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Aula 1 da 1ª Semana dia 16 há 21 de Agosto 2021

1. A História de Farmácia em Moçambique

Em Moçambique o Estado é quem garante o direito dos cidadãos à saúde, como


promulgado na sua Constituição de 1975: “Todos os cidadãos têm direito à assistência
médica e sanitária, nos termos da Lei, bem como o dever de promover e defender a
saúde pública” (Art.89). Na revisão constitucional de 2004 foi explicitado que:
“Compete ao Estado promover, disciplinar e controlar a produção, a comercialização e o
uso de produtos químicos, biológicos, farmacêuticos e outros meios de tratamento e de
diagnóstico” (Art. 116/5). Em 1975, ocorreu a criação do Sistema Nacional de Saúde
(SNS), definindo a saúde como fundamental para o desenvolvimento.

Desde os anos 1970 Moçambique recebe doações emergências de medicamentos,


sobretudo norte americanas. Nos anos 1980 aderiu ao programa de reabilitação
económica do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial e foram
implementadas a privatização das empresas nacionais, aumento da participação privada
no sector de serviços e da actuação de ONGs no país (passando de 7 em 1980, a 70 em
1985 e 180 em 1990).

Em nível central, os recursos públicos em Moçambique são de dois tipos: on-budget e


off-budget. Os primeiros se referem aos fundos que são incluídos na Conta Única do
Tesouro e vinculados aos processos de planejamento, execução, contabilização e
controle do Estado. São recursos públicos arrecadados - em nível central, provincial e
distrital - e contribuições de alguns parceiros de cooperação. Os recursos off-budget não
integram o orçamento geral do Estado, sendo provenientes de vários doadores externos,
e são destinados aos programas verticais, desvinculados da programação financeira
estatal.

Em relação à Assistência Farmacêutica (AF) foram criados vários órgãos a partir da


independência que são:
1º Em 1975, a Central de Medicamento e Artigos Médicos (CMAM);
2º Em 1977, a FARMAC, empresa pública para nacionalizar as farmácias privadas
oriundas do período colonial;
3º Em 1977 a MEDIMOC, Empresa estatal de importação, integrando companhias
privadas já existentes;

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4º Em 1975, a Comissão Técnica de Terapêutica e Farmácia. Aprovaram-se legisla-
ções e protocolos, entre os quais destaca-se o Formulário Nacional de
Medicamentos (FNM), que define a lista de medicamentos a serem utilizados
nos serviços público e privado, revista nos anos 2007 e 2010 e utilizada até hoje.
Essas medidas evidenciam a vanguarda da AF no setor público em Moçambique
na década de 1970, comparado com outros países da região subsaariana – FNM
moçambicano foi publicado meses antes da Lista de Medicamentos Essenciais
da OMS, documento de referência mundial.
2. Politicas Nacionais de Saúde.

O SNS é toda rede de serviços organizados para atender as necessidades de saúde da


população.

O governo estudou a melhor forma de levar a saúde ate as populações e criou o serviço
Nacional de saúde para organizar a prestação de serviços desde o campo ate as áreas
Urbanas (Cidades).

2.1. Níveis de Atenção em Saúde.

O SNS moçambicano se organiza em quatro níveis de atenção:

1º Nível Primário: Controla centros de saúde de diferentes tipos como tipo: I, II e


III;
 Responsável pelo atendimento dos cuidados básicos de saúde;
 Acções de promoção de saúde, prevenção de doenças, tratamento e a
reabilitação dos problemas de saúde mais comuns da população;
 É o primeiro nível de contacto dos indivíduos com SNS, aproximando o
mais possível cuidados de saúde dos locais onde as pessoas vivem e
trabalham.
2º Nível Secundário: Controla Hospitais Gerais, Rurais e Distritais;
 Atendimento de problemas que necessitam actuação mais especializada,
internamentos ou a realização de procedimentos simples;
 Constitui o 1º nível de referência para os utentes que não encontram
solução para seus problemas nos centros de saúde, não sendo por tanto, o
1º contacto do cidadão com o serviço nacional de saúde.

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3º Nível Terciário: Controla Hospitais Provinciais:
 O atendimento dos problemas com maior grau de complexidade,
cirurgias e procedimentos maiores e complexos;
 Constitui o nível de referência para os utentes que não encontram
soluções para seus problemas nos hospitais Rurais e gerais bem como
para os provenientes de hospital Distrital e centrais e centros de saúde;
 Neste nível encontram-se os Hospitais Provinciais.
4º Nível Quaternário: Controla Hospitais Centrais e especializados: Ministério da
Saúde (MISAU) é o que coordena o sistema como um todo.
 Atendimento de problemas cujo tratamento e acompanhado, necessitam
de tecnologias mais sofisticado;
 Constitui o nível de referência para os doentes que não encontram
soluções para os problemas de saúde nas unidades sanitárias dos níveis
anteriores.
O nível quaternário controla os Hospitais Centrais tais como:
 Maputo: (Serve as Províncias de Gaza, Inhabane, Maputo Província e Maputo
Cidade).
 Beira (Serve as Províncias de Manica, Sofala, Tete e Zambézia);
 Nampula: (Serve as Províncias de Cabo-Delgado, Nampula e Niassa);
2.2. Possui Cinco (5) Direcções:
 DNPC- Direcção Nacional de Planificação e Cooperação;
 DRH – Direcção de Recursos Humanos;
 DAF – Direcção de Administração e Funções;
 DNSP – Direcção Nacional de Saúde Publica;
 DNAM – Direcção Nacional de Assistência Medica.

1.1. Cadeia de Distribuição de Medicamentos.

O SNS, o Sistema de Abastecimento de Medicamentos está estruturado em diferentes


níveis:

1º O Nível Central: constituído pela CMAM onde fazem parte os Armazéns


Centrais de Maputo e Beira, que abastecem os Hospitais Centrais, os Hospitais
Gerais da cidade de Maputo e os Depósitos Provinciais;

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2º O Nível Provincial: constituído pelos Depósitos Provinciais, que abastecem os
Hospitais Provinciais, os Hospital Especializados e os Depósitos Intermediários
(Depósitos Distritais, Hospitais Rurais ou Centros de Saúde que funcionam
como unidades fornecedoras de referência para Unidades Sanitárias
dependentes;

3º O Nível Distrital: constituído pelos Depósitos Distritais que abastecem os


Hospitais Rurais, Gerais e os Centros de Saúde;

4º Os Centros de Saúde: constituem o nível primário de atendimento ao público


sendo elas com ou sem internamento.

1.2. Ciclo de Gestão

O Ciclo de aprovisionamento apresenta-se como uma sucessão de funções básicas,


fundamentais para uma correcta gestão dos medicamentos no Serviço Nacional de
Saúde como:
1º Selecção;
2º Procura;
3º Distribuição;
4º Uso.
Ciclo de Gestão

1.2.1. Selecção e Procura.


Consiste em determinar e adquirir as quantidades necessárias dos medicamentos
apropriados para o tratamento das patologias identificadas, tendo em conta os fundos
disponíveis.

1.2.2. Distribuição.

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Consiste em disponibilizar os artigos e serviços necessários para o funcionamento de
uma determinada instituição, com boa qualidade e quantidade, em tempos certos e
regulares, e custos mínimos.

1.2.3. Uso.

Refere se à correcta utilização da medicação, considerando a qualidade da prescrição, a


embalagem, a rotulagem, as condições de dispensa e de conservação e o cumprimento
da terapêutica pelo paciente.

Referencia Bibliográfica:

1. Manual sobre Gestão do Sistema de Aprovisionamento de Medicamentos;


2. Manual do Procedimento de Gestão e Controlo de Medicamentos;
3. Boletim da Republica de 14 de Janeiro de 1998. Moçambique

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Ficha de Exercício

1. O que diz a lei nº 4/98 de 14 de Janeiro do Boletim da República?


2. De acordo com o Boletim da Republica em que artigo é a bordado sobre
Formulário Nacional de Medicamento?
3. Em que ano foi criado o SNS?
4. Em 1980 aderiu-se ao programa de reabilitação económica do Fundo Monetário
Internacional e do Banco Mundial e foram implementadas a privatização das
empresas nacionais. Quais foram as actuações do ONGs no pais?
5. Os recursos públicos em Moçambique são Mensurados em dois tipos, Mencione
e caracterize?
6. Diga o significado das seguintes palavras:
a) CMAM;
b) FARMAC
c) MEDIMOC
d) FNM;
e) OMS.
7. Mencione os quatro níveis de atenção que Moçambique usa para organiar os
Medicamentos?
8. Quais são os níveis de Abastecimento de medicamentos conheces?
9. De acordo com o ciclo de gestão de Medicamentos onde começa e termina o
ciclo?

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