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PARENTESCO E FAMÍLIA
Universidade Rovuma
Lichinga
2021
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Universidade Rovuma
Lichinga
2021
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Índice
1.Introdução...........................................................................................................................5
1.1.Objectivos........................................................................................................................5
1.1.2.Geral:.............................................................................................................................5
1.1.3.Especifico......................................................................................................................5
1.1.4.Metodologia..................................................................................................................5
3.1.Parentesco......................................................................................................................10
3.2.Laços de Parantesco.......................................................................................................10
3.3.Descendência..................................................................................................................10
4.1.Clã..................................................................................................................................11
4.2.Simbologia de parentesco..............................................................................................12
5.Família...............................................................................................................................13
6.2.Socialização primária.....................................................................................................17
6.3.Socialização secundária.................................................................................................17
8.Casamento.........................................................................................................................18
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8.1.Casamento civil..............................................................................................................18
8.3.casamento tradicional.....................................................................................................19
9.Conclusão..........................................................................................................................20
10.Referência Bibliográficas................................................................................................21
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1.Introdução
A antropologia desenvolveu-se graças a existência de diversas correntes antropológicas que se
debruçaram sobre diversos temas referentes à ciência antropológica: o evolucionismo, o
difusionismo, o funcionalismo assim como o estruturalismo. A teoria psicanalítica de
Sigmund Freud (1856-1939) foi uma das influências fundamentais nesse movimento da
antropologia cultural norte-americana, que ficou para a história da antropologia como
Culturalismo ou, movimento de cultura-personalidade. O sistema de parentesco baseia-se no
fato de um indivíduo pertencer, simultaneamente, a duas famílias: à que nasceu (de
orientação) e à que constituiu (de procriação).
1.1.Objectivos
1.1.2.Geral:
Descrever as correntes antropológicas.
1.1.3.Especifico:
1.1.4.Metodologia
O presente trabalho se caracterizou por ser bibliográfico, desenvolvido a partir de materiais
elaborados e publicados por inúmeros autores escolhidos para ajudar na elaboração deste
trabalho para partir da questão que objectivou a suscitar reflexões sobre o tema.
2.Principais correntes na antropologia
Correntes Características Principais defensores Essência da corrente
Como afirma Lelatine (2003) evolucionismo foi A principal ideia do evolucionismo
época em que a antropologia emergiu como Edward Burnett Tylor (1832-1917) consistia em defender que a cultura e as
ciência, segunda metade do século XIX, foi Lewis Henry Morgan (1818-1889) sociedades evoluem, tal como as
marcada pelo triunfo das ideias evolucionistas espécies e os organismos, a partir de
saídas dos escritos de Herbert Spencer, Charles formas mais simples até chegarem a
Darwin, Alfred Wallace (1823-1913) e outros que outras mais complexas. Tanto Tylor
como eles alimentaram a corrente evolucionista e como Morgan afirmavam que as
Evolucionismo progressivista dessa época. Colonialismo e a sociedades passam por estádios de
ideologia dos administradores coloniais, uma vez evolução até chegarem às formas mais
que continha uma escala hierarquizada de complexas da vida social. Acreditavam
instituições e valores culturais, no topo da qual se também que era possível encontrar
encontravam os valores da “civilização” europeia ainda no século XIX sociedades em
(Kuper 1996:112), legitimando assim a diferentes estádios e graus de evolução.
colonização “civilizadora”.
O difusionismo tornou-se popular, nos finais do Grafton Elliot Smith (1871-1937), A ideia central desta corrente era a de
século XIX, quando o evolucionismo era ainda William James Perry (1887-1949) que as civilizações mais “avançadas”,
uma teoria influente, e constituiu um domínio das e das quais a Europa representava o
teorias evolucionistas. Existiram duas escolas William Halse Rivers Rivers expoente máximo, tinham a sua origem
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Difusionismo principais: uma na Alemanha-Áustria e outra na (1864-1922). no velho Egipto, considerado uma
Grã-Bretanha. civilização avançada devido ao facto de
nela se ter desenvolvido a prática da
agricultura muito cedo e de esta ter
levado ao desenvolvimento de formas
de religião, arquitectura e arte muito
“avançada”.
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3.1.Parentesco
De acordo com Augé (2003) o parentesco é o vínculo por consanguinidade, adopção, aliança
(através do casamento), afinidade ou qualquer relação estável de afectividade. Trata-se,
portanto, de vínculos podendo ser ou não biológicos e que se organizam de acordo com linhas
que permitem medir/qualificar diversos graus de parentesco.
Duas pessoas podem estar emparentadas de três formas básicas: por consanguinidade, por
afinidade ou por adopção. O parentesco por consanguinidade estabelece-se através de um
vínculo de sangue, quando existe pelo menos um ascendente em comum. A proximidade deste
parentesco mede-se de acordo com o número de gerações que separam ambos os pais (AUGÉ,
2003).
Segundo SANTOS (2002) parentesco no sentido restrito “refere-se aos laços de sangue, mas
num sentido mais amplo, também aplica-se aos laços de afinidade ou de casamento
(parentesco por afinidade ou por casamento) ”.
3.2.Laços de Parentesco
É a relação que decorre da posição ocupada pelo sujeito no sistema de parentesco. Pode-se
falar de três tipos de laços de parentesco:
3.3.Descendência
Relação do sujeito com os seus parentes de sangue. Embora o critério de descendência seja
biológico, em Moçambique a descendência obedece à critérios culturais (de descendência
unilateral). Por exemplo, um indivíduo é sempre filho de uma mãe e um pai, mas na zona
norte de Moçambique leva-se em consideração a descendência matrilinear, enquanto no sul
considera-se a descendência patrilinear. Nas sociedades europeias a descendência é dos dois
progenitores (descendência bilateral).
4.1.Clã
Grupo de pessoas dotado de nome e de descendência unilateral, isto é, que deriva de um
ancestral comum e que segue regras de descendência matrilinear/uterina ou
patrilinear/agnática e jamais de ambas simultaneamente.
4.2.Simbologia de parentesco
A simbologia adotada inclui um triângulo para o homem e um círculo para a mulher. Estes
símbolos não possuem nenhum preenchimento. Entretanto, o gráfico sempre analisa os laços
de parentesco a partir de um EGO (masculino ou feminino), e este símbolo, para melhor
visualização, é diferenciado com o seguinte preenchimento:
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5.Família
No sentido mais restrito é o conjunto de pessoas que vivem sob o mesmo tecto. Mas no
sentido lato, a família é o conjunto das sucessivas gerações descendentes de antepassados
comuns; já na linguagem do senso comum costuma dizer-se que a família é a célula básica da
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sociedade. Por família, também, pode-se entender como o conjunto de parentes por
consanguinidade ou por aliança ou afinidade.
Para BERNARDI, existe um tipo de classificação da família que se vale dos seguintes
critérios:
Regras de residência;
Número de cônjuges;
Relação de poder e parentesco.
Patrilocal: aquela que estabelece uma residência conjunta entre um casal e os pais do
homem. Geralmente nas sociedades meridionais de Moçambique há uma tendência de
as famílias estabelecerem residências patrilocais devido à estrutura e natureza do
poder que se centra nas mãos dos homens;
Matrilocal: aquela que estabelece residência conjunta entre o casal e os pais da
mulher. Com frequência acontece nas sociedades setentrionais de Moçambique onde
há uma tendência de as famílias estabelecerem residências matrilocais;
Neolocal: é a família cujo casal tem uma residência independente da dos pais de
ambos os cônjuges. Este tipo de residência é mais frequente em sociedades
urbanizadas onde o estilo de vida exige uma autonomia das famílias.
A família, diz Robert Rowland (1997) é consequência das relações de parentesco, é um grupo
doméstico co-residente e com limites variáveis segundo os contextos culturais. Alguns tipos
de família são:
Família nuclear: grupo de parentes formado pelos pais e os filhos, que residem juntos,
e os filhos tendem a herdar dos pais;
Família extensa ou “souche” (alargada);
Família de orientação: aquela onde um nasce e aprende a ser criança;
Família de procriação: aquela que formamos no momento do nosso casamento,
quando um se casa e tem filhos.
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Neste ponto também devemos pensar a linhagem ou clã, algo mais permanente que a família
nuclear. A pertença ao mesmo é por adscrição de nascimento. Leva associada uma relação
genealógica dos descendentes de um antepassado comum.
Após a fixação do grupo etno-linguistico bantu na região onde hoje é Moçambique, desde
cerca de 1700 anos, a base fundamental da economia consistia na agricultura de cereais,
principalmente de mapira e mexoeira. A produção agrícola, que determinava relações de
produção permanentes, era feita pelas mulheres da aldeia, que produziam para a família
alargada (clã). Sendo assim, como produtoras, as mulheres detinham certa autoridade e
controle sobre os celeiros, mas não controlavam bens mais valiosos e duradouros, como o
gado, por exemplo. A caça e a pesca, por sua vez, eram praticadas pelos homens e tinham
como finalidade complementar a dieta alimentar. Não configuravam, no entanto, relações de
produção tão duráveis quanto na agricultura.
De acordo com GARCIA (2001), em Moçambique assim como noutras sociedades africanas,
a unidade fundamental das sociedades é a família extensa, que funciona como elemento
mítico -espiritual, social e até juridicamente solidário. Aquelas estruturas possuem um
carácter intensamente comunitário; desempenhando o indivíduo funções com importância
colectiva; o seu interesse é subordinado ao geral. O comunitarismo faz ainda parte da religião,
das formas de vida económica e da existência de inúmeras sociedades especiais (no espaço
entre família e a tribo). Visto que as famílias moçambicanas são no geral colectivistas, onde o
papel de cada um dos membros está bem definido e, um possível erro de um dos membros
pode ser analisado como sendo um erro de toda família no geral.
De acordo com AGHASSIAN, et all (2003), os filhos fazem parte do grupo de parentesco do
pai, o que significa que os pais transmitem o parentesco.
A filiação patrilinear é a forma mais comum da filiação unilinear. Neste sistema de filiação e
organização patrilinear, os membros de um grupo de parentesco unem-se pela ligação a um
antepassado comum masculino através de uma linha de ascendência - descendência que cruza
as diferentes gerações somente através de parentes masculinos.
6.2.Socialização primária
Nessa socialização, a família é o agente mais importante no processo de internalização e
aprendizagem, pois fornece o marco para a definição e conservação das diferenças humanas,
dando forma aos papéis sociais básicos. Na primeira socialização é como o processo pelo qual
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6.3.Socialização secundária
Ocorre quando o sujeito entra em contato com grupos extrafamiliares, sem desmerecer a força
significativa da sedimentação das normas e valores que foram apreendidos através da
socialização primária. Nesse período outras relações sociais colaboram para o
desenvolvimento de crianças e adolescentes, em especial, as relações vividas na escola e nos
grupos de colegas (já na adolescência). Quando a família deixa de cumprir suas funções
básicas juntos aos seus membros, acaba gerando custos sociais e financeiros adicionais, na
medida em que iniciativas públicas e privadas compensatórias, que nem sempre são eficazes,
tornam-se necessárias para cobrir as demandas dali originadas. Não obstante a formação de
profissionais deve estar atenta à consideração de interdisciplinaridade da área de estudos da
família e todas as dimensões da mesma devem ser consideradas, desde as relações
interpessoais até sua inserção na sociedade mais ampla.
Família nuclear é aquela composta de um homem e uma mulher que coabitam e mantêm um
relacionamento sexual socialmente aprovado, tendo pelo menos um filho.
As famílias extensas são compostas pelo núcleo familiar e agregados que coabitam a mesma
unidade doméstica. De certo modo, a família extensa foi substituída pela família nuclear,
especialmente, nos grandes centros urbanos. Além disso, difundiram-se novos arranjos
familiares desvinculados da união lega.
A possibilidade da adoção disposta no Código Civil Brasileiro, faz com que a composição da
família adotiva se tornasse realidade. Esta é composta por um homem e mulher cujo filho não
apresenta laços de consangüinidade.
d) Casais;
A família dita “casal” é aquela em que o homem e mulher se enlaçam via matrimônio, mas
não concebem nem adotam filhos.
8.Casamento
De acordo com o BOLETIM DA REPÚBLICA, existem três tipos de casamentos:
Casamento civil,
Religioso e
Tradicional
8.1.Casamento civil
O casamento civil é um contrato entre duas pessoas tradicionalmente com o objectivo de
constituir uma família. A definição exata varia historicamente e entre as culturas, mas, até há
pouco tempo e na maioria dos países, era uma união socialmente sancionada entre um homem
e uma mulher (com ou sem filhos) mediante comunhão de vida e bens. Até ao século XIX, o
casamento era visto nas sociedades ocidentais meramente como um acordo comercial entre
duas famílias sem que os dois intervenientes tivessem muito voto na matéria. O romantismo
veio alterar esta imagem e passou-se então a existir o conceito de casar por amor.
8.3.casamento tradicional
O casamento clássico é ideal para casais conservadores e que gostam de manter a tradição.
São noivos que respeitam os pré-requisitos da cerimónia e Copo-d´àgua e que se preocupam
com as questões de protocolo e etiqueta do casamento como um todo.
O casamento religioso e tradicional só podem ser celebrados por quem tiver a capacidade
matrimonial exigida por lei.
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Neste tipo de casamentos a capacidade matrimonial dos nubentes é comprovada por meio de
processo preliminar de publicações, organizado nas repartições do registo civil a requerimento
dos nubentes ou do dignatário religioso, nos termos da lei de registo. Verificada no despacho
final do processo preliminar de publicações a inexistência de impedimentos à realização do
casamento, o funcionário do registo civil extrai o certificado matrimonial, que é remetido ao
dignatário religioso e sem o qual o casamento não pode ser celebrado.
O consentimento dos pais, legais representantes ou tutor, relativo ao nubente menor, pode ser
prestado na presença de duas testemunhas perante o dignatário religioso, o qual lavra auto de
ocorrência, assinando-o todos os intervenientes.
Dos contraentes;
Da autoridade comunitária; e
De duas testemunhas.
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9.Conclusão
10.Referência Bibliográficas
MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zélia Maria Neves. Antropologia: uma
introdução. 6ª ed., São Paulo: 2006 .