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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO


PATRIMONIAL DA PROVÍNCIA DE NAMPULA

Discente: Ana Maria Elias, Código: 708208493

Turma: “B”; 1º Grupo

Nampula, Julho

2021
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO


PATRIMONIAL DA PROVÍNCIA DE NAMPULA

Discente: Ana Maria Elias, Código: 708208493

Curso: Licenciatura em Ensino de Administração Pública

Cadeira: Antropologia Cultural

Ano de Frequência: 2º Ano

Docente: Nickison Intama

Nampula, Julho

2021

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FOLHA DE FEEDBACK

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota /
Máxima tutor Subtotal

 Capa 0.5

 Índice 0.5
Estrutura Aspectos  Introdução 0.5
organizacionais
 Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

Contextualização (indicação
clara do problema)
1.0
Introdução Descrição dos objectivos 1.0

Metodologia adequada ao 2.0


objecto do trabalho

Articulação e domínio do
Conteúdo
discurso académico (expressão
Análise 2.0
escrita cuidada, coerência/coesão
discussão
textual).

Revisão bibliográfica nacional e


internacional revelantes na área
2.0
de estudo.

Exploração dos dados 2.0

Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0

Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de 1.0


gerais letra, paragrafo, espaçamento
entre linhas

Normas APA
6a ed. e citações
Rigor e coerência das citações/ 4.0
e bibliografia
referências bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchido pelo tutor
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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 6

1.1.Objectivos ............................................................................................................................. 6

1.1.2.Objectivo Geral.................................................................................................................. 6

1.1.3.Objectivos Específicos ...................................................................................................... 6

2.Metodologias ........................................................................................................................... 6

MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO


PATRIMONIAL DA PROVÍNCIA DE NAMPULA ................................................................ 7

Património Cultural de Moçambique ......................................................................................... 7

Educação Patrimonial ................................................................................................................. 7

Museu Nacional de Etnologia de Nampula como Espaço de Educação Patrimonial ................. 8

Museu Nacional de Etnologia (MUSET) ................................................................................... 8

O papel do Museu na Sociedade............................................................................................... 10

Conclusão ................................................................................................................................. 12

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 13

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Introdução
O presente trabalho é de carácter avaliativo, referente a cadeira de Antropologia Cultural e visa
abordar sobre O Museu Nacional de Etnologia como Espaço de Educação Patrimonial da
Província de Nampula, antes de aprofundar, importa referir que Moçambique é rico em bens
patrimoniais, de entre os quais, móveis e imóveis, dividido sem tangíveis e intangíveis que
gozam de protecção legal (Lei nº10/88 de 22 de Dezembro de 1988). O património cultural
ajuda a perceber as várias componentes do passado, sendo uma memória colectiva, dentro da
sociedade. Por isso, há toda uma necessidade, de travar a sua deterioração, melhorando a sua
conservação. Compete, fundamentalmente, às instituições museológicas, o papel de conservar
e disseminar os bens patrimoniais móveis existentes, através da adesão à métodos, ferramentas
e técnicas mais abrangentes para a sua ampla disseminação. No presente trabalho, pretende-se
debruçar-se sobre o museu como Espaço de Educação Patrimonial.

1.1.Objectivos

1.1.2.Objectivo Geral
 Falar sobre O Museu Nacional de Etnologia como Espaço de Educação Patrimonial da
Província de Nampula;

1.1.3.Objectivos Específicos
 Conceituar de Museu;
 Compreender o Espaço de Educação Patrimonial;
 Descrever as formas que ocorrem a educação patrimonial no Museu Nacional de Etnologia
da Província de Nampula;

2.Metodologias
A metodologia usada para a realização do trabalho em estudo, foi o método de pesquisa
bibliográfica, cingida através da leitura de livros e artigos diversos, e o estudo foi feito de forma
qualitativa através de consulta em autores que abordam os conteúdos relacionados com o tema.

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MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO
PATRIMONIAL DA PROVÍNCIA DE NAMPULA
 Conceito de Museu

Segundo Baptista, (1951, p: 37) “Museu é toda a instituição permanente, sem fins lucrativos,
ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que adquire, conserva,
pesquisa, comunica e expõe com finalidade de estudo, educação e entretenimento, a evidência
material do Homem e o seu meio ambiente”.

Conforme ICOM (2001), “Museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço
da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que investiga os testemunhos
materiais relativos ao Homem e ao seu meio ambiente: que adquire, conserva, comunica e, em
particular, os expõe com finalidade de estudo, educação e deleite”.

Património Cultural de Moçambique


O Património Cultural de Moçambique é o conjunto de bens culturais materiais (móveis e
imóveis) e imateriais criados ou integrados em Moçambique, ao longo da sua história, com
relevância para a definição da identidade cultural nacional. Macamo, (2003, p: 56).

Educação Patrimonial
A Educação Patrimonial é um instrumento de “alfabetização cultural” que possibilita ao
indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo
sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido. Este processo leva ao
reforço da auto-estima dos indivíduos e comunidades e à valorização da cultura Moçambicana,
compreendida como múltipla e plural. HORTA et all, (1999, p: 6).

A educação patrimonial dedica-se a “levar crianças e adultos a um processo activo de


conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-o para um
melhor usufruto destes bens, e propiciando a geração de novos conhecimentos, num processo
contínuo de criação cultural” HORTA et all, (1999, p: 6).

O uso educacional do patrimônio cultural deve ser feito com o objectivo de desenvolver nos
alunos capacidades intelectuais, a fim de que possam compreender e construir conceitos e
desenvolver habilidades como observar, ler, comparar, indagar, sugerir, entre outras.

Esse desenvolvimento deve ocorrer a ponto de que o aluno possa utilizar seus conhecimentos
na prática quotidiana, o que o levará a um processo de autonomia intelectual pela possibilidade

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de aquisição de condições para compreender e elaborar novos conceitos e habilidades por si
próprio. Um caminho inicial e possível para que isso ocorra é aquele em que o professor levará
seu aluno a interpretar os bens do patrimônio. O estudo de objectos culturais é uma das formas
de leitura do mundo e de povos diferentes, próximos ou não da vivência do aluno.

Segundo Ramos (2004), “os Museus são importantes espaços para o ensino de história e, propõe
que a Educação Patrimonial seja trabalhada a partir de um “objecto gerador”, baseado na teoria
da “palavra geradora”, ideia elaborada por Paulo Freire, desenvolvendo-se, assim, uma
pedagogia do diálogo com os visitantes”.

É fundamental o exercício de um olhar crítico sobre o objecto enquanto patrimônio, pois o


desafio em uma exposição é que ela não seja vista apena como se olha uma vitrine. É
“necessário criar movimentos de alfabetização do olhar” (RAMOS, 2004, p. 70).

Museu Nacional de Etnologia de Nampula como Espaço de Educação Patrimonial

A Educação Patrimonial, conforme (HORTA et all., 1999, p. 6) é um processo contínuo e


sistemático de acção educativa, possui como fonte primária o Patrimônio Cultural, e produz
conhecimento enriquecedor, apropriação e valorização da herança cultural dos indivíduos ou
coletividade, por meio da experimentação e convívio, ela “busca levar crianças e adultos a um
processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural”.

Museu Nacional de Etnologia (MUSET)

O actual Museu Nacional de Etnologia é resultado da ampliação do anterior Museu Regional


inaugurado a 23 de Agosto de 1956, sob responsabilidade da Câmara Municipal da Cidade de
Nampula, compreendendo várias secções e sendo a de etnografia a mais importante.

Ainda antes da Independência Nacional, o museu passou por um período de dificuldades,


mereceu alguma atenção logo nos primeiros anos do novo país mas acabou por encerrar nos
anos 80. Entretanto, resultado de um programa museológico de transformação em Museu
Nacional de Etnologia, foi reaberto ao público a 25 de Junho de 1993. Foi oficialmente criado
pelo Decreto número 19/96, de 11 de Junho. Como museu nacional exerce funções de
coordenação científica e orientação metodológica dentro da sua área de especialidade. As suas
colecções têm vindo a ser ampliadas, apesar de grandes dificuldades, visando representar o país
na sua área de especialidade: Etnologia/ Etnografia.

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Segundo Gandolfo (2005, p: 18), “O museu tem uma exposição permanente e organiza
exposições temporárias. Oferece ainda programas educativos e programas culturais diversos.
Possui uma biblioteca especializada e uma loja. No espaço exterior do museu trabalham vários
artesãos”.

O Museu Nacional de Etnologia (MUSET), na cidade de Nampula, inaugurado a 23 de Agosto


de 1956, esteve inicialmente virado para várias secções como de história e arqueologia para
além de outros capítulos da etnografia, etnologia, folclore, paleontologia e pintura. Após a
Independência Nacional, a preocupação passou a ser outra, a de criar um Museu Etnológico de
âmbito nacional.

 Este museu possui uma exposição permanente que retrata o processo de evolução da
sociedade desde o homem primitivo aos dias de hoje.
 A exposição inclui objectos usados no dia-a-dia pelo Homem, apresentados em
sequência num ambiente de vitrinas de estilo artístico.
 O museu possui ainda uma exposição de trajes e adornos usados pelos grupos étnicos
da cultura Maconde.
 Possui uma sala de vídeos que atrai muitos visitantes, entre adultos e crianças, uma vez
que é de entrada gratuita. Caracteriza-se ainda por ter um intercâmbio com as escolas
de modo que há uma participação das crianças nas actividades do museu.

O Museu como espaço de aprendizado não formal, conforme Paulette Mcmanus (2013) é
anterior à educação formal, hoje consolidada, e uma prerrogativa humana para se alcançar um
desenvolvimento adequado e normal. No sistema formal de ensino, a criança quando inicia sua
aprendizagem não escolhe o que quer estudar, é a escola que define, antes do surgimento das
instituições de ensino, porém, predomina o aprendizado não formal, onde o aprendiz, ao lado
do mestre, observa e aprende.

O museu é um espaço para onde, hoje podemos trazer o nosso próprio conhecimento e aprender
com o que está lá. No percurso da nossa vida é nos ambientes informais que aprendemos a
maioria das coisas, e o museu é um espaço onde se pode ter a livre opção de se chegar lá e
aprender (Mcmanus 2013, p: 22).

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O Museu Nacional de Etnologia é um recheio de diferentes manifestações de cultura e arte que
expõe entre outros elementos o Homem como um ser gregário por excelência e que nele é
apresentado em termos de desafio ou resposta, pois, mesmo disfarçando incompreensões
enquanto realidades, sente-se o diálogo natureza ambiente e Homem.

Os vários e diferentes artefactos ou manufactos que o museu expõe é uma manifesta evidência
das respostas que o Homem inserido nesse ambiente geográfico-natural experimenta, aliás, as
culturas, quando sabiamente adaptadas ao meio, formam, sempre que possível, ecossistemas
equilibrados.

Há quem sustenta que a “cultura surgiu, por um lado, para responder às necessidades da vida
material e por outro às exigências da vida espiritual” de cada grupo humano ou comunidade.
Talvez, terá sido por isso que o saudoso Presidente Samora Machel dissera algures que a
“Cultura é Sol que nunca desce”

 Boletim do Museu de Nampula, um projecto efémero

O Boletim do Museu de Nampula foi uma iniciativa notável de manifestação de cultura e de


arte levada a cabo pelos seus redactores, M.A. George e Adelino Pereira, este último na sua
qualidade de conservador/curador do museu, que se pretendia, na altura, o repositório
etnográfico e etnológico do Norte de Moçambique. Refira-se que Adelino Nasi Pereira, foi um
dos percursores das diferentes manifestações socioculturais de alguns grupos etno-linguísticos
de Moçambique e com maior realce para os povos do Norte de Moçambique.

Com um pouco mais de 60 anos a funcionar, o Museu Nacional de Etnologia viveu momentos
de mudanças e transformações que criaram uma dinâmica diferente e um impulso cada vez mais
promissor. E, embora registe com maior predominância a arte e escultura macondes, o MUSET,
como também é, institucionalmente, conhecido, tem-se esforçado no sentido de chamar a sí a
missão de pesquisa e/ou investigação científica, pese embora se ressinta da falta de pessoal com
qualificações apropriadas e vocacionado para o efeito, situação que não só acontece com o
MUSET, mas com qualquer instituição museológica do nosso Moçambique.

O papel do Museu na Sociedade

De acordo com Copans (1999, p: 5), “O museu como uma unidade “documental” do património
cultural de Moçambique, desempenha um papel importante na educação da comunidade no
geral, visto que podemos encontrar diferentes objectos expostos, sobre diferentes manifestações
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culturais do país durante diferentes épocas que o país atravessou (antes, durante e depois da
ocupação colonial, bem como no período pós-independência”.

Como argumenta Copans (1999, p: 65), defende que:

Para o desenvolvimento da sociedade, usando os museus, é preciso que o museu


tenha mecanismos para a produção do seu conhecimento através das pesquisas.
Todas as actividades dos museus devem ser programadas com o intuito
educacional, a aproximação do museu dos professores, e, por conseguinte da
comunidade, no intuito de tornar as acções e a reflexão combinadas relaciona-
se com três pilares desta reflexão: museu, escola e sociedade.

De acordo com Valente et all, (2005, p: 191), os museus constituem locais de pesquisa e difusão
de conhecimentos. O museu promove um ambiente de aprendizagem ideal, como espaço
paralelo à educação formal, pode contribuir significativamente para o ensino, pois pode ser
visto como um lugar estimulante e aberto, visto até como um espaço de encontro, convivência,
investigação e confrontação das diversidades de linguagens. Independente de sua filosofia e
área de actuação, todo o museu transmite ao público uma mensagem, educando através da
cultura material (Costa etal 2005:3-4).

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Conclusão
A finalizar, importa aqui e agora destacar a importância de que se reveste a valorização do
nosso património cultural, e fazendo menção revitalizadora de alguns dos extractos da
Resolução nº 4/79 da Comissão Permanente da Assembleia Popular, temos a salientar o
seguinte: “... Importa portanto conservar, como símbolo da tenacidade e determinação do nosso
povo, como memória da humilhação e dominação estrangeira e como fonte de inspiração e
ensinamento para as gerações vindouras todos os vestígios históricos da criatividade e luta do
Povo Moçambicano. As razões para a criação de um museu são de vários tipos e vão desde a
necessidade de guardar a memória de uma pessoa até à dimensão de apropriação e uso colectivo
de um determinado património. Actualmente, a função do museu vai para além dos limites de
recolher, restaurar e expôr os objectos que fazem parte das suas colecções. A pesquisa, a
divulgação, a aquisição de conhecimentos e a participação activa da comunidade tornaram-se
elementos determinantes da função social e educativa dos museus. O museu passou a educar
através da cultura material e este processo educativo ultrapassa as fronteiras da idade, do sexo,
da classe social, da religião, da raça, do nível de escolaridade e ocorre ao longo da vida. Este
constitui um espaço de formação integral do indivíduo relativamente ao património cultural,
social, histórico, económico da comunidade em que se insere.

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Referências Bibliográficas
Baptista, Abel dos Santos. (1951). Monografia Etnográfica sobre os Macuas. Lisboa: Divisão
de Publicações e Biblioteca, Agencia Geral do Ultramar.

Copans, Jean. (1999). Introdução a Etnologia e a Antropologia. Lisboa: Publicações Europa-


América, Coleção Saber.

Convergindo 1º Seminário Nacional de Arquivos, Bibliotecas, Centros de Documentação e


Museus e II Festival de Contadores de Língua Portuguesa textos. Maputo: FBLP, 2005. p. 108-
113.

Gandolfo, Gianfranco. (2005). Museus: de coleccionadores passivos a participantes activos


partilhando experiências dos museus. In:

Macamo, S. (2003). Dicionário de Arqueologia e Património Cultural de Moçambique. (Texto


não publicado) Maputo. Ministério da Cultura.

Valente, M. (2002). Educação em Ciências e os Museus de Ciências. In: Museu da Vida; Museu
de Astronomia e Ciências afins. O formal e o não-formal na dimensão educativa do museu. Rio
de Janeiro.

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