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Agência Municipal do Meio Ambiente

AGÊNCIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE


DIRETORIA DE GESTÃO AMBIENTAL
GERÊNCIA DE CONTENÇÃO E RECUPERAÇÃO DE EROSÕES E AFINS

Diagnóstico Ambiental Preliminar da Sub-bacia do Córrego Mingau

Goiânia
2018

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Agência Municipal do Meio Ambiente

AGÊNCIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE


DIRETORIA DE GESTÃO AMBIENTAL
GERÊNCIA DE CONTENÇÃO E RECUPERAÇÃO DE EROSÕES E AFINS

Agência Municipal do Meio Ambiente – AMMA


Gilberto Marques Neto – Presidente

Diretoria de Gestão Ambiental


Richard Nixon de Menezes – Diretor

Gerência de Contenção e Recuperação de Erosões e Afins


Márcia Helena Macedo - Drª

Equipe Técnica:
Ana Maria Camargo Braga – Msc. Em Engº. Agrônoma
Brunno Cardoso Mesquita - Geógrafo
Iraciara A. Roque de Aráujo Ribeiro – Msc. Em Geografia
Izaias da Fonseca Pereira - Tecnólogo em Gestão Ambiental

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Índice

1 - Introdução ........................................................................................ 0
.. 4
2 - Metodologia ........................................................................................ 0
.. 5
3 - Localização ........................................................................................ 0
.. 5
4 - Caracterização do Meio ........................................................................................ 0
Físico: .. 6
4.1 - Clima ........................................................................................ 0
4.2 - Relevo ........................................................................................ 7
4.3 - Solo ........................................................................................ 0
4.4 - Flora ........................................................................................ 7
........................................................................................ 0
............... 7
0
7
0
7
5 - Caracterização ........................................................................................ 0
socioeconômica ... 8
6 - Aspectos Ambientais ........................................................................................
identificados ........................................................................................ 0
...... 8
7 - Considerações Finais ........................................................................................ 2
.. 1
8 - Referências e fontes ........................................................................................ 2
consultadas .. 3

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1 – Introdução

A cidade de Goiânia foi planejada inicialmente para uma população de cinqüenta mil
habitantes. Porém, a partir de 1960, como a maioria das capitais brasileiras, passou a conviver
com um processo acelerado de crescimento populacional, superando em curto espaço de
tempo número de habitantes previstos.
A ocupação desordenada e acelerada do solo urbano gerou vários impactos negativos
na cidade, notadamente pela ocupação dos Fundos de Vale, problema recorrente na maioria
das grandes cidades brasileiras. Por esse motivo, a cidade é penalizada por problemas
característicos desse tipo de ocupação, como por exemplo, ocorrência de enchentes,
lançamentos de esgotos, deposição de resíduos urbanos, desmatamentos, desmoronamentos e
principalmente processos erosivos fluviais.
Goiânia não fugiu a essa regra e nas áreas mais urbanizadas do município observa-se
que os principais problemas ambientais são decorrentes das águas pluviais. Devido ao excesso
de impermeabilização existente ocorre maior escoamento superficial em detrimento da
infiltração da água no solo. A infiltração é importante não só para evitar os alagamentos e
processos erosivos, como também tem relevância primordial para abastecimento do lençol
freático. Ela pode se dar por meio de implantação de mecanismos e estruturas de infiltração
bem como pela recuperação de áreas de infiltração nas cidades, quesitos indispensáveis para
garantir o abastecimento de água de boa qualidade e em quantidade suficiente para suprir os
núcleos urbanos.
A Sub bacia do Córrego Mingau localizada na Região Sudoeste de Goiânia, encontra-se
bastante impermeabilizada pelo fato de não ter sido implantadas ações preventivas para
resgatar a capacidade de infiltração do solo e garantir a vida desse curso d’água. Como o
maior problema verificado é conseqüência do excessivo escoamento superficial, as ações de

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correção devem inicialmente estar relacionadas à rede de drenagem, como por exemplo,
adequação de bueiros, pontes, bocas de lobos, meio-fio e construção de reservatórios de
retenção e/ou infiltração para o retardamento do fluxo de água que se direciona para o leito do
Córrego, evitando dessa forma, os picos de vazão.

2 – Metodologia

A metodologia utilizada no desenvolvimento do trabalho contemplou três etapas: a


primeira, a fotointerpretação da área onde se localiza a sub-bacia do Córrego Mingau; a
segunda, a realização de vistorias no campo e a terceira, a elaboração de registro
fotográfico e consulta a fontes bibliográficas.
A etapa inicial consta da interpretação de fotografias aéreas do Sistema de Informação
Geográfica do SIGGO 2016 e outros, com a finalidade de identificar a localização da bacia
onde se situa o curso d’água – Córrego Mingau, sua(s) nascente(s) e afluentes com as
respectivas sub-bacias; o uso do solo, declividades e indicativos da umidade do solo com o
tipo de vegetação.
Através da fotointerpretação foram também identificados e caracterizados os
segmentos preservados e degradados do córrego, com o objetivo de estabelecer medidas de
contenção e recuperação dos danos ambientais.
Na etapa posterior foram realizadas vistorias iniciadas na área da nascente até a foz. A
nascente se encontra localizada no Clube SINDIGOIÂNIA, situado na Alameda Juazeiro
do Norte, Setor Parque Amazônia e a foz no Córrego Serrinha.
As vistorias nos diversos segmentos identificados na fase de fotointerpretação foram
realizadas no período de abril a maio de 2018. O acesso às margens do córrego foi
dificultado pela presença de chácaras ao longo das mesmas, fazendo com que a equipe
tivesse que retornar e tentar novos acessos pela margem oposta.
Na terceira etapa foram fotografados e relatados os aspectos ambientais do Córrego de
forma a subsidiar a as decisões acerca da metodologia a ser utilizada para a recuperação e
contenção das degradações encontradas na área. Os resultados desse levantamento foram

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comparados ao de outro Diagnóstico realizado em 2008, por equipe dessa Gerência, com a
finalidade de identificar as possíveis alterações entre os cenários encontrado em 2008 e o
cenário atual, em 2018.

3 – Localização

O Córrego Mingau, que em alguns mapas é denominado também de Minaçu, nasce


no Setor Parque Amazônia, região Sul de Goiânia. O córrego tem suas nascentes na área
do Clube do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Goiânia – SINDIGOIÂNIA,
área delimitada pelas Ruas Belo Horizonte, Alameda Juazeiro do Norte e Avenida Jose
Leandro da Cruz. A foz do Córrego Mingau ocorre no córrego Serrinha entre a Rua Anacá,
Avenida C-177 e Rua Açaí.
O curso d’água tem extensão aproximada de 1.315,69 m, é um dos afluentes do
córrego Cascavel. Sua bacia de drenagem corresponde aproximadamente a 2,64 Km 2. A
Figura 01 mostra a localização do Córrego Mingau.

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4 - Caracterização do Meio Físico:

4.1 - Clima

O tipo climático do Município de Goiânia apresenta-se por um clima Sub-úmido,


com total médio de precipitação anual de 1.500mm e temperatura superior a 18ºC. Considera-

se a presença marcante de duas estações bem caracterizadas, com inverno seco e precipitações
mínimas de 11mm, e o verão chuvoso com precipitações máximas de 300mm.
O conhecimento das características climáticas da cidade é importante para permitir
associar as transformações ocorridas no arranjo espacial dos cursos d’água com o uso e
ocupação do solo. Quanto à atual situação do Córrego Mingau, as degradações ambientais se
devem, sobretudo, às condições das precipitações pluviométricas e da forma como as
ocupações foram ocorrendo; do que propriamente em função do tipo de clima do município.

4.2 - Relevo

A área aqui analisada está inserida na Unidade Geomorfológica caracterizada como


Fundo de Vale e Planalto Rebaixado de Goiânia (CASSETI, 1992). O Fundo de Vale forma
uma calha e recebe águas provenientes das áreas mais elevadas no seu entorno. Esses locais
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são em sua grande maioria problemáticos nas cidades, sendo onde ocorrem enchentes, esgotos
sem tratamento, resíduos urbanos, ocupações desordenadas e, por conseguinte a retirada da
vegetação ciliar do manancial.
Conforme (NASCIMENTO, 1991) o Planalto Rebaixado de Goiânia apresenta cotas
altimétricas entre 650 e 850m, que se trata de um extenso planalto rebaixado e dissecado,
desenvolvido principalmente sobre litologias pré-cambrianas (rochas do Grupo Araxá). A
partir dessas origens o relevo foi sendo definido em tabulares, apresentando solos do tipo
Latossolos Vermelhos – Escuro e Vermelho (NASCIMENTO, 1991).

4.3 - Solo

O estudo dos solos é muito importante para atividades humanas, em se tratando de


cidade o seu uso e ocupação possui uma dinâmica acelerada o que justifica a análise de
diagnósticos ambientais como medidas preventivas. A característica do solo dessas sub bacias
é definida como Latossolos Vermelhos Escuros Distróficos.
Esse tipo de solo apresenta-se com bom coeficiente de infiltração e erodibilidade de
baixa a moderada. Nos Fundos de Vale que é o terreno mais baixo do relevo, há no solo uma
concentração de matéria orgânica em decorrência da decomposição de restos vegetais das
áreas próximas do leito. O Fundo de Vale é constituído por solos hidromórficos.

A conservação dos solos é muito importante para diversas atividades humanas, a


relação destes com o espaço geográfico observando os fenômenos como a cheia e a vazão dos
rios ou as temporadas de chuva é imprescindível para a ocupação urbana.

4.4 – Flora

A vegetação originalmente predominante era campos limpos e sujos, com pastagens,


de acordo o Diagnóstico Hidrogeológico de Goiânia. Ao longo dos anos ocorreu a retirada da
vegetação natural das margens do Córrego Mingau, sendo que, em alguns trechos do mesmo
ocorreu a substituição da vegetação original por plantas exóticas. Observou-se também que
em alguns pontos a revegetação ocorreu sobre locais aterrados com Resíduos de Construção
Civil – RCC.

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Devido à ocupação irregular em suas margens e o comprometimento da Área de


Preservação Permanente – APP, associada aos impactos inerentes à drenagem urbana, sem a
proteção proporcionada pelas matas ciliares, o Fundo de Vale encontra-se degradado em toda
a sua extensão por erosões fluviais.

5 - Caracterização Socioeconômica

A partir da década de 1950, o Parque Amazônia, cujo loteamento localiza-se o


Córrego Mingau, faz parte da região sul/sudoeste de Goiânia. O crescimento das atividades
comerciais e residenciais contribuiu para a valorização econômica do bairro e região.
A Sub bacia do Córrego Mingau é predominantemente residencial, porém, ao longo do
Córrego, verificou-se a presença de alguns estabelecimentos comerciais, destacando aqueles
destinados ao lazer como Clube de recreação, Campo de futebol, salão de eventos, além de
áreas de recreação de condomínios fechados e residenciais.
Com base nos trabalhos de campo realizados pode-se dizer que de maneira geral
ocorrem usos e ocupações próximos ao talude desprovido de cobertura vegetal. Sem essa
proteção natural da vegetação desencadeiam–se processos erosivos fluviais, intensificados
pelo excesso de escoamento superficial de toda a sub-bacia.

6 - Aspectos Ambientais identificados

Como foi visto, alguns problemas ocorrem face aos acontecimentos naturais. Em se
tratando do Córrego Mingau, verificou-se que os aspectos degradados identificados resultam
da intervenção humana, da forma desordenada como se deu a ocupação da área natural de
inundação.
É notório que a impermeabilização excessiva do entorno gera um escoamento pluvial
intenso. Em locais de gradientes acentuados, causa o alargamento e aprofundamento do leito,
e adicionalmente ocorre o transporte de sedimentos para as partes mais baixas, causando
assoreamento. Pode-se pontuar como danos identificados, a retirada da vegetação natural, que
tem como função a proteção das margens.

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Outro aspecto identificado é a ausência de lançamentos com dissipadores de energia


das águas, ou quando existem sofreram estrangulamento devido ao excesso de fluxo.
Verificou-se que a travessia da Avenida Dona Terezinha de Morais (ponte), encontra-se
obstruída por resíduos diversos, causando um acúmulo de fluxo d’água e o conseqüente
alargamento das margens nesse ponto. A jusante dessa travessia, a rampa de concreto da
descida das águas foi danificada e o processo erosivo encontra-se em atividade. Outro aspecto
a destacar é o subdimensionamento dos bueiros.
Ao se comparar os aspectos ambientais relatados no Diagnóstico Ambiental realizado
por essa Gerência em 2008, apontamos que os impactos negativos detectados nesse trabalho
são basicamente os mesmos, porém potencializados, tais como a presença de cultivo de
hortaliças, edificações na APP, desgaste e comprometimento das estruturas do sistema de
macro-drenagem, depósito de resíduos sólidos, assoreamento. Adverte-se que houve
intensificação dos danos citados e ainda a implantação de grandes condomínios residenciais
nas margens do córrego, cabendo ao poder público verificar as condições de licenciamento
dos mesmos.

Área das nascentes

O acesso às nascentes do Córrego Mingau é efetuado pela Alameda Juazeiro do Norte, no


SINDIGOIÂNIA. A área da nascente encontra-se cercada com arame, sendo proibida a entrada
de pessoas e possui diversos afloramentos com vegetação composta por espécies arbóreas e
gramíneas bem preservadas, conforme mostra as Figuras 02 e 03.

Figura 02: Área cercada. Figura 03: Afloramentos no local.


Fonte: Ribeiro/abril 2018. Fonte: Ribeiro/abril 2018.

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A água das nascentes é direcionada para o abastecimento do Lago dentro do


SINDIGOIÂNIA, conforme Figuras 04 e 05, a seguir. Ressalta-se que no local não foi
verificado processo erosivo.

Figura 04: As águas são drenadas para o lago Figura 05: Lago que recebe as águas.
Fonte: Ribeiro/abril 2018. Fonte: Ribeiro/abril 2018.

Nas proximidades do clube e mesmo ao longo das avenidas próximas ao Córrego


Mingau, verificamos várias “bocas de lobos” para captação das águas pluviais. Essa captação
de água é lançada a jusante do muro do SINDIGOIÂNIA.
Margem direita – Rua Juazeiro do Norte Chácara 83 Condomínio Mont Pellier. A Área
de Preservação Permanente – APP encontra-se ocupada com área de lazer. Verificamos a
presença de alambrado com eletrificação. Para contenção de margem nesse local foi implantado
um Gabião. O fluxo d’água direcionou-se pra margem oposta gerando erosão fluvial, Figuras
06 e 07.

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Figura 06: Área vegetada aos fundos. Figura 07: Canaleta de águas pluviais em boas condições.
Fonte: Ribeiro/2018. Fonte: Ribeiro/2018.

Margem Esquerda – Rua José Leandro Quadra 106 – Chácara 91. Essa chácara fica a
jusante do Clube do SINDIGOIÂNIA. Ocorre lançamento de águas pluviais no córrego, o que gera o
aprofundamento de leito e processo erosivo. No local a moradora disse que ocorrem alagamentos em
virtude de lançamento de águas pluviais e servidas. Verificamos vegetação esparsa e moradia próxima á
margem Figuras 08 e 09.

Figura 08: Lançamento de águas pluviais e servida. Figura 09: Erosão fluvial raízes expostas.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

A área da Escola em Parceria foi vistoriada pela margem oposta, devido imóvel
fechado, Figura 10. Na margem esquerda Chácara nº. 92 da Rua José Leandro, verificou-se a
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existência de lançamento de águas pluviais proveniente do Condomínio implantado na margem


direita, Figura 11. Pode-se visualizar que a água está ficando estagnada, causando
empoçamento.

Figura 10: Imóvel fechado. Figura 11: Lançamento de águas do Condomínio.


Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

O escoamento excessivo está promovendo o desgaste do solo com perda de espécies


arbóreas. Acrescenta-se que conforme informações locais o Clube do Sindigoiânia tem lançado
águas no curso com resíduos/dejetos principalmente do tipo plásticos, Figura 12. Esta prática
está especialmente contribuindo para a acumulação de resíduos como sacolas e garrafas do tipo
PET.
Ressalta-se que na referida chácara localiza-se uma nascente que contribui para o
abastecimento do córrego. Aponta-se que no entorno da nascente não há vegetação natural e
encontra-se próxima a edificação residencial (Figura 13).

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Figura 12: Resíduos carreados pelas águas pluviais. Figura 13: Nascente dentro da chácara nº.92.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

Na margem oposta verificou-se que o processo erosivo está instável com


aproximadamente 2 metros de altura, podendo ser constatado que o solo é do tipo hidromórfico,
Figura 14 e 15. O solo encontra-se exposto em toda a margem, até a chácara de eventos.

Figura 14: Erosão fluvial margem direita. Figura 15: Erosão fluvial margem direita.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

Margem direita – Rua Juazeiro do Norte Chácara 81 Condomínio Residencial de


Ville Vemont. Essa área é destinada ao condomínio de casas, sendo que, nas proximidades do
córrego existe uma área de recreação. Foi implantado um lançamento de 0,60 cm de águas
pluviais, consta um muro de arrimo na margem do córrego, Figuras 16 e 17.

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O fluxo d’água é direcionado para a margem oposta gerando erosão fluvial, e ainda
percebe-se a coloração (esbranquiçada) das águas. No local foi também identificados
afloramentos nas margens do córrego.

Figura 16: Lançamento sem manutenção. Figura 17: Estrutura de gabião.


Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

Margem direita – Rua Juazeiro do Norte localiza-se Aldeias Eventos. Esse


estabelecimento é destinado à prestação de serviços em eventos. A margem esquerda sem
vegetação natural está desprotegida. Nas proximidades do córrego existe um lago, conforme
mostra a Figura 18. Foi implantado um alambrado e no talude do córrego existe um muro de
Gabião para proteção. A vegetação é insuficiente Figura 19.

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Figura 18: Área não vistoriada. Figura 19: Área não vistoriada.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

Na margem direita, localiza-se o Centro Esportivo. Não foi possível ter acesso ao
talude do córrego devido a grande quantidade de vegetação tipo capim, Figura 20. Há indícios
de aterramento consolidado na área, Figura 21.

Figura 20: Acesso dificultado pela vegetação. Figura 21: Desnível topográfico.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

Verificou-se a existência de campo de futebol e há indícios de aterramento da área já


consolidado, Figura 22. Existe também lançamento de águas pluviais direcionado para
margem, Figura 23.

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Figura 22: Campo de futebol na margem do córrego. Figura 23: Lançamento de águas pluviais.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

Na travessia do córrego, na ponte da Avenida Terezinha de Moraes, verificou-se que o


bueiro encontra-se obstruído com resíduos diversos, Figura 24. Destaca-se o processo erosivo
causado pelo desvio do fluxo d’água e grande concentração de águas ocasionada pela
obstrução do bueiro (Figura 25).

Figura 24: Bueiro de transposição obstruído. Figura 25: Erosão fluvial.


Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

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Margem direita – Na esquina da Alameda Juazeiro do Norte com a Avenida Dona


Terezinha de Morais, Chácaras 74/76 existe uma obra em andamento financiada pelo Banco
Santander.
O Condomínio Malta encontra-se nas margens do córrego, conforme Figuras 26 e 27,
não há vegetação natural. Ressalta-se que de acordo com o Diagnóstico Ambiental de 2008,
no local havia uma plantação de milho.

Figura 26: Condomínio Malta. Figura 27: APP sem vegetação natural.
Fonte: Ribeiro/2018. Fonte: Ribeiro/2018.

Margem esquerda – Avenida José Leandro da Cruz, Chácara 99 – funciona a empresa


Potência Medições. Na chácara verificamos presença de vegetação frutífera. Na margem oposta
edificação do Condomínio Malta encontra-se próximo ao talude erodido, com
aproximadamente 12 metros de alturas, Figura 28.
Destaca-se que a ponte de travessia da Avenida Teresinha de Morais encontra-se com a
rampa danificada (degrau), e que o leito do córrego sofreu um alargamento e aprofundamento,
Figura 29.

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Figura 28: Edificação margem oposto, próximo ao Figura 29: descida da água foi danificada.
talude. Fonte: Ribeiro/2018.
Fonte: Ribeiro/2018.

Margem direita – Alameda Juazeiro do Norte Chácara 73 Parque Amazônia. O


Muro lateral está em Área de Preservação Permanente. No talude do córrego foi possível
constatar erosão fluvial instável.
Na margem esquerda a erosão fluvial possui aproximadamente 08 a 12 metros de altura.
Foi visualizada edificação próxima ao talude. Existe vegetação, no entanto está caindo no
leito do córrego em virtude de solapamento de margem. A moita de bambu deslocou-se para o
leito do córrego, Figura 30 e 31.

Figura 30: Bambu no leito do córrego. Figura 31: Bambu no leito do córrego.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

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No trecho da Alameda Juazeiro do Norte – chácara 71 a área possui indícios de aterramento. O


talude do córrego encontra-se com erosão fluvial com aproximadamente 10 metros de altura. O leito do
córrego encontra-se alargado e não há vegetação, Figuras 32 e 33.

Figura 32: Talude erodido. Figura 33: Moita de bambu deslocou-se para o leito.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

O Condomínio Reserva do Parque nº. 107, localiza-se na margem esquerda da


Avenida José Leandro da Cruz. Aos fundos do empreendimento observou-se que na
proximidade das margens existe um estacionamento/área de lazer. No estacionamento foi
implantado o pavimento tipo croncregrama, Figura 34. Não foi constado processo erosivo nas
margens do córrego em virtude da instalação de muro tipo gabião, Figura 35.

Figura 34: Estacionamento com concregrama. Figura 35: Gabião nas margens.
Fonte: Ribeiro/2018. Fonte: Ribeiro/2018.

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Na Ponte de travessia da Rua Anacá com a Alameda Juazeiro do Norte, observou-se que
a Boca de Lobo está obstruída com resíduos e que a rede de drenagem está danificada, Figura
36. A margem esquerda está revegetada com arbusto tipo “cerca viva”, Figura 37.

Figura 36: Boca de lobo sem tampa. Figura 37: Cerca viva.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

Na área da Chácara H-1 – Três irmãs nº 65 na Rua Açaí - há um lançamento de águas


pluviais inacabado e também empoçamento de águas com mau cheiro, Figura 38. Há
evidências de que o terreno foi aterrado, não há vegetação natural. Em toda a extensão do
terreno observou-se plantação de hortaliças à aproximadamente 01 (um) metro do córrego,
Figura 39.

Figura 38: lançamento inacabado. Figura 39: Hortaliças na margem.


Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

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A confluência do Córrego Mingau com o Córrego Serrinha ocorre na Chácara 109,


destinada a lazer, contendo campos de futebol, cujo alambrado situa-se na proximidade do
talude, Figura 40. Verificou-se a ausência de vegetação natural em toda a chácara, leito
alargado com queda de árvores, Figura 41. Em toda a extensão da área existe processo
erosivo.

Figura 40: campo de futebol na margem do córrego. Figura 41: Árvore caída no leito.
Fonte: Ribeiro/2018 Fonte: Ribeiro/2018

No ponto de encontro do Córrego Mingau com o córrego Serrinha, foi verificado que
está ocorrendo um assoreamento, composto de bancos de areia e Resíduos de Construção
Civil (RCC). Constatou-se no local, processos erosivos avançados (Figura 42).

Figura 42: Foz Córrego Mingau no Córrego Serrinha.


Fonte: Ribeiro/2018.

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7 - Considerações Finais

Os trabalhos de campo efetuados confirmam que os mais diversos aspectos de


degradação ambiental apresentados no Diagnóstico de 2008, no Córrego Mingau permanecem
e em alguns pontos foram inclusive intensificados. Os problemas que ocorrem estão
associadas ao uso e ocupação inadequado das margens do Córrego Mingau, espaço natural de
inundação.
É uma prática da vida urbana a utilização da impermeabilização de quase toda a sub-bacia, o
que dificulta a infiltração das águas pluviais e intensificação do escoamento superficial,
gerando conseqüentemente maior fluxo de águas para o leito dos córregos.
As impermeabilizações excessivas na sub-bacia se constituem-se em elementos
determinantes na geração do aumento do escoamento superficial, que tendem ao leito do
Córrego Mingau. Em períodos de intensa atividade pluvial o rápido e intenso escoamento
superficial provoca novos processos erosivos e agravam outros já existentes. O aumento do
fluxo da vazão no leito do córrego torna-o susceptível à escavações e desgastes dos taludes,
gerando os processos erosivos fluviais.
Nas vistorias realizadas ao longo do Córrego Mingau foram verificados vários
impactos ambientais tais como: processos erosivos instáveis, ausência de vegetação ciliar,
plantações de hortaliças, descarte de Resíduos Sólidos Urbanos – RSU, edificações
comerciais e residenciais - habitações de baixo padrão construtivo a condomínios
financiados por Bancos - em Área de Preservação Permanente – APP.
Algumas medidas importantes poderão ser postas em prática para sanar as degradações
ambientais do Córrego Mingau e recuperar as suas margens. As seguintes ações são
recomendadas por esta Gerência:

 Verificar se as edificações encontradas estão na Área de Preservação Permanente


– APP (junto aos departamentos competentes). Posteriormente efetivar a remoção
e relocação das famílias e demais providências se for o caso;

 Verificar se os condomínios possuem Alvará de Construção bem como Licença


Ambiental com Projeto De Drenagem aprovados;

 Demolir e remover os RCC e RSU e dar destinação adequada aos mesmos (se for
o caso);

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 Adequar a rede de drenagem da Sub-bacia com a avaliação/dimensionamentos


dos bueiros de transposição e travessia existentes; implantar bacias de retenção
de águas pluviais, adequar os mecanismos da rede de drenagem com implantação
de escadarias hidráulicas; desobstruir boca-de-lobo e reparar meios-fios, etc.

 Promover o retaludamento de trechos nas margens do córrego onde há espaço e


a limpeza do leito com remoção de bancos de sedimentos e Resíduos de
Construção Civil e Resíduos Urbanos;

 Remover as espécies invasoras ao longo do córrego, elaboração de um projeto de


reflorestamento das nascentes a foz;

 Construir estrutura de Gabião bem como implantar reservatórios de retenção


para contenção do escoamento superficial de toda sub-bacia.
OBS.: Para que não ocorra desmoronamentos/perdas das obras que serão
executadas é fundamental que águas pluviais sejam infiltradas com intuito de
reduzir a vazão no leito do córrego.

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8 - Referências e Fontes Consultadas

AMMA. Diagnóstico Ambiental da Sub-bacia do Mingau. Gerência de Contenção e


Recuperação de Erosões e Afins. Goiânia, 2008.

BERTONI, J.; NETO, F. L. Conservação do solo. 6ª ed. São Paulo: Ícone, 2008.

CAMPOS, J. E. G. et al. Diagnóstico Hidrogeológico da região de Goiânia.


Superintendência de Geologia e Mineração. Secretaria de Indústria e Comércio. Goiânia,
2003.

CASSETI, V. Geomorfologia do município de Goiânia. Boletim Goiânia de Geografia. Vol.


12 Nº1. Ed. UFG, 1992.

EMBRAPA. Cultura do algodão no Cerrado. 2010.

KER, J. C. Latossolos do Brasil: Uma revisão. Pág. 17-40. 1997.

PCA. Plano de Controle Ambiental das drenagens urbanas no município de Goiânia.


2005.

ROMÃO, P. D. A. et al. Processos erosivos no centro-oeste brasileiro. Cap. 4 –


Caracterização Ambiental. Finatec. Brasília, 2006.

RIBEIRO, I.A.R.A. A Escola e o Ensino de Geografia como Parceira na Gestão Urbana.


Monografia IESA – UFG. 2006.

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