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Penhora de ativos em bolsa de valores e seus reflexos na

execução fiscal

Breno Lazzari Pinto Cordeiro1

Orientador: Prof. Jonny Zulauf2

Resumo: O presente trabalho jurídico pretende destacar a importância do


mercado de ações e como ocorre a penhora de ativos no processo de execução
fiscal, através do estudo bibliográfico e jurisprudencial de como são constituídas
as garantias reais de adimplemento de obrigações, onde faz-se apontamentos
de quais os instrumentos existentes para efetivação da penhora e o posterior
cumprimento da obrigação de pagar. Objetiva-se questionar os mecanismos e
sua eficácia frente as possibilidade de eventuais oscilações nas referidas
garantias e quais as medidas tanto jurídicas quanto financeiras cabíveis.

Palavras chave: Bolsa de Valores, Ações, Penhora, Execução Fiscal.

Abstract: The following article intends to highlight the importance of the stock
market and how the pawn of the financial products occurs on the tax enforcement
litigations, through bibliographical and jurisprudential studies of how the real
garnishments are constituted, where notes are made of which instruments exist
to effect and the subsequent fulfillment of the obligation to pay. Aims to question
the mechanisms and their effectiveness facing the possibilities of eventual
oscillations at the said guarantees and which measures, both juridical and
financial are suitable.

Key-words: Stock Exchange, Shares, Pawn, Tax Enforcement.

INTRODUÇÃO

Em face do conflito de interesses, e a obrigação Estatal de prestação da


jurisdição originaram-se os institutos processuais, visando resolver esses
conflitos de interesses que têm por características a pretensão de uma das
partes e a resistência de outra. Tomando como ponto de referência o Código de

1 Estudante do 5º Ano do Curso de Direito da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE)


campus São Bento do Sul.
2 Professor do Curso de Direito da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) campus São

Bento do Sul.
2

Processo Civil de 2015, são apresentados os processos de Conhecimento,


Cautelares e Executórios. O livro II da legislação supra citada, trata
exclusivamente do processo de execução, o qual será objeto de estudo da
presente pesquisa.
O procedimento de execução funda-se em título judicial ou extrajudicial
não cumprido pelo devedor, portanto, em tornar a obrigação líquida e exigível,
apurando o quantum debeatur.
Em se tratando de dívida fiscal, a Lei nº 6.830 de 22 de setembro de
1980, regula especificamente este procedimento, sendo o Código de Processo
Civil usado para preencher as lacunas deixadas pela referida lei. Uma vez líquida
e exigível a dívida, para garantir que a obrigação será cumprida, foi criado o
instituto da penhora, que garante o bem para o fim de quitar a obrigação.
Dentre os bens elencados no rol do artigo 11 da Lei nº 6.930/1980, o
inciso VIII, traz a possibilidade da penhora de direitos e ações. Limitando ações
as quais são de natureza de renda variável e negociadas em Bolsa de Valores,
visando a garantia do pagamento ao credor, o presente artigo busca discorrer
sobre a possibilidade e viabilidade da penhora desses ativos.

A BOLSA DE VALORES E O MERCADO DE AÇÕES

A Bolsa de Valores é um local para investidores e empresas trocarem


ações e títulos por um valor a ser regulado pelo mercado financeiro, sua função
primordial é a organização e viabilização das transações e negociações. A
compra e venda de ações e títulos na Bolsa de Valores ocorre com a mediação
de uma corretora de valores mobiliários, a qual disponibiliza aos investidores, o
meio para se adquirir tais produtos financeiros.
Segundo Placedino (web, 2019), a corretora funciona da seguinte forma,

(...) Corretoras de ações são empresas que auxiliam o Sistema


Financeiro Nacional. O que ela faz é intermediar a compra e
venda de ações e demais títulos financeiros. Para a criação e
funcionamento de uma corretora de ações é preciso a
3

autorização do BACEN e da CVM - Comissão de Valores


Mobiliários, órgão que também fiscaliza suas atividades. (...)

Portanto, o papel da corretora é deixar o mercado de ações acessível


aos interessados pela compra e venda dos ativos lá negociados, gerando assim,
circulação financeira, movimentações as quais são fiscalizadas atentamente
pela Comissão de Valores Mobiliários. (TORO RADAR, web, 2014)
O primeiro local destinado a viabilizar a negociação de empréstimos
surge no ano de 1487, surge em Bruges, Bélgica. Posteriormente com a
expansão comercial Europeia foi criada a primeira Bolsa de Valores, em 1602,
em Amsterdã, com ações de empresas como a Companhia Holandesa das
Índias Orientais a qual detinha o monopólio da colonização na Ásia. (LUIZ
CARLOS VALENTE JÚNIOR, 2018, p. 26)
No Brasil o histórico da Bolsa de Valores remonta ao final do período
colonial, onde cada Estado possuía seu próprio local de negociação, tendo as
Bolsas do Rio de Janeiro e São Paulo sua maior importância, de acordo com
Outi (web, 2019) até 1966, as Bolsas de Valores brasileiras eram controladas
pelas secretarias de finanças dos estados. A partir de uma reforma no sistema
financeiro, elas se transformaram em entidades autônomas, do tipo associação
civil sem fins lucrativos.
A Bolsa de Valores de São Paulo (também chamada de Bovespa)
ganhou destaque no contexto da crise econômica do governo militar, em 1970,
ocasião em que ultrapassou a bolsa do Rio de Janeiro em relação à sua
importância e se tornou a principal bolsa do país. (OUTI, web, 2019)
Recentemente, em 2017, a BM&FBovespa, se uniu com a Central de
Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados que por sua vez tinha a
função de organizar o mercado e criaram a B3 (Brasil, Bolsa e Balcão) como hoje
é conhecida a Bolsa de Valores brasileira, ocupando a 5ª posição em valor de
mercado, entre as maiores do mundo. (TORO INVESTIMENTOS, web, 2019)
É necessário salientar que, no aspecto social, a bolsa de valores de um
país, não é a de criar riqueza, mas sim a de transferir os recursos da economia,
a fim de circular tais recursos representado pela compra e venda de ações.
(GIANPIETRO, 2007, p. 3)
4

Portanto, esse aspecto de democratização do capital, tem reflexos


significativos na política econômica, ao permitir os consumidores, a integral
participação no processo de enriquecimento das companhias. Logo, a Bolsa de
Valores é o principal propulsor no processo de democratização de riqueza,
conforme aponta. (GIANPIETRO, 2007, p. 3)
De importante apontamento, mesmo sendo crescente e de maneira
expressiva, o número de investidores pessoas físicas, nos últimos anos no Brasil
representam menos de 0.5% (NATÁLIA FLACH, web, 2020) da população
brasileira que investem seu dinheiro em bolsa, comparando este número com
outros países, como por exemplo na Alemanha, este número chega a 15.2% da
população, já nos Estados Unidos 60% da população investem recursos
financeiros em Bolsa de Valores. (DEUTSCHES AKTIENINSTITUT, web, 2019)
Com os dados supra mencionados, tem-se que há uma questão cultural
enrustida em tal contexto, onde antes se via a Bolsa de Valores como um cassino
para especuladores e ricos.
Entretanto, as mudanças que vem ocorrendo na economia moderna,
abraçam todo um processo envolvendo valores morais, culturais, políticas,
simbólicos e sociais que sempre estão em constante mutação, para se
encaixarem com os interesses da sociedade como um todo.
Tal como destaca Jardim (2013, p. 1),

(...) discursivamente, a preocupação consensual dos atores das


instituições que fazem parte da construção social do tema é levar
orientação aos novos consumidores das classes C e D. (...)

Já que estes novos consumidores por sua vez, encontram-se sob um


contexto onde conseguem crédito com facilidade, geram grande risco de
inadimplência, logo torna a educação financeira fator de suma importância para
seguirem com uma vida digna e poderem ascender na escala social. Tomando
a educação financeira como um fator basilar, a Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) criou um documento em 2003 intitulado
Melhorando a Educação Financeira: análise de questões e políticas. (MARIA
CHAVES JARDIM, 2010, p.1)
5

Dentre os vários ativos negociados na B3, é necessário para o presente


artigo, delimitar-se a somente uma classe, a qual são as ações negociadas.
Na lição de Graham (2007, p. 12):

(...) Uma ação não é somente um símbolo em uma fita ou um


sinal eletrônico; ela representa o interesse do proprietário em um
negócio real, com um valor intrínseco que independe do preço
da ação. (...)

De acordo com Mamede (2018, p. 289),

(...) a sociedade por ações demanda um patrimônio econômico


que viabilize a realização de seu objeto social (...). Nas
sociedades por ações, o capital é social é dividido em ações,
titularizadas e integralizadas pelos acionistas (pessoas naturais
ou jurídicas). Uma vez integralizado o valor das ações que lhe
subscrever ou adquirir, não há qualquer responsabilidade
subsidiária pelas obrigações sociais, como se afere do artigo
1.088 do Código Civil e do artigo 1º da Lei 6.404/76, norma
especial que rege as sociedades por ações. A sociedade
anônima é, por definição, uma sociedade de responsabilidade
limitada. (...) As ações são partes (pedaços) do capital social. No
inglês, usa-se a palavra share, do verbo to share (repartir). A
ação é uma parte do capital social à qual corresponde uma
parcela proporcional do acervo patrimonial, se dissolvida e
liquidada a sociedade, além de direitos e deveres sociais, É,
portanto, um título de inclusão, a permitir a seu titular compor a
comunidade social e, assim, ingressar no plano das relações
interna corporis da companhia. (...)

Conforme exposto, uma ação é uma parte do capital social de uma


sociedade anônima, onde o preço que se paga, está embutido o valor da
companhia, a qual efetivamente, passa o comprador a se tornar sócio, contraindo
direitos e deveres perante referida companhia.
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Entretanto, esses direitos podem variar de acordo com o tipo de ação


que o comprador venha a adquirir, são elas as preferenciais e as ordinárias.
No entendimento de Mamede (2018, p. 292) a ação ordinária possui esta
nomenclatura, pois concede direitos e deveres comuns aos acionistas, inclusive
os de ordem patrimonial (participação nos lucros, e na hipótese de dissolução,
direito ao acervo patrimonial da companhia) sendo o direito mais evidente o de
deliberação em assembleia geral.
Como na própria nomenclatura da ação já traz, as de classe preferencial
possuem algum tipo de preferência, a serem definidas pelo estatuto social da
companhia. Contudo, a diferença mais notória entre uma ação ordinária de uma
preferencial, é o direito a voto em assembleia, sendo este vetado na modalidade
preferencial. (GLADSTON MAMEDE, 2019, p. 294)
Observa-se que de acordo com artigo 15 da Lei das Sociedades
Anônimas (Lei nº 6.404/76), as ações preferenciais de uma companhia, não
devem exceder 50% do total de ações emitidas,

Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens


que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou
de fruição.
§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações
preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de
uma ou mais classes.
§ 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou
sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode
ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações
emitidas.

Faz-se necessário diferenciar o termo investidor de especulador, e para


tanto novamente segundo Graham (2007, p. 43),

(...) uma operação de investimento é aquela que, após análise


profunda, promete a segurança do principal e um retorno
adequado. As operações que não atendem a essas condições
são especulativas. (...)
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Apesar de os últimos anos o mercado de ações ter-se confundido


profundamente com especulação, naturalmente para se entrar em tal setor
requer estudo bem como segurança de onde serão alocados os recursos
empreendidos com a finalidade de receber uma boa rentabilidade.
Nesse sentido a visão de Graham (2007, p. 47),

(...) Em nossa visão conservadora, todo amador que opera na


margem deveria reconhecer que está especulando ipso facto, e
seu corretor tem o dever de avisá-lo sobre isso. Todo mundo que
compra um assim chamado lançamento "quente" de ações
ordinárias ou faz uma compra de alguma forma semelhante a
essa está especulando ou fazendo uma aposta. A especulação
é sempre fascinante e pode ser muito divertida enquanto você
estiver ganhando. Se quiser testar sua sorte na especulação,
separe uma parte — quanto menor, melhor — de seu capital em
uma conta específica para esse propósito. Nunca acrescente
dinheiro a essa conta apenas porque o mercado subiu e os
lucros estão jorrando. (Esse é o momento para pensar em sacar
recursos do fundo especulativo.) Nunca misture suas operações
especulativas com seus investimentos em uma mesma conta,
tampouco em qualquer parte de seu pensamento. (...)

A visão de que é possível enriquecer com Bolsa de Valores do dia para


noite é extremamente e equivocada, pois ignora a lei natural do mercado onde
todos os ativos tendem a se valorizar no longo prazo, pois seguindo os conceitos
anteriormente expostos, as companhias de capital aberto buscam investimentos
para crescer em valor, não somente elevar o preço de suas ações. Tal premissa
se prova pelo gráfico a seguir exposto, comparando com o valor do ouro com o
índice Bovespa3 no mesmo período de tempo. (TRADINGVIEW, web, 2020)

3 O índice Bovespa, ou ibovespa, mede o desempenho das 50 ações mais importantes na B3,
criado em 1968 para dar referência em como o mercado estaria agindo. (B3, web, 2018)
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VOLATILIDADE NO MERCADO FINANCEIRO

É de suma importância a observância de tal parâmetro, pois faz parte da


natureza dos ativos de renda variável tais como ações. Para maior compreensão
de como determinado fator impacta, é necessário o estudo da volatilidade no
mercado financeiro.
Segundo bem explica Oliveira (2020, p. 79),

Volatilidade é uma forma de exprimir a frequência e intensidade


da flutuação dos preços, daí definir a variabilidade de um ativo
no futuro, ou sua variância. Muitas são, então, as tentativas e
métodos preditivos para se chegar a resultados condizentes com
o ocorrido no mercado. O mais comum deles é pelo cálculo das
variâncias pesadas (volatilidade histórica). Constatam-se ainda
outros conceitos, como a volatilidade condicionada e a
volatilidade implícita.

Resta mostrar de mesma forma, que a volatilidade está diretamente


ligada com o risco inerente as ações. Na teoria financeira, risco é definido como
a dispersão de resultados inesperados decorrentes do movimento das variações
9

financeiras; assim, o desvio, tanto positivo quanto negativo, deve ser


considerado como fonte de risco. (OLIVEIRA, 2020, p.28)

Risco financeiro significa estar exposto a volatilidade. As


empresas conscientes de que um movimento adverso no preço
ou na taxa de juros pode afetar seus fluxos de caixa e, portanto,
prejudicar sua rentabilidade ou valor de mercado. (OLIVEIRA,
2020, p. 30)

Conforme dito anteriormente, é de suma importância a diferença entre


investidor e especulador, entretanto, tanto um quanto outro, podem vir a se
beneficiar com a volatilidade no mercado financeiro. Quando se é especulador,
onde se visa um resultado em curto prazo, a volatilidade pode ser uma
oportunidade de rápidos ganhos, com risco elevado.
Porém, quando se é investidor, a vantagem da volatilidade está
justamente quando ela age negativamente sobre o ativo, gerando assim um
desconto sobre determinada ação, tendo sida criada uma oportunidade de
compra abaixo do que a ação realmente vale.
Nota-se que com a volatilidade atual nos mercados, muitos operadores
tendem a realizar uma forte liquidação em ações, tornando assim a variação de
preços mais voraz para termos macroeconômicos, fazendo o pequeno investidor
que não possui muita experiência acompanhar o movimento justamente por não
possuir conhecimento e informações coerentes dos motivos que levaram ao sell-
off. Contudo, não é exclusividade do pequeno investidor sofrer com as oscilações
do mercado, pois como há vários ativos financeiros lastreados nos mais variados
índices, estes impactam as decisões dos grandes agentes da economia, tais
como bancos, indústrias com decisões de financiamento, linhas de crédito e por
fim o câmbio do Real frente outras moedas.
Entretanto, por mais que existem vários métodos e métricas para medir
a volatilidade futura do mercado financeiro, nenhuma delas é garantia de que o
evento ocorrerá no futuro. Tomando como exemplo o cenário atual, em apenas
uma semana o principal índice da B3, caiu quase 45% em decorrência do início
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da pandemia do novo coronavírus no Brasil, conforme demonstra-se pelo gráfico


abaixo (TRADINGVIEW, web, 2020).

Os exemplos de que as métricas nem sempre estão correlacionadas a


realidade fática dos mercados são infinitos, como a grande depressão em 1929,
a crise do subprime que atingiu o mundo em 2008 entre várias outras, todas
tendo como características uma bolha formada anteriormente.
Notadamente, visando a segurança entre os envolvidos no mercado
financeiro, e observando o objetivo específico de cada instrumento monetário
desenvolvido, na economia moderna, foram criados mecanismos que impedem
a volatilidade de fazer efeito sobre determinados ativos, utilizando-se do contrato
de hedge como por exemplo.

HEDGE CAMBIAL

A operação de hedge é aquela realizada buscando proteção contra o


risco da volatilidade, promovendo uma espécie de seguro. Tal prática é
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corriqueira em companhias de exportação especialmente após a crise do


subprime que aconteceu em 2008.
De acordo com Barreto (2011, p. 8-9), o instrumento de hedge financeiro,
não deveria ser passível de realização de lucro, pois trata-se de um seguro feito
pelas companhias. Tal premissa fundamenta-se na ideia que em um mercado
ideal, os preços iriam se regular, não existindo assim desequilíbrios na formação
do preço dos ativos, levando em conta a eficiência dos agentes atuantes,
entretanto, não é esta a realidade fática. As companhias assumem um risco alto
quando especulam juntamente ao contrato de hedge, sendo este por quem
investe no contrato como terceiro interessado, ou como partes contratuais,
quando o preço acordado seria irrealizável no assim chamado mercado futuro.
Para maior entendimento de como o hedge cambial (do inglês,
proteção), funciona da seguinte maneira: Supondo que determinada fábrica irá
vender um container de produtos a U$D 10 milhões, porém o pagamento só irá
ocorrer em 2 meses. No presente caso, a variação cambial afetará diretamente
o faturamento da empresa.
Se a cotação do Dólar chegar a R$ 6,00 a empresa irá faturar R$ 60
milhões, mas, se a cotação cair para R$ 5,00, ela perderá R$ 10 milhões. Ela
busca no mercado financeiro interessados em pagar um preço alvo na cotação,
supondo que será até R$ 5,20 na moeda nos próximos 2 meses. Assim ela
garante o preço de venda da fabricação dos bens, evitando perda de dinheiro e
o impacto negativo nos negócios.

DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Assim traz o Código Tributário Nacional nos artigos 114, 115 e 116,

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação


definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer


situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática
ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
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Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se


ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o
se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito
aplicável.

O fato gerador é a ocorrência do fato em si, nascendo assim a obrigação


do ônus para o contribuinte. Quanto ao fato em si, este deve ser tipificado pela
lei, para que se fixe o momento exato que foi gerada a obrigação do pagamento
do tributo.
São princípios básicos do fato gerador o que segue: legalidade,
referindo-se ao cumprimento constitucional de previsão legal; economicidade,
sendo este ligado ao aspecto econômico que é de suma importância para fixação
de alíquotas, base de cálculo, e por fim causalidade, que por sua vez é a causa
do efeito do fato gerados.
Caso o contribuinte venha a não pagar o tributo devido, o Estado possui
instrumentos para que a obrigação seja cumprida, sendo o primeiro deles, e
essencial para a continuidade do presente artigo, a certidão de dívida ativa.
Assim dispõe do artigo 201 do Código Tributário Nacional,

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito


dessa natureza, regularmente inscrita na repartição
administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado,
para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em
processo regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os
efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.

De acordo com Britto Machado (2018, p. 439), a inscrição em dívida


ativa, já pressupõem valor apurado pela via administrativa, logo cabe salientar
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que ainda cabe defesa na referida via, havendo possibilidade de apresentação


de impugnação e recursos cabíveis, os requisitos obrigatórios para a Fazenda
ingressar com a execução fiscal estão contidos no artigo 202, sendo
desnecessária a apresentação de demonstrativo de débito, nos termos do artigo
614 do Código de Processo Civil.
Com a inscrição em dívida ativa nasce a legitimidade Estatal em
ingressar com Ação de Execução Fiscal, sendo este procedimento criado
especificamente para cobrança de tributos devidos ao ente arrecadador.

DA EXCUÇÃO FISCAL

De acordo com Theodoro Júnior (2016, p. 32), a dinâmica do processo


de execução acompanha àquela atrelada ao processo civil, para tanto,
necessário um breve estudo sobre a dinâmica que envolve o Código de Processo
Civil.
De acordo com Gonçalves (2016, p. 11),

(...) A sentença judicial condenatória, ainda que transitada em


julgado, não se cumpria automaticamente. Era preciso contar
com a boa vontade do devedor para que adimplisse a obrigação
a que fora condenado. Se não, fazia-se necessário ajuizar um
processo de execução, nos mesmos autos, mas autônomo, no
qual seriam praticados os atos satisfativos, destinados a efetivar
o que fora determinado pelo juiz. (...)

Assim traz o Código de Processo Civil em seu artigo 771,

Art. 771. Este livro regula o procedimento da execução fundada


em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também,
no que couber aos procedimentos especiais de cumprimento de
sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a
que a lei atribuir força executiva.
Parágrafo único: Aplicam-se subsidiariamente à execução as
disposições do Livro I Parte Especial.
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Donizetti (2018, p. 648) assim comenta a respeito,

(...) O novo Art. 771, que introduz o processo de execução de


título extrajudicial, determina a aplicação subsidiária tanto das
normas acerca da execução aos atos e fatos processuais com
força executiva quanto das disposições do processo de
conhecimento ao processo de execução. Naturalmente, a
referida aplicação subsidiária somente ocorre quando há
equivalência entre os procedimentos. As normas fundamentais
do processo civil (arts. 2º a 16), bem como as que podem ser
aplicadas à execução, visto que presentes na parte geral.
Importante perceber que, ao se referir aos atos ou fatos
processuais com força executiva, o dispositivo em comento, traz
a ideia de tutela executiva, ou seja, daquela que busca a
satisfação de um direito já acertado ou definido em título judicial,
ou extrajudicial.(...)
Percebe-se que tal ato não é exclusividade do processo executório,
havendo a possibilidade do aproveitamento da regra geral do sistema de tutelas
provisórias.
No ensinamento de Theodoro Júnior (2016, p. 157),

(...) A Lei n. 6.830/1980 é a mesma do Código de Processo Civil,


portanto, a de execução de quantia líquida e certa, como
processo de “pura atividade de realização de direito do credor
(...)

Comenta ainda Theodoro Júnior (2016, p. 157-158), que na Exposição


de Motivos do anteprojeto convertido na Lei nº 6.830/1980, a regulamentação
contém apenas normas processuais de especialização procedimental da
execução fazendária. Por isso, ressalvou-se que também as disposições do
Código de Processo Civil que disciplinam especialmente a execução por quantia
certa têm a sua aplicação mantida pelo anteprojeto.
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De importante apontamento que a Lei nº 6.830/1980 não objetiva a


regulamentação da relação entre o fisco e o contribuinte, mas sim a de
expropriação de bens do devedor para finalidade de satisfazer o direito do
credor.
Assim traz o Código de Processo Civil em seu artigo 783,

Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á


sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.

No ensinamento de Donizetti (2018, p. 657) acerca do dispositivo legal


supracitado,
(...) Além da previsão na lei, o título extrajudicial, ou melhor, o
crédito nele estampado, deve ser certo. Por certeza do direito do
exequente entende-se a necessidade de que do título executivo
transpareçam todos os seus elementos, como a natureza da
obrigação, seu objeto e seus sujeitos. (...)

Diante disso, o processo de execução deve buscar meios para que o


devedor pague ao credor, utilizando-se do aparelhamento estatal assim dando
efetividade ao procedimento utilizado. Um desses meios que o Poder Judiciário
possui, é a penhora de bens.

DA PENHORA DE AÇÕES

Penhora é um instituto jurídico a disposição do credor com a finalidade


de garantir que a obrigação seja cumprida e sua satisfação sanada.
No âmbito da execução fiscal, com o ingresso da demanda pelo fisco,
este instrumento pode ser requerido juntamente a inicial, conforme ver-se-á.
Transcorridos cinco dias da citação, poderá prosseguir-se com a
penhora, a qual, de acordo com a Lei nº 6.830/1980, pode já ser deferida pelo
Juízo na petição inicial.
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Art. 7º - O despacho do Juiz que deferir a inicial importa em


ordem para:
(...)
II - penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução,
por meio de depósito, fiança ou seguro garantia; (...)

Mais adiante, no artigo 11 da Lei nº 6.830/1980, ficam elencados quais


os bens que podem vir a serem penhorados para finalidade de garantia da
execução fiscal,

Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte


ordem:
(...)
VIII - direitos e ações.

Observa-se que na ordem de preferência as ações vêm por último,


justamente pela dificuldade procedimental que se é efetivar tal instrumento de
penhora.
De acordo com o artigo 39 da Lei nº 6.404/76 o penhor ou caução de
ações se constitui pela averbação do respectivo instrumento no livro de Registro
de Ações Nominativas.
Assim prossegue o artigo 39 da Lei nº 6.404/76,

Art. 39. O penhor ou caução de ações se constitui pela


averbação do respectivo instrumento no livro de Registro de
Ações Nominativas.
§ 1º O penhor da ação escritural se constitui pela averbação do
respectivo instrumento nos livros da instituição financeira, a qual
será anotada no extrato da conta de depósito fornecido ao
acionista.
§ 2º Em qualquer caso, a companhia, ou a instituição financeira,
tem o direito de exigir, para seu arquivo, um exemplar do
instrumento de penhor.
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Portanto, as ações, constituem garantia real. Para que o penhor da ação


seja eficaz é necessário seguir o artigo 1.424 do Código Civil,

Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca


declararão, sob pena de não terem eficácia:
I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo;
II - o prazo fixado para pagamento;
III - a taxa dos juros, se houver;
IV - o bem dado em garantia com as suas especificações.

Posteriormente, deverá ser feita a averbação do respectivo instrumento,


nos livros da instituição financeira, a qual será anotada no extrato da conta de
depósito fornecido ao acionista.
Em ambos os casos, a companhia ou a instituição financeira, tem o
direito de exigir um exemplar do instrumento de penhor. O artigo 1.452 do Código
Civil exige, para a constituição do penhor de direito, instrumento público ou
particular, registrado no Registro de Títulos e Documentos.
Com isto, fica demonstrada a possibilidade do penhor de ações para fins
de exaurir a obrigação, entretanto, os reflexos de tal instrumento jurídico frente
a execução, são ainda desconhecidos e precisam ser estudados. Pois, há a
hipótese de que, quando a penhora é realizada, haver uma oscilação no
mercado, valorizando ou desvalorizando as ações penhoradas, que até então
cumpriam os requisitos para suprir a execução.
Um dos casos mais célebres no Brasil, foi o do empresário Eike Batista,
onde foi acusado de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e fraude,
enfrentando processos também frente a Comissão de Valores Mobiliários.
Em decisão judicial, onde o grupo EBX é réu, não foi possível recuperar
os ativos que foram propositalmente supervalorizados em 500%, incitando o
mercado financeiro com falsas expectativas, devido as notícias recorrentes
sobre mineração de recursos naturais, o qual não havia nenhuma prova técnica-
científica. O ganho financeiro impróprio foi de aproximadamente 634 milhões de
reais. (REVISTA CONSULTOR JURÍDICO, web, 2019)
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Como percebe-se, o caráter de volatilidade do mercado torna a penhora


de ações por muitas vezes incerta. Logo, aponta-se que tal instrumento de
garantia da execução ignora esse aspecto.
Entretanto, conforme denota-se do julgado do Tribunal Regional Federal
da 3ª Região:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO.


ART. 1.021, CPC. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO
FISCAL. SUBSTITUIÇÃO DE BEM PENHORADO. RECUSA DA
EXEQUENTE. INOBSERVÂNCIA DA ORDEM LEGAL. BEM DE
DIFÍCIL ALIENAÇÃO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A
decisão ora agravada, prolatada em consonância com o
permissivo legal, encontra-se supedaneada em jurisprudência
consolidada do Colendo Superior Tribunal de Justiça, inclusive
quanto aos pontos impugnados no presente recurso. 2. O E.
Superior Tribunal de Justiça já decidiu, em acórdão submetido
ao regime art. 543-C do CPC/1973 que a executada tem direito
à substituição de bem penhorado, independentemente da
concordância do credor, somente na hipótese de oferecimento
de depósito em dinheiro ou fiança bancária. 3. Com efeito, se é
certo que a execução deve ser feita da maneira menos gravosa
para o devedor, nos termos do artigo 805 do CPC, não menos
certo é que a execução se realiza no interesse do exequente,
nos termos do artigo 797 do CPC. 4. No caso destes autos, a
recusa da substituição do bem penhorado foi devidamente
justificada pela exequente, tendo em vista não obedecer a ordem
legal, não atender os interesses do credor, nem agregar a
efetividade desejada. 5. As razões recursais não contrapõem
tais fundamentos a ponto de demonstrar o desacerto do
decisum, limitando-se a reproduzir argumento visando à
rediscussão da matéria nele contida. 6. Agravo interno
desprovido. (Agravo de Instrumento nº 5006147-
68.2019.4.03.0000. Relatora Desembargadora Federal Diva
Prestes Marcondes Malerbi).
19

Extrai-se do inteiro teor do julgado supra citado, em que pese o


executado ofereceu bem diverso a penhora (um imóvel no caso concreto) o
instrumento jurídico recaiu sobre as ações da Companhia Gol Linhas Aéreas,
notando-se a preferência do fisco em bens de fácil liquidação, por mais que a Lei
das execuções fiscais, traga o contrário.
Por outro lado, por certas vezes a Fazenda rejeita ativos negociados em
Bolsa de Valores conforme o julgado assim denota,

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DIREITO TRIBUTÁRIO.


EXECUÇÃO FISCAL. PREFERÊNCIA DE PENHORA DE
ATIVOS FINANCEIROS. BACENJUD. ARTIGO 833, IV, CPC.
IMPENHORABILIDADE. REJEIÇÃO. 1. Consolidada a
jurisprudência no sentido de que a penhora de dinheiro, por
sistema eletrônico, tem preferência legal na forma dos artigos
11, LEF, e 835, I, CPC/2015, sendo legítima a recusa à
nomeação de bens realizada em desacordo com a respectiva
ordem legal. 2. Por sua vez, a alegação de inviabilização da
atividade econômica pela penhora online é genérica e não se
presta a limitar a eficácia da norma que confere preferência a
créditos tributários e à forma de garantia a ser privilegiada na
execução fiscal. 3. Com relação à necessidade de desbloqueio
dos valores constritos sob a alegação de que se destinam ao
pagamento da folha de salários de empregados, evidencia-se
que não foram penhorados salários, até porque a empresa não
recebe tais valores em sua conta de movimentação bancária,
formada por recursos auferidos na atividade econômica e,
portanto, receita ou faturamento empresarial. De outra parte, a
proteção legal, conforme pacífica jurisprudência, diz respeito ao
numerário de natureza salarial já incorporado ao patrimônio do
trabalhador, e não àqueles montantes que, alegadamente,
seriam alocados pela fonte pagadora para tal fim. 4. Além do
mais, e por via de consequência, ainda que tivessem sido, por
hipótese, penhorados salários, mesmo que dos respectivos
empregados, não teria a embargante legitimidade ativa para
Jurisprudência/TRF3 – Acórdãos recorrer ou impugnar, em
20

nome próprio, direito alheio: o artigo 833, IV, CPC, aplica-se ao


executado cujo salário tenha sido penhorado em execução
fiscal, não sendo este o caso dos autos. 5. A alegação de que
os recursos em sua conta bancária seriam destinados a
pagamento de salários, ainda que comprovada a circunstância,
não permite ampliar o conceito de impenhorabilidade, que é
estrito e se aplica em função da natureza e condição jurídica do
valor constrito, e não da suposta destinação que eventualmente
deva ser dada no futuro ao montante que, presentemente,
configura receita ou faturamento da empresa. Fosse assim
seriam sempre impenhoráveis os recursos da empresa ou o
próprio faturamento, pois o pagamento de salários é despesa
corrente e permanente, colidindo tal pretensão, contudo, com a
legislação, que não apenas autoriza penhora de dinheiro da
empresa como estabelece ser preferencial tal forma de garantia
da execução fiscal. 6. Agravo de instrumento desprovido.
(Agravo de Instrumento nº 5030328-36.2019.4.03.0000. Relator
Desembargador Federal Luis Carlos Hiroki Muta).

Já no caso acima exposto, em seu inteiro teor, acontece o contrário,


foram oferecidos ativos financeiros, debêntures, que seriam convertidos em
ações, as quais o fisco não aceitou, devido à baixa liquidez delas.
Percebe-se que o meio para sanar a execução tendo como penhora
ativos da Bolsa ainda é disfuncional frente a necessidade dos princípios
processuais cabíveis. Vale ressaltar que: penhora, não é o ato de vender um
bem para liquidação de uma dívida, e sim, somente para garantir o pagamento
dela.
Portanto, com a volatilidade do mercado e liquidez provenientes, os
conhecimentos de direito e mercado de capitais, devem se comunicar, a fim de
criar um instrumento efetivo, que corrobore com as partes e com o objetivo
processual da execução.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
21

Neste artigo foi utilizado o método indutivo, a pesquisa bibliográfica,


descritiva e análises gráficas adotando como embasamento teórico, os estudos
de vários autores que falam sobre o assunto abordado, bem como jurisprudência
sobre o tema.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do presente estudo foi possível constatar a importância do


mercado de ações para o bom funcionamento Estatal, sendo as ações uma forte
garantia real de que o devedor terá bens para arcar com o ônus da obrigação
gerada. Contudo, o instrumento da penhora de ações ainda sofre com a
burocracia, pois, em um curto espaço de tempo, as ações podem variar de valor
ou mudar de dono, ludibriando o fisco, enquanto ao Poder Judiciário, ainda que
possua um efetivo aparelhamento, não consegue cumprir a prestação
jurisdicional.
Ainda que, mesmo penhorada as ações, estas ainda ficam sujeitas a
variações de mercado, fazendo com que em determinado momento seu valor
não seja mais suficiente para o cumprimento da obrigação, ou ainda, que o valor
dos bens cresça, fazendo com que o possível lucro seja perdido pela
impossibilidade do devedor de vendê-las.
Com o número crescentes de pessoas aplicando algum recurso
financeiro na bolsa de valores, é necessário que o Poder Judiciário se atente
para estes fatos e busque um instrumento jurídico-financeiro que seja eficaz e
de acordo com os princípios processuais. Como este universo, do mercado
financeiro, é conhecido pela rapidez com que negócios são fechados, se faz
necessário, cada vez mais, a modernidade ser abraçada pelas autoridades para
que a crença no sistema jurídico pátrio seja cada vez maior e melhor.
Um instrumento interessante que já é amplamente utilizado pelo setor
privado na realização de negócios de importação e exportação é o hedge
cambial, conforme exposto anteriormente.
A penhora de ações poderia se valer de um mecanismo semelhante,
para assim garantir o congelamento da volatilidade nos preços das ações,
22

estabelecendo segurança jurídica para as partes processuais. Exemplificando,


no dia em que é decretada a penhora das ações, há um congelamento na
cotação da mesma, através de um contrato de hedge, entretanto sem prazo
determinado, ou fazendo-se valer do calendário processual, previsto no Código
de Processo Civil, onde as partes processuais acordam em que datas serão
praticados os atos, não gerando maiores incertezas para o investidor que irá
aplicar recursos financeiros no referido instrumento.
A partir de todos os fatores e informações que aqui foram trazidas é de
suma importância que, cada vez mais, a celeridade e segurança jurídica, sejam
fortes na sistemática processual brasileira, pois, como já ensinou Ruy Barbosa
justiça que tarda, não é justiça.

REFERÊNCIAS

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23

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