TS02: Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e
U
31
Produção de escrita emergente
D
• Desenvolver a coordenação motora fina. • Treinar a escrita das letras.
Objetivos de
L
e de imprensa.
em diferentes gêneros textuais.
• Desenvolver a aprendizagem
multissensorial das letras e da grafia delas.
N
Conteúdo
P
Para realizar essa atividade com as crianças, organize, antecipadamente, os seguintes materiais:
cartolina, fita adesiva, tesoura com pontas arredondadas, caneta hidrocor, papel kraft, papel sulfi-
te e lápis grafite.
Para a realização da brincadeira, peça com antecedência aos familiares uma fotografia da
IA
criança com tamanho aproximado de 10 cm x 15 cm. É importante que as fotografias privilegiem
o foco no rosto das crianças. Caso não seja possível, tente você mesmo produzir a imagem das
crianças de sua turma.
Prepare, antecipadamente, fichas em cartolina, com a escrita do nome das crianças da turma
em letra de imprensa maiúscula, destacando a primeira letra.
Para auxiliar as crianças durante a brincadeira proposta, certifique-se de que sua sala propi-
cia fontes de consulta do alfabeto.
Antes de se iniciar o processo formal de alfabetização, a criança pode e deve aprender cer-
U
tas habilidades que serão importantes na aprendizagem da leitura e da escrita e terão papel de-
terminante em sua trajetória escolar. A isso se costuma chamar literacia emergente, que cons-
titui o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados à leitura e à escrita, desen-
volvidos antes da alfabetização. […]
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Alfabetização. Secretaria de Alfabetização.
G
2 Para começar
Organize as crianças em roda e, no meio, disponha as fotografias e as fichas com o nome das
crianças. Explique a elas que a brincadeira é um grande Jogo da memória, onde deverão en-
contrar as fotografias e as respectivas fichas com os nomes das crianças, formando pares.
Quando o jogo terminar, cole cada fotografia ao lado do nome da criança e plastifique para
garantir maior durabilidade.
3 Desenvolvimento da aula
Construa um cartaz no papel kraft com o nome de cada criança da turma. Para isso, convide-as
a colar as fichas com os nomes no papel kraft em ordem alfabética. Depois de confeccionado,
fixe o cartaz no mural da sala, servindo como lista de chamada.
32
Organize as crianças próximo ao cartaz. Aponte para um dos nomes e pergunte:
• De quem é esse nome?
D
• Quantas letras tem esse nome? (escreva na lousa)
• Qual é a letra inicial desse nome? (escreva a letra na lousa)
• Com qual sílaba termina esse nome? (escreva a sílaba na lousa)
• Quantas sílabas tem esse nome? (peça que batam palmas e anote a quantidade)
• Separe o nome em sílabas.
Em seguida, indique o nome de três crianças e peça à turma que compare o nome das três
L
crianças, realizando os seguintes questionamentos:
• Qual tem mais letras?
• As letras iniciais são iguais ou diferentes?
• Qual nome é maior? Qual é menor?
Para finalizar, escolha uma sílaba de um dos nomes das crianças e incentive-as a pensar em
N
outros nomes e/ou objetos que iniciam com aquela sílaba.
P
alguns questionamentos. Ao realizar essa atividade, cada criança poderá escolher um dos nomes
e responder às questões da folha. Veja a sugestão a seguir.
PEDRO
4. SEPARE EM SÍLABAS.
U
PE - DRO
5. ESCREVA A PRIMEIRA SÍLABA.
Marcela Pialarissi
PE
G
Objetivos da BNCC
33
Lista de mais atividades
Para desenvolver e consolidar esse conteúdo, sugerimos, no quadro a seguir, uma lista de
D
atividades para ser realizadas com as crianças em diferentes momentos do ano letivo.
Realizar o traçado das letras do nome • da pessoa mais nova/mais velha que
para estimular a aprendizagem multis- mora com a criança;
sensorial das letras e da grafia delas: • da rua da escola e da casa das crianças.
L
• no chão e no ar; Realizar momentos para praticar a escri-
• nas costas de um colega; ta espontânea em atividades livres.
• em recipientes de areia ou outros meios. Incentivar as crianças a participar de mo-
Produzir listas com a escrita dos nomes: mentos da rotina, como a chamada, distri-
N
• dos profissionais da escola; buir materiais aos colegas, em que preci-
• dos animais que podem ser criados na sem identificar a escrita do nome deles.
casa das crianças da turma; Realizar atividades impressas para treinar
• dos familiares; o traçado das letras – de imprensa e/ou
cursiva.
MODELAGEM 2
Conteúdo
P
• Escrita de palavras compostas de
sílabas simples (consoante/vogal).
IA
1 Preparação para aula
Para realizar essa atividade com as crianças, organize, com antecedência, os seguintes mate-
riais: figuras de pato, rato e gato, tesoura com pontas arredondadas, cola escolar, caneta hi-
drocor, papel sulfite, giz de cera e lápis grafite.
Prepare anteriormente os cartões com as imagens e os respectivos nomes dos animais (gato,
rato, pato) escritos em letra de imprensa maiúscula.
Para tornar a atividade um momento mais prazeroso e significativo no aprendizado das crian-
ças, sugerimos utilizar o livro História em 3 atos.
U
2 Para começar
Solicite às crianças que ouçam a leitura do livro com atenção e mostre a elas as ilustrações
das páginas do livro. Ao ler o texto, enfatize as palavras a ser destacadas na atividade, gato,
rato e pato.
Após contar a história, incentive as crianças a recontá-la. Retome página por página, favore-
cendo a recontagem com as próprias palavras.
34
Dora Zett/Shutterstock.com
3 Desenvolvimento da aula
D
Ao término da leitura, fixe os cartões com os no-
mes dos animais na lousa, um abaixo do outro, para
que as crianças estabeleçam relações entre as pala-
vras escritas.
Olhastock/Shutterstock.com
Questione qual letra inicia cada uma das palavras
L
e o som de cada uma /g/; /r/; /p/. Destaque que, ao
mudar uma letra, muda-se a palavra e o significado
dela. Aproveite a oportunidade e pergunte se há al-
gum colega cujo nome inicia com essas letras; en-
quanto isso, escreva-os na lousa. Depois, contorne a
N
Pakhnyushchy/
Shutterstock.com
letra inicial de cada um dos nomes.
Essa atividade tem como objetivo levar as crianças
a perceber e identificar as semelhanças e as diferen-
ças entre as palavras pato, rato, gato.
P
4 Para avaliar e finalizar a atividade
Disponibilize materiais para as crianças ilustrarem os personagens da história lida. Ao termi-
nar o desenho, oriente-as a identificar cada personagem e escrever o nome de cada um deles.
Por fim, peça a elas que assinem seus trabalhos e organizem uma exposição das produções.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
IA
templados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
Para desenvolver e consolidar esse conteúdo, sugerimos, no quadro a seguir, uma lista de
atividades para ser realizadas com as crianças em diferentes momentos do ano letivo.
35
Avaliando a literacia
A avaliação contínua e formativa é um instrumento para o professor monitorar o aprendizado das
D
crianças e, com base nisso, poder planejar e, se necessário, rever a prática pedagógica, assegu
rando o desenvolvimento e a formação integral da turma. Por isso, deve ser uma prática constante
na Educação Infantil. Na unidade 4, será apresentada uma reflexão mais ampla sobre a avaliação
formativa, considerando todos os agentes envolvidos nesse processo na Educação Infantil.
Nesse momento inicial, é importante destacar que a avaliação deve considerar os diferentes
L
ritmos de aprendizagem de cada criança, garantindo um olhar singular a elas, valorizando as
diferentes potencialidades. Além disso, é preciso verificar constantemente se as crianças estão
participando, interagindo e socializando ao longo da atividade.
A prática de registros de avaliação diversos pode contribuir para verificar a progressão indi-
vidual das aprendizagens e redirecionar as atividades propostas. Nesse sentido, pode-se recor-
N
rer a alguns instrumentos, como relatórios, vídeos, portfólios, fotografias, desenhos e textos,
os quais podem, ainda, ser apresentados à família em reuniões. Por esses registros e constata-
ções, podem ser repensadas as ações pedagógicas, tornando-as mais assertivas para assegurar
a aprendizagem das crianças.
Durante e ao final da atividade proposta, incentive cada criança a compartilhar suas desco-
bertas, suas opiniões e impressões, reconhecendo-se como um indivíduo ativo e participante da
P
vida social.
Veja, a seguir, um modelo de ficha individual de avaliação formativa a ser realizada por tri-
mestre, considerando os conteúdos de literacia desenvolvidos na unidade.
1. Amplia o vocabulário.
11. Recorre à escrita ou propõe que se recorra quando tem de se dirigir a um destinatário ausente.
36
OS PRIMEIROS PASSOS
3
D
NA NUMERACIA
O que é numeracia?
Nesta unidade, vamos tratar de um dos conceitos fundamentais destacados pela PNA, a nu-
L
meracia. Mas, afinal, o que é a numeracia?
Para entender em que consiste esse conceito, leia a definição trazida pela PNA.
[...]
N
A expressão “alfabetização matemática”, utilizada por muitos anos no Brasil, não cumpre a
função de designar o ensino de matemática básica. A palavra “alfabetização” deriva de “alfabeto”,
o conjunto de letras do sistema alfabético. Não se deve, portanto, entender alfabetização como
sinônimo de aprendizagem inicial, ou de conhecimentos básicos, sob o risco de ampliar demasiada-
mente, por uma figura de linguagem, o real significado da palavra, criando dúvidas ainda sobre o
P
que de fato seja uma “alfabetização matemática”.
Literacia, por sua vez, é um termo que também designa os meios de obter e processar infor-
mações escritas. A literacia numérica diz respeito às habilidades de matemática que permitem
resolver problemas da vida cotidiana e lidar com informações matemáticas. O termo “literacia
matemática” originou-se do inglês numerical literacy, popularizado como numeracy, e em portu-
guês se convencionou chamar numeracia (Unesco, 2006).
[...]
IA
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Política Nacional de Alfabetização. Secretaria de
Alfabetização. Brasília: MEC, Seaf, 2019, p. 24.
Fran Matsumoto
(no ambiente familiar, creche e pré-escola) devem
G
37
Alguns países ao redor do mundo apresentaram êxito no aumento da qualidade educacional
na alfabetização, seguindo essa nova concepção, preparando as crianças dessa faixa etária com
noções centrais de numeracia. Veja-as a seguir.
D
Quantidade, algarismo,
adições, subtrações,
proporções simples.
L
Noções de localização,
Noções posição e grandezas.
centrais de
numeracia
N
Formas geométricas
elementares.
Raciocínio lógico e
P
raciocínio matemático.
É possível explorar os conteúdos de numeracia por meio dos conhecimentos do Mundo Natu-
ral e Social, incentivando a curiosidade e a exploração, por meio de jogos, brincadeiras e ativi-
dades lúdicas.
IA
Portanto, a numeracia, assim como a literacia, permitem às crianças vivenciar experiências
que estimulam competências socioemocionais e competências cognitivas necessárias à alfabeti-
zação formal que se efetivará nos próximos anos.
Os conteúdos podem ser abordados ao longo do ano letivo, possibilitando ao professor a cons-
trução de seu próprio cronograma. No entanto, no que se refere à numeracia, ao final dos cinco
anos, a criança deverá ter vivenciado e desenvolvido as quatro noções centrais supracitadas.
Conclui-se, portanto, que os conhecimentos elemen-
tares de numeracia, bem como de literacia, alinha-
U
Fran Matsumoto
zar as crianças e prepará-las para
o Ensino Fundamental.
A PNA, ao tratar da nume-
racia, destaca que:
G
[...]
A cognição matemática tem demonstrado que, ao contrário do que se pensava, as crianças pe-
quenas já possuem e desenvolvem habilidades matemáticas desde muito cedo. O senso numérico é a
capacidade que o indivíduo tem de compreender rapidamente, aproximar e manipular quantidades
numéricas. É uma capacidade básica elementar e inata de reconhecer, representar, comparar, esti-
mar, julgar magnitudes não verbais, somar e subtrair números sem a utilização de recursos de con-
tagem, e está presente em todo ser humano, perceptível já no primeiro ano de vida. Por outro lado,
as habilidades secundárias dependem de ensino explícito, as quais incluem o conceito de número, a
contagem e a aritmética – cálculo e problemas verbais (DEHAENE, 1997; DEHAENE; COHEN, 1995).
[...]
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. PNA: Política Nacional
de Alfabetização/Secretaria de Alfabetização. – Brasília: MEC, Sealf, 2019, p. 25.
38
MODELAGENS DE AULA Noções de quantidade, algarismo,
adições, subtrações, proporções
D
simples envolvendo números de
apenas um algarismo
L
representações gráficas. • Resolver problemas que envolvam a ideia
Objetivos de
numeracia
N
contexto diário. contagem de dinheiro, pessoas e objetos
• Comparar utilizando os conceitos de: em geral.
maior, menor e igual; muito, pouco e
nenhum.
P
Conteúdos
2 Para começar
Leve as crianças ao pátio da escola para jo-
gar boliche. Organize-as em fila para garantir
a ordem de participação. A cada jogador que
acertar os pinos, conte em voz alta com as
crianças quantos pinos caíram e quantos pi-
nos sobraram. Fique próximo aos pinos para
recolocá-los no lugar a cada novo jogador.
Anote em um papel o número de pinos que
cada criança derrubou e continue a atividade
na sala de aula.
39
3 Desenvolvimento da aula
D
Ao retornar para a sala de aula, escreva na
Flavio Pereira
lousa o nome das crianças e o número de acer-
tos de cada uma, fazendo risquinhos ao lado do
algarismo, para que elas possam associar as
quantidades de pinos derrubados ao respectivo
L
número. Conte em voz alta cada risquinho feito
na lousa.
Depois, apresente fichas (em cartolina ou
EVA) com um número em cada ficha (de 0 a 9).
A cada ficha que apresentar, diga o nome do
N
algarismo e peça às crianças que o repitam.
Depois, fixe as fichas na lousa ou na parede;
na sequência, oriente as crianças a dizer o no-
me de cada número, conforme você o aponta.
Escreva os algarismos na lousa indicando a sequência do traçado e explicando verbalmente o
P
que está realizando, por exemplo: “Para traçar o número zero, comece na parte de cima e vá
deslizando para baixo; faça uma pequena volta e suba o traçado até encontrar o começo”. De-
pois, coloque setas para mostrar a direção do traçado.
Prepare uma experiência sensorial para as crianças realizarem os traçados dos números de 0
a 9. Confeccione os números em lixa de água colados em papel-cartão colorido. Desenhe os
números na lixa áspera, recorte-os e, depois, cole-os em cartões. Apresente os movimentos
IA
necessários para fazer o traçado com o dedo indicador (você pode desenhar no cartão as setas
indicativas do traçado). Em seguida, entregue às crianças e peça a elas que façam o mesmo.
Crie vários cartões para que as crianças possam praticar os traçados em pequenos grupos.
Distribua giz de cera, lápis de cor ou lápis grafite para as crianças. A cada uma, entregue uma
folha de papel sulfite com pontilhados que tenham as setas indicativas dos traçados dos núme-
U
ros de 0 a 9, com um espaço ao lado para as crianças realizarem o traçado sem os pontilhados.
Explique a elas que, primeiramente, deverão fazer o traçado seguindo as setas indicativas e,
depois, escrever o número sem o apoio dos pontilhados. Caminhe pela sala para verificar se as
crianças estão conseguindo traçar os números e auxilie as que apresentarem dificuldade.
Peça às crianças que coloquem seus nomes na atividade (auxilie-as, se necessário) e prenda
G
em um varal onde todos possam visualizar as produções dos colegas. Posteriormente, você pode
anexar esse registro ao portfólio das crianças.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
40
Lista de mais atividades
Para desenvolver e consolidar esse conteúdo, sugerimos, no quadro abaixo, uma lista de ati-
D
vidades a ser realizadas com as crianças em diferentes momentos do ano letivo.
L
cais em que apareçam números, como a 9. Ao brincar, quando as garrafas
portas de salas de aula, cartazes expos- caírem, as crianças deverão dizer
tos em murais externos às salas, entre quais números sobraram; em outro
outras possibilidades. momento, deverão dizer quais núme-
Realizar atividades impressas para que ros foram derrubados.
N
as crianças possam: Treinar o traçado dos algarismos estuda-
• ligar os grupos de imagens aos núme- dos em diferentes suportes:
ros que representam a quantidade de • no chão e no ar;
cada um deles; • nas costas de um colega;
• escrever o número que representa a • em um recipiente com areia;
quantidade de elementos em cada
• em uma parede externa com pincel e
P
grupo. água e, assim, brincarem de Tinta
Brincar com jogos, como: mágica.
• quebra-cabeça dos números;
IA
Conteúdos
de pode ter, por exemplo, um conjunto com imagens de 3 gatos, outro conjunto com imagens de
6 pássaros, outro com imagens de 2 cachorros e outro com imagens de 2 formigas.
2 Para começar
Organize as crianças em roda e apresente para elas materiais da sala de aula (borrachas, giz
de cera, tubos de cola, entre outros.). Peça que contem em voz alta as quantidades dos mate-
riais que você apresentar. Por exemplo, segure dois lápis de cor em uma mão, três em outra
mão e faça os seguintes questionamentos:
• Quantos lápis de cor tenho nessa mão? (Mostre a mão direita.)
• E nessa mão, quantos lápis eu tenho? (Mostre a mão esquerda.)
• Em qual mão tem a maior quantidade de lápis? (Mostre as duas mãos.)
O último questionamento poderá ser a introdução do próximo nível de complexidade,
que é estabelecer comparações, contemplando o objetivo de aprendizagem e desenvolvi-
mento EI03ET07.
41
3 Desenvolvimento da aula
D
Afaste as mesas e as cadeiras para conseguir um espaço
para promover uma roda de conversa. Convide as crian-
ças a sentar no chão em círculo e, no meio, distribua as
bolas que você separou antecipadamente.
Na sequência, mostre às crianças os diferentes tipos de
L
bola e pergunte se elas sabem em qual esporte cada uma
delas é utilizada.
Retire todas as bolas do centro da roda e coloque três
bambolês no chão. Dentro do espaço interno delimitado
pelo bambolê, em um deles, coloque apenas uma bola,
N
dentro de outro, coloque várias e deixe um bambolê vazio.
Pergunte às crianças:
• Em qual bambolê há muitas bolas?
• Em qual bambolê há poucas bolas?
• Qual bambolê está sem nenhuma bola?
P
Para esses três últimos questionamentos, nomeie cada
um com os conceitos muito, pouco e nenhum. Repita esse
procedimento com diferentes objetos, trocando as posi-
ções nos bambolês, fazendo os questionamentos e utilizan-
do esses conceitos.
Depois de guardar os objetos utilizados na atividade,
IA
reorganize as crianças em dois grupos ainda sentadas no
chão e proponha um jogo conforme as seguintes orientações:
• Para cada grupo, distribua 30 tampas de garrafas PET e
um prato descartável (pode ser outro recipiente).
• Explique às crianças que o jogo consiste em iniciar com
os pratos cheios (30 tampas em cada prato). Um grupo
de cada vez e uma criança diferente deve lançar o dado
n t e s:
a cada rodada e, à medida que o dado vai sendo lança-
os
Sa õ
a aç
el t r
do, o número que cair será o número de tampas que se-
a b lu s
Is I
U
Distribua giz de cera ou lápis de cor para as crianças e uma atividade impressa para elas compararem
os conjuntos de animais, utilizando os conceitos de maior, menor e igual. Oriente-as a fazer um X azul
ao lado do conjunto com maior quantidade de animais; um X vermelho ao lado do conjunto com menor quan-
tidade e um X verde ao lado dos conjuntos com a quantidade igual de animais. Você pode incluir essa ativida-
de no portfólio das crianças.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser contemplados ao
realizar esta atividade.
Objetivos da BNCC
42
Lista de mais atividades
Para desenvolver e consolidar esse conteúdo, sugerimos, no quadro abaixo, uma lista de ati-
D
vidades para ser realizadas com as crianças em diferentes momentos do ano letivo.
L
zar comparações verificando em qual a menor e quais são iguais.
há muitos, poucos ou nenhum lápis; Realizar atividades impressas para a
• guardar os brinquedos em diferentes criança:
caixas e verificar em qual delas há mui- • pintar ou contornar o objeto maior;
tos, poucos ou nenhum brinquedo; • contornar o objeto menor;
N
• comparar objetos e brinquedos da sa- • ligar os objetos iguais;
la de aula, verificando, por exemplo,
• pintar as figuras do conjunto com
qual é o menor e o maior lápis ou giz muitos elementos;
de cera, quais livros ou cadernos são
iguais, entre outros.
• marcar um X no conjunto com poucos
elementos.
MODELAGEM 3
Conteúdos
P
• Adição e subtração de números de um algarismo.
• Noção de dobro e de metade com apoio visual.
IA
1 Preparação para aula
Providencie, antecipadamente, os materiais, organizando a sala de aula e o espaço no pátio
da escola onde você vai propor a brincadeira de Bola na lata. Escolha um local distante de
outras salas de aula para não atrapalhar com os ruídos das latas caindo no chão. Para essa
aula, você vai precisar de: material dourado; 9 latas de material reciclável (de achocolatado,
leite em pó ou similar); uma bola (de tênis ou feita de meia); giz de lousa para marcar o chão no
pátio da escola; papel sulfite, clipes e papel-carbono.
U
2 Para começar
Questione as crianças quanto ao conhecimento delas sobre contagens, pedindo a elas, por
exemplo, que contem de 0 a 30. Você pode brincar com elas de Esconde-esconde para estimu-
lar essa contagem. Acompanhe as contagens em voz alta com as crianças.
Na sequência, utilize materiais da sala como apoio visual na contagem a ser feita com as crian-
G
3 Desenvolvimento da aula
Leve as crianças ao pátio da escola e organize as latas. Comece com cinco latas alinhadas no
chão, empilhando quatro latas na segunda fileira, três latas na terceira fileira, e assim por dian-
te, terminando com uma lata. Deixe um espaço entre elas e faça uma linha no chão marcando o
limite de onde as crianças vão jogar a bola para acertar as latas. Organize-as para que, uma de
cada vez, joguem a bola na direção das latas, com o objetivo de derrubar o maior número
43
de latas. A cada jogada, conte em voz alta com as crianças quantas latas caíram e
quantas sobraram. Reorganize o empilhamento para o novo jogador arremessar
a bola. Continue a brincadeira até que todas as crianças tenham arremessado
D
e contado em voz alta quantas latas derrubaram e quantas sobraram. A no-
ção de “tirar”, da subtração, e de “juntar”, da adição, desenvolve habilidades
essenciais para que as crianças aprendam futuramente as operações de
adição e subtração.
De volta à sala de aula, introduza a noção de metade, solicitando
L
às crianças que se agrupem em duas partes iguais, formando dois
grupos com a mesma quantidade de crianças. Diga a elas que a me-
tade da turma deve ficar de um lado e a outra metade do outro la-
do. No caso de ter número ímpar, você pode fazer parte de um gru-
po para que fiquem com a mesma quantidade.
N
Depois, distribua material dourado para que as crianças brinquem em
duplas. Peça a elas que separem uma quantidade de peças, explique que devem
dividi-las dando uma peça para cada uma, por exemplo. Em seguida,
você pede a uma criança da dupla para pegar dez peças e elas
devem ficar com uma para cada, até que as peças acabem.
P
Assim, elas vão contar para verificar se tem a mesma
quantidade para cada uma. Escreva na lousa o que signi-
fica metade, solicitando ajuda verbal oral das crianças
sobre o que elas entenderam. Faça o mesmo com a
Isabela Santos
ideia de dobro, dizendo, por exemplo: “Se você tem
uma peça e o amigo tem duas, seu amigo têm o dobro
IA
de peça que você, então dois é o dobro de um”.
• Explique às crianças que elas deverão fazer o desenho de si mesmas com lápis grafite (sem
colorir), com o maior número de detalhes possíveis, como os olhos, orelhas, os dedos das
mãos etc. Faça o desenho de você mesmo também.
• Depois, retire o clipe e o papel-carbono (que você pode chamar de “papel mágico” para deixar
as crianças curiosas).
G
Com esse desenho duplicado, você pode trabalhar questionamentos sobre quanto é o dobro
de olhos, o dobro de dedos etc. Faça as contagens em voz alta com as crianças. Guarde esse
registro para compor o portfólio.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
44
Lista de mais atividades
Para desenvolver e consolidar esse conteúdo, sugerimos, no quadro abaixo, uma lista de ati-
D
vidades para ser realizadas com as crianças em diferentes momentos do ano letivo.
L
apresentados em dois conjuntos, regis- deixando metade em cada caixa. Ao
trando por meio de algarismos. final, leve-as a observar quantos brin-
Brincar com jogos, como: quedos foram colocados em cada uma;
• quebra-cabeça envolvendo adição ou • construir o Trem do dobro. Usando
subtração; cinco copos descartáveis, incluir no
primeiro copo 1 palito e orientar: “A
N
• jogos de tabuleiro envolvendo adição regra é: o copo seguinte deve ter o
e subtração;
dobro de palitos do anterior”. As
• jogo da memória envolvendo adição crianças deverão completar os copos
ou subtração;
e, ao final, eles deverão ter a seguinte
• bingo envolvendo adição. sequência: segundo copo: 2 palitos;
P
Realizar atividades lúdicas em que as terceiro copo: 4 palitos; quarto copo:
crianças possam: 8 palitos; quinto copo: 16 palitos.
• reunir determinado número de brin-
Conteúdos
4
IA
MODELAGEM • Contextualização de quantidades em contagens de
dinheiro, pessoas e objetos em geral.
Para essa atividade, providencie antecipadamente alguns materiais, como papel sulfite, cane-
ta hidrocor, giz de cera ou lápis de cor para o registro da atividade.
Com alguns dias de antecedência, via agenda das crianças, solicite aos pais que mandem di-
versas embalagens (vazias e limpas), caixas de papelão de tamanhos variados e encartes de
G
2 Para começar
D
Inicialmente, conte às crianças a história da origem do dinheiro, explicando a elas, de forma
simples e objetiva, o funcionamento do sistema monetário atual. Outra sugestão é assistir com
elas a vídeos na internet com animações sobre o assunto.
Distribua as notas de dinheiro fictício para as crianças e peça a elas que as contem. Depois,
informe-lhes que vão brincar de Mercadinho. Para facilitar, coloque os valores dos produtos
arredondados e com números baixos. Considerando isso, ressalte que a atividade é um faz de
L
conta, uma vez que os preços praticados não serão reais. Comente que deverão escolher alguns
itens das gôndolas, dentro do valor que terão para pagar a compra.
Você pode realizar a cobrança como se fosse a funcionária do caixa. Porém, para promover o
desenvolvimento das noções matemáticas, proponha às crianças os seguintes questionamentos:
• Quanto custa esse produto? • Quanto você tem em dinheiro?
N
• Com mais esse produto, quanto você • Quanto vai sobrar do seu dinheiro depois de
vai precisar para comprar os dois? pagar sua compra?
Auxilie as crianças, contando com elas em voz alta e fazendo os tracinhos na
Flavio Pereira
lousa.
P
4 Para finalizar a aula
Solicite às crianças que registrem essa experiência por meio de um desenho em
papel sulfite, colocando todos os detalhes, como o preço dos produtos, quanto elas
tinham para gastar e quanto sobrou depois de escolherem os produtos. Incorpore
essa produção ao portfólio.
IA
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
podem ser contemplados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
Montar um cartaz com notas de dinheiro fictício para que as crianças possam conhecer e
visualizar quais notas e moedas fazem parte do nosso sistema monetário, destacando seus
respectivos valores.
Realizar atividades impressas para a criança efetuar a adição com números de um algarismo.
Promover atividades lúdicas para a criança encenar atividades de compra e venda, como
se estivessem em uma feira ou em uma padaria.
Brincar com jogos, como quebra-cabeça, envolvendo adição ou subtração.
46
Noções de localização, posição e grandezas
D
• Identificar posições e direções.
Objetivos de
numeracia
L
Conteúdos
N
• Distinção entre maior e menor, grande e pequeno, longo
e curto, alto e baixo, pesado e leve, dia e noite.
P
conforme estabelece a BNCC alinhada à PNA.
2 Para começar
Para verificar o quanto as crianças conhecem sobre as noções de localização, posicionamento,
espacialidade e direcionalidade, brinque com algumas canções e cantigas de roda que trabalhem
gestos e imitações com as partes do corpo.
U
Ligados e conectados!
Veja, a seguir, sugestões de músicas para trabalhar esses conteúdos. Ao apresentar essas canções,
explore gestos para trabalhar as posições (em cima, embaixo, frente, atrás etc.
• Trula Birula. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=OdeHg8SXk-s>. Acesso em:
27 ago. 2020.
G
Para ampliar as brincadeiras, coloque uma fita de várias cores ou guizos nos calcanhares dos
pés das crianças e brinquem juntos a cantiga Marcha soldado, marchando com pisadas mais
fortes com o pé direito. Se preferir, inclua outras cantigas para introduzir as noções das posi-
ções e direções tendo o corpo como referência, entre outros conceitos possíveis e que estejam
alinhados aos objetivos da atividade.
3 Desenvolvimento da aula
Em sala de aula, explique às crianças que elas vão participar de uma brincadeira onde deverão
conhecer algumas noções: em cima, embaixo; à frente, atrás e entre; direita e esquerda;
perto e longe; maior e menor; grande e pequeno; longo e curto; alto e baixo; pesado e
leve; dia e noite. Para verificar o que as crianças já sabem sobre as noções que serão traba-
lhadas, pergunte:
47
• Quem é o colega que está à sua direita? E à sua esquerda?
• Quem é o colega que está à sua frente? E atrás de você?
• Que é maior ou menor que você na sala de aula?
D
Proponha, ainda, outros questionamentos que julgar pertinentes aos objetivos delineados pa-
ra esta modelagem.
Em seguida, convide as crianças para se deslocarem até o local onde você preparou os obstá-
culos. Divida-as em duplas, trios, conforme a organização dos desafios e proponha às crianças
outros. Veja.
L
N Isabela Santos
P
• Organize a turma em grupos, escolha um integrante de cada equipe e vende seus olhos. Os
demais integrantes deverão dar dicas de direção para que o colega vendado atravesse um per-
curso com obstáculos (criado com brinquedos, cones, objetos). O grupo que terminar o percur-
so sem encostar em nada será o vencedor. Repita a brincadeira alternando os participantes e
criando oportunidade para que todos vivenciem essa experiência. Com essa atividade, as crian-
IA
ças desenvolverão a percepção auditiva, ao reagir às dicas dos colegas e direcionar correta-
mente os colegas vendados, utilizando os conceitos vistos anteriormente.
• Organize dois grupos em fila indiana e entregue um bambolê a cada criança que está no co-
meço da fila. Explique que ela deverá passar o bambolê para o colega de trás, depois de pas-
sá-lo de cima para baixo, retirando-o pelos pés. A criança que estiver no segundo lugar da
fila deverá entrar no bambolê com os pés e tirá-lo por cima para passar para o próximo cole-
ga, e assim por diante. Vence o grupo que finalizar a atividade fazendo os movimentos corre-
tos com o bambolê.
U
Para registrar, distribua às crianças tinta à base de água de várias cores e peça a elas que
façam uma pintura coletiva no papel kraft. Oriente-as sobre como deverão fazer a pintura, por
exemplo: pinte a palma da sua mão esquerda de azul e coloque como carimbo na parte de cima
do papel à sua frente; pinte de vermelho a palma da sua mão esquerda e carimbe na parte de
cima do papel. Depois, passe tinta verde no seu pé direito e pise na parte de baixo do papel;
passe tinta branca no seu pé esquerdo e pise ao lado esquerdo de onde pisou com o pé direito.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
48
Lista de mais atividades
Para desenvolver e consolidar esse conteúdo, sugerimos, no quadro abaixo, uma lista de ati-
D
vidades a ser realizadas com as crianças em diferentes momentos do ano letivo.
L
dos: em cima e embaixo, à frente, atrás e ficar dentro do grande círculo e sem bambolê.
entre, direita e esquerda, perto e longe; Dê os comandos para que os participantes mu-
• Cama de gato, criando um corredor com bar- dem de bambolê para a direita ou para a es-
bantes entrelaçados, para cada criança passar querda, troquem de cores, pulem com o pé di-
por cima ou por baixo até sair do emaranhado. reito no mesmo lugar, ou, ainda, outro comando
N
Organize as crianças em fila para que cruzem que você julgar pertinente. Quando você disser
o corredor de uma em uma. Esse desafio as uma palavra que foi combinada antes (por exem-
estimula a fazer uso do corpo, desenvolvendo plo: “maremoto”, “troca-troca”), todos devem
equilíbrio e coordenação motora, além de de- trocar de lugar no bambolê. Nesse momento, há
senvolver as funções cognitivas; a oportunidade de a criança que estava sem
bambolê conseguir entrar em algum que ficou
• Carrinho de mão, organizadas em duplas, as
P
crianças deverão disputar uma corrida, onde disponível. Recomece a brincadeira com outra
uma criança segura a outra pelos pés enquanto criança no centro do grande círculo.
esta deverá estar apoiada no chão com as mãos.
Conteúdos
IA
MODELAGEM 2 • Ordenação de sequências temporais, utilizando conceitos
como passado, presente, futuro, ontem, hoje,
amanhã, dia, mês e ano.
O objetivo dessa aula é levar as crianças a desenvolver noções relativas à percepção da pas-
sagem do tempo, estabelecendo relações temporais de acontecimentos. Para isso, você pode
usar a rotina escolar como aliada ou os acontecimentos da natureza e do cotidiano.
Essa aula pode ser realizada em sala de aula, com as crianças sentadas nas cadeiras. Provi-
dencie os materiais necessários, como aparelho de áudio, cronômetro, bola, calendário, relógio
de parede, relógio digital, relógio analógico, relógio de bolso, relógio de pulso, ampulheta, entre
outros objetos de marcação de tempo (se não encontrar todos os objetos físicos, apresente
imagens impressas ou projetadas).
G
2 Para começar
Organize as crianças em roda e mostre a elas um calendário. Explore com elas o dia, o mês e o
ano em que estão.
Em seguida, cante com as crianças uma música que trata de tomar banho todo dia desde o nasci-
mento. Isso é importante para desenvolver a noção de temporalidade.
Após cantar com as crianças, proponha a elas alguns questionamentos, como: Ligados e conectados!
• Qual é o horário do banho na sua casa? Antes ou depois do jantar? Você pode acessar a música
• O que vocês fizeram hoje antes de vir para a escola? sugerida no link a seguir.
• O que sempre fazem em casa depois que chegam da escola? • Palavra Cantada. Tchibum da
Essas indagações sobre a organização do cotidiano das crianças permi- Cabeça ao Bumbum. Disponível
tem investigar o conhecimento prévio delas e, assim, nortear os aspectos em: <https://www.youtube.
em que você deve focar para garantir a progressão de aprendizagem da com/watch?v=v1Pv9cOy-2s>.
orientação temporal e dos conceitos como antes e depois. Acesso em: 27 ago. 2020.
49
3 Desenvolvimento da aula
D
Depois de reforçar o conceito de antes e depois com as crianças, apresente a elas um cro-
nômetro (de preferência daqueles que produzem som enquanto conta o tempo, mas, se não ti-
ver, pode ser de um aparelho celular) e explique que essa é uma das formas de contar o tempo.
Programe 1 minuto para que as crianças desenvolvam algumas propostas, como bater uma bola
no chão, saltar em um pé só, empilhar blocos de encaixe. Se julgar necessário, diminua alguns
segundos, de acordo com o perfil das crianças.
L
Afaste as cadeiras e as mesas da sala de aula e peça a todas que realizem os movimentos das
atividades sugeridas. Marque o tempo para a realização de cada proposta, contando em voz alta:
• Quantas vezes consegue bater a bola no chão.
• Quantas vezes consegue saltar em um pé só.
• Quantos blocos consegue empilhar.
N
Isabela Santos
Ao final, questione também quem consegue ficar sem se
mexer.
Depois, você pode escolher outros movimentos ou conta-
gens para realizar em uma quantidade de tempo que pode
ser maior ou menor do que o tempo estabelecido ante-
P
riormente.
Realizar atividades na sala de aula utilizando ele- Realizar atividades com fotografias das crianças.
mentos como: Por exemplo, enviar um bilhete aos familiares para
• relógio, explorando o início e o final de aula; que as crianças tragam para a aula uma fotografia
• calendário, tratando dos dias, meses e anos e de quando eram bebês. No dia da atividade, orien-
levando as crianças a perceber a passagem do te-as a colar a fotografia em uma folha de papel
tempo. sulfite e, em seguida, a desenhar como são agora
Realizar atividades impressas para que as crianças e também como se imaginam no futuro (assim, po-
possam desenhar algo que fizeram ontem, algo que dem ser contemplados os conceitos de passado,
estão fazendo agora e algo que farão amanhã. presente e futuro).
50
Noções de figuras geométricas elementares
D
Objetivos de
L
MODELAGEM 1
N
Conteúdos
P
Esta aula tem o intuito de apresentar às crianças as figuras geométricas planas e espaciais,
para que elas possam fazer a identificação e discriminação, além de serem capazes de associar
tais figuras aos objetos cotidianos. Esse conhecimento dos aspectos elementares de Matemática
é importante para o aprendizado dos próximos anos escolares.
IA
1 Preparação para aula
Deixe a sala organizada com os materiais necessários sobre a mesa, para despertar a curiosi-
dade das crianças sobre o tema da aula. Você vai precisar de blocos lógicos (em quantidade
suficiente para todas as crianças, podendo estar em duplas ou trios); giz de lousa; massa de
modelar; palitos de madeira com pontas arredondadas; imagens impressas das figuras geomé-
tricas e de objetos cujas formas sejam similares a elas; uma caixa de sapato; um cubo mágico ou
um dado; uma bola; uma lata de mantimentos; um cone de sorvete ou um funil de cozinha; entre
outros objetos que podem lembrar as figuras geométricas espaciais.
U
2 Para começar
Apresente o assunto de maneira lúdica para as crianças, cantando com elas uma música que
trata de figuras geométricas que podemos encontrar em nosso dia a dia.
G
Ligados e conectados!
Você pode acessar a música sugerida no link a seguir.
• Mundo Bita – Cada Coisa Tem Seu Formato. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=qAvTDWtxEgU>. Acesso em: 27 ago. 2020.
3 Desenvolvimento da aula
Entregue os blocos lógicos para as crianças brincarem em duplas ou,
Thamires Paredes
51
Apresente os objetos que representam as figuras geométricas espaciais, como cubo, cilindro,
cone, esfera e pirâmide, dizendo o nome e as características de cada um.
Em seguida, faça um passeio com as crianças pela sala de aula e peça a elas que observem o
D
espaço. Pergunte quais objetos observados apresentam semelhança com alguma das figuras em
estudo. Elas podem dizer que o extintor é parecido com a figura do cilindro ou achar um vaso
de planta que afunila na parte inferior parecido com um cone. As crianças podem, ainda, reali-
zar associações por meio de comparações aproximadas, e não exatas, das figuras geométricas.
L
4 Para finalizar a aula
Distribua massa de modelar para a turma e pe-
ça que todos façam algumas bolinhas. Entregue
os palitos de madeira com pontas arredondadas e
explique passo a passo como formar estruturas
N
que lembram um quadrado e um triângulo, ligan-
do os palitos com as bolinhas de massa de mode-
lar. Você poderá realizar essa atividade utilizan-
do somente os palitos.
Faça registros fotográficos enquanto as crianças
P
constroem as figuras geométricas e, depois, elas
podem levar suas produções para casa.
Thamires Paredes
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento podem ser con-
templados ao realizar essa atividade.
IA
Objetivos da BNCC
52
Noções de raciocínio lógico e raciocínio matemático
D
• Identificar padrões.
• Reconhecer o padrão de formação de uma sequência e dar-lhe continuidade.
Objetivos de
• Organizar elementos em sequência de acordo com sua forma, cor, tamanho, entre outras
numeracia
características.
• Coletar e interpretar dados.
•
L
Interpretar tabelas e gráficos.
• Organizar dados em tabelas e gráficos.
MODELAGEM 1
N
Conteúdos
P
Nessa aula, as crianças deverão identificar os padrões de uma sequência e dar continuidade
a eles. Como ponto de partida, faça uma avaliação diagnóstica e verifique o conhecimento pré-
vio das crianças, com o objetivo de detectar tanto o que elas conhecem quanto quais são as
maiores dificuldades que elas apresentam.
IA
Desenvolver noções de raciocínio lógico contribui para o desenvolvimento global da criança,
dando alicerce para aprendizados futuros de conhecimento matemático.
2 Para começar
Distribua jogos de quebra-cabeças para que as crianças montem em pequenos grupos. Obser-
ve como elas identificam a continuidade da imagem nas peças, que critérios utilizam: cores, fi-
guras, entre outros.
G
3 Desenvolvimento da aula
Desenhe na lousa um triângulo, um quadrado e um círculo. Incentive as
crianças a identificar e nomear cada figura geométrica. Em seguida, dese-
nhe ao lado a mesma sequência de figuras. Peça a elas que observem em
Flavio Pereira
que ordem as figuras se repetem. Faça mais uma vez e diga que essa é uma
sequência. Antes de terminar, pergunte qual deve ser a próxima figura
para continuar a sequência. Repita a atividade até que todas as crianças
compreendam.
Leve as crianças ao pátio da escola (ou afaste os móveis na sala de aula),
marque uma linha no chão, separando um lado para as crianças ficarem
sentadas e o outro com uma sequência de blocos lógicos, organizados de
acordo com determinadas figuras e cores. Primeiramente, peça às crian-
ças que, uma a uma, passem para o outro lado, colocando as peças iguais
embaixo, formando uma segunda linha de sequência. Você deve marcar o
53
tempo em que cada criança forma uma sequência. Vence quem copiar a mesma sequência no
menor tempo. Depois, repita a brincadeira, removendo os últimos blocos para que cada criança
continue a sequência.
D
4 Para finalizar a aula
Para encerrar, distribua os kits de Tangram para as crianças
brincarem. Apresente as peças e solicite a elas que identifiquem
L
e nomeiem as figuras. Ensine as crianças a montar o Tangram a
partir de uma numeração para cada peça ou cor. Incentive-as a
criar outras figuras e imagens, por exemplo: casa, gato (pesqui-
Flavio Pereira
se antecipadamente na internet ou outras fontes para fazer
com as crianças). Registre a atividade com fotografias para
compor o portfólio das crianças.
N
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de aprendizagem e de-
senvolvimento podem ser contemplados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
P
resses e necessidades em situações diversas.
• EI03ET07: Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o
depois e o entre em uma sequência.
MODELAGEM 2
G
Conteúdos
54
2 Para começar
D
Faça um levantamento do que as crianças conhecem sobre gráficos e tabelas. Para isso, apre-
sente a elas materiais impressos com esses elementos e questione se elas já viram gráficos e se
sabem para que eles servem. Sem se aprofundar, explique que esses recursos são utilizados
para organizar informações e dados.
3 Desenvolvimento da aula
L
Organize as crianças em roda e comente que vocês farão um levantamento sobre um deter-
minado assunto, com base em informações coletadas com as crianças da turma. Escolham um
tema e monte na lousa um gráfico simples para inserir as informações que serão coletadas.
Para realizar o levantamento de dados, faça questionamentos sobre as cores preferidas da
N
turma, como:
• Quantos de vocês gostam da cor azul?
• Quantos de vocês gostam da cor amarela?
• Quantos de vocês gostam da cor vermelha?
• Quantos de vocês gostam da cor verde?
P
À medida que as crianças forem respondendo, anote as informações na lousa, formando um
gráfico básico.
IA
U
G
Flavio Pereira
Após a elaboração do gráfico na lousa, disponibilize para as crianças blocos de encaixe. Orien-
te-as a construir com essas peças colunas representando as quantidades de cores preferidas da
turma. Uma pilha de blocos para a cor azul; outra pilha para a cor amarela; outra para a cor
vermelha e a última para a cor verde. Cada bloco é referente à cor que a criança votou. Assim,
as crianças conhecerão como coletar e organizar as informações sobre a quantidade de crianças
que preferem determinadas cores na turma.
55
4 Para finalizar a aula
D
Construa, em papel kraft, um painel com um
gráfico das frutas preferidas das crianças. Na
parte de baixo do papel kraft, cole, uma ao lado
da outra, imagens de banana, maçã, melancia,
mamão. Risque com caneta hidrocor para orga-
nizar um gráfico com linhas verticais (separan-
L
do as frutas) e horizontais (separando as quan-
tidades). Cada criança vai pintar o quadrado
referente à sua fruta preferida, uma de cada
vez, começando de baixo para cima, até que se
obtenha o gráfico das frutas preferidas da tur-
N
ma. Exponha o painel em um local comum na
escola, como no pátio ou outro lugar apropriado
para tal. Faça um registro fotográfico para
compor o portfólio das crianças.
Veja, no quadro a seguir, quais objetivos de
Flavio Pereira
P
aprendizagem e desenvolvimento podem ser
contemplados ao realizar essa atividade.
Objetivos da BNCC
Avaliação formativa
As Diretrizes Curriculares Nacionais (2010) destacam que na Educação Infantil o processo de ava-
liação não deve ter como objetivo a classificação das crianças ou a atribuição de notas e categoriza-
56
ções, pois essa concepção desconsidera as heterogeneidades das crianças, suas diferentes potencia-
lidades e seus ritmos variados de desenvolvimento. A avaliação deve ocorrer ao longo do processo de
ensino-aprendizagem e ser contínua, conforme aprofundaremos na discussão na unidade 4.
D
A avaliação formativa é um valioso instrumento para verificar se as crianças desenvolveram
habilidades e competências específicas com base em atividades, jogos e brincadeiras. Essa cons-
tatação permite identificar as necessidades, as dificuldades, as potencialidades e as singulari-
dades de cada criança, reelaborando atividades que possam contribuir de forma assertiva para
que elas tomem consciência da sua própria aprendizagem e se posicionem de forma ativa duran-
L
te as múltiplas práticas sociais que vivenciam no contexto escolar.
Assim, promover o engajamento das crianças e trazê-las para o centro de sua aprendizagem,
como protagonistas da construção de seus conhecimentos, é o que a BNCC propõe para toda a
educação básica. Dessa forma, cabe a você, professor, baseando-se nos resultados observados
e registrados, reavaliar também suas práticas pedagógicas, delineando-as de modo que sejam
N
assegurados às crianças o desenvolvimento e a formação integral.
Um dos principais instrumentos de avaliação formativa é a observação, a qual deve ser críti-
ca e sistemática, considerando o que a criança aprendeu, o que ela ainda precisa aprender e
como criar condições favoráveis para que novos conhecimentos possam ser construídos siste-
maticamente. As observações devem verificar se as crianças estão se desenvolvendo de forma
satisfatória com base em brincadeiras, jogos e atividades lúdicas, bem como acompanhar a
P
forma como elas se relacionam com o outro, resolvem conflitos, lidam com frustrações etc.
A observação deve ser compilada e fazer parte da composição de um registro. É necessário que
o professor faça atualizações constantes dos registros das observações, levando em conta que o
processo não é linear e não deve ser homogêneo. Os registros podem ser escritos (relatórios),
fotografados, contanto que possam ser acessados e atualizados para que o professor tenha infor-
mações suficientes para guiar sua prática atendendo as necessidades específicas de aprendizagem
IA
das crianças.
O portfólio, além de ser um registro de atividades, é um documento pedagógico e um valioso
instrumento de avaliação formativa, que mostra o desenvolvimento de cada criança durante o
ano letivo. Também é uma ferramenta prática essencial para aproximar as famílias, que podem
acompanhar e interagir com o desenvolvimento de suas crianças no ambiente escolar.
Veja, a seguir, alguns itens que podem ser observados regularmente para avaliar o desenvol-
vimento da numeracia.
U
57
AVALIANDO OS
4 PRIMEIROS PASSOS
D
Avaliação, uma responsabilidade de todos
L
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) estabeleceram, desde
2010, que as instituições que atuam nessa etapa do ensino devem delinear procedimentos para
acompanhar a prática pedagógica e avaliar o desenvolvimento das crianças, sem julgá-
-las, rotulá-las ou atribuir a elas notas.
Dessa forma, qual é o objetivo da avaliação na Educação Infantil?
N
O que se pretende com o processo avaliativo nessa primeira etapa da Educação Básica é o
monitoramento constante por meio da observação das atividades cotidianas, dos jogos e brin-
cadeiras e dos múltiplos registros (relatórios, fotografias, murais coletivos, desenhos, portfólio,
vídeos, entre outros).
Com base nas constatações construídas durante o monitoramento, você pode repensar sua
P
prática pedagógica e redesenhá-la, sempre visando assegurar e a formação integral das crian-
ças, ou seja, seu desenvolvimento em dimensão múltipla, como a cognitiva, a física, a ética, a
estética e a psicossocial.
Nesse sentido, precisamos destacar a importância da construção de um modelo avaliativo que
considere todo o processo educacional, baseado em informações coletadas mediante a observa-
ção da participação e da interação das crianças ao longo de todo o processo de aprendizagem.
IA
O Projeto Político Pedagógico (PPP), além de apresentar a metodologia de ensino, nortear a
prática docente e elencar os objetivos da aprendizagem, é um importante instrumento para
auxiliar o professor a promover o desenvolvimento dos alunos, orientando-os a se apropriarem
de múltiplas linguagens e a mobilizar os conhecimentos construídos para agir de forma ativa,
expressando-se em relação a seus diversos interesses e posicionando-se diante de vários as-
suntos, a partir da construção de uma argumentação coerente e ética. Com base nisso, vale
destacar que o processo educativo precisa contemplar formas de avaliar que favoreçam uma
reflexão contínua sobre o próprio processo e os resultados alcançados, e o PPP pode trazer
orientações para que isso se concretize.
U
Em síntese, a avaliação não deve ser aplicada de forma isolada ou ser entendida como mero
teste, exercício ou prova, desconsiderando os processos do fazer educativo. Ela precisa ser
constante e considerar múltiplos fatores, devendo ser contextualizada e valorizar a hetero-
geneidade das crianças, seus diferentes ritmos de aprendizagem (cada criança aprende em um
tempo) e suas diferentes potencialidades.
G
Ao ser estruturado com finalidades bem definidas, o portfólio costuma ser uma ferramenta
importante para a avaliação, tanto da turma quanto de cada aluno individualmente. Nesse con-
texto, o portfólio consiste na compilação de todas as atividades realizadas pelas crianças du-
rante o bimestre e do registro das observações do professor, com a finalidade de compor um
material que o subsidie durante o processo avaliativo. No entanto, precisamos destacar que, para
realizá-lo de forma exitosa, é preciso tempo para planejá-lo e prepará-lo e, por meio dele, constatar
os resultados.
A avaliação, segundo Vasconcellos (1998), é um:
[…] processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prá-
tica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma
tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. [...]
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética libertadora
do processo de avaliação escolar. 18 ed. São Paulo: Libertad, 2008, p. 44.
58
Observe a seguir os tipos de avaliação de acordo com o momento em que são realizadas.
D
Antes do processo de
Diagnóstica
ensino-aprendizagem
Durante o processo de
L
Avaliação ensino-aprendizagem
Formativa
Marcela Pialarissi
N
Depois do processo de
Somativa
ensino-aprendizagem
Em relação à avaliação diagnóstica, precisamos destacar que, na Educação Infantil, ela po-
de ser realizada antes de atividades específicas ou, ainda, no início de alguns momentos, como
P
o começo do ano letivo, do semestre, do bimestre e outros que julgar oportunos. O objetivo é
realizar uma sondagem para verificar o conhecimento prévio dos alunos e, com base nela, pla-
nejar ou reelaborar algumas práticas pedagógicas.
Em outras palavras, é importante utilizar dados reais, ou seja, obtidos com os alunos, para
que a prática pedagógica futura seja repensada. Nesse sentido, é possível utilizar a avaliação
diagnóstica para promover o engajamento dos alunos nas futuras atividades, incentivar a inte-
IA
ração, criar, adaptar e ajustar rotinas, entre outras ações. Vale destacar que a avaliação diag-
nóstica pode ter resultados satisfatórios no processo de aprendizagem dos alunos.
Agora, para refletirmos sobre o papel da avaliação formativa na Educação Infantil, leia o
trecho a seguir.
[...] tem como objetivo maior determinar o nível de aprendizagem obtido pelo aluno em um con-
teúdo ensinado, bem como especificar em que grau esta aprendizagem ainda não está totalmente
dominada. Desta forma, procura assegurar que todos os alunos atinjam os objetivos propostos e
permite que professores e educandos percebam seus erros e acertos com propósito de aperfeiçoar
e progredir no processo de ensino e aprendizagem (BLOOM; HASTING; MADAUS, 1983).
U
[...]
MORAES, Dirce Aparecida Foletto de. Avaliação formativa: re-significando a prova no cotidiano escolar. 2008. 148 f.
Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Educação, Comunicação e Artes,
Programa de Pós-Graduação em Educação. Londrina, p. 57. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.uel.br/
document/?code=vtls000146309>. Acesso em: 19 set. 2020.
G
59
Na visão de Perrenoud (1999), a avaliação formativa tem como objetivo o levantamento de
informações que possam contribuir para regular a aprendizagem das crianças, favorecendo a
construção da aprendizagem e o ato de (re)planejar o ensino de forma que ela ocorra com
D
assertividade.
Além disso, esse tipo de avaliação pressupõe entender que as crianças possuem ritmos distin-
tos de aprendizagem e, por isso, devemos observar e analisar a forma como elas interagem com
o outro e se desenvolvem em cada prática educativa, considerando suas individualidades e
adaptando nossas ações às necessidades delas. Isso significa considerar não apenas os critérios
L
de avaliação, mas também colocar as crianças como referência no processo avaliativo.
Veja a seguir os principais pontos do processo da avaliação formativa.
Avaliação formativa
N
Intencionalidade pedagógica Planejamento
•Orienta o processo de
P •Define os objetivos de aprendizagem.
Marcela Pialarissi
ensino-aprendizagem. •Prevê tipos de ações pedagógicas.
IA
•Direciona as ações pedagógicas. •Auxilia na organização de
ferramentas a ser utilizadas.
Black e Dylan (1998) compreendem a avaliação formativa como todas as atividades desenvol-
vidas pelos professores e seus alunos, com a finalidade de obter informações e empregá-las
para compor um feedback.
O feedback é, portanto, um elemento fundamental na avaliação formativa, pois se refere à
U
informação dada ao aluno a respeito de seu processo desenvolvimento, a fim de que ele possa
aliar às suas próprias percepções às do professor e avançar no processo de aprendizagem e na
aquisição de autonomia. Portanto, é um instrumento que oferece subsídios para que a prática
pedagógica seja repensada.
De forma complementar à reflexão
G
60
Leia a seguir uma reflexão de Borges et al. sobre a avaliação.
D
[...] os métodos de avaliação formativa se projetam como estratégias mais abrangentes e
menos pontuais que os tradicionais métodos somativos de avaliação, contribuindo para a for-
mação de [indivíduos] mais autônomos e reflexivos.
BORGES, Marcos C. et al. Avaliação formativa e feedback como ferramenta de aprendizado na formação de
profissionais de saúde. Medicina (Ribeirão Preto), v. 47, n. 3, jul/set. 2014. p. 325. Disponível em: <https://pdfs.
semanticscholar.org/8734/5a371065902925fb65fc4a406f37db80a4ea.pdf>. Acesso em: 19 set. 2020.
L
Nesse sentido, o professor deve analisar qual atividade avaliativa utilizará para verificar os
conhecimentos cognitivos, afetivos e psicomotores que foram desenvolvidos pelas crianças. Por
isso, essas atividades devem ser intencionalmente planejadas e aplicadas, periodicamente, de
N
modo que seja possível notar os progressos individuais e coletivos.
Destacamos que essa periodicidade da avaliação formativa, envolvendo todos os atores da
comunidade escolar, não deve ser fixa e/ou engessada, seguindo o que orienta o PPP da escola.
As atividades possíveis para a avaliação formativa são diversas.
A seguir, citamos algumas que podem ser realizadas no decorrer do ano letivo, de acordo com
P
o que estabelece o PPP da instituição escolar.
• Portfólio.
• Trabalhos individuais ou em grupo.
• Produção de textos orais e/ou escritos.
• Práticas de leitura.
• Atividades que envolvam conteúdos de literacia e numeracia.
IA
• Registros das atividades do cotidiano escolar.
Essas atividades avaliativas, quando aplicadas, devem ser devidamente acompanhadas e cor-
rigidas. Por isso, é indispensável a participação ativa do professor, da criança e da comunidade
escolar nesse processo.
Considerando que a família é a primeira instância de socialização das crianças, precisamos
considerar sua participação na vida educacional delas, pois isso pode ser relevante para seu
desenvolvimento educativo-pedagógico, uma vez que cabe também à família as funções de
acompanhar de forma regular e contínua as dificuldades e os avanços no desenvolvimento das
crianças, incentivá-las em suas práticas do dia a dia e intermediar suas ações.
U
[...]
Constituem mecanismos de avaliação e monitoramento da PNA:
• avaliação de eficiência, eficácia e efetividade de programas e ações implementados;
• incentivo à difusão tempestiva de análises devolutivas de avaliações externas e ao seu uso
nos processos de ensino e de aprendizagem;
• desenvolvimento de indicadores para avaliar a eficácia escolar na alfabetização;
• desenvolvimento de indicadores de fluência em leitura oral e proficiência em escrita; e
• incentivo ao desenvolvimento de pesquisas acadêmicas para avaliar programas e ações
desta política.
BRASIL. Ministério da Edicação. Política Nacional de Alfabetização. Brasília: MEC, SEALF, 2019. p. 45.
61
Com base em tudo o que foi discutido anteriormente sobre avaliação, qual seria, então, o
papel do processo avaliativo na Educação Infantil e como ele deve ser realizado?
D
É preciso destacar que a avaliação é parte essencial do processo educativo e a criança deve
ser avaliada não na comparação com o outro, mas na relação consigo. Assim, precisamos enten-
der como elas podem ser avaliadas em relação a seus conhecimentos sobre literacia e numeracia.
Em literacia, a avaliação deve se dar de forma sistemática e contínua ao longo do processo
de aprendizagem. Fazer uma avaliação diagnóstica para levantar e mapear os conhecimentos
prévios que as crianças têm sobre leitura, escrita e linguagem oral deve ser o ponto de partida.
L
Essa avaliação deve ser realizada mediante atividades contextualizadas, considerando os mo-
mentos em que as crianças se expressam nas modalidades oral e escrita da língua.
Após a avaliação diagnóstica, é preciso monitorar o desenvolvimento das crianças em relação
aos componentes essenciais de preparação para a alfabetização alfabetização e verificar, por
exemplo, se elas:
N
• identificam sons (iniciais e finais), reconhecendo as semelhanças e as diferenças entre eles,
percebem que as palavras são segmentadas em sílabas e identificam as rimas e as aliterações
de gêneros textuais diversos (consciência fonológica);
• reconhecem os fonemas das palavras (consciência fonética) e o nome, os sons e as formas das
letras do alfabeto (consciência alfabética);
P
• desenvolvem o vocabulário ao ouvir textos e depois conversar com os colegas sobre o que
ouviram (desenvolvimento do vocabulário);
• compreendem as perguntas feitas sobre o texto após a audição e conseguem responder a elas
oralmente (compreensão oral);
• escrevem, gradativamente, letras, palavras e pequenos textos (produção de escrita emergente).
IA
Já a avaliação formativa em numeracia deve se dar por meio da observação do desenvol-
vimento da criança em jogos e atividades e em seu entendimento sobre diferentes noções
matemáticas.
As aprendizagens dessas noções devem estar centradas na relação de diálogo entre o profes-
sor e as crianças e nas diferentes formas que elas utilizam para responder a perguntas, resol-
ver situações-problema e registrar e comunicar ideias matemáticas.
Veja a seguir as ações relativas ao senso numérico a que você pode ficar atento durante a
avaliação das crianças, considerando, assim, a apropriação de conceitos referentes à numeracia.
U
As ações descritas acima devem ser monitoradas continuamente para identificar se, de fato,
as crianças estão conseguindo desenvolvê-las de forma assertiva.
Por fim, com base nas constatações do desenvolvimento de cada criança referente à literacia
e a numeracia, é preciso repensar a prática pedagógica, considerando as dificuldades, necessi-
dades e potencialidades de cada uma e, assim, propor novos encaminhamentos que possam, de
forma assertiva, incentivá-las a ser protagonistas da própria aprendizagem, favorecendo a for-
mação integral delas.
62
LEITURAS COMPLEMENTARES
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• CARVALHO, Mercedes. Números: conceitos e atividades para educação infantil e ensino funda-
mental I. São Paulo: Vozes, 2010.
O livro apresenta a importância do trabalho com os números e com o sistema de numeração na
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Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
• CURI, Edda. Matemática para crianças pequenas. São Paulo: Melhoramentos, 2015. (Como
eu Ensino).
Os autores deste livro buscam aproximar do trabalho em sala de aula as pesquisas mais recentes
sobre temas que interessam à educação básica, apresentando sugestões e descrevendo as condi-
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ções didáticas necessárias para uma aprendizagem significativa.
• FIORETTI, Elena Campo; GUIMARÃES, Célia Maria. Literacia científica: desafios na formação
de professores de crianças de 4 a 5 anos. Curitiba: CRV, 2019.
Livro que apresenta importantes resultados relacionados ao enfrentamento de um problema local,
sinalizando para todo o sistema educacional brasileiro a necessidade de maior atenção ao proces-
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so formativo de professores da Educação Infantil.
• HOFFMANN, Jussara. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança.
10. ed. Porto Alegre: Mediação, 2002. (Cadernos Educação Infantil).
Este livro apresenta ações favorecedoras do desenvolvimento infantil, planejamento flexível e di-
nâmico, organização de um cenário educativo de jogos e brincadeiras, elaboração de relatórios de
avaliação e dossiês para acompanhamento das crianças.
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• OLIVEIRA-FORMOSINHO, Júlia; PASCAL, Christine. Documentação pedagógica e avaliação
na educação infantil. Porto Alegre: Penso: Artmed, 2018.
O livro apresenta uma nova abordagem para a documentação e a avaliação na Educação Infantil e
mostra como a documentação e os portfólios podem ser uma modalidade ética para conduzir re-
gistros de avaliação.
• LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação infantil e registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2018.
A obra constitui um incentivo aos educadores que já registram ou desejam registrar suas práticas,
evidenciando as possibilidades e destacando a importância da narrativa como espaço de constru-
ção de memória, identidade, autoria e produção de conhecimento.
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• MORAIS, Artur Gomes de. Consciência fonológica na educação infantil e no ciclo de alfabetização.
São Paulo: Autêntica, 2019.
Este livro busca esclarecer questões relacionadas à consciência fonológica apresentando uma pro-
posta didática de orientação construtiva, com situações lúdicas de ensino, já testadas em diferentes
salas de aula.
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• OSTETTO, Luciana Esmeralda (Org.). Registros na educação infantil. Campinas: Papirus, 2017.
O livro traz narrativas que resultam do exercício da observação, do registro e da reflexão sobre a
ação educativa cotidiana, projetada e vivida com crianças de dois a cinco anos, abordando dife-
rentes modalidades e práticas de registro na Educação Infantil.
• PINTO, Patrícia; LOPES, João A. Literacia pré-escolar e desempenho na leitura na instrução primá-
ria. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 32, n. 4, 22 jun. 2017. Disponível em: <https://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722016000400210&lng=pt&tlng=pt>. Acesso
em: 17 set. 2020.
O artigo apresenta um estudo do modo como se processa a aprendizagem da leitura e das compe-
tências facilitadoras dessa aprendizagem.
• TRINDADE, Maria de Nazareth. Literacia: teoria e prática – orientações metodológicas. São
Paulo: Cortez, 2002.
Este livro aborda o conceito de literacia para além da escrita, no contexto da língua materna, in-
cluindo competências ligadas à oralidade.
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REFERÊNCIAS
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• WARSCHAUER, Cecília. A roda e o registro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.
A autora compartilha com o leitor a experiência de colocar em prática a metodologia da roda e
registro ao trabalhar com alunos da Educação Infantil.
• BLACK, Paul; DYLAN, Wiliam. Assessment and classroom learning. Assessment in education:
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principles, policy and practice, London: Carfax Publishing, v. 5, n. 1, p. 7-74, march 1998.
Neste artigo, você pode encontrar informações importantes sobre a avaliação em sala de aula e,
com base em reflexões propostas, repensar e delinear sua prática pedagógica.
• BRASIL.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília: MEC/
N
CONSED/UNDIME, 2018.
Neste documento, cujo objetivo é uniformizar um currículo para todos os alunos da Educação Bá-
sica, visando à democratização desse nível de ensino, você pode ampliar seus conhecimentos so-
bre o que se espera da Educação Básica no Brasil e, ainda, checar à parte relativa à Educação
Infantil.
• BRASIL.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares
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Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC: SEB, 2010.
• BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Política Nacional de Alfabetiza-
ção. Brasília: MEC: Sealf, 2019.
Este documento traz reflexões importantes sobre a alfabetização e descreve conceitos importantes
nesta coleção, como literacia, numeracia e literacia familiar. Além disso, informa sobre os objetivos
da Política Nacional de Alfabetização, detalhando o que se espera com essa política.
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• BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Conta pra mim: guia de literacia
familiar. Brasília: MEC: Sealf, 2019.
O guia apresenta de forma simples o conceito de literacia familiar, com explicações acessíveis e
mostrando a importância de ser praticada no dia a dia.
• BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Fundamental. Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.
Com a leitura deste documento, você pode refletir sobre questões importantes relativas à Educação
Infantil. Além disso, nele são apresentadas algumas orientações didáticas destinadas a educadores
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que podem ser úteis para instrumentalizar seu trabalho em sala de aula.
• BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Es-
tabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez.
1996. p. 27833. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso
em: 29 set. 2020.
Nesta lei, que reafirma o direito à educação, garantido pela Constituição Federal, é tratada a regu-
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ISBN 978-65-5742-014-0
9 786557 420140