Nampula, Julho
2021
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Nampula, Julho
2021
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FOLHA DE FEEDBACK
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota /
Máxima tutor Subtotal
Capa 0.5
Índice 0.5
Estrutura Aspectos Introdução 0.5
organizacionais
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização (indicação
clara do problema)
1.0
Introdução Descrição dos objectivos 1.0
Articulação e domínio do
Conteúdo
discurso académico (expressão
Análise 2.0
escrita cuidada, coerência/coesão
discussão
textual).
Normas APA
6a ed. e citações
Rigor e coerência das citações/ 4.0
e bibliografia
referências bibliográficas
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchido pelo tutor
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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 6
1.1.Objectivos ............................................................................................................................. 6
1.1.2.Objectivo Geral.................................................................................................................. 6
2.Metodologias ........................................................................................................................... 6
Conclusão ................................................................................................................................. 12
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Introdução
O presente trabalho é de carácter avaliativo, referente a cadeira de Antropologia Cultural e visa
abordar sobre O Museu Nacional de Etnologia como Espaço de Educação Patrimonial da
Província de Nampula, antes de aprofundar, importa referir que Moçambique é rico em bens
patrimoniais, de entre os quais, móveis e imóveis, dividido sem tangíveis e intangíveis que
gozam de protecção legal (Lei nº10/88 de 22 de Dezembro de 1988). O património cultural
ajuda a perceber as várias componentes do passado, sendo uma memória colectiva, dentro da
sociedade. Por isso, há toda uma necessidade, de travar a sua deterioração, melhorando a sua
conservação. Compete, fundamentalmente, às instituições museológicas, o papel de conservar
e disseminar os bens patrimoniais móveis existentes, através da adesão à métodos, ferramentas
e técnicas mais abrangentes para a sua ampla disseminação. No presente trabalho, pretende-se
debruçar-se sobre o museu como Espaço de Educação Patrimonial.
1.1.Objectivos
1.1.2.Objectivo Geral
Falar sobre O Museu Nacional de Etnologia como Espaço de Educação Patrimonial da
Província de Nampula;
1.1.3.Objectivos Específicos
Conceituar de Museu;
Compreender o Espaço de Educação Patrimonial;
Descrever as formas que ocorrem a educação patrimonial no Museu Nacional de Etnologia
da Província de Nampula;
2.Metodologias
A metodologia usada para a realização do trabalho em estudo, foi o método de pesquisa
bibliográfica, cingida através da leitura de livros e artigos diversos, e o estudo foi feito de forma
qualitativa através de consulta em autores que abordam os conteúdos relacionados com o tema.
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MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO
PATRIMONIAL DA PROVÍNCIA DE NAMPULA
Conceito de Museu
Segundo Baptista, (1951, p: 37) “Museu é toda a instituição permanente, sem fins lucrativos,
ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que adquire, conserva,
pesquisa, comunica e expõe com finalidade de estudo, educação e entretenimento, a evidência
material do Homem e o seu meio ambiente”.
Conforme ICOM (2001), “Museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço
da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que investiga os testemunhos
materiais relativos ao Homem e ao seu meio ambiente: que adquire, conserva, comunica e, em
particular, os expõe com finalidade de estudo, educação e deleite”.
Educação Patrimonial
A Educação Patrimonial é um instrumento de “alfabetização cultural” que possibilita ao
indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo
sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido. Este processo leva ao
reforço da auto-estima dos indivíduos e comunidades e à valorização da cultura Moçambicana,
compreendida como múltipla e plural. HORTA et all, (1999, p: 6).
O uso educacional do patrimônio cultural deve ser feito com o objectivo de desenvolver nos
alunos capacidades intelectuais, a fim de que possam compreender e construir conceitos e
desenvolver habilidades como observar, ler, comparar, indagar, sugerir, entre outras.
Esse desenvolvimento deve ocorrer a ponto de que o aluno possa utilizar seus conhecimentos
na prática quotidiana, o que o levará a um processo de autonomia intelectual pela possibilidade
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de aquisição de condições para compreender e elaborar novos conceitos e habilidades por si
próprio. Um caminho inicial e possível para que isso ocorra é aquele em que o professor levará
seu aluno a interpretar os bens do patrimônio. O estudo de objectos culturais é uma das formas
de leitura do mundo e de povos diferentes, próximos ou não da vivência do aluno.
Segundo Ramos (2004), “os Museus são importantes espaços para o ensino de história e, propõe
que a Educação Patrimonial seja trabalhada a partir de um “objecto gerador”, baseado na teoria
da “palavra geradora”, ideia elaborada por Paulo Freire, desenvolvendo-se, assim, uma
pedagogia do diálogo com os visitantes”.
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Segundo Gandolfo (2005, p: 18), “O museu tem uma exposição permanente e organiza
exposições temporárias. Oferece ainda programas educativos e programas culturais diversos.
Possui uma biblioteca especializada e uma loja. No espaço exterior do museu trabalham vários
artesãos”.
Este museu possui uma exposição permanente que retrata o processo de evolução da
sociedade desde o homem primitivo aos dias de hoje.
A exposição inclui objectos usados no dia-a-dia pelo Homem, apresentados em
sequência num ambiente de vitrinas de estilo artístico.
O museu possui ainda uma exposição de trajes e adornos usados pelos grupos étnicos
da cultura Maconde.
Possui uma sala de vídeos que atrai muitos visitantes, entre adultos e crianças, uma vez
que é de entrada gratuita. Caracteriza-se ainda por ter um intercâmbio com as escolas
de modo que há uma participação das crianças nas actividades do museu.
O Museu como espaço de aprendizado não formal, conforme Paulette Mcmanus (2013) é
anterior à educação formal, hoje consolidada, e uma prerrogativa humana para se alcançar um
desenvolvimento adequado e normal. No sistema formal de ensino, a criança quando inicia sua
aprendizagem não escolhe o que quer estudar, é a escola que define, antes do surgimento das
instituições de ensino, porém, predomina o aprendizado não formal, onde o aprendiz, ao lado
do mestre, observa e aprende.
O museu é um espaço para onde, hoje podemos trazer o nosso próprio conhecimento e aprender
com o que está lá. No percurso da nossa vida é nos ambientes informais que aprendemos a
maioria das coisas, e o museu é um espaço onde se pode ter a livre opção de se chegar lá e
aprender (Mcmanus 2013, p: 22).
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O Museu Nacional de Etnologia é um recheio de diferentes manifestações de cultura e arte que
expõe entre outros elementos o Homem como um ser gregário por excelência e que nele é
apresentado em termos de desafio ou resposta, pois, mesmo disfarçando incompreensões
enquanto realidades, sente-se o diálogo natureza ambiente e Homem.
Os vários e diferentes artefactos ou manufactos que o museu expõe é uma manifesta evidência
das respostas que o Homem inserido nesse ambiente geográfico-natural experimenta, aliás, as
culturas, quando sabiamente adaptadas ao meio, formam, sempre que possível, ecossistemas
equilibrados.
Há quem sustenta que a “cultura surgiu, por um lado, para responder às necessidades da vida
material e por outro às exigências da vida espiritual” de cada grupo humano ou comunidade.
Talvez, terá sido por isso que o saudoso Presidente Samora Machel dissera algures que a
“Cultura é Sol que nunca desce”
Com um pouco mais de 60 anos a funcionar, o Museu Nacional de Etnologia viveu momentos
de mudanças e transformações que criaram uma dinâmica diferente e um impulso cada vez mais
promissor. E, embora registe com maior predominância a arte e escultura macondes, o MUSET,
como também é, institucionalmente, conhecido, tem-se esforçado no sentido de chamar a sí a
missão de pesquisa e/ou investigação científica, pese embora se ressinta da falta de pessoal com
qualificações apropriadas e vocacionado para o efeito, situação que não só acontece com o
MUSET, mas com qualquer instituição museológica do nosso Moçambique.
De acordo com Copans (1999, p: 5), “O museu como uma unidade “documental” do património
cultural de Moçambique, desempenha um papel importante na educação da comunidade no
geral, visto que podemos encontrar diferentes objectos expostos, sobre diferentes manifestações
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culturais do país durante diferentes épocas que o país atravessou (antes, durante e depois da
ocupação colonial, bem como no período pós-independência”.
De acordo com Valente et all, (2005, p: 191), os museus constituem locais de pesquisa e difusão
de conhecimentos. O museu promove um ambiente de aprendizagem ideal, como espaço
paralelo à educação formal, pode contribuir significativamente para o ensino, pois pode ser
visto como um lugar estimulante e aberto, visto até como um espaço de encontro, convivência,
investigação e confrontação das diversidades de linguagens. Independente de sua filosofia e
área de actuação, todo o museu transmite ao público uma mensagem, educando através da
cultura material (Costa etal 2005:3-4).
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Conclusão
A finalizar, importa aqui e agora destacar a importância de que se reveste a valorização do
nosso património cultural, e fazendo menção revitalizadora de alguns dos extractos da
Resolução nº 4/79 da Comissão Permanente da Assembleia Popular, temos a salientar o
seguinte: “... Importa portanto conservar, como símbolo da tenacidade e determinação do nosso
povo, como memória da humilhação e dominação estrangeira e como fonte de inspiração e
ensinamento para as gerações vindouras todos os vestígios históricos da criatividade e luta do
Povo Moçambicano. As razões para a criação de um museu são de vários tipos e vão desde a
necessidade de guardar a memória de uma pessoa até à dimensão de apropriação e uso colectivo
de um determinado património. Actualmente, a função do museu vai para além dos limites de
recolher, restaurar e expôr os objectos que fazem parte das suas colecções. A pesquisa, a
divulgação, a aquisição de conhecimentos e a participação activa da comunidade tornaram-se
elementos determinantes da função social e educativa dos museus. O museu passou a educar
através da cultura material e este processo educativo ultrapassa as fronteiras da idade, do sexo,
da classe social, da religião, da raça, do nível de escolaridade e ocorre ao longo da vida. Este
constitui um espaço de formação integral do indivíduo relativamente ao património cultural,
social, histórico, económico da comunidade em que se insere.
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Referências Bibliográficas
Baptista, Abel dos Santos. (1951). Monografia Etnográfica sobre os Macuas. Lisboa: Divisão
de Publicações e Biblioteca, Agencia Geral do Ultramar.
Valente, M. (2002). Educação em Ciências e os Museus de Ciências. In: Museu da Vida; Museu
de Astronomia e Ciências afins. O formal e o não-formal na dimensão educativa do museu. Rio
de Janeiro.
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