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O modernismo é a expressão cultural e artística das sociedades modernas ocidentais,

que atingiu o seu ápice nas primeiras décadas do século XX. O modernismo rompeu
com a tradição académica que vigorou até ao século XIX.
As correntes modernistas, que se espalharam em Paris e Berlim, foram marcadas pelo
contexto das profundas transformações económicas, sociais, políticas, da mentalidade
e da tecnologia, bem como pelo impacto da Primeira Guerra Mundial. Apesar da
diversidade das manifestações, as correntes modernistas apresentam características
comuns tais como:
 o rompimento com o passado e com as tradições académicas;
 a contestação da sociedade burguesa;
 valorização da subjetividade e da emotividade;
 A Liberdade de expressão;
 recusam o realismo e buscam o que está para além da realidade;
 recebem contributos das novas conceções científicas do início do século;
 revelam inovação e experimentação a nível da estrutura formal e da
desconstrução do objeto artístico:
 valorizam a espontaneidade e a liberdade de criação;
 Novas técnicas tal como o uso de colagens, uso de utensílios já feitos (ready
made)
 enaltecem a interioridade do artista;
 contrapõem o sentido mais primitivo do indivíduo à sofisticação e ao progresso
 tecnológico;
 Figuras deformadas e cenas sem lógica.
Revelam a influência da arte não-ocidental (oriental e africana) ligado ao conceito de
modernismo está o de vanguarda cultural.
Nele se incluem os movimentos que romperam com o gosto dominante e
estabelecido, e com as técnicas académicas da criação artística, pondo em causa as
regras e os cânones que remontavam à herança do Renascimento. Estes movimentos
adotaram novas formas de expressão, por vezes revolucionárias, que chocaram a
sociedade burguesa e tradicional.
As obras de vanguarda foram produzidas por uma elite cultural e foram apreendidas
apenas por uma minoria. Com efeito, as formas de expressão artística modernista
exigiam um maior entendimento e uma nova atitude estética, tornando as obras de
arte menos acessíveis ao grande público. O modernismo, marcado pela liberdade
criadora, engloba várias correntes artísticas de vanguarda que se desenvolveram nas
primeiras décadas do século XX, por vezes em simultâneo.
Dadaísmo
Em 1916, um grupo de artistas de várias nacionalidades, que se reunia em Zurique, no
Cabaret Voltaire, abalou profundamente os fundamentos da arte. As suas reuniões
literárias e artísticas no Cabaret Voltaire causaram escândalo. Este grupo, denominado
Dada, foi o fundador do dadaísmo, que questionou, através da arte, a civilização
nascida da guerra.
O dadaísmo contestou a arte do século XIX, mas também as correntes artísticas.
Apesar de inspirado no futurismo italiano, negava a crença no progresso que este
defendia.
O dadaísmo pretendeu destruir os fundamentos das conceções estéticas. Foi uma arte
que se fundou no absurdo e no imprevisível, que ironizou e satirizou os valores
estéticos da própria arte.
A ausência de significado de Dada, e das suas obras, foi um fim em si mesmo e, por
isso, o dadaísmo assumiu-se como uma provocação.
Não pretendeu instituir um novo modelo estético, mas desaprovar os modelos
culturais passados, presentes e futuros. Nesta medida, a arte tornou-se anti-arte.
Foi uma forma de anular a herança histórica e de iniciar o processo criativo a partir do
zero - destruir para depois construir.
Em termos técnicos, o dadaísmo empregou o método aleatório para a criação artística,
em que o inconsciente dominava o processo criativo.
Entre os artistas dadaístas destacaram-se, nas artes plásticas, Hans Harp, Marcel Janco,
Francis Picabia, Marcel Duchamp e Max Ernst.
O ready made de Marcel Duchamp assumiu-se como um ponto de chegada da estética
dadaísta. Duchamp utilizou objetos de uso quotidiano, sem valor, simplesmente
encontrados ao acaso, e transformou-os em objetos artísticos.
Esta técnica tinha subjacente a ideia de que era possível fazer arte a partir do nada
Por volta de 1920, o dadaísmo foi acusado de estagnação, de ter sucumbido aos
modelos das correntes artísticas e de se ter tornado no que contestara, conduzindo ao
desmembramento do grupo Dada.
Bycicle Wheel- Em 1913, o artista francês Marcel Duchamp expôs seu primeiro ready-
made (anti obra de arte) Roda de Bicicleta.
Duchamp com esta obra de arte, se assim o pudemos chamar, procura o
estranhamento e o incómodo que para ele era a função primordial da arte.
O artista dadaísta não seguia nenhuma linha formal artística, e utilizava objetos do
quotidiano e transformava em arte para depois expor em museus. E a Bycicle Wheel é
um exemplo do ready made pois Duchamp agarrou na roda de uma bicicleta e
espetou-a numa cadeira
Duchamp com esta obra de arte, se assim o pudemos chamar, procura fazer uma
crítica radical ao sistema de arte e ainda tenciona provocar estranhamento e
incómodo que para ele era a função primordial da arte.

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