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CURSO DE DIREITO - DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I

PROFESSORA:

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Período: Data:

QUESTIONÁRIO REVISÃO CONTEUDO N2


Responder de forma fundamentada.

1) O que é fato jurídico?


RESPOSTA: Um fato jurídico é um acontecimento que se dá proveniente de uma
origem seja ela natural ou humana que ao seu surgimento repercute consequências
jurídicas. Mas nem todos os atos são de grande relevância para o direito, uma vez que
nem todos exercem a função de criar, extinguir ou modificar alguma situação prevista na
ordem jurídica. Segundo a teoria tridimensional do direito de Miguel Reale o fato é
elemento constitutivo do direito por si só.
 Os fatos jurídicos se dividem em:
I. Fato Jurídico “strito sensu”: É a ocorrência de um fato que se dá
independentemente da vontade humana, fato este previsto em norma jurídica, uma
vez que não poderá ocorrer fato sem norma que o delimite, ato este capaz de
produzir efeitos jurídicos. Podendo classificar– se em fato jurídico ordinário e
extraordinário.
II. Do Originário: O Direito se apresenta no ato da apropriação do bem, ou da
ocorrência do mesmo por seu titular de maneira direta e objetiva, mesmo que este
venha a agir sozinho sem a interferência de terceiros ou por inércia do seu titular
não contribuindo para o surgimento do ato ordinário o mesmo poderá ocorrer,
atribuindo as devidas consequências nas relações jurídicas.
III. Do Extraordinário: São atos que apresentam como característica a sua
eventualidade, ou seja, a não repetição contínua dos atos. Exibindo ainda como
critérios de caracterização dois requisitos sendo eles: caso fortuito ou força maior e
"factumprincipis".

 Caso fortuito ou força maior: É a impossibilidade de evitar o acontecimento e


na ausência de culpa para a colaboração do fato por meio das partes envolvidas na
relação afetada, nesse caso serão desobrigadas as partes da responsabilidade
acordada anteriormente. A causa do ocorrido não é desconhecida, podendo ser
causas naturais, apenas impossíveis de serem evitadas, é o caso de um raio, por
exemplo, que chega a provocar uma descarga de energia matando alguém, ensejando
graves prejuízos.

 Caso fortuito: A ideia central é de que um pode ser proveniente de causas tanto
conhecidas como desconhecidas, ressaltando a possibilidade de até mesmo ter a
interferência de um terceiro surgir impossibilitando o cumprimento da execução da
obrigação.

2) O que é ato-fato jurídico?


RESPOSTA: Ato-fato jurídico é o evento que, embora oriundo de uma ação
ou omissão humana, produz efeitos na órbita jurídica, independentemente da vontade
de os produzir, a produção de efeitos jurídicos decorre de uma atuação ou abstenção
humana; porém, não importa para o direito se houve vontade de produzi-los. O que
importa são as consequências havidas em razão da participação (ativa ou omissiva)
do ser humano, não sendo necessário qualquer elemento volitivo para configurá-la.
Classificação:

 Atos reais: São os atos humanos de que resultam circunstâncias fáticas,


geralmente irremovíveis. Exemplo: Um louco que, ao pintar o quadro, adquire sua
obra de arte; a pessoa que descobre um tesouro, adquirindo sua propriedade,
independentemente de sua vontade.
 Atos fatos jurídicos indenizativos: São situações em que de um ato humano licito
(ou seja, não contrário ao Direito) decorre prejuízo a terceiro com dever de
indenizar. Exemplo: a deterioração ou destruição de coisa alheia, ou a lesão
pessoal a fim de remover perigo iminente, ou seja, o ato praticado no exercício
regular de direito ou em estado de necessidade que cause danos a terceiros,
gerando o dever de indenizar.
 Atos fatos jurídicos caducificantes: São as situações que dependem de atos
humanos, cujos efeitos constem na extinção de determinado direito e, por
consequência, da pretensão, da ação e da exceção dele decorrentes. Exemplo:
ocorre quando um titular de um direito se mantém inerte em certo lapso de tempo
independentemente de seu querer ou de sua culpa, o que pode gerar a perda de
seu direito, como ocorre na perda da propriedade em virtude da usucapião.

03) O que é negócio jurídico?

RESPOSTA: É a declaração de vontade emitida em obediência aos seus


pressupostos de existência, validade e eficácia, cujo propósito deve ser o de produzir
efeitos lícitos.

 Requisitos:

1. Agente capaz: O ideal é que haja um agente capaz, porém, quando


houver um agente absolutamente incapaz, ele deverá ser representado
por seu representante legal. Já quando o agente for relativamente
incapaz, ele deverá ser assistido ao celebrar o negócio.

2. Objeto lícito: Deve-se estar em conformidade com a norma jurídica e


também respeitar a moral e os bons costumes
3. Norma prevista (ou não proibida por lei): É simplesmente a liberdade
das formas limitadas pela lei. Que é o acordo de vontades a respeito do
negócio que se celebra, como citado no início do artigo.
4. Causa final: Se trata do motivo pelo qual as partes celebraram o
negócio, devendo sempre ter a finalidade lícita.

 Efeitos do negócio jurídico

1. Gera direitos e obrigações;


2. Obriga aquele que não cumpre com suas obrigações a pagar uma
indenização por perdas e danos;
3. Confere o direito de ação judicial para a defesa dos direitos
correspondentes; e
4. Transfere aos herdeiros os direitos decorrentes do negócio jurídico
(salvo nos casos de natureza personalíssima).
 Classificações do negócio jurídico

1. Negócio unilateral -  Acontece quando há declaração de vontade de apenas


uma das partes (ex: testamento). Ele pode ser receptício, que ocorre quando
quem recebe o efeito sabe a intenção/vontade da outra parte (exemplo: oferta
de recompensa), ou não receptício, quando não se sabe da vontade da outra
parte;
2. Negócio bilateral - Ocorre com a declaração de vontade de ambas as partes,
tendo efeitos no momento por elas determinadas enquanto vivas. E por fim,
3. Negócio Plurilateral - Se forma mediante associação de interesses em regime
de comunhão de direitos.

3.1 Quanto à titularidade - Pode ser inter vivos, se for celebrado e tiver


efeitos durante a vida de ambas as partes, ou mortis causa, formado pela
declaração de uma das partes e com efeitos apenas após a sua morte, desde
que ocorra aceitação pela outra parte.
3.2 Quanto à onerosidade - O negócio pode ser oneroso (há
contraprestação), gratuito (apenas uma das partes tem vantagem
patrimonial), neutro (sem alguma vantagem ou desvantagem para as partes)
ou bifronte (quando o negócio se inicia oneroso e por fim acaba sendo
gratuito, ou vice versa) dependendo se há disposição patrimonial de ambas
as partes ou não.
3.3 Quanto à forma - O Negócio pode ser formal, se tiver que adotar a
forma prevista em lei para ter validade, e informal, cabendo apenas às partes
estabelecerem livremente a forma a ser adotada.

 Como se dá a interpretação do negócio jurídico?

1. Nas declarações de vontade se levará em conta mais a intenção real


das partes do que o sentido literal usado por elas;
2. No caso de dúvida, a interpretação será mais favorável ao devedor,
pois toda obrigação é uma restrição de liberdade individual;
3. Em caso de dúvida, a interpretação do contrato de adesão será mais
favorável ao aderente;
4. Na análise da eficácia do negócio jurídico, devem prevalecer os
interesses sociais, direta ou indiretamente ligados, sobre os interesses
meramente individuais das partes;
5. A cláusula ambígua, omissa ou contraditória deve ser interpretada em
conformidade com os costumes locais e de forma a se harmonizar com
a natureza do negócio;
6. São implícitas ao negócio as cláusulas de uso;
7. Os atos benéficos são interpretados de forma restritiva;
8. O conteúdo de um negócio compreende tão somente os bens que as
partes pretendem por meio dele regular;
9. A expressão ininteligível deve ser considerada não escrita;
10. A transação deve ser interpretada de forma estrita;
11. A fiança deve ser concedida por escrito e se sujeita à interpretação
restritiva;
12. O negócio inter vivos não se sujeita às mesmas regras interpretativas
que o negócio causa mortis, devendo o testamento ser interpretado de
acordo com o sentido dado pelo testador.

 Elementos acidentais do Negócio Jurídico


1. Condição: Considera-se condição a cláusula que, derivando
exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a
evento futuro e incerto (art. 121, CC). Trata-se do acontecimento futuro e incerto
estabelecido por uma cláusula modificativa do ato ou do negócio jurídico. Ela
aparece em três situações:
1.1 Incertus an incertus à não se sabe se haverá, nem quando haverá;
1.2 Incertus an certus à sabe-se que pode ocorrer até determinado tempo, mas
não sabe se ocorrerá;
1.3 Certus an incertus à conclui-se que haverá o acontecimento, mas sem saber
quando.

ATENÇÃO:
 Não se sujeitam à condição: emancipação, casamento, reconhecimento de
filiação, adoção, aceitação de herança e renúncia de herança.
 Invalidarão o negócio jurídico: As condições física ou juridicamente
impossíveis, ilícitas ou de fazer coisa ilícita e incompreensíveis ou
contraditórias. (Art. 123, CC)
 As condições com efeito sobre o ato ou o negócio podem ser suspensivas ou
resolutivas.
 A condição suspensiva irá suspender a eficácia do ato ou do negócio, até que
o acontecimento expresso na cláusula ocorra. Já a condição resolutiva (ou
final) irá extinguir os efeitos do ato ou negócio realizado em virtude de
ocorrência do evento futuro e incerto.

2. Termo: É o acontecimento futuro e certo. Pode ser classificado quanto


aos seus efeitos, como suspensivo e resolutivo.
1. Termo suspensivo estabelece que o ato ou negócio só passa a ter eficácia
após ocorrer o evento futuro e certo.
2. Termo resolutivo é aquele que extingue os efeitos do ato ou negócio em
virtude da ocorrência do evento futuro e certo.

3. Encargo: É a tarefa atribuída a uma pessoa que lhe impõe uma


obrigação de fazer em virtude de um benefício com que veio a ser contemplada.
O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito (art. 136, CC).

04) Como se classificam os negócios jurídicos quanto ao número de declarantes?

RESPOSTA: Quanto ao número de declarantes, os negócios jurídicos classificam-se


em: unilaterais, plurilaterais e bifrontes:

1. Unilaterais: são os que se aperfeiçoam com uma única manifestação da


vontade, como no testamento, codicilo, renúncia de direitos, etc. Classificação:

 Receptícios: São aqueles em que a declaração da vontade tem de se tornar


conhecida do destinatário para produzir efeitos, como sucede na renúncia ou
resilição de um contrato, na revogação de mandato etc.
 Não receptícios: São aqueles em que o conhecimento por parte de outras
pessoas é irrelevante, como se dá no testamento, confissão etc.

2. Bilaterais são os que se perfazem com duas manifestações da vontade


coincidentes sobre o objeto. Classificação:
 Bilaterais simples: São aqueles em que somente uma das partes aufere
vantagens, enquanto a outra arca com o ônus, como ocorre na doação e no
comodato, por exemplo.
 Sinalagmáticos: São aqueles em que há reciprocidade de direitos e
obrigações, como na compra e venda e na locação.

3. Plurilaterais: são os contratos que envolvem mais de duas partes, como o


contrato de sociedade e os consórcios de bens móveis e imóveis.

05) Como se classificam os negócios jurídicos quanto ao exercício de direitos?


RESPOSTA: Classificam-se em:
 Negócios de disposição – quando autorizam o exercício de amplos direitos,
inclusive de alienação, sobre o objeto transferido. Exemplo: adoção.
 Negócios de administração – estes admitem apenas a administração e uso do
objeto cedido, como no comodato e no mútuo

06) Como se classificam os negócios jurídicos quanto às vantagens patrimoniais?


RESPOSTA: podem produzir negócios jurídicos. Classificam-se em:

1. Negócios jurídicos gratuitos: São aqueles em que só uma das partes aufere
vantagens ou benefícios, como sucede na doação pura e no comodato, por exemplo.
2. Negócios Jurídicos onerosos: Corresponde um sacrifício ou contraprestação.
É o que se passa com a compra e venda, a locação, a empreitada etc. Classificação:
 Comutativos - São os de prestações certas e determinadas. As partes podem
antever as vantagens e os sacrifícios decorrentes de sua celebração, porque não
envolvem nenhum risco.
 Contratos aleatórios - Caracterizam-se pela incerteza sobre as vantagens e
sacrifícios que deles podem advir, pois a perda ou o lucro dependem de um fato
futuro e imprevisível.
3. Negócios Jurídicos neutros: Se caracterizam pela destinação do bem. Como
exemplos, temos o negócio que torna o bem indisponível pela cláusula de
inalienabilidade e o que impede sua comunicação ao outro cônjuge, mediante
cláusula de incomunicabilidade. A instituição do bem de família, a renúncia
abdicativa e a doação remuneratória também podem ser lembradas como negócios
neutros.
4. Negócios Jurídicos Bifrontes: São os contratos que podem ser onerosos ou
gratuitos, segundo a vontade das partes, como o mútuo, o mandato, o depósito.

07) Como se classificam os negócios jurídicos quanto à eficácia?

RESPOSTA: Neste plano, interessa identificar se o Negócio Jurídico repercute


juridicamente no plano social, isto é, a eficácia da declaração negocial manifestados
como queridos. Um ato que possui nulidade absoluta produzirá efeitos jurídicos, ou
seja, terá repercussão no plano da eficácia. Classificação: 

 Constitutivos – cuja eficácia opera-se ex nunc, ou seja, a partir do momento da


celebração;
 Declaratórios ou declarativos – negócios em que os efeitos retroagem ao
momento da ocorrência fática a que se vincula a declaração de vontade.

 Condição: É uma cláusula que deriva exclusivamente da vontade das partes e


o efeito do Negócio Jurídico está subordinado a evento futuro e incerto. Classificação:

a) Condição Suspensiva – oposta essa cláusula, enquanto a condição não se


verificar, não se terá adquirido o direito a que ele visa. Há a subordinação tanto da
eficácia jurídica (exigibilidade) quanto dos direitos e obrigações decorrentes do
negócio.
b) Condição Resolutiva – nesta modalidade enquanto a condição não se
realizar, vigorará o negócio jurídico, sendo exercido desde a conclusão deste o direito
por ele estabelecido. Uma vez verificada a condição, para todos os efeitos o direito a
que ela se opõe se extingue. 

 Termo: O efeito do negócio está subordinado a acontecimento futuro e certo,


sua verificação se subordina o começo ou o fim dos efeitos dos negócios jurídicos.
Classificação:

a) Termo inicial (dies a quo) – quando se tem o início dos efeitos negociais,
suspende o exercício, mas não a aquisição do direito;

b) Termo final (dies ad quem) – põe fim às consequências derivadas do


negócio, tem eficácia resolutiva.

De acordo com o art. 135 CC ao termo inicial e final aplicam-se, no que


couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva, respectivamente.
Quanto à sua origem o termo pode ser:

a) Termo legal – é o fixado pela norma jurídica;

b) Termo Convencional – estabelecido pelas partes.

c) Termo certo ou determinado – sabe-se que o evento ocorrerá e quando


ocorrerá;

d) Termo incerto e indeterminado – o evento ocorrerá, mas não se sabe


quando.

 Modo ou Encargo: É uma autolimitação da vontade, típica dos negócios


jurídicos, impõe ao beneficiário um ônus a ser cumprido, em prol de uma liberalidade
maior. Nem a aquisição, nem exercício do direito permanecem suspensos, ressalvada
a inclusão do encargo como condição suspensiva. Prevê, ainda, o art. 137 CC que o
encargo ilícito ou impossível é considerado não escrito ou inexistente, remanescendo
o ato na sua forma pura.

08) Quais os elementos constitutivos do negócio jurídico?

RESPOSTA:

I. Elementos essenciais: capacidade, objeto lícito e possível e consentimento.

1. Capacidade do agente: Para que um ato seja considerado válido é necessário


que o agente tenha capacidade; por esse motivo, os relativamente incapazes são
assistidos, e os absolutamente incapazes são representados. Na falta de
representação o ato será nulo; na falta de assistência, anulável; salvo os atos
personalíssimos, todos os demais podem ser praticados por representantes. Espécies
de representação:
 Legal: A quem a norma confere poderes para administrar bens alheios, como
os pais, em relação aos bens dos filhos menores (CC. art. 115, 1ª parte),
tutores quanto aos pupilos (CC. art. 1747, I), e curadores pelos curatelados
(CC. art. 1774).
 Judicial: Quando são nomeados pelo magistrado como o curador de herança
jacente, o síndico, o inventariante, caso em que temos uma representação
imprópria pois foge da noção de dupla vontade.
 Convencional: Quando se verifica o instrumento de mandato (CC. arts. 115, art.
2ª parte, 653 a 692 e 120, 2ª parte). Além da capacidade geral existe, também,
para a prática de certos atos, a necessidade de uma capacidade especial em
certos casos:

2. Objeto lícito e possível: É necessário que o objeto envolvido no ato jurídico seja
física e juridicamente possível e mais, que não ofenda a lei.
2.1 Objeto lícito: A prestação deve ser lícita, ou seja, deve estar em conformidade
com a moral, os bons costumes e à ordem pública. Ilícitas são as convenções que
objetivem usura, contrabando, câmbio negro, e etc.
 Ilícito ou impossível o objeto, nula será a obrigação (CC., art. 166, II), não
produzindo qualquer efeito o ato.
2.2. Objeto possível: Neste caso, o objeto da obrigação tem que ser possível, pois
do contrário não é suscetível de cumprimento. Distingue-se a possibilidade material da
possibilidade jurídica.
 Possibilidade material diz respeito a realização do objeto em si mesmo.
 Possibilidade jurídica pretende que a obrigação realize-se em
conformidade com a ordem jurídica.
3. Consentimento: Sendo o consentimento ato voluntário, poderá dar-se de forma
expressa ou tácita. Será expresso quando explícito e tácito quando implícito, isto é,
quando se praticar algum ato que demonstre aceitação, como por exemplo, o ato de
um indivíduo que ao receber uma proposta de prestação de serviços de consultoria
jurídica, passa a utilizar os serviços oferecidos sem manifestar o seu “de acordo”
 Particulares: São formas e solenidades previstas em lei como diz o CC., art.
104, III, já mencionado, que diz forma prevista ou não defesa em lei. Neste
sentido podemos afirmar que existem:
o Formas livres ou gerais: São aquelas que podem se dar com a
manifestação da vontade de forma escrita ou oral, expressa ou tácita desde
que não contrarie os preceitos acima; e as.
o Formas especiais ou solenes: É um conjunto de solenidades que a
própria lei estipula para a concretização de um ato e dentre elas citamos:
 Forma única: É aquela que não pode ser preterida por outra como a
exigência de escritura pública para certos atos (CC., arts. 108, 215,
1653, 1227 e 1245), as exigências para os casamentos (CC., arts.
1534 a 1542).
 Forma plural: Ocorre quando a lei faculta a prática de um ato por
diversos modos, excludentes, porém não livres (CC., arts. 1609; 62;
1806 e 1417 por exemplo).
o Forma genérica: Ocorre quando temos uma imposição de uma
solenidade geral dentro de uma faculdade contratual possível de ser exercida
ou não, por exemplo, sempre que a lei disser que algo deve ser ou não feito
“salvo disposição em contrário” estará genericamente indicando o modo de
praticar o ato, mas facultando às partes como querem agir.
o Forma contratual: É o modo eleito pelas partes para fazer valer as
obrigações que pactuam, ou seja, convencionam, antes do ato principal a
forma como será feito o contrato entre elas. (CC., art. 104).

II. Elementos naturais: São aqueles que decorrem da própria natureza do ato
praticado, isto é, o ato jurídico de compra e venda, tem como consequência natural, a
transmissão do domínio do bem, por exemplo.

III. Elementos acidentais: São aqueles representados pelas cláusulas acessórias e que
deverão, necessariamente, ser expressas para modificar, no ato, alguns de seus
elementos naturais. São exemplos, a condição, o termo, e o encargo:
 Condição: É o conjunto futuro e incerto ao qual se subordinam os efeitos do
negócio jurídico (CC. arts. 121, 122 e 123).
 Termo: É a indicação do momento em que começam ou terminam os efeitos do
negócio jurídico (CC., arts 131 a 135).
 Encargo: É a atribuição ou ônus que o disponente impõe à pessoa favorecida
(CC., arts. 136 e 137).

09) Na celebração de um negocio jurídico, qual a consequência da inobservância da


forma legalmente prevista?

RESPOSTA: Resulta na sua nulidade ou a anulabilidade. A invalidade representa o


descompasso entre o negócio jurídico realizado e o ordenamento jurídico posto,
podendo ser absolutamente nulo (nulidade absoluta) ou relativamente nulo (nulidade
relativa, também denominada de anulabilidade).

1. Nulidade Absoluta: A nulidade absoluta ocorre quando o negócio jurídico viola


uma questão de ordem pública. Suas hipóteses estão elencadas nos artigos 166 e 167
do CC, englobando a simulação e o contrato celebrado por pessoa absolutamente
incapaz; for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; o motivo determinante,
comum a ambas as partes, for ilícito; não revestir a forma prescrita em lei; for preterida
alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; tiver por objetivo
fraudar lei imperativa e a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção.

 O negócio jurídico nulo possui as seguintes características:


I. Atinge interesse público superior;
II. Opera-se de pleno direito (ope legis ou iures);
III. Não admite confirmação (ratificação), mas sim conversão (art. 170 do CC) em
um negócio validado pelo ordenamento jurídico;
IV. Pode ser arguido pelas partes, por terceiro interessado, pelo Ministério Público,
quando lhe couber intervir, ou, até mesmo, pronunciada de ofício (ex oficio) pelo Juiz;
V. A ação declaratória de nulidade é decidida por sentença com efeitos ex
tunc (retroativos) e contra todos (erga omnes);
VI. A nulidade, segundo o novo Código Civil, pode ser reconhecida a qualquer
tempo, não se sujeitando a prazo prescricional (imprescritível) ou decadencial.

2. Nulidade Relativa (anulabilidade): Quer dizer que o negócio jurídico poderá ser
anulado, mas que para tanto é necessário que o mesmo seja declarado como tal
através de uma decisão judicial. Assim a nulidade relativa é ope iudicis. Dessa forma,
caso não haja decisão judicial declarando nulo o negócio jurídico, o mesmo se
aperfeiçoará pelo tempo convalidando-se.

 Hipóteses de nulidade relativa:

I – por incapacidade relativa do agente;

II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.

 O negócio jurídico anulável possui as seguintes características:


I. Atinge apenas interesses particulares;
II. Não se opera de pleno direito;
III. Admite confirmação expressa ou tácita (ratificação);
IV. Somente pode ser arguida pelos legítimos interessados;
V. A ação anulatória é decidida por sentença de natureza desconstitutiva
com efeitos ex nunc (não retroativa) e aproveita exclusivamente aos que a alegarem,
salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade;
VI. A anulabilidade somente pode ser arguida, pela via judicial, em prazos
decadenciais de 4 anos (regra geral), ou 2 anos (regra supletiva), salvo norma
específica em sentido contrário (artigo 178 e 179, CC). Assim, quando a lei dispõe que
um determinado negócio é anulável, sem consignar o prazo, este será de 2 anos,
contados da sua conclusão. Outrossim, afirma o artigo 178 que o prazo de 4 anos será
contado, no caso de coação, do dia em que ela cessar; erro, dolo, fraude contra
credores, estado de perigo e lesão, do dia em que fora realizado o negócio jurídico; e
no de atos de incapazes, no dia que cessar a incapacidade.

10) Quais os pressupostos de validade do negócio jurídico?

RESPOSTA: O plano da validade consiste na análise dos elementos complementares


do suporte fático. Em outros termos, compreende o exame dos requisitos do negócio
jurídico no sentido de verificar a carência de deficiência, vício ou defeito. A validade do
negócio jurídico requer:
1. Agente Capaz (Condição Subjetiva): A capacidade do agente é a aptidão para
intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratório. A capacidade aqui é a
de fato ou de exercício de direito, necessária para a prática dos atos da vida civil. Esta
incapacidade é suprida pelos meios legais: a representação e a assistência (art. 1.634,
V – CC).
 Absolutamente incapazes: não participam do ato, sendo representados pelos
pais, tutores ou curadores.
 Relativamente incapazes: participam do ato, junto com os referidos
representantes, que assim os assistem.
2. Objeto Lícito, Possível. Determinado Ou Determinável
 Objeto Lícito: A validade do negócio jurídico requer, ainda, objeto lícito, que é
aquele que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Quando o objeto do
contrato é imoral, os tribunais por vezes aplicam o princípio de direito de que ninguém
pode valer-se da própria torpeza, também aplicado pelo legislador, por exemplo, no
art. 150, que reprime o dolo ou torpeza bilateral.
 Objeto Possível: O objeto deve ser também, possível. Quando impossível, o
negócio é nulo. A impossibilidade do objeto pode ser:
I. Impossibilidade física – é a que emana de leis físicas ou naturais. Deve
ser absoluta, isto é, atingir a todos, indistintamente. A impossibilidade relativa,
que atinge o devedor, mas não outra pessoa não constitui obstáculo ao
negócio jurídico (art. 106).
II. Impossibilidade jurídica – a impossibilidade jurídica do objeto ocorre
quando o ordenamento jurídico proíbe, expressamente, negócios a respeito de
determinado bem (ex.: herança de pessoa viva – art. 426, alguns bens fora do
comércio, etc.).
 Objeto Determinado Ou Determinável: O objeto do negócio jurídico deve ser,
também, determinado ou determinável (indeterminado relativamente ou suscetível de
determinação no momento da execução). Admite-se, assim, a venda de coisa incerta,
indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade (art. 243), que será determinada
pela escolha; bem como a venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a
concentração (art. 252).

3. Forma Prescrita Ou Não Defesa Em Lei: Deve ser prescrita ou não defesa em
lei. Em regra, a forma é livre (art. 107 - CC). As partes podem celebrar o contrato por
escrito público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para
dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou
particular. 
 É nulo o negócio jurídico quando não revestir a forma prescrita em lei ou for
preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade (art.
166, IV e V - CC). 

4. Forma Livre, Especial E Contratual:


 Forma Livre: É a predominante no direito brasileiro. É qualquer meio de
manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente pela lei (palavra escrita ou
falada, escrito público ou particular, gestos, mímicas, etc.).
 Forma Especial Ou Solene: É exigida pela lei, como requisito de validade de
determinados negócios jurídicos. Em regra, a exigência de que o ato seja praticado
com observância de determinada solenidade tem por finalidade assegurar a
autenticidade dos negócios e garantir a livre manifestação da vontade, demonstrar a
seriedade do ato e facilitar a sua prova. A forma especial ou solene pode ser:
 Forma Única – É a que, por lei, não pode ser substituída por outra.
 Forma Multipla Ou Plural – Diz-se quando o ato é solene mas a lei permite a
formalização do negócio por diversos modos, podendo o interessado optar
validamente por qualquer um deles.
 Forma Contratual – É a convencionada pelas partes. O art. 109 - CC dispõe
que, no “negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento
público, este é da substância do ato”. Os contratantes podem, portanto, mediante
convenção, determinar que o instrumento público torne-se necessário para a
validade do negócio.
 Forma “ad solemnitatem” e “ad probationem tantum”:
I. Ad solemnitatem – diz-se que a forma é ad solemnitatem quando é da
substância do ato, indispensável para que a vontade produza efeitos.
II. Ad probationem tantum – diz-se que a forma é ad probationem
tantum quando destina-se a facilitar a prova do ato.

11) O que são vícios sociais e vícios do consentimento?

RESPOSTA:

1. Vícios Sociais: O defeito se encontrar na intenção do indivíduo em manifestar


a sua vontade, em que esta intenção é voltada para o fim de prejudicar o meio
social, ou seja, para enganar a sociedade, para enganar terceiros.
 Da Fraude Contra Credores: É todo artificio malicioso que uma pessoa
emprega com intenção de transgredir direito ou prejudicar interesses de terceiros. O
devedor quer fraudar, prejudicar interesses de terceiros ou ainda burlar a lei. Fraudar
credores, é o ato praticado pelo devedor, que já está insolvente (pessoa que já não
possui patrimônio, condições econômicas de adimplir, de pagar o que deve), ou que
por praticar este ato, se torna insolvente causando prejuízos aos credores. Dessa
forma, caracteriza-se pelo fato de o devedor, de um ou mais credores, que assume
obrigações com estes, mas não tem como cumprir a prestação, ou quando possui
condições, se desfaz de seu patrimônio, tornando-se insolvente, e, portanto não
tendo como cumprir com a prestação que lhe cabe. Classificação:
I. Má – fé do devedor: É a malícia, o fato deste manifestar a sua vontade com
o planejamento de causar prejuízo para com o credor.
II. Intenção do devedor de prejudicar o credor, tendo a consciência de que está
produzindo um dano. Esses requisitos, como se pode ver, são ambos de ordem
subjetiva.
 Fraude contra credores, in verbais:
I. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os
praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o
ignore, poderá ser anulado pelos credores quirografários, como lesivos dos seus
direitos.
A anulação deverá ser requerida pelo credor que tiver seus direitos lesados, por
meio da ação Pauliana, que tem por objetivo, reconhecer a fraude e efetivar a
anulação do negócio jurídico celebrado.

 DA SIMULAÇÃO: É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que


se dissimulou se válido for na substância e na forma. Haverá simulação nos
negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às
quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do
negócio jurídico simulado.

2. vícios de consentimento: Estão relacionados à formação e declaração da


vontade da pessoa. Eles surgem no negócio jurídico em que o declarante está
viciado, havendo fatos, anomalias que fazem com que a vontade seja manifestada
de uma forma que não era a real pretensão da pessoa. Classificação:
 Erro ou ignorância: O erro consiste falsa ideia da realidade, do real
estado ou situação das coisas. A pessoa supõe que é uma coisa, mas na
verdade se trata de outra, podendo tornar o negócio anulável. Neste caso, o
agente erra sozinho, não sendo induzido a errar, pois se fosse, caracterizar-se-ia
como dolo. São anuláveis os negócios celebrados com erro, desde que este seja
substancial.

I. Error in negotio: Sendo aquele em a pessoa ao manifestar sua


vontade pretendendo praticar certo ato acaba praticando outro, ou seja, erro
quanto à espécie de negócio;
II. Error in corpore: Diz respeito ao objeto da negociação. Surge quando
o agente supõe que esta adquirindo certo objeto ou coisa e, entretanto adquire
outro objeto
III. Error in substantia: Diz respeito à característica, qualidade do objeto
da negociação, característica essa que o torna único;
IV. Error in persona: Seria quando interessar às qualidades da pessoa em
torno da declaração de vontade.
Somente nestes casos de erro, que se consegue a anulação do negócio celebrado.

 Dolo: Define-se como a indução maliciosa a cometer o erro. Neste


caso, o agente declarante da vontade não erra sozinho, o erro não é espontâneo,
ele é induzido a praticar ato que não seja de sua real vontade. O negócio jurídico
só é anulado por dolo quando este for a sua causa, isto é, o negócio só é
anulável se este foi celebrado em consequência de que o agente foi induzido
pela outra parte.
I. Dolo principal (dolus causans dans contratui): É aquele em que é a
causa determinante da confirmação do negócio jurídico. Configura-se quando o
negócio é realizado e uma das partes utiliza-se de artifícios maliciosos para
fazer que a outra parte erre e realize o negócio normalmente. O agente é
enganado acerca da real situação e persuadido, fazendo com que acreditasse
que aquele ato esteja certo, e se não fosse induzido, não teria realizado o
negócio.
II. Dolo é acidental: Dolo que não é causa daquele ato (dolus incidens).
Neste caso, o agente realizaria o negócio em benefício próprio e independente
da ação maliciosa de outrem, porém o comportamento desta outra pessoa
acaba influenciando nas condições estipuladas. O negócio jurídico é celebrado
pelo agente para seu benefício, mas o comportamento da outra parte ou
terceiro influencia em como o negócio irá se efetivar. Essa espécie de dolo não
torna o negócio anulável, apenas obriga a parte que enganou a satisfazer a
vítima por perdas e danos.
III. Dolo por terceiro: Ocorre quando a parte que se aproveitar da outra
tiver ciência ou não dos fatos. Se o autor do dolo tinha conhecimento acerca
dos fatos, o negócio torna-se anulável, mas se não tiver conhecimento, o
negócio não é anulável, entretanto a parte prejudicada poderá requer perdas e
danos.

 Coação: É a pressão física ou psicológica que é usada contra o negociante a


fim de obriga-lo a realizar atos que não lhe interessam que não são do seu
querer. A princípio a pessoa não tinha desejo, intensão de realizar certo negócio,
mas ela é forçada por outrem que se utiliza de algum motivo ou fato a celebrar tal
negócio. Neste caso, não há manifestação de vontade, que é o elemento mais
essencial para a efetivação do negócio. Espécies de coação:
I. Coação absoluta: Surge quando há violência física, isto é, o coator utiliza
de força física para obrigar uma pessoa a realizar certo ato ou negócio
jurídico, e, portanto não possui nenhum consentimento da vítima,
tornando o negócio ou ato nulo, invalido.
II. Coação relativa ou moral: Surge quando há uma violência, uma pressão,
psicológica ou moral. Nesta, o coator faz ameaças a vítima e a deixa
escolhas, ou seja, a pessoa realiza certo ato ou sofrerá as
consequências da ameaça.

 Estado de perigo: É uma situação que o agente esta, em perigo de vida.


Constitui-se como a situação em que o negociante, temeroso de grave estado de
perigo, seja seu ou de sua família, assume obrigação desproporcional e
excessiva, e, sendo esta necessidade conhecida pela outra parte por quem salva.
Consiste em situação de necessidade extrema física de vida, em quem, o
negociante com medo desta situação, aceita obrigação exorbitante onerosa, que é
conhecida pela outra parte, a qual se aproveita desta situação para cobrar
abusivamente do agente.
 Lesão: Constitui quando no ato da celebração ou execução do negócio
jurídico, a pessoa obriga a si própria a uma prestação de valor desproporcional ao
da prestação oposta, qual seja, a prestação da outra parte que compõe o negócio
jurídico, tanto sendo credor ou devedor. Para que haja a lesão numa relação
jurídica, é preciso que existam dois requisitos, sendo um objetivo e o outro
subjetivo:
I. Requisito objetivo: Diz respeito à onerosidade da prestação de uma
parte da relação, isto é, ao sacrifício, ao gasto que a pessoa irá ter em seu
patrimônio econômico. Portanto, a onerosidade deverá ser excessiva, ao
tanto que a tornará desproporcional à outra prestação, e consequentemente
fazendo com o indivíduo perca o interesse em manter o vínculo.
II. Requisito subjetivo: Está relacionado com a pessoa que compõe a
relação jurídica. É a situação pessoal do indivíduo formador da relação
jurídica, sendo esta situação de premente necessidade ou por inexperiência
em celebrar negócios.

12) O que é nulidade absoluta e relativa?

RESPOSTA:

 Nulidade relativa: Emana de ofensa a uma norma dispositiva, isto é, ela se


origina da afronta a uma norma que tutela um interesse disponível da parte. A norma
violada tutela interesse da parte, de forma cogente. Deve ser decretada de ofício,
pois o Juiz deve velar pelo cumprimento das normas de garantias das partes –
expedição de precatória sem intimação da defesa. Se o momento ordinário de
verificação da regularidade processual e da decretação está ultrapassado, a
nulidade só será decretada se houver prejuízo – a defesa deverá demonstrar que a
realização do ato, sem a formalidade, trouxe prejuízo (se o testemunho nada trouxe
de novo ou se sequer foi colhido).

 Nulidade absoluta: É a violação de norma cogente que tutela interesse


indisponível da parte ou do próprio Estado-Jurisdição. Esta nulidade deve ser
decretada de ofício pelo juiz, podendo esta ser feita a qualquer tempo. A nulidade
absoluta pode residir tanto em atos que podem ser repetidos ou supridos, como no
caso de vício da citação, que pode ser suprida por uma nova citação, como em atos
cuja repetição ou o seu suprimento não possa ocorrer, como nos casos de
ilegitimidade ativa, por exemplo. O ato eivado de vício que acarrete na nulidade
absoluta, não pode ser consertado, tendo, obrigatoriamente, que ser retirado do
processo e substituído pela pratica de novo ato.

13) Tratando-se de coação, qual o prazo e quando começa a fluir o prazo


prescricional?

RESPOSTA:  É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do


negócio jurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;


II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que
se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

14) O que é prescrição e qual seu objeto?

RESPOSTA: É a perda da pretensão do titular de um direito que não o exerceu em


determinado lapso temporal. É a extinção de uma ação ajuizável, em virtude da inércia
de seu titular durante um certo lapso de tempo, na ausência de causas preclusivas de
seu curso. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela
prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. o objeto da prescrição:
 Prescreve o direito de ação;
 Prescreve o próprio direito;
 Prescreve a pretensão do direito;

15) O que é pretensão?

RESPOSTA: É o objeto de um procedimento judicial que consiste em solicitar um


pronunciamento ao magistrado. A pretensão consiste em manifestar uma vontade para
exigir que se cumpra uma obrigação ou para o exercício de um direito.

16) O que é decadência?

RESPOSTA: É a extinção de um direito por não ter sido exercido no prazo legal, ou


seja, quando o sujeito não respeita o prazo fixado por lei para o exercício de
seu direito, perde o direito de exercê-lo. É a perda do próprio direito pela inércia de
seu titular.

17) O que são direitos potestativos?

RESPOSTA: É um direito que não admite contestações, é uma prerrogativa jurídica


de impor a outrem a sujeição ao seu exercício, é o imperativo da vontade.

18) Quais são as causas impeditivas e suspensivas da prescrição?

RESPOSTA:

 Causas impeditivas da prescrição: São as circunstancias que impedem que


seu curso inicie.
 Causas suspensivas da prescrição: São as que paralisam temporariamente o
seu curso, superado o fato suspensivo, a prescrição continua a correr,
computado o tempo decorrido antes dele.

19) Qual a diferença entre interrupção e suspensão da prescrição?

RESPOSTA: Na interrupção, o prazo volta a ser contado integralmente quando cessa


a causa que lhe deu origem. Na suspensão, a contagem é do tempo que ainda faltava,
quando começou. Assim, se o prazo é de 15 dias, e a prescrição se interrompe após
decorridos 12 dias, ao ser retomada a contagem, o prazo será novamente de 15 dias.

20) Os prazos prescricionais podem ser alterados pela vontade das partes?

RESPOSTA: não podem ser alterados por acordos das partes.  A renúncia à
prescrição encontra limites: não pode prejudicar terceiros; e não pode haver renúncia
antecipada. Toda cláusula contratual que prevê renúncia antecipada da prescrição é
nula de pleno direito. Apesar do interesse privado e da disponibilidade, os prazos
prescricionais não podem ser alterados pelas partes.

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