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PUC Minas

Departamento de Física e Química – ICEI


Laboratório de Física

CONSTANTE ELÁSTICA DE MOLAS


1. INTRODUÇÃO

Sob a ação de uma força de tração ou de compressão, todo objeto deforma-se. Se, ao cessar a atuação
dessa força, o corpo recupera sua forma primitiva, diz-se que a deformação é elástica. Em geral, existe um
limite para o valor da força a partir do qual acontece uma deformação permanente do corpo. Dentro do limite
elástico, há uma relação linear entre a força aplicada e a deformação, linearidade esta que expressa uma
relação geral conhecida como Lei de Hooke1. O sistema clássico utilizado para ilustração dessa lei é o sistema
massa-mola que é apresentado a seguir em situações de equilíbrio estático.

Na Figura 1, está mostrada uma mola helicoidal, de massa desprezível, pendurada por uma de suas
extremidades. Um objeto de massa 𝑚, colocado na outra extremidade, produz um alongamento 𝑥 na mola.

𝑥
ሬሬሬሬሬԦ
𝑭𝑬

ሬ𝑷
ሬԦ

(a) (b) (c)


Figura 1: Em (a), a mola não está alongada e em (b) está alongada de x, em relação à posição inicial,
devido ao peso de um objeto de massa m. Em (c) estão representadas as forças que atuam no objeto.

Pela lei de Hooke, a mola ao ser deformada reage aplicando uma força elástica que é proporcional à
deformação e no sentido contrário à deformação

𝐹𝐸 = −𝑘𝑥

1
Robert Hooke, Inglaterra, 1635 a 1703.

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em que 𝑘 é a constante elástica que caracteriza a mola.

No equilíbrio a segunda lei de Newton estabelece que a resultante de forças é zero

∑ 𝐹Ԧ = 0

Como pode ser visto na figura 1 (c) atuam no objeto a força peso 𝑃ሬԦ , verticalmente para baixo, que
produz a deformação da mola que reage com a força elástica ሬሬሬሬԦ
𝐹𝐸 na direção oposta à deformação, ou seja,
verticalmente para cima. Assim,

𝐹𝐸 − 𝑃 = 0

−𝑘𝑥 − 𝑚𝑔 = 0

−𝑘(−𝑑) − 𝑚𝑔 = 0

Logo

𝑘𝑑 = 𝑚𝑔 (1)

Associando-se duas molas, a constante elástica do conjunto passa a ter outro valor que depende da
maneira como foi feita a associação. Na Figura 2, está representado um objeto suspenso por duas molas
associadas em série (a) e em paralelo (b).

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Figura 2: A associação de duas molas pode ser feita (a) em série, com uma na extremidade da outra,
ou (b) em paralelo, com uma ao lado da outra.

Alongar as molas associadas em série (Figura 2 (a)) é “mais fácil” do que alongar as molas associadas
em paralelo. Podemos demonstrar esse comportamento das molas em série e paralelo considerando que:

a) Na associação em série as duas molas atuam como se fossem uma única mola de constante elástica
𝐾𝑒𝑞 . O alongamento 𝑥 dessa única mola será igual à soma dos alongamentos de cada uma das molas,
𝑥 = 𝑥1 + 𝑥2

A massa 𝑚 fica em equilíbrio estático quando seu peso 𝑃 se iguala à força elástica
𝐹𝐸 = 𝑘𝑒𝑞 𝑥

Assim,
𝑃 = 𝑘𝑒𝑞 (𝑥1 + 𝑥2 ).
Como
𝐹1 𝐹2
𝑥1 = ; 𝑥2 =
𝑘1 𝑘2
temos que:
𝐹 𝐹
𝑃 = 𝑘𝑒𝑞 (𝐾1 + 𝐾2 ).
1 2

Com a massa em equilíbrio, temos 𝑃 = 𝐹1 = 𝐹2 , obtendo que:


1 1 1
= + (2)
𝐾𝑒𝑞 𝐾1 𝐾2
Observação: No caso de termos 𝑘1 = 𝑘2 = 𝑘, obtemos 𝑘𝑒𝑞 = 𝑘⁄2, indicando que as molas em série
se comportam com uma mola mais macia.

b) Na associação em paralelo (Figura 2 (b)), quando a massa está em equilíbrio, a força peso P é igual à
soma das forças nas duas molas, de modo que o alongamento seja o mesmo,
𝑃 = 𝑘1 𝑥 + 𝑘2 𝑥.
Nesse caso podemos escrever que
𝑃
= (𝑘1 + 𝑘2 )
𝑥

A razão 𝑃⁄𝑥 no lado esquerdo é igual a constante elástica equivalente, 𝑘𝑒𝑞 = 𝑃⁄𝑥. Portanto, temos
𝑘𝑒𝑞 = (𝑘1 + 𝑘2 ) (3)

Observação:No caso de termos 𝑘1 = 𝑘2 = 𝑘, obtemos 𝑘𝑒𝑞 = 2𝑘 , indicando que as molas em paralelo


se comportam como uma mola mais dura.

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2. ATIVIDADE

Objetivos: Determinar a constante elástica de uma mola através da lei de Hooke.

Link da simulação:

https://phet.colorado.edu/sims/html/masses-and-springs/latest/masses-and-springs_pt_BR.html

PROCEDIMENTO: O experimento consiste em aplicar várias forças a uma mola vertical e medir os
alongamentos produzidos.

1. Entre no site do PhET e escolha a simulação Massas e Molas.

2. Escolha a opção “Intro” na parte inferior da tela (figura 3);

Figura 3: Tela da simulação Massas e Molas do PhET, opção INTRO.

3. A Figura 4 apresenta os recursos da simulação.

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Figura 4: Tela da simulação Massas e Molas do PhET.

4. (a) Identificando as massas desconhecidas

- Marque as opções “Comprimento natural”, e “Posição de equilíbrio” no painel localizado no canto superior
direito.

- Escolha o mesmo valor para a constante da mola 1 e da mola 2 no cursor na parte superior da tela.
Sugestão: escolha o menor valor para ter certeza de que são idênticos.

- Coloque na mola 1 uma massa conhecida. Meça a deformação da mola e através da equação (1), calcule
o valor da constante elástica da mola.

- Meça a deformação da mola que sustenta o bloco de massa desconhecida. Então utilize a equação (1)
para determinar a massa desse bloco.

- Repita o procedimento para determinar as outras massas.

4. (b) Determinando a constante elástica de uma mola

- Escolha uma das molas e coloque um valor qualquer para a constante elástica.

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- Obtenha um conjunto de alongamentos 𝑥, aplicando forças 𝐹 diferentes à mola, ou seja, colocando seis
objetos de massas distintas no suporte. Atenção para anotar as medidas em ordem crescente de força.
Anote os resultados na Tabela 1.

Tabela 1: Deformação em relação a força aplicada em uma mola.

Uma mola

𝑥 (𝑚 ) 𝐹 (𝑁 )

- Faça um gráfico da força exercida pela mola em função de sua deformação. O gráfico está conforme esperado
pela lei de Hooke? Faça um ajuste linear e, com base nos parâmetros da reta ajustada, determine a constante
elástica da mola.

REFERÊNCIAS:

CAMPOS, Agostinho Aurélio Garcia; ALVES, Elmo Salomão; SPEZIALI, Nivaldo Lúcio. Física experimental
básica na universidade. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007.

SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Jr. Princípios de física: mecânica clássica. São Paulo: Editora Cengage
Learning, 2008.

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