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EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
1ª Edição
Belém-PA
2020
4
https://doi.org/10.46898/rfb.9786599175329
E96
ISBN: 978-65-991753-2-9
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329
CDD 796.07
5
Conselho Editorial:
Prof. Dr. Ednilson Sergio Ramalho de Prof.ª Me. Neuma Teixeira dos Santos -
Souza - UFOPA (Editor-Chefe). UFRA.
Prof.ª Drª. Roberta Modesto Braga - Prof.ª Me. Antônia Edna Silva dos Santos
UFPA. - UEPA.
Prof. Me. Laecio Nobre de Macedo - Prof. Dr. Carlos Erick Brito de Sousa -
UFMA. UFMA.
Prof. Dr. Rodolfo Maduro Almeida - Prof. Dr. Orlando José de Almeida Filho
UFOPA. - UFSJ.
Prof.ª Drª. Ana Angelica Mathias Macedo Prof.ª Drª. Isabella Macário Ferro Caval-
- IFMA. canti - UFPE.
Prof. Me. Francisco Robson Alves da Sil-
va - IFPA.
Prof.ª Drª. Elizabeth Gomes Souza -
UFPA.
Diagramação:
Danilo Wothon Pereira da Silva.
Arte da capa:
Pryscila Rosy Borges de Souza.
Imagens da capa:
www.canva.com
Revisão de texto:
Os autores.
SUMÁRIO
PREFÁCIO.................................................................................................................................9
Prof. Dr. Kary Jean Falcão
CAPÍTULO 1
HABILIDADES DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO PROCESSO DE ALFA-
BETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA..........................................................................11
Maria Aparecida da Costa Vale de Souza
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.1
CAPÍTULO 2
A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO BASE PARA O DESENVOLVIMENTO HU-
MANO, SOCIAL E COGNITIVO DA CRIANÇA..........................................................23
Erci Gonçalves de Oliveira
Rafael Rosa da Silva
Simony Maria Pereira de Medeiros
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.2
CAPÍTULO 3
EXPERIÊNCIA GESTORA NO ENSINO EM REGIME ESPECIAL COM OFERTA
DE AULAS NÃO PRESENCIAIS.......................................................................................37
Bethânia Moreira da Silva Santos
Elisabethe Soares de Lima Bernardino
Silene Espinosa Quintão Alencar
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.3
CAPÍTULO 4
O USO DA TECNOLOGIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO
APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO NO ENSINO REGULAR..........................53
Marli de Fátima da Silva Chagas
Neuri Eliezer Senger
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.4
CAPÍTULO 5
A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO DAS SALAS MULTIFUNCIONAIS
PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA...........................................................69
Erci Gonçalves de Oliveira
Rafael Rosa da Silva
Sandra Bueno da Silva Duarte
Simony Maria Pereira de Medeiros
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.5
CAPÍTULO 6
ATENÇÃO SOB UM OUTRO OLHAR.............................................................................79
Cecília de Campos França
Jair Pereira da Cruz
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.6
CAPÍTULO 7
DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A PSICOMOTRICIDADE NO CONTEXTO
PEDAGÓGICO......................................................................................................................93
Eliane Gusmão Ribeiro
Daiana Mendes dos Santos
7
SOBRE OS AUTORES........................................................................................................106
ÍNDICE REMISSIVO..........................................................................................................109
8
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
PREFÁCIO
São as experiências vivenciadas na escola que sustentam as melhores práticas
educativas consideradas por gestores e professores como colaboradoras na aprendi-
zagem significativa. Estas experiências têm como referência as práticas multidiscipli-
nares e transversais que envolvem os autores desta obra publicada pela RFB Editora
contendo sete capítulos que tem o objetivo de conhecer e identificar algumas experiên-
cias exitosas, tanto no que se refere ao desempenho de estudantes como nas práticas
docentes que contribuem para a educação em todo o país, especificamente na educa-
ção básica. De antemão, gostaria de agradecer aos autores pela oportunidade de inse-
rir minhas impressões neste pequeno texto que precede os importantes resultados de
estudos de grande relevância para a educação.
10
aplicativos e as novas tecnologias como apoio pedagógico na sala de aula para melho-
rias no desempenho de estudantes surdos.
A obra, no sexto capítulo, apresenta um novo olhar sobre a atenção como uma
dimensão onde ativamos as informações sendo seus estudos valiosos para diversas
áreas de atuação e em especial a Psicologia cognitiva. Para os autores, a atenção pode
ser compreendida como um processo de focalização e concentração que resulta em
atividades de conhecer e de apreender, além de ser considerada uma temática promis-
sora para pesquisas em educação.
HABILIDADES DA CONSCIÊNCIA
FONOLÓGICA NO PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.1
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
12
INTRODUÇÃO
É possível tomar consciência que fala pode ser segmentada em palavras, sílabas,
e fonemas sons e levar o aluno perceber que uma palavra pode terminar com sons
parecidos (rimas) além palavras iniciadas com o mesmo som (aliteração) e perceber
palavras grandes e palavras pequenas, estas reflexões faz com que o aluno avance para
o nível alfabético com competências.
Morais destaca que foi a partir dos anos 1980 que alguns estudiosos começaram a
teorizar, de modo mais sistemático, sobre o que passamos a designar como “consciên-
cia metalinguística” praticar uma conduta metalinguística é, portanto, refletir sobre a
linguagem. (MORAIS et al., 2019. p.41).
13
foco seja o aluno com metodologias adequadas como forma de caminhos a seguir de-
senvolvendo as habilidades fonológicas.
1 CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
De acordo Cardoso Martins (1991, p. 103 apud MORAIS, 2019, p. 45) “é a cons-
ciência dos sons que compõem as palavras que ouvimos e falamos”. Podemos dizer
que quando a criança começa a tomar consciência da fala ela passa ter habilidades de
manipular uma fala como retirar o som inicial e final para formar novas palavras neste
momento ela começa a pensar na organização da sua oralidade.
Capítulo 1
HABILIDADES DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
14
Para Rayner et al. (2012, p. 321). A consciência fonológica pode ser dividida em
níveis:
Existem habilidades de consciência fonológica simples e superficiais e habilidades
de consciência fonológica complexas e profundas. Essas habilidades superficiais in-
cluem a separação de palavras em suas respectivas sílabas, identificado assim pelas
rimas e o reconhecimento de palavras que compartilham o mesmo som inicial. No
nível mais complexo de consciência fonológica está a capacidade de reconhecer, se-
parar e manipular palavras em suas unidades de som menores, também conhecidas
como fonemas. Esta habilidade mais intrincada é comumente referida como cons-
ciência fonêmica.
Nesta fase da consciência de palavras temos que pensar naquela criança que ain-
da pode estar presa em outra fase que é a fase do realismo nominal onde a criança
liga a palavra ao seu significado, para que haja esta percepção ela precisa ser treinada
cognitivamente de acordo com alguns estudos esta fase é vista como obstáculos no
desenvolvimento da leitura. (CARRAHER; REGO 1981 apud MOARAIS, 2019, p.39).
15
Nesta fase a criança escuta, porém ainda não tem cognição para refletir e per-
ceber os sons precisando avançar do realismo nominal preparando para a consciência
fonológica. De acordo com Soares (2016, p. 183). Ela conclui que:
Crianças são capazes de perceber semelhanças entre segmentos sonoros de palavras
orientando-se, portanto, não pelo significado, mas por aspectos fonológicos. Uma
possível explicação para essa capacidade é fato de crianças, desde muito pequenas
conviverem, no ambiente familiar e ou creches e instituição de educação infantil,
com textos do folclore infantil que exploram rimas aliterações, cantigas de ninar,
parlendas cantigas de roda, trava-línguas.
Muitas crianças já chegam na escola com um nível de repertorio muito bom isso
devido o ambiente ser enriquecido crianças que cresceram ouvindo musiquinhas de
ninar ouvindo histórias e tem um diálogo constante com os pais, por outro lado temos
aquela criança que chega com dificuldades na fala muito tímido resultados de um am-
biente empobrecido essa criança vai ter dificuldade em desenvolver uma consciência
fonológica dentro da etapa educação infantil levando uma defasagem para alfabetiza-
ção na leitura e na escrita.
Segundo Alves (2009) é adquirida logo cedo pela criança. Esta habilidade com-
preende a capacidade de segmentar palavra em sílabas, juntar sílabas para formar
palavras, entre outras habilidades. Aqui o aluno começa a perceber que a palavra é
composta por pedaços que são as sílabas onde os pedacinhos destas palavras podem
estar dentro de outra palavra que são as rimas e aliterações.
Morais (2019, p. 50) coloca que “à unidade sonora que é objeto de reflexão pode
ser um fonema, uma sílaba, uma rima de palavra, um segmento intrassilábico conten-
do um ou mais fonemas ou uma palavra inteira dentro da outra”. Pode-se concluir,
portanto, a importância dessa reflexão por parte do aluno quando, o professor recita
Capítulo 1
HABILIDADES DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
16
um trava-língua por exemplo e o aluno durante a sua escrita começa a refletir sobre a
palavra neste momento ele percebe que as palavras que escrevemos são compostas de
sílabas e das unidades menores que são os fonemas.
Seguindo a reflexão que atividades com rimas e aliterações leva o aluno a ingres-
sar no sistema alfabético com sucesso tendo presente no seu dia-dia atividades lúdi-
cas principalmente na educação infantil. Conforme Soares (2016, p.184) “em termo
de orientação da criança para a progressiva compreensão do princípio alfabético, ati-
vidades com rimas e aliterações, frequente na educação infantil e fundamentalmente
de natureza lúdica.”
Com base na reflexão da autora nada impede o professor incluir já educação in-
fantil, atividades de forma lúdicas cantigas de roda, parlendas, trava-língua buscando
desenvolver habilidades que leva ao sucesso da leitura e escrita no ciclo de alfabeti-
zação, deixando de lado aquela ideia que crianças na educação infantil só brinca, nes-
ta fase o professor articulador de aprendizagem apresenta o seu conteúdo de forma
lúdica uma brincadeira exemplo, cantiga de roda com propósitos quando trabalha
a cantiga o aluno amplia seu vocabulário junto também desenvolvem seu cognitivo
passando a pensar e refletir os sons das palavras, ampliando suas experiências de re-
pertório linguístico para o desenvolvimento da leitura e escrita.
De acordo com Soares (2016, p.124) “para aprender a ler e a escrever, é necessário
que o aprendiz volte sua atenção para os sons da fala, e tome consciência das relações
entre eles e sua representação gráfica, tanto no nível da palavra quanto no nível das
relações fonema- grafema”. Para compreender o processo da leitura e da escrita pri-
meiramente vemos a necessidade do aluno assimilar os sons fala para que haja essa as-
similação ele já tem ter desenvolvido as habilidades da consciência fonológica fazendo
relação fonema grafema.
17
Por outro lado, a outro comportamento na habilidade da leitura como diz Soares
(2016, p. 230) “na leitura, ao contrário, a palavra escrita é um conjunto de letras que é
preciso decifrar para chegar à palavra como unidade fonológica e a seu significado, o
que exigem constituí-la a partir do reconhecimento sequencial dos grafemas e de seu
relacionamento com fonemas”. Sendo assim podemos dizer que para o aluno avançar
nas duas habilidades leitura e escrita ele precisa desenvolver as habilidades de fono-
logia onde ele analisa os grafemas e relacionando estas com os fonemas formando a
palavras onde se dá a leitura. Para que haja este processo o ambiente educacional tem
que proporcionar atividades significativas onde o aluno começar a construir seu co-
nhecimento acerca da leitura e escrita.
Capítulo 1
HABILIDADES DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
18
ações voltadas para a leitura escrita”. Pode – se pensar em um ambiente com ações que
favoreçam uma aprendizagem com atividades acessíveis para contribuir no processo
de alfabetização, induzindo o aluno em práticas de leitura e escrita onde configura este
ambiente alfabetizador.
19
4 DISCUSSÃO
Capítulo 1
HABILIDADES DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
20
o autor coloca a consciência fonológica como facilitador que conforme a criança vai se
apropriando nestas habilidades ela avança no processo alfabético.
Sendo assim, diante dos estudos apresentados no decorrer deste trabalho com-
provaram várias contribuições teóricas acerca da consciência fonológica sendo uma
habilidade importante devendo ser observada e levada em conta durante todo proces-
so de alfabetização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos estudos realizados para execução deste trabalho é possível constatar
que a consciência fonológica começa a ser desenvolvida muito cedo na criança antes
mesmo da criança chegar na escola através das canções de ninar ainda no colo da mãe
um ambiente rico estimulo fonológico podem facilitar este processo de aquisição das
habilidades de consciência fonológica, vindo auxiliar na aprendizagem da leitura e da
escrita. Cabe, pois, o professor alfabetizador introduzir atividades que estimulem a
consciência fonológica da criança, sobretudo em fase inicial da educação infantil, a fim
de que ela venha futuramente ter sucesso na leitura e na escrita no ciclo de alfabetiza-
ção sendo, a consciência fonológica uma habilidade significativa.
REFERÊNCIAS
ADAMS, Marilyn Jager. Consciência fonológica em crianças pequenas. Artmed Edi-
tora, 2018.
21
BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi; DE SOUSA ROSA, Ester Calland. Ler e escrever
na Educação Infantil: discutindo práticas pedagógicas. Autêntica, 2017
2012.
Capítulo 1
HABILIDADES DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
22
CAPÍTULO 2
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.2
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
24
INTRODUÇÃO
Além disso, a Educação Infantil torna–se de suma importância, pois é nela que
acontece o acesso a bens culturais que favorecem o desenvolvimento, socialização e
inclusão social, além de proporcionar aos educandos ensinamentos contextualizados,
baseados nas relações de interação com o meio, de forma que possibilita e potencializa
o processo de educar.
Vygotsky apud Ivic (2010) também comenta que a educação vai muito além do
aprendizado, pois ela reflete, também, nas relações humanas, assim, “a educação não
25
Sendo assim, o educador torna – se parte marcante na evolução das crianças, de-
vendo, este, estar preparado para atender as necessidades que surgirem durante o pro-
cesso, pois o contato diário acarretará em consequências, tanto positivas, quanto nega-
tivas, conforme afirmam Mahoney e Almeida (2004) “ [...] quando não são satisfeitas
as necessidades afetivas, estas resultam em barreiras para o processo ensino-aprendi-
zagem e, portanto, para o desenvolvimento, tanto do aluno como do professor” (p.26).
Por fim, este trabalho tem como objetivo evidenciar a influência positiva que
a Educação Infantil, quando trabalhada baseada nos princípios legais, traz para o
educando, tais como autocontrole e comportamento pró – social (SAMMONS, 2002).
Justifica – se, ainda, a escolha desse tema devido a necessidade de valorização dos
profissionais da Educação Infantil, conforme afirmam os Parâmetros Nacionais de
Qualidade da Educação Infantil (2018, p. 36) “O investimento e monitoramento das
condições de trabalho e a valorização da carreira dos Professores e profissionais de
apoio contribuem na construção e no fortalecimento de práticas de qualidade na Edu-
cação Infantil”, pois muitos ainda são tidos como apenas cuidadores de crianças, não
como educadores e peças fundamentais na aquisição de autonomia dos pequenos.
Também, é preciso pensar na Educação Infantil como uma fase importante de de-
senvolvimento da criança, pois é “[...]concebida como questão de direito, de cidadania
e de qualidade. As interações e brincadeiras são considerados eixos fundamentais para
se educar com qualidade.” (BRASIL, 2012, p. 11).
26
dissertações, entre outros. Também é conceituada como pesquisa de campo, pois en-
volve a coleta de dados por meio de questionário. Do ponto de vista dos objetivos é
considerada exploratória, pois busca proporcionar mais informações sobre a influên-
cia da Educação Infantil na vida da criança.
Em suma, este trabalho está dividido em quatro sessões, sendo elas Introdução,
na qual faz uma síntese sobre o tema que será abordado; Desenvolvimento, que está
dividido em três subseções, a primeira, que abordará o referencial teórico acerca do
tema e as defesas do ponto de vista dos autores, a segunda, que discorrerá sobre a
forma como a pesquisa aconteceu, o caminho percorrido para atingir tal objetivo e, fi-
nalmente, os resultados e discussões, que apresentarão os dados coletados na pesquisa
de campo. Por fim, as Considerações Finais, com um breve fechamento sobre o assunto
relatado.
1 A PRIMEIRA INFÂNCIA
27
Capítulo 2
A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO BASE PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO, SOCIAL E COGNITIVO DA CRIANÇA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
28
Já Piaget (1967) afirma que “o jogo não pode ser visto apenas como divertimen-
to ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico,
cognitivo, afetivo e moral da criança” tornando – se essencial para a aprendizagem da
criança. Ademais, por meio de jogos, brincadeiras e atividades lúdicas, a criança está
construindo suas experiências, conforme descreve Kebach (2018, p. 107) “[...]as crian-
ças que são incentivadas a agir, pesquisar, refletir, explorar, através do brincar e de
condutas investigativas, tornam-se mais atentas, organizadas, capazes de atuar com
mais autonomia na tomada de decisão frente aos conflitos e obstáculos cotidianos ”.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
29
Nesse sentido, Lakatos e Marconi (2003, p. 186) afirmam que a pesquisa de campo
“ [...] é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos
acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que
se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. ”
Você acredita que jogos e brincadeiras contribuem para a alfabetização das crian-
ças? Em que sentido?
Como foi a alfabetização de seu filho nos anos iniciais do Ensino Fundamental?
Qual a sua opinião sobre o ingresso da criança logo nos primeiros anos da Edu-
cação Infantil?
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta etapa do trabalho serão apresentados os dados coletados por meio da pes-
quisa de campo com cinco famílias de alunos que frequentaram a creche na rede mu-
Capítulo 2
A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO BASE PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO, SOCIAL E COGNITIVO DA CRIANÇA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
30
Como observado nas respostas acima, coletadas com as famílias, observa – se que
as crianças tiveram um desenvolvimento significante na Educação Infantil, o que pode
ter acontecido devido as estimulações e interações mediadas pelos docentes. Neste
contexto, nota –se que a meta da Educação Infantil, de acordo com o DRC - TGA tem
acontecido.
A meta do trabalho pedagógico nas instituições de Educação Infantil é apoiar a
criança ao longo de todas as suas experiências cotidianas, estabelecer uma relação
positiva entre a criança e a instituição educacional, fortalecer sua autoestima, in-
teresse e curiosidade pelo conhecimento do mundo, familiarizá-la com diferentes
linguagens, e na aceitação e acolhimento das diferenças entre as pessoas. (SEMEC,
2019, p. 54).
31
Neste contexto, de acordo com as falas das famílias e com os estudos propostos
por teóricos como Vygotsky, o “[...] aprendizado adequadamente organizado desper-
ta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente
quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com
seus companheiros” (VYGOTSKY, 2007, p. 103). Ademais, acredita – se que o desen-
volvimento das crianças está fortemente relacionado com as interações que ocorreram
na Educação Infantil, pois é por meio do estímulo e socializações que acontece a aqui-
sição do conhecimento (VYGOTSKY, 2007).
Outro fator essencial para a melhoria das interações sociais na Educação Infantil
é o educador, pois é de acordo com o planejamento que este profissional elabora que
acontecem as relações de mutualidade, de troca, de conhecimento, de partilha, de de-
senvolvimento e aquisição de novas aprendizagens.
Sendo assim, é necessário que toda a equipe pedagógica, não somente dos Cen-
tros de Ensino, mas também as equipes de apoio do município estejam devidamen-
te capacitadas para a orientação e atendimento na Educação Infantil. Tal capacitação
deve acontecer de forma contínua, buscando analisar os diferentes tipos de saberes
que podem acontecer no contexto educacional, colocando a criança sempre como o
centro do processo de ensino – aprendizagem (SILVA; TAVARES, 2016).
Capítulo 2
A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO BASE PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO, SOCIAL E COGNITIVO DA CRIANÇA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
32
33
Nota – se que a maioria das famílias comentaram sobre a facilidade que seus
filhos (as) apresentaram no processo de alfabetização nos anos iniciais do Ensino Fun-
damental, o que enfatiza e corrobora com as abordagens apresentadas ao longo des-
se trabalho, sobre a relevância da Educação Infantil no desenvolvimento integral da
criança.
Por fim, apresentaremos a opinião das famílias sobre o ingresso da criança logo
nos primeiros anos da Educação Infantil.
Portanto, a visão das famílias vai de encontro ao objetivo proposto pela Lei de
Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96) em seu artigo 29, quando
comenta que “a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como fina-
lidade o desenvolvimento integral da criança de até seis anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Capítulo 2
A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO BASE PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO, SOCIAL E COGNITIVO DA CRIANÇA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
34
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo principal discorrer sobre a importância da Edu-
cação Infantil para as crianças, quando desenvolvida por profissionais capacitados e
baseada nos documentos norteadores, pois não é de hoje que essa etapa da Educação
Básica deixou de ser assistencialista, tendo como propósito o desenvolvimento inte-
gral dos educandos.
Ademais, conforme exposto por alguns estudiosos, é por meio das interações,
brincadeiras e estímulos que acontecem nesse ambiente acolhedor que as crianças de-
senvolvem sua autonomia e aprendizagem, de forma lúdica e agradável. Em contra-
partida, é importante ressaltar que, quando não trabalhada tendo como foco a reali-
dade das crianças, contextualizando e enfatizando com a cultural local e os diferentes
saberes, poderá acarretar em bloqueios que refletirão no processo de ensino – apren-
dizagem dos mesmos.
Por fim, acredita – se ser uma relevante discussão para muitas famílias, que acre-
ditam que a Educação Infantil é apenas um passatempo para as crianças ou uma assis-
tência às famílias que precisam trabalhar e necessitam de um abrigo aos filhos enquan-
to realizam suas jornadas laborais, não acreditando o quão necessário ela se torna para
o desenvolvimento e aprendizagem de seus pequenos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brinquedos e brin-
cadeiras de creche: manual de orientação pedagógica/ Ministério da Educação. Se-
cretaria de Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2012.
35
IVIC, Ivan. Lev Semionovich Vygotsky / Ivan Ivic; Edgar Pereira Coelho (org.) – Re-
cife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo: Atlas,
2008.
LOPES, Maria da Glória. Jogos na educação: criar, fazer, jogar. 6. Ed. São Paulo, Cor-
tez, 2005.
Núcleo Primeira Infância. Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância (2014).
Estudo nº 1: O Impacto do Desenvolvimento na Primeira Infância sobre a Apren-
dizagem, 2014.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1971
SILVA, Dulcilene Rodrigues da. Tavares, Daniel Moreira. Educação Infantil: avanços
Capítulo 2
A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO BASE PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO, SOCIAL E COGNITIVO DA CRIANÇA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
36
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.3
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
38
INTRODUÇÃO
39
O problema base que norteou este relato de experiência constitui-se dos seguin-
tes questionamentos: quais os desafios e as possibilidades da prática pedagógica, que o
momento pandêmico covid-19 trouxe para continuação do processo de ensino apren-
dizagem na escola? Quais soluções encontradas para o enfrentamento das dificulda-
des impostas pela pandemia e a relação com estudantes?
1 O CONTEXTO DE PESQUISA
Capítulo 3
EXPERIÊNCIA GESTORA NO ENSINO EM REGIME ESPECIAL COM OFERTA DE AULAS NÃO PRESENCIAIS
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
40
Bairro Serraria. A instituição foi criada no ano de 1990 pelo Decreto de Criação nº.
4628/25/04/1990 sendo sua Portaria de Autorização nº 129/GAB/SEDUC de 26 de
fevereiro de 2004.
2 METODOLOGIA
Equipe Escolar
41
2.5 AVALIAÇÃO
Critério de Inclusão: registros com experiências exitosas que traga aspectos das
seguintes dimensões: gestão da aprendizagem, gestão de pessoas e gestão de partici-
pação.
2.5.2 Facilidades
Relato de experiências sobre práticas vivenciadas;
Arquivos com evidências.
Capítulo 3
EXPERIÊNCIA GESTORA NO ENSINO EM REGIME ESPECIAL COM OFERTA DE AULAS NÃO PRESENCIAIS
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
42
2.5.3 Dificuldades
Tecnologias
Depoimentos usados fora do contexto de produção
Memórias traumáticas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 A PANDEMIA COVID-19: possibilidades e desafios na gestão do
planejamento
Equipe Gestora
Composta por (1) diretora, (1) vice-diretora, (1) secretário escolar, e membros da
equipe pedagógica, (2) supervisoras e (2) orientadoras.
Professores
ETAPAS MODALIDADES
( 19 ) Ensino Fundamental II (19) Ensino Regular
( 17 ) Ensino Médio (10) Educação de Jovens e Adultos
(07) Mediação Tecnológica
(00) Classes de Aceleração
Público Alvo
43
zação das turmas, nas diretrizes para reorganização do calendário escolar, ao cômputo
de carga horária realizada por meio de atividades pedagógicas não presenciais (media-
das ou não por tecnologias digitais de informação e comunicação) a fim de promover
a continuidade das aulas e minimizar a necessidade de reposição de forma presencial.
Ressaltamos que a princípio surgiu certa insegurança, tanto por parte da equipe,
como de pais, estudantes e professores, que em pouco tempo foi sanada durante as
reuniões e planejamentos desenvolvidos pela equipe, visto que o conhecimento acerca
da realidade imposta pelo Covid-19 foi mobilizando novos conhecimentos (conceitos
e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valo-
res para resolver demandas complexas impostas por este período pandêmico.
O planejamento foi uma das ações práticas que se efetivou de forma concreta teve
como objetivo a projeção de ações para oferta das aulas não presenciais e atividades
de acompanhamento e suporte pedagógico. O planejamento das atividades escolares
é uma necessidade indispensável, tendo em vista atingir os resultados da ação educa-
cional previsto na legislação em vigor e especificamente na LDB 9394/96.
Capítulo 3
EXPERIÊNCIA GESTORA NO ENSINO EM REGIME ESPECIAL COM OFERTA DE AULAS NÃO PRESENCIAIS
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
44
De acordo com Lück (2009, p.31) o diretor é responsável para “estabelece na es-
cola a prática do planejamento como um processo fundamental de gestão, organização
e orientação das ações em todas as áreas e segmentos escolares, de modo a garantir a
sua materialização e efetividade”. Todos os professores e equipe técnica e pedagógica
tiveram que repensar sobre a prática do planejamento.
45
Capítulo 3
EXPERIÊNCIA GESTORA NO ENSINO EM REGIME ESPECIAL COM OFERTA DE AULAS NÃO PRESENCIAIS
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
46
47
Por outro lado, constatamos que muitos alunos não tinham internet suficiente
(pacotes de dados) para darem continuidade às aulas por meio das turmas virtuais
Google Sala de Aula, mas esses se disponibilizavam de recursos (pacotes de dados)
para acessarem as aulas via whatsapp. Dessa forma, a equipe gestora pensou em utili-
zar como estratégia o ensino hibrido com envio de atividades pelo whatsapp e a entrega
do livro didático. Foram criados então, Grupos de WhatsApp para envio do cronogra-
ma de sequência de aulas e como suporte a entrega de livros didáticos.
48
Para garantir o diálogo mais favorável entre escola e família, em virtude do isola-
mento, e para continuidade do bom andamento do processo de ensino aprendizagem
aos estudantes a comunicação é realizada por meio de WhatsApp, onde é possível
fazer a divulgação de comunicados. Além disso, os pais podem acompanhar e através
da Plataforma Classroom e Facebook.
49
Quais as dificuldades/desafios?
1 Casos crescentes de Covid-19 entre o público envolvido.
2 Dificuldades com acesso a internet e manuseio das tecnologias (profes-
sores, estudantes, pais/mães ou responsáveis);
3 Falta de compromisso de alguns pais;
4 Falta de recursos tecnológicos para os professores, estudantes, pais/
mães ou responsáveis;
5 Limitações para contato presencial entre família e escola.
6 Necessidade de criar turmas virtuais e migrar estudantes dentro da
plataforma Google Sala de Aula, em três momentos: i) criação de turmas,
vincular professor e ensiná-los a utilizar; ii) criação de novas turmas agora
vinculando o professores aos e-mails institucionais, as primeiras turmas fo-
ram criadas no e-mail pessoal dos professores que precisaram ser recriadas
quando a SEDUC criou o e-mail institucional dos professores; iii) depois foi
necessário uma a migração dos estudantes de seus e-mails pessoais para o
e-mail institucional dos estudantes que só foi enviado pela SEDUC no tercei-
ro mês do período pandêmico.
7 Professores que não conseguiram acompanhar todo o processo de aulas
não presenciais.
8 Suspensão das horas extras que deixou algumas turmas sem professor
de disciplinas específicas todo o período pandêmico.
9 Dependência das tecnologias e da internet.
10 Professores que se recusaram a utilizar o Google formulário que é uma
ferramenta que facilitou o acesso do aluno em outras modalidades de ensino
na escola.
Quais as facilidades/oportunidades?
1 Possibilidades de ampliar a interação por meio de recursos tecnológicos
e repensar as práticas pedagógicas;
2 Aproximação da família e escola, com participações mais ativas dos
pais/mães ou responsáveis;
3 Flexibilidade dos horários;
4 Utilização de metodologias ativas
5 Inserção de nossos professores as novas plataformas e recursos digitais
6 Inserção de nossos alunos ao uso de novas Tecnologias
7 Construção de uma rede de informação e autoformação entre os profes-
sores e alunos em uma ajuda mútua para acesso e interação nas plataformas
digitais.
8 Utilização das tecnologias na Educação
9 Plataformas e aplicativos de fácil utilização
Capítulo 3
EXPERIÊNCIA GESTORA NO ENSINO EM REGIME ESPECIAL COM OFERTA DE AULAS NÃO PRESENCIAIS
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
50
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O grandioso desafio de nossos estudantes e pais foi a participação nas aulas re-
motas, o acesso limitado à internet, falta de aparelhos adequados, falta de ambiente
adequado para os estudos. A casa mais do que nunca virou extensão da escola, local
de estreitamento de laços, superação de obstáculos e questionamentos. Após alguns
meses em utilização da plataforma Google Classroom (versão gratuita) com gmails pes-
soais, a rede estadual se organizou criando e-mails institucionais para professores e
estudantes dando ênfase na importância e seriedade do trabalho em equipe, todavia a
migração foi um grande desafio, a desmotivação de muitos estudantes tornou-se meta
a ser superada por toda a equipe, que com a grande parceria da orientação e supervi-
são conseguimos resgatar muitos educandos.
Nas aulas remotas foi promovido diálogo constante por mídias, uma das estraté-
gias de manter o aluno informado, recebendo suas explicações, sanando suas dúvidas
e, mesmo com diálogo virtual o feedback foi exitoso, prazeroso. As mídias que muito
atrapalhavam as aulas presenciais se tornaram de um dia para outras essenciais para
prática educacional, e aqui talvez seja o maior desafio, compreender o quão importan-
te são as mídias para o processo ensino-aprendizagem, não apenas em período pandê-
mico. Desmistificar inseguranças e incertezas que sempre rondam nossos caminhos de
trabalho ligado ao avanço tecnológico.
51
REFERÊNCIAS
LUCK, Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora
Positivo, 2009.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. São Paulo: Loyola, 1996.
PORTELLI, Alessandro. História oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e Voz,
2016.
Capítulo 3
EXPERIÊNCIA GESTORA NO ENSINO EM REGIME ESPECIAL COM OFERTA DE AULAS NÃO PRESENCIAIS
52
CAPÍTULO 4
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.4
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
54
INTRODUÇÃO
De acordo com Capovilla e Raphael (2008), até o século XVIII era muito forte a
concepção de que a linguagem falada era a única forma de linguagem possível de co-
municação com a pessoa surda. Nesse sentido, segundo Perlin e Strobel (2006):
O fato mais marcante na história da Educação de Surdos foi o Congresso de Milão
ocorrido no ano de 1880, no qual, através de uma votação com maioria quase abso-
luta de professores ouvintes, ficou decidido que a Língua de Sinais seria abolida da
Educação de Surdos, prevalecendo o uso da Língua Oral. (PERLIN; STROBEL, 2006.
p 39).
55
Stumpf (2010, p.2) destaca que a língua de sinais aceita e o seu regulamento
abrem as portas para profundas mudanças na educação dos surdos, pois o acesso a
uma língua plena aliado ao uso das novas tecnologias, aponta para reais possibilidade
de um grande salto de qualidade nessa educação cujo princípio objetivo é a inclusão
do sujeito surdo na escola e na sociedade.
Conforme Stumpf (2010), o uso de tecnologias em sala de aula, não garante a es-
cola um avanço de qualidade, se esta continuar com os antigos processos da aprendi-
zagem tradicional de transmissão de informações. É preciso utilizá-las como ferramen-
tas de trocas cognitivas e, no caso dos surdos, a língua a ancorar essas práticas precisa
ser a Libras. A autora relata que às modificações trazidas pelas novas tecnologias não
foram apenas educacionais, mas também sociais para o surdo, e sobretudo de inserção
comunicativa em muitas das atividades de vida diária antes inacessíveis, pois, a dis-
Capítulo 4
O USO DA TECNOLOGIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO NO ENSI-
NO REGULAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
56
De acordo com Sacks (2002), os surdos consideram que eles não são deficientes,
mas sim, membros de uma cultura surda, eles querem dizer que os substitutos funcio-
nais e as condutas adaptativas a falta do sentido da audição, desenvolvidas por suas
comunidades ao longo de sua história, os habilitam a viver de forma digna e plena,
desde que seja respeitada sua língua e sua cultura. O uso das tecnologias como recur-
so pedagógico em sala de aula e como ferramenta para a inclusão de alunos surdos,
requer que o professor que atua na educação do aluno surdo, tenha conhecimento em
Libras e domínio tecnológico.
Para atingir os objetivos propostos, foi adotada a pesquisa bibliográfica para ob-
ter informações contidas em livros, periódicos e internet. A pesquisa procurou primei-
ramente abordar um pouco da história das inovações tecnológicas, mostrar as expe-
riências tecnológicas que favoreceram os surdos e a inclusão digital do aluno surdo
no ensino regular, mostrando a necessidade do professor trabalhar com esses recursos
e enfrentar as novas tecnologias como apoio pedagógico. Utilizou-se o levantamento
bibliográfico referente ao conceito de surdez, o uso das tecnologias na sala de aula,
como também quais recursos softwares, aplicativos e outros que os professores podem
utilizar no trabalho com aluno surdo. Assim buscou-se conhecer fontes históricas, do-
cumentos publicados de 2014 a 2019, além da legislação que subsidia a inclusão do
aluno surdo no Ensino Regular.
A partir desse levantamento, foi feita uma pesquisa bibliográfica qual referen-
ciou o processo de inclusão do aluno surdo no ensino regular, além do uso da tecnolo-
gia para os professores como recurso pedagógico, analisou também como a tecnologia
pode contribuir para a acessibilidade e inclusão do aluno surdo. Após o levantamento
esses trabalhos foram armazenados para estudos. Foram utilizados para a pesquisa bi-
bliográfica as legislações vigentes como a Lei nº 10.436/2002 que torna a LIBRAS como
segunda língua no país, o Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que garantiu
a educação do surdo nas diversas modalidades educacional. A pesquisa bibliográfica
foi desenvolvida com base em material já elaborado como livros e artigos científicos,
a principal vantagem dessa pesquisa é o fato de permitir ao investigador a cobertura
de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar
diretamente. (Gil, 2002).
57
namento, pode-se considerar que as novas tecnologias trazem benefícios para todos,
com seus recursos e ferramentas, há de se somar esforços para suprir as necessidades
do aluno surdo. Mas, evidentemente não basta só utilizar as novas tecnologias e não
garantir o avanço da qualidade de ensino, os equipamentos precisam estar em boas
condições e disponíveis, o aluno surdo deve ser motivado, estimulado a realizar, criar,
a pensar em novas oportunidades, analisar e refletir sobre as perspectivas para sua
vida, o professor deve ser o mediador desse processo não apenas o transmissor do
conhecimento, para isso é preciso utilizar as tecnologias como ferramentas de trocas
cognitivas, utilizando esse recurso disponível para integrar a sua prática docente.
De acordo com Davis e Silverman (1970), o grau de perda auditiva pode ser clas-
sificado em: limites normais de 0 a 25 decibéis, Perda Leve de 26 a 40 decibéis, essas
pessoas apresentam dificuldades para perceberem todos os sons, no início da aprendi-
zagem escolar, podem confundir alguns fonemas e trocar as letras que tem sons seme-
lhantes, mas ainda conseguem adquirir linguagem naturalmente.
Os aurores e sintonia com Fernandes (2008), sugere verificar que na perda Mo-
derada de 41 a 70 decibéis, as pessoas com perda moderada apresentam dificuldades
em compreenderem frases complexas, e que ainda, para compreenderem a fala, neces-
sitam de uma alteração da voz, apresentam ainda atraso de linguagem e alterações na
articulação das palavras e frases.
Fernandes (2008), relata que na perda Severa que vai de 71 a 90 decibéis, somente
a voz muito forte é percebida, dependendo do apoio visual, da orientação e da com-
preensão verbal. Isso, diante de uma perda profunda que é acima de 90 de decibéis, as
Capítulo 4
O USO DA TECNOLOGIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO NO ENSI-
NO REGULAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
58
pessoas com surdez profunda, por não possuírem informações auditivas, não identifi-
cam a voz e não adquirem fala para se comunicarem com os outros.
A surdez sempre motivou pesquisas científicas nas mais diversas áreas de co-
nhecimento ao longo da história sempre buscando a cura da surdez, mas nem sempre
o progresso tecnológico significou uma melhora no bem-estar dos surdos. Depois de
alguns séculos, certas causas curáveis da surdez têm tratamentos eficazes. Porém, a
luta contra a surdez não pode ser reduzida à luta contra uma doença: ela coloca em
pauta a identidade individual e social do surdo e justifica as resistências que se opõe
a normalização.
Alexander Graham Bell1, filho de Eliza Grace Symonds, sendo que sua mãe era
surda desde a adolescência, e seu pai era especialista em problemas auditivos e ins-
trutor de deficientes auditivos. A família era tradicionalmente conhecida por treinar
pessoas com deficiência auditiva e trabalhar com a correção da fala. Em 1873, Graham
Bell passou a lecionar Fisiologia Vocal na universidade de Boston. Foi então que deu
início a suas pesquisas sobre como utilizar a eletricidade na transmissão de sons en-
quanto trabalhava em um telégrafo múltiplo, desenvolveu as ideias básicas do que
seria o telefone.
59
Podemos perceber que cabe ao professor, através do uso das tecnologias criar
recursos como facilidades na percepção dos conteúdos, permitindo que o aluno surdo
receba a comunicação o que estabelece novas possibilidades para o seu processo edu-
cacional.
Capítulo 4
O USO DA TECNOLOGIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO NO ENSI-
NO REGULAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
60
A utilização de aparelhos de TV, DVD, data show, vídeos, internet, softwares, re-
des sociais, e-mail, chat, webcam, mensagens de textos de celulares se tornam objetos
de aprendizagem oportunizam e motivam o acesso e a participação dos surdos em
seu processo educacional, visto que suas experiências de comunicação são de caráter
visual. Desse modo, é de suma importância construir meios e espaços alternativos que
propicie o desenvolvimento cognitivo e socioafetivo dos surdos, esses espaços podem
ser efetivados em escolas, na qual ofertem interação com o outro e acesso à informação
visando a formação do aluno surdo.
61
educação do surdo o mesmo que em salas ditas inclusivas, onde sua educação é pre-
judicada pela falta de adequação dos métodos de aprendizagem e “da organização do
sistema de ensino”, onde “os conteúdos trabalhados na sala nem sempre se tornam
acessíveis para esses alunos” segundo (BRUNO; SÁ, 2008).
Nesse cenário, cabe ao professor que atua em sala de aula, onde o surdo está
incluso considerar que as tecnologias são recursos disponíveis, na educação do surdo.
Entende-se que essa filosofia educacional garante meios satisfatórios de comunicação
do surdo na escola, em casa e com outros surdos, buscando qualidade no seu desen-
volvimento cognitivo.
Por tais motivos pode ser um processo lento, segundo Schwartzman (apud SIL-
VA, 2010) nota que a grande maioria dos professores da rede regular de ensino não es-
tão preparados para atender alunos surdos do ensino regular, com necessidades espe-
ciais, e sem preparo as chances dos métodos funcionarem são enormemente limitadas,
aqui que a tecnologia entra, o uso de apoio pode diminuir a dificuldade das crianças
surdas, superando as limitações, e inclusive auxiliando o processo de qualificação dos
professores e outros envolvidos.
A primeira tecnologia utilizada pelos surdos para se comunicar foi o telefone es-
pecial para surdos, denominado TDD (sigla em inglês para Telephone Device for Deaf)2
poucos chegaram a utilizar devido seu alto custo. Poucos chegaram a ter um no Brasil,
pois os aparelhos eram importados e caros e possuir uma linha telefônica muitas vezes
demandava anos de espera.
Uma das grandes inovações tecnológicas, que está sendo implantada pelas redes
de telefones é o Hand Talk, que é um aplicativo transforma as imagens e textos em lín-
gua de sinais. A inovação tecnológica foi desenvolvida por três brasileiros do estado de
Alagoas, Carlos Wanderlan, Tadeu Luz e Ronaldo Tenório, que participaram do World
Summit Award Mobile (WSA Mobile), em 2013, participaram de um concurso realizado
pelas Nações Unidas que avaliou representantes de cem países, os brasileiros foram
premiados na categoria Inclusão. Os idealizadores criaram um personagem chamado
2 O dispositivo TDD funciona através de um telefone comum, acoplado a um aparelho de teletexto. A pessoa com perda auditiva
retira o telefone do gancho, coloca no aparelho teletexto e disca. Uma atendente então faz o serviço de intermediação entre um
deficiente auditivo e uma pessoa ouvinte. O surdo de comunica através de mensagem de texto digitada por ele e a operadora
traduz a pessoa do outro lado da linha o que o deficiente auditivo quis dizer. Fonte: <https://www.direitodeouvir.com.br/blog/
telefones-para-deficientes-auditivos>. Acesso em: 14 jun. 2019.
Capítulo 4
O USO DA TECNOLOGIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO NO ENSI-
NO REGULAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
62
Hugo, em um projeto de internet, que funciona como uma interface que traduz textos
em português para a LIBRAS. O software converte a mensagens de texto em libras e se
o surdo fotografar imagens com legendas também vai poder obter a tradução instan-
taneamente. Conforme Fernandes (2017, p.41) esse Projeto foi batizado de “Mãos que
Falam” encontra-se em fase de experimentos e tem em sua equipe cinco deficientes
auditivos para garantir a principal finalidade, o uso correto de cada sinal em Libras
nas mais variadas combinações.
63
todos, a inclusão digital e tecnológica é uma inovação que tem a finalidade de utilizar
as tecnologias assistivas na educação dos surdos, para a construção de conhecimento
em todas as áreas educacionais.
A escola deve dispor de recursos que favoreçam o universo dos alunos surdos,
que o professor possa utilizar para incluí-lo nas possibilidades de crescimento e da
aquisição dos saberes, considerar também o envolvimento da equipe escolar, que ne-
cessita ter elementos capazes de transformar o ambiente, que esteja capacitada, com
cursos de especialização a fim de promover a inclusão dos alunos com deficiência no
ensino regular. É através dessa inclusão que acontece a transformação das atitudes,
pois estudar os capacitam para a vida e para o trabalho; os estimulam a pensar e a se
tornarem críticos. É preciso promover a escola como o lugar onde o aprendizado pode
ser agradável, produtivo, inclusivo respeitando as especificidades de todos.
2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com aprovação da Lei nº 10.436/2002, essa lei reconheceu a LIBRAS como meio
legal de comunicação e expressão no país, a LIBRAS foi reconhecida como segunda
língua do país. Observa-se que apenas em 2005 a LIBRAS passou a fazer parte do cur-
rículo escolar dos alunos surdos.
Capítulo 4
O USO DA TECNOLOGIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO NO ENSI-
NO REGULAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
64
Como relata Campelo cabe ao professor, através do uso das tecnologias criar
recursos como facilidades na percepção dos conteúdos, permitindo que o aluno surdo
receba a comunicação o que estabelece novas possibilidades para o seu processo edu-
cacional.
Para esse autor, é necessário que a escola produza materiais de forma adequada
para o público a que se destina para que não ocorra no uso da tecnologia desvio de
conduta pedagógica. Tendo em vista que na educação do surdo o mesmo que em salas
ditas inclusivas, as vezes, sua educação é prejudicada pela falta de adequação dos mé-
todos de ensino para uma boa aprendizagem.
Outro recurso bastante interessante é o tlibras digital para ser utilizado em salas
de aula, nas televisões digitais (para substituir as legendas), na Internet ou até na cons-
trução de livros visuais (apresentada via computador).
Uma das mais promissoras inovações tecnológicas, que está sendo implantada é
o Hand Talk, seu Tradutor de Sites traz acessibilidade digital em LIBRAS para a comu-
nidade surda e seu Aplicativo quebra a barreira de comunicação que há entre ela e os
65
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo 4
O USO DA TECNOLOGIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO NO ENSI-
NO REGULAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
66
REFERÊNCIAS
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produção escrita dos surdos. Cad. Cedes campinas, v. 26, n. 69, p. 251-267 maio-a-
gosto, 2006.
BAQUETA, Jeferson J.; BOSCARIOLI, Clodis. Uma Discussão Sobre o Papel das
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cional de Informática e Educação, São Paulo. 2011.
BRUNO, M..M.; SÁ, M.A. A Inclusão de alunos Surdos no sistema regular de Ensino-
uma análise das concepções e reflexões dos professores. In. 9º Encontro de pesquisa
em Educação da ANPED- Centro-Oeste. Anais. ANPED- Centro-Oeste. 2008
67
CAMPELLO, Ana R. Pedagogia Visual; Sinal na Educação dos Surdos. In: QUA-
DROS, R. M.; PERLIN, Gladis (Org.). Estudos Surdos II. Petrópolis: Editora Arara
Azul. 2008.
DAVIS, H.; SILVERMAN, S.R. Aparelhos Auditivos no Teste Auditivo. Em: DAVIS,
H.; SILVERMAN, S.R. Audição e surdez, (In: Holt: Rinehart e Winston). São Pau-
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GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2002
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. 3a ed. Rio de Janei-
ro: Ed. Imago, 1998.
SILVA, 2000, J. S. Síndrome de down. 2 ed. São Paulo: Memnon: Mackenzie, 2003.
68
A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO
DAS SALAS MULTIFUNCIONAIS PARA O
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.5
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
70
INTRODUÇÃO
Desta forma, este trabalho concretiza –se ser de suma importância para a discus-
são de toda a sociedade, tendo em vista a necessidade da inclusão efetiva e acessibili-
dade em todos os espaços de lazer e unidades escolares, garantindo os direitos sociais
previstos na Constituição Federal de 1988.
71
Quanto aos objetivos, conceitua-se como pesquisa exploratória, pois existe uma
relação entre a pesquisa e o sujeito pesquisador. Além disso, este trabalho tem como
objetivo proporcionar conhecimento sobre determinado assunto. Geralmente, a pes-
quisa exploratória possui planejamento flexível, o que permite o estudo do tema sob
diversos ângulos e aspectos, pois envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com
pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado ou análise de
exemplos que estimulem a compreensão.
Sendo assim, este artigo está dividido em 3 sessões, sendo elas a Introdução, que
traz um prefácio sobre o assunto que será discorrido durante o trabalho; O desenvolvi-
mento, que discorrerá sobre documentos que norteiam a Educação Inclusiva no Brasil
e a importância do atendimento educacional especializado; E, finalmente, a conclusão,
a qual apresentará um fechamento sobre o assunto.
A luta pela inclusão de pessoas com deficiências tem ganhado espaço gradati-
vamente e conquistas, por meio de documentos e leis, que assegurem tal direito. No
entanto, além da inserção, deve ser pensado em práticas que, de fato, integrem esse
aluno no contexto escolar, para que ele não seja um mero espectador. O que vem de
encontro com o capítulo IV da lei nº 13.146/15.
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados pelo
sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda
a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos
e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características,
interesses e necessidades de aprendizagem (BRASIL, 2015).
Capítulo 5
A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO DAS SALAS MULTIFUNCIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
72
Logo, deve-se concentrar a atenção naquilo que a criança pode fazer com e sem
orientação externa, pois é o que fornece informações relevantes para o delineamento
instrucional, considerando cada indivíduo singular.
Sabe-se também que a capacidade que surge e cresce de modo partilhado é inter-
nalizada e transforma-se em desenvolvimento real, abrindo novas possibilidades de
funções emergentes, ou seja, novas zonas de desenvolvimento proximal.
Wallon (1992), em sua teoria da emoção, destaca que a dimensão afetiva ocupa
lugar central tanto do ponto de vista da construção da pessoa quanto do conhecimento
e constitui também uma conduta com profundas raízes na vida orgânica. Atividade
emocional é simultaneamente social e biológica em sua natureza; realiza a transição
entre o estado orgânico do ser e a sua etapa cognitiva, racional, que só pode ser atin-
gida através da mediação cultural, isto é, social. Podemos dizer que a afetividade é
ingrediente permanente da ação, e que a emoção tem a tendência de reduzir ou au-
mentar a eficácia do funcionamento cognitivo.
73
Capítulo 5
A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO DAS SALAS MULTIFUNCIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
74
Feurstein (1994) também afirma que a aprendizagem pode ser modificada por
meio da mediação, pois, segundo ele, “a inteligência é imprevisível e pode ser modi-
ficada”. Podemos contrariar o determinismo genético, pois os cromossomos não têm
a última palavra. A base de sua teoria mostra que toda pessoa é modificável, tem con-
dições de aprender. Ele acredita que o potencial do cérebro humano é elástico e que a
mediação correta pode levar qualquer indivíduo a melhorar seu desempenho, atingin-
do níveis nunca antes imaginados.
A concepção pedagógica da escola, portanto, deve estar cada vez mais compro-
metida com o social e o político e com a melhoria das condições de aprendizagem, sem
desvinculá-la do contexto real em que a unidade está inserida, pois é dirigida para
um ser real que vive num mundo de contradições, onde a educação possibilita a com-
preensão da cultura na qual ele está imerso.
Ademais, baseado em documentos legais, tais como a lei acima citada 13.146/15,
é inadmissível qualquer forma de discriminação ou exclusão de pessoas com deficiên-
cia, independente do espaço em que a atitude aconteça, pois isso fere os direitos dessas
crianças, conforme o capítulo II, da mesma lei:
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com
as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
75
Outro fator indispensável na inclusão das pessoas com deficiência são as Tecno-
logias Assistivas (TA) que são definidas, de acordo com o Comitê de Ajudas Técnicas
(2012) como:
Uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos,
recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social". (BRASIL - SDHPR. – Comitê de Ajudas Técni-
cas – ATA VII)
As TAs são divididas em categorias, como auxílios para a vida diária e vida práti-
ca, comunicação aumentativa e alternativa, recursos de acessibilidade ao computador,
sistemas de controle de ambiente, projetos arquitetônicos para acessibilidade, órteses
e próteses, adequação postural, auxílios de mobilidade, auxílios para ampliação da
função visual e recursos que traduzem conteúdos visuais em áudio ou informação
tátil, auxílios para melhorar a função auditiva e recursos utilizados para traduzir os
conteúdos de áudio em imagens, texto e língua de sinais, mobilidade em veículos e
esporte e lazer.
Capítulo 5
A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO DAS SALAS MULTIFUNCIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
76
São exemplos de TAs quando o professor amplia um material para um aluno com
deficiência visual para proporcionar seu desenvolvimento ou quando, por exemplo, a
criança com deficiência motora não tem condições de copiar ou falar e, a escola, por
meio da Sala multifuncional fornece um computador com teclado e mouse adaptados
para este aluno, fazendo com que ele acompanhe e participe das aulas.
Peres (2003) apud Galvão Filho (2009) afirma que as crianças com deficiência não
apresentam um desenvolvimento tardio com relação às demais crianças, no entanto,
elas necessitam de metodologias alternativas de aprendizagem, que podem ser con-
sideradas TA, que auxiliarão no efetivo aprendizado. O autor ainda comenta sobre o
objetivo da TA:
Tecnologia Assistiva surge, para a pessoa com deficiência, em muitos casos como
um privilegiado elemento catalisador e estimulador na construção de novos cami-
nhos e possibilidades para o aprendizado e desenvolvimento, na medida em que se
situa com instrumento mediador, disponibilizando recursos para o “empoderamen-
to” dessa pessoa, permitindo que possa interagir, relacionar-se e competir em seu
meio com ferramentas mais poderosa, proporcionadas pelas adaptações de acessibi-
lidade de que dispõe (PERES, 2003 apud GALVÃO FILHO, 2009, p. 12).
Além disso, as TAs funcionam como uma “ferramenta para proporcionar a in-
clusão, autonomia e independência do usuário, pois age de forma a auxiliar e, conco-
mitantemente, a construir o processo de desenvolvimento do estudante” (BERSCH,
2006, p. 92).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não se trata apenas de admitir a matrícula dessas crianças, isso nada mais é do
que cumprir a lei. O que devemos fazer é oferecer serviços complementares, adotar
práticas criativas na sala de aula, adaptar o projeto pedagógico, rever posturas e cons-
truir uma nova filosofia educativa. Aprender a conviver com as diferenças é um cres-
cimento pessoal, um passo nas relações interpessoais.
77
REFERÊNCIAS
BERSCH, R. Tecnologia assistiva e educação inclusiva. In: Ensaios Pedagógicos,
Brasília: SEESP/MEC, p. 89-94, 2006.
BERSCH, R. et al., Fatores humanos em TA: uma análise de fatores críticos nos sis-
temas de prestação de serviços. Revista Plurais, Salvador, UNEB, v. 1, n. 1, 2008 (no
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2018/2015/Lei/L13146.htm. Acesso em: 18 ago. 2020.
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CAT, 2007. Ata da Reunião VII, de dezembro de 2007, Comitê de Ajudas Técnicas,
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
CORDE/SEDH/PR.
78
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
Capítulo 5
A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO DAS SALAS MULTIFUNCIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
CAPÍTULO 6
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.6
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
80
INTRODUÇÃO
Os olhos veem apenas aquilo que a mente está preparada para compreender.
(Henri Bergson)
81
mas não recuperou a visão das cores. Esta perda influenciou em seu estilo artístico
que mudou radicalmente, trabalhando agora com branco, preto e cinza somente. Teve
problemas para se alimentar, pois os alimentos se apresentavam a ele sem vida. Sua
relação conjugal também ficou prejudicada, pois passou a ver sua esposa acinzenta-
da, sem vida como uma imagem triste. O mundo que conhecia desapareceu. Precisou
reaprender o mundo que passou a se apresentar em seu cotidiano. Neste processo de
aprendizagem houve uma reconstrução e ressignificação de si mesmo.
Kastrup (2007) também tece comentários analíticos sobre o caso relatado por Sa-
cks (1995) em que demonstra a complexidade e a composição variada de gestos ou
ações de atenção:
Os exemplos mostram que o campo do perceber envolve um conjunto de experiên-
cias complexas, que vai além da dimensão funcional e utilitária. As experiências per-
ceptivas não utilitárias, muitas vezes, mobilizam uma atenção de qualidade especial
que, conforme veremos está envolvida nos processos de invenção de mundo e de si.
É preciso sublinhar, entretanto, que não estamos nos referindo apenas a situações
excepcionais de invenção, mas a de diferentes experiências que se dão no âmbito da
vida cotidiana transpondo, em certos momentos, sua dimensão meramente pragmá-
tica (KASTRUP,2007, p.72).
Capítulo 6
ATENÇÃO SOB UM OUTRO OLHAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
82
Cada um de nós tem uma condição singular de ser em cada momento da vida.
Poder ser acolhido e respeitado nestas condições oferece oportunidades valiosas tanto
para aprender como para ser no mundo consigo mesmo e com os outros. Este posicio-
namento cabe também para as mais variadas condições de ser crianças, jovens, adultos
e idosos em diversos contextos da sociedade.
2 O QUE É ATENÇÃO?
Atenção pode ser entendida como a concentração dos sentidos ao que se passa a
volta. No dicionário online de Português encontramos como explicação para distração:
“Falta de atenção em relação ao mundo exterior; desatenção. [...] irreflexão, inadver-
tência. O que se faz por entretenimento, passatempo, divertimento; diversão. Estado
de quem está completamente voltado para si mesmo”.
83
No entanto, mais do que em outras sociedades que funcionam com outras lógi-
cas, esta sociedade do capital volta-se a direcionar as atenções para alvos que possam
aumentar o consumo e a produção desejada e, muitas atividades, pessoas, ideias ficam
completamente desqualificadas e consideradas inúteis. Haja vista o que estamos pre-
senciando na sociedade brasileira atual, a retirada de História, Filosofia e Sociologia
dos currículos do ensino médio, sob a alegação de que não são importantes para o
mercado de trabalho. Isso representa um crime, segundo nossa avaliação. Com estas
disciplinas aumenta-se a possibilidade de construir consciência crítica da sociedade e
sua dinâmica.
Capítulo 6
ATENÇÃO SOB UM OUTRO OLHAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
84
Desta forma, ao trabalhar junto à pessoa para que ela foque sua atenção em algo
previsto, se está modificando, modulando sua consciência. Isso significa que há trans-
formações em sua dinâmica e, portanto, modifica-se a consciência em sua estrutura de
funcionamento do sujeito social. As telenovelas, as propagandas, as mídias em geral
têm o poder de criar necessidades que antes não existiam e controlar comportamentos,
já que vão interferir na intencionalidade de ação das pessoas.
85
Mensagem supraliminar seria aquela que até podemos ver e/ou ouvir, mas que
não ocupa lugar central em nossa percepção e em nossa consciência, mas que também
influenciam opiniões, comportamentos, sentimentos e atitudes. Um exemplo seria a
música que toca bem baixinho em uma loja e pode influenciar na escolha de certos
produtos, como pesquisa feita em uma loja de bebidas alcoólicas, que aumentou sig-
Capítulo 6
ATENÇÃO SOB UM OUTRO OLHAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
86
nificativamente a venda de uma de suas bebidas. Em 1999 a Disney foi multada e teve
que retirar milhões de fitas do filme Bernardo e Bianca dos cinemas por ter inserido em
uma das cenas, lá no fundo, a imagem de uma mulher nua. Nesta ocasião ela admitiu
ter feito isso e cumpriu com a determinação judicial.
Estudos psicológicos sobre a atenção feitos por Camus (1996) identificam algu-
mas características e propriedades deste processo que estão estreitamente ligados a
outros, tais como: “cognitivos, percepção, memória e o pensamento”. A “sua função é
delinear os demais, podendo atenuá-los, inibi-los ou amplificá-los”. A atenção é assim
compreendida, “como o fundo de flutuação da cognição, sendo também uma ação
cognitiva” (VERMERSCH 2002a; 2002b apud KASTRUP, 2007, p.71).
87
Na ciência o objeto de pesquisa não está dado, é construção, que acontece a partir
de um olhar específico do pesquisador que identifica algo que lhe chama a atenção,
que o inquieta, que o mobiliza à reflexão e à busca de um significado, um sentido que
possa desvelar uma verdade, ou melhor, parte dela.
Interessante notar que para Bergson intuição e inteligência são diferentes, mas
complementares. Nas grandes invenções que tivemos na história da humanidade, o
que vimos de modo geral era um novo olhar para o que, de certa forma era conhecido,
assim como, abertura para o novo, o desconhecido. O não dar atenção para algo é des-
considerá-lo como algo de importância. A focalização e concentração em um objeto se
dá por conta de que algo neste objeto inquieta, provoca e me mobiliza para o desvela-
mento de seus mistérios e características, abrindo novas possibilidades.
Muitas e muitas vezes nas mídias o que vemos são estratégias que concorrem para
captar nossa atenção e, via de regra, com a finalidade manipulativa. Noam Chomsky
Capítulo 6
ATENÇÃO SOB UM OUTRO OLHAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
88
no documentário “Requiem for the American Dream” sistematizou dez dessas estratégias
comumente utilizadas. Vejamos algumas delas a seguir:
Criar Problemas e depois Oferecer Soluções: Cria-se uma crise e junto a essa
oferecem “soluções” que na verdade incide em mais empobrecimento da população. E
o que é retirado da população acumula-se para os que já são demasiadamente ricos. O
capital é ganancioso e nunca estará satisfeito. Quanto mais riqueza mais poder. Exem-
plo: A argumentação do Déficit da Previdência, ainda que falacioso, foi a justificativa
utilizada para retirar direitos fundamentais da população brasileira.
Nas três estratégias citadas o que se desenha é uma cooptação da atenção utili-
tarista e, a criação de obstáculos que inviabilizem a reversão dessa atenção utilitária
para de qualidade. Pois se fosse facilitada esta reversão as pessoas deveriam ter acesso
a outras informações que fizessem o contraponto com o que é fortemente veiculado na
mídia, tivessem acesso a espaços de diálogo e debate criando o que podemos chamar
de um equilíbrio entre as informações e tempo para que estas fossem discutidas e pen-
sadas de forma reflexiva. E assim sendo, ocorreria um alargamento e uma expansão
Cecília de Campos França
Jair Pereira da Cruz
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
89
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atenção é uma dimensão pela qual atuamos e ativamos uma quantidade limita-
da de informações, em relação à quantidade de informações disponíveis e que passam
pelos nossos sentidos, ativando nossas memórias armazenadas e de outros processos
cognitivos. O elemento psicológico da atenção, sob comportamentos mecanizados, au-
tomatizados no cotidiano, nos libera para o uso de nossos recursos mentais para ques-
tões alheias ao que estamos fazendo no momento. “Atenção é um processo complexo,
que inclui modulações da cognição e da própria intencionalidade” (KASTRUP, 2007,
p.70).
Os estudos de atenção são valiosos para diversas áreas de atuação e, por isso
deve estar sempre como uma temática de importância para pesquisa. A área de Psico-
logia cognitiva, as atividades docentes dentre outras se beneficiam destas pesquisas e
de suas conclusões para pensar caminhos mais promissores para seus desempenhos.
Capítulo 6
ATENÇÃO SOB UM OUTRO OLHAR
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
90
Buscar compreender o que cada comportamento lhe diz acerca de como a pessoa
está é fundamental para fazer uma leitura de possibilidades e limites relacionais. Os
comportamentos são informações valiosas para compreendê-la em seus sentimentos,
suas dificuldades, suas inquietações, preocupações e medos. As pessoas em ação, nas
relações intersubjetivas, revelam-se como um texto, em que algumas coisas são ditas,
outras subentendidas e outras silenciadas. Perceber e conhecer as variáveis que inter-
vém nas relações com a diversidade de pessoas com as quais nos relacionamos seria
fundamental, no entanto, acessamos algumas delas somente, o que já nos confere pos-
sibilidades originais.
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, Nicolas. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
91
Capítulo 6
ATENÇÃO SOB UM OUTRO OLHAR
92
CAPÍTULO 7
DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A
PSICOMOTRICIDADE NO CONTEXTO
PEDAGÓGICO
DOI: 10.46898/rfb.9786599175329.7
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
94
INTRODUÇÃO
95
1 METODOLOGIA
2 ENQUADRAMENTO TEÓRICO
2.1 Desenvolvimento Infantil no Contexto Pedagógico
Deste modo, os autores acima fazem referência ao grande precursor desses de-
bates, o autor célebre nas ciências biológicas Charles Darwin famoso por sua Teoria
da Evolução, foi o primeiro a enfatizar sobre a natureza desenvolvimental do compor-
tamento infantil, com processo ordenado de mudanças, acreditando que os seres hu-
manos compreendiam a si próprio de acordo com suas particularidades individuais,
focalizadas no seu desenvolvimento inicial. Em suma, os primeiros estudos de Darwin
tinham como foco principal a influência da família no desenvolvimento infantil, com
isso, trouxe contribuições significativas quanto a análise do contexto familiar, bem
como, em relação os procedimentos sistemáticos de mudanças e estabilidades que
ocorrem ao longo da vida.
Capítulo 7
DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A PSICOMOTRICIDADE NO CONTEXTO PEDAGÓGICO
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
96
Conforme a colocação dos autores acima, Jean Piaget apresenta em sua Teoria
Cognitiva os dos quatros estágios do desenvolvimento cognitivo, apresentada abaixo
resumidamente pelos autores Bock, Furtado, Teixeira (2001, p. 110) da seguinte forma:
97
Entretanto, outro teórico que também apresentou ricas contribuições para evo-
lução científica nas áreas do desenvolvimento humano foi Lev Vygotsky, ao contrário
de Jean Piaget, pois, para Vygotsky o desenvolvimento é adquirido pela a convivência
social, ou seja, por meio do processo de socialização para além do processo orgânico.
Assim, na perspectiva de Vygotsky o desenvolvimento ocorre através dos processos
de internalização do indivíduo, desta forma, o desenvolvimento infantil decorre na
medida das aprendizagem e experiência na interação com o ambiente, compreendida
por Vygotsky como Zona de Desenvolvimento Proximal, de modo que, é na medida
que este indivíduo se aproxima do outro que ele determina suas capacidades de resol-
ver seus conflitos e de aprender, ou seja, por meio da interação social que decorre os
processos de desenvolvimento e aprendizagem (VYGOTSKY, 1996).
Capítulo 7
DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A PSICOMOTRICIDADE NO CONTEXTO PEDAGÓGICO
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
98
Em virtude das questões apresentadas acima, tem-se diminuído cada vez mais, o
tempo e a atenção dada a importância do brincar para o desenvolvimento físico-motor
99
Desse modo, é essencial que o lúdico esteja inserido no ensino infantil pois, faz
com que as crianças aprendam com prazer, alegria e satisfação, dando a elas também a
capacidade de entender e resolver seus problemas, além de possibilitar mais entusias-
mo ao processo de ensino e aprendizagem, pois, sem dúvidas a utilização do lúdico
como recurso escolar é de suma importância pois, aproveita a motivação da criança
para tornar a aprendizagem mais divertida (CORDAZZO; VIEIRA, 2007).
Outro recurso que vem sendo otimizado como ferramenta no processo de en-
sino e aprendizagem, é o aproveitamento dos recursos tecnológicos como um recur-
so pedagógico e lúdico para trabalhar o desenvolvimento psicomotor infantil, assim,
o papel da tecnologia é entendido como uma ferramenta de suporte no ensino, não
substituindo as outras metodologias e sim, agregando. Portanto, é relevante ressaltar
alguns desafios a serem superados, como por exemplo, as dificuldades enfrentadas
por alguns educadores em manejar esses recursos. Assim, é importante trabalhar com
os professores o uso das tecnologias para que na prática estejam seguros em usá-las,
visto que, atualmente tem crescido nas escolas e na sociedade o uso desses recursos
(PRENSKY, 2010).
Capítulo 7
DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A PSICOMOTRICIDADE NO CONTEXTO PEDAGÓGICO
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
100
101
3 PSICOMOTRICIDADE
Capítulo 7
DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A PSICOMOTRICIDADE NO CONTEXTO PEDAGÓGICO
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
102
Sob o mesmo pondo de vista Caron (2010) salienta que, dentro do contexto es-
colar o psicólogo deve analisar não apenas as circunstâncias psicológicas e sociais das
crianças, mas também, as características dos educadores e da própria instituição, am-
pliando assim, ferramentas e metodologias para desenvolver um trabalho de excelên-
cia. Todavia, é preciso trabalhar a psicomotricidade como uma atividade pedagógica
e psicológica, que é emprega por meios da educação física atividades de exercícios de
equilíbrio e coordenação motora ampla, com o intuito de ensinar e mostrar as crianças
sobre seu corpo e sua estrutura motora.
103
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, foram abordados neste estudo grandes nomes das áreas de conheci-
mento da psicologia e pedagogia, ressaltando as contribuições de cada um para os tó-
picos apresentados. Deste modo, pode-se concluir que o desenvolvimento psicomotor
infantil é de suma importância no processo de ensino e aprendizagem das crianças,
pois, promove a criança o acesso as metodologias e didáticas que promovem melhor
desenvolvimento de suas funções psicomotoras, pois, é nesta fase que melhor desen-
volve as questões tanto motoras quanto intelectuais, como o raciocínio, as emoções, a
criatividade, as habilidades motoras, bem como, a expansão da personalidade.
REFERÊNCIAS
ABP - Associação Brasileira De Psicomotricidade. 1980/ 2019. Disponível em: ht-
tps://psicomotricidade.com.br/sobre/o-que-e-psicomotricidade/. Acesso em: 16
ago. 2020.
Capítulo 7
DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A PSICOMOTRICIDADE NO CONTEXTO PEDAGÓGICO
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
104
BRASIL. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Fe-
deral, Coordenação de Edições Técnicas, 58 p. 2017.
BRANDÃO, C. R. O que é a educação. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Ed. Bra-
siliense, 2007.
CORDAZZO, Scheila Tatiana Duarte; VIEIRA, Mauro Luís. A brincadeira e suas im-
plicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Rev. Estudos e Pes-
quisas em Psicologia, v. 7, n. 1, p. 92-104, 2007.
LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Portal do Senado Federal. Dis-
ponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/559748. Acesso em: 07
set. 2020.
105
SANTI, Paula. Aparecida. Alfabetização e letramento nos anos iniciais do ensino fun-
damental. 2014. 34 f. TCC (Graduação) - Curso de Pedagogia, UNIJUI -Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, Biblioteca Digital da
UNIJUI, 2014.
1996.
Capítulo 7
DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A PSICOMOTRICIDADE NO CONTEXTO PEDAGÓGICO
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
106
SOBRE OS AUTORES
Bethânia Moreira da Silva Santos – Doutoranda em Educação pela Universidade do
Vale do Itajaí - UNIVALI/Faculdade Católica de Rondônia – FCR. Mestre em Ciências
da Linguagem pela Fundação Universidade Federal de Rondônia-UNIR (2015). Gra-
duada em Letras Língua Portuguesa pela UNIR/Câmpus de Guajará-Mirim (2013).
Professora da Rede Estadual de Ensino de Rondônia (SEDUC-RO). Membro do Gru-
po de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas – GEIFA. E-mail: betha-
niamssantos@seduc.ro.gov.br. Membro do Grupo de Pesquisa Políticas e Práticas de
Currículo – UNIVALI.
107
Eraldo Carlos Batista – Doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Ca-
tólica - PUCRS/Faculdade Católica de Rondônia – FCR. Mestre em Psicologia pela
Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Especialista em Saúde Mental pela Uni-
versidade Católica Dom Bosco – UCDB. Graduado em Psicologia pela Faculdade de
Rolim de Moura – FAROL, E-mail: eraldo.cb@hotmail.com
108
109
ÍNDICE REMISSIVO 39, 40, 42, 44, 45, 47, 48, 49, 50, 51, 55, 56, 57,
60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 70, 71, 74, 77, 83, 87,
98, 99, 100, 103, 105
A
Escola 9, 10, 15, 17, 20, 38, 39, 40, 42, 43, 44, 45,
Alfabetização 9, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 21, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 55, 60, 61, 62, 63, 64,
27, 29, 31, 32, 33, 36, 54, 94, 107 65, 67, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 98, 100, 101,
Aluno 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 25, 30, 31, 102, 105
44, 45, 46, 48, 49, 50, 55, 56, 57, 59, 60, 62, Escrita 9, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 54, 58,
63, 64, 65, 66, 67, 71, 73, 74, 75, 76, 77, 94, 98, 60, 62, 65, 66, 98
101
Experiências 9, 10, 16, 26, 27, 28, 30, 32, 39, 41, 43,
Aprendizagem 9, 12, 13, 16, 17, 18, 19, 20, 24, 25, 46, 55, 56, 59, 60, 71, 72, 74, 81, 84, 87
27, 28, 31, 32, 34, 35, 38, 39, 41, 44, 45, 47, 48,
50, 51, 55, 56, 57, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 70, F
71, 72, 73, 74, 76, 77, 78, 81, 83, 87, 90, 91, 94,
96, 97, 98, 99, 100, 101, 103, 104 Fins 5
Atenção 10, 16, 18, 24, 42, 58, 72, 80, 81, 82, 83, 84, Fonológica 6, 11, 13, 15, 16, 17, 19, 21
86, 87, 88, 89, 90, 91, 98
Formação 9, 21, 24, 30, 35, 36, 43, 55, 60, 66, 67,
Atividades 10, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 27, 72, 78, 98, 105
28, 32, 39, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 54, 55,
60, 73, 75, 82, 83, 87, 89, 94, 98, 99, 100, 102, H
103
Habilidades 6, 11, 13, 15, 17, 19, 21
B
I
Básica 9, 10, 24, 28, 33, 34, 71, 97
Inclusão 9, 24, 41, 54, 55, 56, 58, 61, 62, 63, 64, 65,
C 67, 70, 71, 75, 76, 77, 98, 100, 105
Infantil 10, 13, 15, 16, 18, 19, 20, 21, 24, 27, 28, 30,
Comportamento 17, 19, 25, 27, 29, 31, 81, 84, 90,
33, 34, 35, 94, 95, 96, 97, 99, 102, 103, 105
95
Informações 9, 10, 12, 13, 20, 26, 27, 29, 38, 45, 55,
Compreensão 9, 15, 16, 17, 20, 38, 39, 55, 57, 71,
56, 58, 59, 72, 83, 88, 89, 90
74, 94, 95, 101, 102
Interações 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 33, 34, 55, 74
Comunicação 26, 43, 44, 45, 48, 54, 58, 59, 60, 61,
62, 63, 64, 65, 66, 67, 70, 75 L
Conhecimento 17, 24, 25, 27, 30, 31, 43, 44, 55, 56,
57, 58, 59, 63, 65, 66, 71, 72, 73, 75, 98, 100, Leitura 9, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 47, 62,
103 90, 98
Contexto 10, 24, 27, 30, 31, 32, 38, 39, 40, 41, 42, Libras 54, 56, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 70
55, 60, 71, 74, 83, 84, 87, 94, 95, 98, 102, 103
M
Crianças 9, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 24, 25, 26,
27, 28, 29, 30, 31, 33, 34, 61, 67, 71, 73, 74, 76, Mediação 28, 45, 47, 59, 72, 74, 89
80, 82, 89, 90, 94, 96, 98, 99, 100, 101, 102,
103 Metodologias 13, 24, 27, 46, 49, 55, 75, 76, 94, 98,
99, 102, 103
D
P
Desenvolvimento 26, 35, 90, 95, 97, 103, 104
Palavras 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 57, 65, 85
Dificuldades 15, 18, 24, 38, 39, 44, 45, 46, 49, 57,
73, 77, 84, 90, 99, 101 Pedagógicas 9, 10
Pesquisa 13, 25, 26, 28, 29, 35, 40, 41, 46, 51, 54,
E 56, 66, 67, 70, 71, 84, 85, 87, 89, 94, 101
Educação 4, 9, 10, 21, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, Práticas 9, 10, 12, 13, 17, 18, 19, 20, 21, 25, 34, 38,
33, 34, 35, 39, 40, 42, 45, 49, 51, 54, 55, 58, 39, 40, 41, 43, 44, 46, 48, 49, 51, 55, 63, 65, 70,
62, 66, 67, 68, 70, 71, 76, 77, 97, 100, 104, 105, 71, 75, 76, 78
106, 107, 108 Processo 9, 10, 12, 13, 14, 16, 17, 18, 19, 20, 24, 25,
Educacional 17, 30, 31, 43, 45, 50, 54, 55, 56, 58, 27, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 38, 39, 44, 45, 47,
59, 60, 61, 64, 65, 71, 77, 101 48, 49, 50, 51, 56, 57, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65,
66, 72, 73, 76, 77, 81, 83, 84, 86, 87, 89, 90, 94,
Ensino 9, 13, 20, 24, 25, 27, 29, 30, 31, 34, 35, 38,
EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
110
Recursos 9, 39, 40, 43, 47, 49, 55, 56, 57, 58, 59, 60,
61, 62, 63, 64, 65, 66, 70, 75, 76, 89, 94, 99,
100, 101, 104
Reflexão 12, 13, 15, 16, 19, 20, 25, 34, 67, 87