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INTRODUÇÃO

A Guerra de Independência de Angola, também conhecida como Luta Armada de


Libertação Nacional, foi um conflito armado entre as forças independentistas de Angola
— UPA/FNLA, MPLA e, a partir de 1966, a UNITA — e as Forças Armadas de Portugal.
Na opinião do MPLA, a guerra teve início a 4 de Fevereiro de 1961, quando um grupo de
cerca de 200 angolanos, supostamente ligados a este movimento, atacou a Casa de
Reclusão Militar, em Luanda, a Cadeia da 7.ª Esquadra da polícia, a sede dos CTT e a
Emissora Nacional de Angola.

No entanto, para Portugal e para a FNLA, a data é 15 de Março do mesmo ano, data do
massacre das forças de Holden Roberto, a UPA, na região Norte de Angola. A guerra
prolongar-se-ia por mais 13 anos, terminando com um cessar-fogo em Junho (com a
UNITA) e Outubro (com a FNLA e o MPLA) de 1974. A independência de Angola foi
estabelecida a 15 de Janeiro de 1975, com a assinatura do Acordo do Alvor entre os quatro
intervenientes no conflito: Governo português, FNLA, MPLA e UNITA. A
independência e a passagem de soberania ficou marcada para o dia 11 de Novembro desse
ano.
1.António Agostinho Neto

Foi Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola e em 1975 tornou-se o


primeiro Presidente de Angola até 1979. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine
da Paz. Fez parte da geração de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel
decisivo na independência dos seus países naquela que ficou designada como a Guerra
Colonial Portuguesa.

Foi preso pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), a polícia política do
regime Salazarista então vigente em Portugal, e deportado para o Tarrafal, uma prisão
política em Cabo Verde, sendo-lhe depois fixada residência em Portugal, de onde fugiu
para o exílio. Aí assumiu a direcção do Movimento Popular de Libertação de Angola
(MPLA), do qual já era presidente honorário desde 1962. Em paralelo, desenvolveu uma
actividade literária, escrevendo nomeadamente poemas.

Nasceu a 17 de setembro de 1922 em Caxicane, freguesia de São José, concelho de Ícolo


e Bengo, filho de Agostinho Pedro Neto, catequista de missão metodista americana em
Luanda (sendo mais tarde pastor e professor nos Dembos) e de Maria da Silva Neto,
professora.

Deixa Angola e embarca para Portugal, a fim de frequentar a Faculdade de Medicina da


Universidade de Coimbra. Em Coimbra torna-se um dos fundadores da secção Casa dos
Estudantes do Império (CEI). Na CEI funda a revista Movimento, em colaboração com
Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque, e o grupo "Vamos Descobrir Angola", que deu
origem ao "Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola".

Em 1948 ganha uma bolsa de estudos pelos metodistas americanos, transferindo sua
matrícula para a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, continuando sua
atividade no seio da CEI. Em 1948 foi preso pela Polícia Internacional e de Defesa do
Estado (PIDE), em Lisboa, quando recolhia assinaturas para a Conferência Mundial da
Paz ficando encarcerado durante três meses.

Ao ser solto, Agostinho Neto, em parceria com Amílcar Cabral, Mário de Andrade,
Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro fundam, clandestinamente o Centro de
Estudos Africanos (a instituição viria a ser fechada pela PIDE em 1951). Em 1951 é eleito
representante da Juventude das Colônias Portuguesas (JCP) junto ao Movimento de
Unidade Democrática - Juvenil (MUD-J), grupo fortemente ligado ao Partido Comunista
Português (PCP).

As atividades no JCP rendem-lhe uma nova prisão pela PIDE, em Lisboa, em 1951. Em
1955 Foi novamente preso por suas atividades políticas no JCP e no MUD-J em 1955,
sendo condenado a 18 meses de encarceramento. Esta última mobilizou muitos
intelectuais em seu apoio, que fizeram uma petição internacional a pedir a sua libertação,
entre eles Simone de Beauvoir, François Mauriac, Jean-Paul Sartre e o poeta cubano
Nicolás Guillén.

Ainda estava encarcerado quando, em 10 de dezembro de 1956, funda-se o Movimento


Popular de Libertação de Angola (MPLA), a partir da fusão principalmente dos grupos
nacionalistas Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola e Partido Comunista
Angolano, além de outros grupos menores.

Libertado em julho de 1957, dedicou-se em finalizar seus estudos, licenciando-se em


Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em 27 de outubro de
1958.

Luta anticolonial

Em 1959 integra-se ao Movimento Anticolonial (MAC), embora que desde que liberto,
em 1957, já tomava parte de suas atividades sem filiação formal, para evitar ser
novamente preso. Em 22 de dezembro de 1959, juntamente com a família, ruma para
Luanda, onde abre um consultório médico, passando a organizar as atividades políticas
do MPLA, ainda pouco efetivo. Assume a liderança do movimento neste mesmo ano.

Em 8 de junho de 1960 é preso em Luanda, gerando grandes manifestações de


solidariedade diante do seu consultório médico. Operações policiais são levadas a cabo
contra seus apoiantes e a aldeia onde nasceu é invadida pelas forças oficiais.

É levado para a cadeia do Algarve em Portugal, sendo pouco depois deportado para o
arquipélago de Cabo Verde, ficando instalado na prisão de Ponta do Sol, ilha de Santo
Antão; finalmente é transferido para o Campo do Tarrafal, onde fica até outubro de 1962.
É na prisão que escreve alguns de seus principais poemas, Mal havia sido solto é posto
novamente em prisão, sendo transferido para as prisões do Aljube, em Lisboa. A forte
repercussão internacional por sua prisão leva vários periódicos e intelectuais a fazer
campanha contra Portugal, escancarando a Guerra Colonial Portuguesa, que havia
iniciado, em Angola, em 4 de fevereiro de 1961. É liberto da prisão em março de 1963.

Ao ser liberto, permanece em Lisboa até junho de 1963, quando foge de Portugal com
sua família, instalando-se em Quinxassa, onde o MPLA tinha a sua sede no exílio,
reassumindo as funções de presidente efetivo do MPLA durante a Conferência Nacional
do Movimento (por conta da prisão, era presidente honorário desde 1961). No mesmo ano
ruma, com a sede do MPLA, para Brazavile em consequência da sua expulsão do Zaire
que passou a dar o apoio total á Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).

Entretanto sua figura jamais foi unanimidade dentro do movimento anticolonial. As fortes
divergências que teve com Viriato da Cruz, em 1963, levaram Neto a torturá-lo e humilhá-
lo diariamente numa prisão, somente saindo (quase morto), por intervenção de aliados
externos da Argélia e China. Outra figura que o questionou fortemente foi Matias
Miguéis, sendo que este acabou morto após humilhantes torturas ordenadas por Neto, em
1965; foi enterrado vivo somente com a cabeça para fora, onde lhe jogavam secreções ao
mesmo tempo em que recebia golpes. Historiadores, como William Tonet, apontam que
nem mesmo os portugueses cometeram tais atrocidades.

Em 25 de abril de 1974 acontece a Revolução dos Cravos, em Portugal, ocorrendo o


cessar das hostilidades; em outubro de 1974 o MPLA assina o cessar-fogo da Guerra de
Independência de Angola, com o novo regime português reconhecendo o direito das
colônias a independência.

Em 1975 é recebido em Luanda, nos preparativos para o Acordo do Alvor, em Portugal,


onde é acordado estabelecer um "governo de transição" que inclui o MPLA, Portugal,
FNLA e União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

Em março de 1975, a FNLA declara guerra ao MPLA e iniciam-se os conflitos. Agostinho


Neto lidera o MPLA na proclamação da independência contra as forças portuguesas, sul-
africanas, zairenses, da FNLA e da UNITA, sendo essas ações o prelúdio da Guerra Civil
Angolana.

Presidência de Angola

Coordena as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA/EPLA) na


Campanha para Conquista de Luanda, entre julho de 1975 e setembro de 1976 onde,
principalmente durante a batalha de Quifangondo, expulsa as forças rivais que
encontravam-se presentes na capital, elemento chave para o sucesso militar da MPLA
ante a FNLA e a UNITA.

Em 11 de novembro de 1975 Angola é declarada independente e Agostinho Neto é


proclamado seu primeiro presidente, continuando Comandante-em-Chefe das FAPLA e
Presidente do MPLA. Neto alinha a MPLA ao bloco socialista e estabelece um regime
mono-partidário, inspirado no modelo então praticado nos países do Leste Europeu.

Na oportunidade, assume, em 11 de novembro de 1975, a função de reitor da


Universidade de Angola (actual Universidade Agostinho Neto), ato meramente
cerimonial, pois quem de facto regia a instituição era o vice-reitor João Garcia Bires. Em
1975 torna-se também presidente da União dos Escritores Angolanos, cargo que
desempenhou até a data do seu falecimento.

Assume o comando militar da FAPLA na Guerra Civil, angariando apoio de Cuba, que
envia um grande contingente militar, apoio de pessoal médico e professores. Consegue
expulsar, em 1976, o exército da África do Sul.

Durante este período, houve graves conflitos internos no MPLA que puseram em causa a
liderança de Agostinho Neto. Entre estes, o mais grave consistiu no surgimento, no início
dos anos 1970, de duas tendências opostas à direção do movimento, a "Revolta Ativa"
constituída no essencial por elementos intelectuais, e a "Revolta do Leste", formada pelas
forças de guerrilha localizadas no Leste de Angola; estas divisões foram superadas num
intrincado processo de discussão e negociação que terminou com a reafirmação da
autoridade de Agostinho Neto. Já depois da independência, em 1977, houve um
levantamento, visando a sua liderança e a linha ideológica por ele defendida; este
movimento, oficialmente designado como Fraccionismo, foi reprimido de forma
sangrenta, por suas ordens, embora Neto só tenha ratificado a sentença de morte de Nito
Alves.

Os expurgos feitos dentro do seio da MPLA encarcerou muitos ex-militantes na cadeia


de São Paulo, em Luanda, e em campos de concentração espalhados por diversos pontos
do território angolano. Estes eram aqueles que se haviam oposto à liderança de Agostinho
Neto - dos simpatizantes de Nito Alves aos intelectuais da Revolta Ativa -, partilhavam
celas e desditas com os jovens da Organização Comunista de Angola (OCA) com
mercenários portugueses, ingleses e americanos, militares congoleses e sul-africanos, e
gente da UNITA e da FNLA.

De acordo com seus filhos, Agostinho Neto nunca lhes atribuiu negócios ou privilégios
de qualquer espécie durante a sua presidência, sua família nunca teve acesso a fundos
públicos. Antes de sua morte, em 1979, o MPLA já havia se consolidado em Angola,
fazendo reduzir a FNLA alguns poucos guerrilheiros, basicamente em território do Zaire,
e a UNITA pouco efetiva, dependente do auxílio militar do regime de apartheid sul-
africano mas a guerra civil continuou até 2002.

1.1 Holden Roberto

Holden Roberto (São Salvador do Congo, 12 de janeiro de 1923 — Luanda, 2 de Agosto


de 2007) foi um dirigente nacionalista angolano e líder de um movimento considerado
terrorista durante a Guerra Colonial portuguesa. Iniciou a sua atividade política em 1954
com a fundação da União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), mais tarde designada
UPA.

Era filho de Garcia Diasiwa Roberto e Joana Lala Nekaka. Apesar de nascido em São
Salvador do Congo (atual Mabanza Congo) em Angola, foi com a família para
Leopoldville (atual Kinshasa, República Democrática do Congo) com apenas 2 anos,
onde regressou apenas em 1951. Em 1940 conclui o liceu numa escola de uma missão
Baptista, tornando-se funcionário do ministério das finanças da Bélgica em Stanleyville
(atual Kisangani, República Democrática do Congo), cargo que manteve por 8 anos.
Em 1962 criou a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), da qual se tornou
presidente. Seria esta organização que viria a constituir o Governo Revolucionário de
Angola no Exílio (GRAE), em que Jonas Savimbi surge como ministro dos Negócios
Estrangeiros.

Dadas as suas ligações aos Estados Unidos, de onde recebia informações, instruções
tácticas, financiamento, bem como apoio logístico para o seu movimento terrorista, não
conseguiu conciliar, numa frente única, o MPLA, nem a UNITA, organizações de
inspiração comunista e maoísta (respetivamente) e, no primeiro caso, fortemente
influenciado por mestiços e brancos.

Por representar uma linha ideológica diferente e ter o apoio dos EUA, veio a sofrer várias
represálias políticas e mesmo militares por parte do MPLA, chegando a haver confrontos
militares nas bases do Congo.

Quando Portugal concede a independência a Angola a União Soviética apoia


declaradamente o MPLA que, com militares cubanos, derrota a FNLA de Holden Roberto
na formação do primeiro governo de Angola que, assim, se torna uma ditadura,
governada, primeiro por Agostinho Neto e por José Eduardo dos Santos. Nesta posição
dominante vingam a opressão que os povos de Angola sofreram pela acção da etnia
Bacongo, de Holden Roberto.

Holden Roberto assumiu a Joaquim Furtado, no programa "A Guerra" como representante
da UPA as explosões de violência do 15 de Março que levaram ao inicio da guerra de
libertação angolana. No entanto, e contrariamente a certas acusações de "genocidio" por
parte de setores salazaristas da sociedade portuguesa, Holden Roberto considerou o nível
de violência elevado dos acontecimentos de Março 1961 como uma reacção do povo
angolano contra a violência colonial que a precedeu.

Tais declarações podem ser interpretadas como uma forma de desconforto perante actos
de barbaridade (aos quais as milícias portuguesas no norte responderam com uma
barbaridade equivalente[1]) sobre os quais não teve controlo sendo na altura representante
da UPA nos EUA e não ainda seu presidente. Nas primeiras eleições livres de Angola,
realizadas em 1991, Holden Roberto, que até então não pudera viver em Angola, foi
candidato à Presidência da República obtendo apenas 2,1% dos votos validamente
expressos

1.2 Jonas Savimbi

Jonas Malheiro Savimbi (Munhango, Bié, 03 de Agosto de 1934 — Lucusse, Moxico, 22


de Fevereiro de 2002) foi um político e guerrilheiro angolano e líder da UNITA durante
mais de trinta anos.

Durante a luta pela independência e a guerra civil teve, em diferentes fases, o apoio dos
governos dos Estados Unidos da América, da República Popular da China, do regime do
Apartheid da África do Sul, de Israel, de vários líderes Africanos (Félix Houphouët-
Boigny da Costa do Marfim, Mobutu Sese Seko do Zaire, do rei Hassan II de Marrocos e
Kenneth Kaunda da Zâmbia) e mercenários de Portugal, Israel, África do Sul e França,
Savimbi passou grande parte de sua vida a lutar primeiro contra a ocupação colonial
portuguesa e, depois da independência de Angola, contra o governo Angolano que era
apoiado, em termos militares e outros, pela então União Soviética e Cuba.

Nascimento e estudos

Savimbi nasceu a 3 de Agosto de 1934, em Munhango, uma pequena localidade na


província Bié, de pais originários de Chilesso, na mesma província, pertencentes ao grupo
Bieno da etnia Ovimbundu. O pai de Savimbi era funcionário do Caminho de Ferro de
Benguela e também pastor da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA).

Jonas Savimbi passou a sua juventude em Chilesso, onde frequentou o ensino primário e
parte do ensino secundário em escolas da IECA. Como naquele tempo os diplomas das
escolas protestantes não eram reconhecidos, repetiu a parte secundária no Huambo, numa
escola católica mantida pela ordem dos Maristas. A seguir ganhou uma bolsa de estudos
providenciada pela IECA nos Estados Unidos da América para concluir o ensino
secundário e estudar medicina em Portugal.

Em Lisboa concluiu de facto o ensino secundário, com a excepção da matéria


"Organização Política Nacional", obrigatória durante o Salazarismo, não chegando por
isso a iniciar os estudos universitários. Entretanto tinha tomado contacto com um grupo
de estudantes angolanos que, em Lisboa, propagavam em segredo a descolonização e
discutiam a fundação de uma organização de luta anticolonial.

Perante a ameaça de uma repressão por parte da PIDE, a polícia política do regime, Jonas
Savimbi refugiou-se na Suíça, valendo-se de contactos obtidos por intermédio da IECA
que, inclusive, lhe conseguiu uma segunda bolsa. Como a Suíça reconheceu os seus
estudos secundários como completos, iniciou os estudos em ciências sociais e políticas,
em Lausana e Genebra, obtendo provavelmente um diploma nestas matérias. Savimbi
aproveitou a sua estadia na Suíça para aperfeiçoar o seu domínio do inglês e do francês,
línguas que chegou a falar fluentemente.

Trajetória política

Na sequência da Revolução dos Cravos que derrubou a ditadura de Salazar, Portugal


anunciou em abril de 1974 a sua intenção de abdicar das suas colónias. Em Angola, os
três movimentos anticoloniais iniciaram de imediato entre eles uma luta pela conquista
do poder. Embora a UNITA fosse à partida o movimento mais fraco, Jonas Savimbi
decidiu lançar-se na corrida, confiando na sua base social e nos seus apoios externos.

Numa fase inicial, as forças da FNLA e da UNITA, apoiadas principalmente pelo Zaire e
pela África do Sul, obtiveram uma clara vantagem sobre o MPLA que teve apenas um
certo apoio da parte de militares portugueses "reconvertidos". A situação mudou
radicalmente quando Cuba decidiu intervir militarmente a favor do MPLA, com o suporte
logístico da União Soviética. Na data marcada para a independência, a 11 de novembro
de 1975, o MPLA dominava a capital e a parte setentrional de Angola, declarou a
independência em Luanda sendo imediatamente reconhecido a nível internacional.

Face a esta constelação, Jonas Savimbi fez uma aliança com a FNLA; juntos, os dois
movimentos declararam, na mesma data, a independência de Angola no Huambo e
formaram um governo alternativo com sede nesta cidade. Porém, as forças conjuntas do
MPLA e de Cuba conquistaram rapidamente a parte maior da metade austral de Angola.
O governo FNLA/UNITA, que não havia sido reconhecido por nenhum país, dissolveu-
se rapidamente. A FNLA retirou-se por completo do território angolano e desistiu de
qualquer oposição armada contra o MPLA. Em contrapartida, Jonas Savimbi decidiu não
abandonar a luta e, a partir de bases no Leste e Sudeste de Angola, começou de imediato
uma guerra de guerrilha contra do governo do MPLA - desencadeando assim uma guerra
civil que só terminaria com a sua morte.

Em 1992, aquando das primeiras eleições (legislativas e presidenciais) em Angola,


Savimbi participou, sendo o seu partido, a UNITA, derrotado nas eleições legislativas.
Ao não aceitar o resultado das mesmas, optou novamente pelo caminho da guerra,
perpetuando a guerra civil. Quanto à eleição presidencial, a segunda volta não se realizou
devido ao recomeço do conflito armado.

Em 1994, a UNITA assinou os acordos de paz de Lusaca, depois de meses de


negociações, e aceitou desmobilizar as suas forças, mas não as desarmou, com o objectivo
de conseguir a reconciliação nacional. O processo de paz prolongou-se durante quatro
anos, marcado por acusações e adiamentos. Nesse período, muitos membros da UNITA
deslocaram-se para Luanda e integraram o Governo de Unidade e Reconciliação Nacional
(GURN) e para constituir uma bancada minoritária na Assembleia Nacional. Estas e
outras dissidências internas acabaram por separar o braço armado do braço politico
surgindo dessa forma a UNITA renovada, onde Jonas Savimbi não se sentia representado,
rompendo com os acordos de paz e retornando, novamente, ao caminho da guerra.

Foi morto em combate a 22 de fevereiro de 2002, perto de Lucusse na província do


Moxico, após uma longa perseguição efectuada pelas Forças Armadas Angolanas. Foi
substituído no comando do partido e da autoproclamada República Popular Democrática
de Angola por António Sebastião Dembo.

Os filhos exilados do guerrilheiro processaram na justiça francesa a fabricante do


videogame Call of Duty por representá-lo como um "bárbaro". Por ter lutado contra o
colonialismo português liderando um dos movimento de libertação nacional, Jonas
Savimbi é tido como uma das maiores personalidade de Angola
CONCLUSÃO

Após o fim do conflito entre Portugal e as três forças de libertação angolanas, concluo
que com um governo de transição formado pelos três movimentos e com representação
portuguesa, o sentimento de paz aproximou as populações dos centros urbanos. No
entanto, pouco tempo depois, têm início combates entre os três nacionalistas e seus
movimentos, nomeadamente entre o MPLA, FNLA e a UNITA com vista ao controlo das
diferentes regiões de Angola. Os principais países aliados das forças independentistas,
União Soviética, Cuba, EUA e China, encararam o Acordo do Alvor como apenas mais
um efémero acordo e, na prática, o Governo de Transição pouca acção teve nos meses
que se seguiram à assinatura do Acordo: se, por um lado, os três movimentos angolanos
não se entenderam, por outro lado, o clima político em Portugal era de revolta, desta vez
por parte da ala direita, que tentou um golpe militar, falhado, liderado pelo general
Spínola, a 11 de Março. Esta instabilidade política em Portugal, o Verão Quente, levou a
uma menor atenção para Angola, ao mesmo tempo em que as tropas se recusavam a lutar
naquele país.

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