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INTRODUÇÃO

O presente grupo explanará sobre o sistema nervoso, que é o sistema responsável por
captar, processar e gerar respostas diante dos estímulos aos quais somos submetidos. É
devido à presença desse sistema que somos capazes de sentir e reagir a diferentes
alterações que ocorrem em nossa volta e mesmo no interior do nosso corpo.

O sistema nervoso é composto por um tipo especial de tecido denominado tecido nervoso,
o qual possui como tipos celulares os neurônios e as chamadas células da glia. Os
neurônios são responsáveis pela propagação do impulso nervoso e apresentam como
partes básicas o corpo celular, onde está localizado o núcleo, e dois tipos de
prolongamentos, os axônios e os dendritos.

De acordo com a função desempenhada, os neurônios podem ser classificados em dois


grupos básicos: sensitivos ou aferentes (levam impulsos para o sistema nervoso) e
motores ou eferentes (levam impulsos para outras partes, como músculos e glândulas). O
grupo de células chamado células da glia está relacionado com várias funções, tais como
nutrição e regulação do funcionamento dos neurônios. Células ependimárias, astrócitos,
oligodendrócitos, microglia e células de Schwann são células da glia.

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1.Sistema Nervoso

O sistema nervoso deriva seu nome de nervos, que são pacotes cilíndricos de fibras que
emanam do cérebro e da medula central, e se ramificam repetidamente para inervar todas
as partes do corpo. Os nervos são grandes o suficiente para serem reconhecidos pelos
antigos egípcios, gregos e romanos, mas sua estrutura interna não foi compreendida até
que se tornasse possível examiná-los usando um microscópio.

Um exame microscópico mostra que os nervos consistem principalmente de axônios de


neurônios, juntamente com uma variedade de membranas que os envolvem, segregando-
os em fascículos de nervos . Os neurônios que dão origem aos nervos não ficam
inteiramente dentro dos próprios nervos, seus corpos celulares residem no cérebro,
medula central, ou gânglios periféricos.

Todos os animais mais complexos do que as esponjas possuem sistema nervoso. No


entanto, mesmo as esponjas, animais unicelulares, e não metazoários, como
micetozoários têm mecanismos de sinalização célula a célula que são precursores dos
neurônios.

Em animais radialmente simétricos, como as águas-vivas e hidras, o sistema nervoso


consiste de uma rede difusa de células isoladas. Em animais bilaterianos, que compõem
a grande maioria das espécies existentes, o sistema nervoso tem uma estrutura comum
que se originou no início do período Cambriano, mais de 500 milhões de anos atrás.

O sistema nervoso dos animais vertebrados é frequentemente dividido em Sistema


nervoso central (SNC) e Sistema nervoso periférico (SNP). O Sistema Nervoso Central
consiste no encéfalo e na medula espinhal. O Sistema Nervoso Periférico consiste em
todos os outros neurônios que não estão no Sistema Nervoso Central.

A maioria do que comumente se denomina nervos (que são realmente os apêndices dos
axónio de células nervosas) são considerados como constituintes do SNP. O sistema
nervoso periférico é dividido em sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo.
O sistema nervoso somático é o responsável pela coordenação dos movimentos do corpo
e também por receber estímulos externos. Este é o sistema que regula as atividades que
estão sob controle consciente.

O sistema nervoso autônomo é dividido em sistema nervoso simpático, sistema nervoso


parassimpático e sistema nervoso entérico. O sistema nervoso simpático responde ao

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perigo iminente ou stress, e é responsável pelo incremento do batimento cardíaco e da
pressão arterial, entre outras mudanças fisiológicas, juntamente com a sensação de
excitação que se sente devido ao incremento de adrenalina no sistema.

O sistema nervoso parassimpático, por outro lado, torna-se evidente quando a pessoa está
descansando e se sente relaxada, e é responsável por coisas tais como a constrição pupilar,
a redução dos batimentos cardíacos, a dilatação dos vasos sanguíneos e a estimulação dos
sistemas digestivo e geniturinário. O papel do sistema nervoso entérico é gerenciar todos
os aspectos da digestão, do esôfago ao estômago, intestino delgado e cólon.

1.1 O tecido nervoso

O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos de celulares: os neurônios e as


células da glia (neuroglia). O Neurônio: é a unidade estrutural e funcional do sistema
nervoso que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber,
processar e enviar informações. Neuroglia compreende as células que ocupam os espaços
entre os neurônios e tem como função sustentação, revestimento ou isolamento, e
modulação da atividade neural.

Neurônios são células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras
células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. A maioria dos
neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular,
dendritos e axônios.

O corpo celular é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as


proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis,
conforme o tipo de neurônio. O corpo celular é também, junto com os dendritos, local de
recepção de estímulos, através de contatos sinápticos.

Os dendritos geralmente são curtos e ramificam-se profusamente, à maneira de galhos de


árvore, em ângulos agudos, originando dendritos de menor diâmetro. São os processos ou
projeções que transmitem impulsos para os corpos celulares dos neurônios ou para os
axônios. Em geral os dendritos são mielinizados. Um neurônio pode apresentar milhares
de dendritos. Portanto, os dendritos são especializados em receber estímulos.

A grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e fino que se
origina do corpo celular ou de um dendrito principal. O axônio apresenta comprimento
muito variável, podendo ser de alguns milímetros como mais de um metro. São os

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processos que transmitem impulsos que deixam os corpos celulares dos neurônios, ou dos
dendritos.

A porção terminal do axônio sofre várias ramificações para formar de centenas a milhares
de terminais axônicos, no interior dos quais são armazenados os neurotransmissores.
Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação (corrente
elétrica).

1.1.2 Tipos de Neurônios

São três os tipos de neurônios: sensitivo, motor e interneurônio. Um neurônio sensitivo


conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado neurônio
aferente. Um neurônio motor conduz informação do SNC em direção à periferia, sendo
conhecido como neurônio eferente. Os neurônios sensitivos e motores são encontrados
tanto no SNC quanto no SNP. Portanto, o sistema nervoso apresenta três funções básicas:

 Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e


externo do corpo e as conduzem ao SNC;
 Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou
interpretada;
 Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção
aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC.

1.1.3 Classificação do neurônio quanto aos seus prolongamentos

A maioria dos neurônios possui vários dendritos e um axônio, por isso são chamados de
multipolares. Mas também existem os neurônios bipolares e pseudo-unipolares. Nos
neurônios bipolares, dois prolongamentos deixam o corpo celular, um dendrito e um
axônio. Nos neurônios pseudo-unipolares, apenas um prolongamento deixa o corpo
celular.

 Sinapses

Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato


com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos são
denominados sinapses. Ou seja, os neurônios comunicam-se uns com os através das
sinapses – pontos de contato entre neurônios, no qual encontramos as vesículas sinápticas,

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onde estão armazenados os neurotransmissores, agentes químicos liberados ou secretados
por um neurônio.

Os neurotransmissores mais comuns são a acetilcolina e a norepinefrina. Outros


neurotransmissores do SNC incluem a epinefrina, a serotonina, o GABA e as endorfinas.

 Fibras nervosas

Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presente, seu envoltório de origem
glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina (camadas de
substâncias de lipídeos e proteína), que funciona como isolamento elétrico. Quando
envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados fibras nervosas
mielínicas.

Na ausência de mielina, as fibras são denominadas amielínicas. Ambos os tipos ocorrem


no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico, sendo a bainha de mielina
formada por células de Schwann, no periférico, e no central, por oligodendrócitos.A
bainha de mielina permite uma condução mais rápida do impulso nervoso e, ao longo dos
axônios, a condução é do tipo saltatória, ou seja, o potencial de ação só ocorre em
estruturas chamadas de nódulos de Ranvier.

 Nervos

Após sair do tronco encefálico, da medula espinhal ou dos gânglios sensitivos, as fibras
nervosas motoras e sensitivas reúnem-se em feixes que se associam a estruturas
conjuntivas, constituindo nervos espinhais e cranianos.

A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem em


toda a sua extensão: o sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral
anterior e o sulco lateral posterior. Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio
posterior que se situa entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior e que se
continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. Nos sulcos
lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente as raízes ventrais e
dorsais dos nervos espinhais.

1.3 Centralização do Sistema Nervoso

O nosso sistema nervoso caminhou ao longo do processo evolutivo seguindo a tendência


da centralização (cefalização). Isto significa dizer que em nosso corpo existem regiões de

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maiores concentrações de células nervosas que exercem controle sobre as demais.
Anatomicamente, então, é possível distinguir um sistema nervoso central (SNC),
constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal, e um sistema nervoso periférico (SNP),
no qual encontramos nervos e gânglios.

Uma vez que o SNC concentra as principais regiões responsáveis pelo controle do nosso
organismo, é importante protegê-la da melhor maneira possível. Esta função recai sobre
estruturas ósseas e membranosas que envolvem esta ramificação do sistema nervoso.
Assim, revestindo externamente o encéfalo, temos a caixa craniana, e para a medula
espinhal, as vértebras.

Internamente a estas estruturas, encontramos as meninges que, de fora para dentro, são
chamadas de dura-máter, aracnoide e pia-máter. Por fim, cabe ressaltar que o espaço
subaracnoideo ainda abriga o líquido cefalorraquidiano que, juntamente aos demais
constituintes fornece proteção mecânica a estes órgãos tão vulneráveis.

Observando a filogenia do sistema nervoso dos metazoários, poderíamos supor que a


estrutura difusa dos cnidários serviu como base ancestral ao desenvolvimento do sistema
nervoso centralizado presente em espécies subsequentes, tanto dos protóstomos quanto
dos deuterostômios.

Porém, assumir que houve uma transição do sistema nervoso difuso para o central não é
algo tão trivial, uma vez que os hemicordados também possuem sistema nervoso difuso
e uma notocorda primitiva. Essa transição é uma interessante questão ainda em aberto na
biologia, o sistema nervoso dos urbilaterais (o ancestral comum entre hemicordados,
cordados e protostomos).

Atualmente existem algumas teorias propondo elucidar essa questão evolutiva, as quais
abordam o sistema nervoso desse bilatério primitivo de maneiras diferentes. Duas teorias
especialmente interessantes são as que propõem um sistema nervoso central para o
urbilateral, sendo então necessária a existência de uma inversão dorso-ventral na história
evolutiva dos cordados. Isso sugeriria uma vantagem evolutiva para essa inversão, uma
vez que esta é uma mudança relativamente drástica.

1.4 Órgãos do sistema nervoso central

Cada região do SNC é responsável por uma função de controle em nosso organismo,
ainda que, em algumas situações, exista sobreposição entre estas habilidades. Assim,

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enquanto a medula espinhal controla os atos reflexos e atua como uma central de
redistribuição de comandos, direcionado os impulsos nervosos para as regiões corretas
do corpo, no encéfalo há o cérebro, o cerebelo, a ponte, o tálamo, o hipotálamo e o bulbo,
cada um responsável por um tipo de atividade.

Cérebro: dividido anatomicamente em dois hemisférios, ocupa a maior parte do


encéfalo. Nele se concentram as funções de interpretação da visão, audição, olfato, tato e
paladar, além de ser responsável pela linguagem, raciocínio, aprendizagem, memória,
consciência e controle voluntário dos músculos.

Cerebelo: controla o equilíbrio postural corporal por se comunicar diretamente com a


região do labirinto, no orelha. Além disso, em associação com o cérebro, é responsável
por coordenar nossos movimentos.

Bulbo: coordena atividades como a frequência respiratória e cardíaca. Ponte: atua na


transmissão de informações do cérebro para o cerebelo ou para o bulbo. Tálamo: distribui
as percepções captadas pelos órgãos dos sentidos às regiões corretas do cérebro.

Hipotálamo: além de produzir alguns hormônios que serão estudados no próximo


módulo, este órgão controla sensações como medo, raiva e prazer, e atua sobre a sede, a
fome, os impulsos sexuais, etc.

2. Sistema Nervoso e os sentidos dos Seres Vivos

O sistema nervoso também pode ser classificado de acordo com a sua forma de atuação.
Desta forma distinguiremos o sistema nervoso somático (motor), responsável pelo
controle de atividades voluntárias, como movimentar braços e pernas e o sistema nervoso
autônomo capaz de comandar impulsos independentes, como a frequência respiratória e
os movimentos peristálticos na digestão.

Dentro do sistema nervoso autônomo ainda é possível separar uma ramificação


incumbida dos movimentos necessários em situações de estresse (tradicionalmente
entendidos como luta ou fuga) e outra atuante durante períodos de calmaria
(tradicionalmente entendidos como posteriores à alimentação).

A primeira ramificação, conhecida como sistema nervoso autônomo simpático (SNAS),


eleva a frequência cardíaca, dilata a pupila, aumenta a sudorese, relaxa a bexiga, etc. A
segunda, o sistema nervoso autônomo parassimpático (SNAP), é usualmente antagônica
e reduz a frequência cardíaca, contrai a pupila, reduz a sudorese, contrai a bexiga, etc.
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Apesar de atuarem através de diferentes combinações de mensageiros químicos, o
principal neurotransmissor envolvido nos processamentos do SNAS costuma ser a
noradrenalina (norepinefrina), enquanto o SNAP atua através da acetilcolina.

2.1 Órgãos dos sentidos

A capacidade de perceber os estímulos provenientes no ambiente externo depende da


especialização de determinados órgãos que possibilitam a existência dos cinco sentidos
principais: tato, audição, paladar, olfato e visão. Além destes sentidos, também
apresentamos a capacidade de perceber alterações internas ao nosso corpo. Assim, dores,
enjoos e mesmo a identificação da posição em que se encontram nossos membros,
também compõem a nossa sensibilidade.

Ato reflexo

Algumas situações cotidianas demandam uma velocidade de resposta do nosso corpo que,
por incrível que pareça, ultrapassa aquela capaz de envolver o processamento de
informações pelo cérebro. Ao encostarmos em uma panela quente ou na ponta de uma
agulha, devemos reagir quase instantaneamente para evitar lesões muito graves em nossos
tecidos. Este tipo de reação, comandada pela medula espinhal, é conhecida como ato
reflexo.

As estruturas envolvidas neste tipo de processamento formam o arco reflexo. Assim, na


ordem citada anteriormente temos o arco formado pelo neurônio aferente, interneurônio
e neurônio eferente. É importante notar, ainda, que os neurônios aferentes sempre se
conectam à medula espinhal através de raízes dorsais (voltadas para as costas do
indivíduo), enquanto os neurônios eferentes são conectados por raízes ventrais (voltadas
para a barriga do indivíduo).

Situações diferentes destas ocorrem em raízes mistas, onde de um mesmo ponto da


medula espinhal – uma mesma raiz – partem tanto nervos sensoriais quanto motores.

Tato

A pele é o maior órgão do nosso corpo e recobre, externamente, toda a sua extensão. É
através dela que entramos em contato com boa parte dos estímulos ambientais que podem
ser de tato, temperatura ou dor.

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A regiões da pele que apresentam pelos possuem, nos folículos capilares, terminações
nervosas específicas, cujos axônios envolvem o folículo piloso, captando as forças
mecânicas aplicadas contra o pelo. Nessas regiões também podemos encontrar os
receptores de Ruffini, também chamados de corpúsculo de Ruffini, que são estimulados
quando a pele é distendida.

Audição

Os sons presentes em um ambiente são capturados por nossas orelhas (ouvidos) e


enviados através de nervos até o cérebro. O caminho entre estes dois pontos, no entanto,
envolve a participação de várias estruturas. A orelha (pavilhão auricular) que vemos ao
olhar para uma pessoa corresponde, na verdade, a uma porção da orelha externa.

Esta se completa com o meato acústico externo (canal auditivo) que termina em uma
membrana presente em seu interior – a membrana timpânica (tímpano). Assim, o som
percorre este trajeto até entrar em contato com o tímpano e fazê-lo vibrar.

Esta vibração é transmitida aos três menores ossos de nosso corpo, que estão localizados
na orelha média: martelo, bigorna e estribo. Estes ossos regulam o ruído captado,
ampliando-o ou reduzindo-o quando necessário através da ação de músculos a eles
conectados.

Depois de terminar a reverberação no estribo, o som passa à orelha interna onde fará
vibrar a janela oval (janela do vestíbulo). Esta é responsável por transmiti-lo ao líquido
localizado no interior da cóclea – um órgão espiralado, similar à concha de um caracol –
que estimula as células especializadas do órgão espiral (órgão de Corti).

Assim, depois de completar este trajeto, a informação é convertida em impulsos nervosos


que serão conduzidos pelo nervo auditivo (vestibulococlear). Somente no cérebro, então,
estes impulsos são compreendidos como a sensação de ouvir.

Outro sentido de responsabilidade da orelha é o equilíbrio postural. Para percebermos a


nossa posição em relação ao espaço que está ao redor dependemos da vibração que ocorre
na região do labirinto – composto pelos canais semicirculares e pelo vestíbulo. Assim, o
deslocamento do líquido contido em seu interior sensibiliza células especializadas que
transmitem essa informação ao sistema nervoso central que coordena nossos movimentos.

Paladar

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Substâncias que chegam à nossa cavidade oral podem ser solubilizadas na saliva e entrar
em contato com as ramificações do sistema nervoso periférico que culminam, em
especial, na língua. Mesmo à vista desarmada é possível enxergar protuberâncias que são
chamadas de papilas gustatórias.

Nelas, ainda que de tamanho microscópico, estão localizados os botões gustatórios que
nada mais são que terminações nervosas sensitivas. Assim, quando uma molécula se
conecta a eles, os impulsos nervosos são gerados e atingem o cérebro para que sejam
interpretados. Hoje, no entanto, sabemos que elas se misturam umas às outras e nem
mesmo se atém apenas à língua. De uma forma ou de outra, é através delas que
percebemos os cinco principais sabores: doce, salgado, azedo, amargo e umami.

Olfato

Boa parte da percepção que temos de um alimento depende das partículas que se
desprendem dele e interagem com os receptores olfatórios localizados no interior de
nossas cavidades nasais (fossas nasais). Além do alimento, diversas outras substâncias
são voláteis o suficiente para serem compreendidas desta forma.

Desta maneira, tudo que uma molécula precisa fazer é entrar em nossas cavidades nasais,
se dissolver na camada de muco que é produzida por elas e estabelecer contato com as
células sensitivas que se localizam no teto do nariz. Estas células se reúnem no bulbo
olfatório que se comunica com o nervo olfatório para que a informação seja levada ao
cérebro.

Visão

A visão de um ser vivo é responsável pela percepção e detecção das cores, estas,
relacionadas à emissão de luz. A cor nada mais é do que a propagação da luz interpretada
pela visão do ser humano. A luz é uma onda eletromagnética visível, sendo seu percurso
em função do tempo.

Em meio homogêneo e transparente, a luz se propaga em linha reta, o que permite os seres
vivos a identificar formas e objetos. Ao mesmo tempo, os raios de luz são independentes,
ao se interceptarem, mantém sua trajetória como se os demais não existissem, permitindo
assim interpretar as distâncias e profundidade.

Os fótons de luz ao atingirem uma superfície podem ser refletidos ou refratados,


dependendo do arranjo molecular do raio de luz analisado. Esses fótons refletidos
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alcançam o olho humano passando por suas estruturas internas na seguinte ordem:
córnea, pupila, íris e cristalino.

Quando os fótons de luz atravessam o globo ocular e chegam à retina, eles entram em
contato com células fotorreceptoras que reconhecem a presença e ausência de luz pela
presença de vitamina A. Essas células são conhecidas como cones e bastonetes, que
identificam os raios de luz a partir da sensibilidade de cada estrutura à determinado
comprimento de onda. Assim, esses sinais luminosos são transformados em sinais neurais
e essa informação passa pelas células nervosas e alcança o encéfalo, que as interpreta.

2.2 Teorias de percepção de cor no corpo humano

Existem duas teorias que se relacionam a sensibilidade dos cones e bastonetes quanto ao
comprimento do raio de luz. A primeira é a teoria Tricromática que aponta que os cones
e bastonetes possuem sensibilidade aos comprimentos de onda das cores primárias.

Thomas Young e Hermann von Helmholtz presumiram que a retina do olho consiste em
três tipos diferentes de receptores de luz para vermelho, verde e azul. A teoria de Young
– Helmholtz (baseada no trabalho de Thomas Young e Hermann von Helmholtz no século
19), também conhecida como teoria tricromática , é uma teoria da visão tricromática das
cores, a maneira pela qual o sistema visual dá origem ao fenomenológico experiência de
cor.

Enquanto a teoria de Maxwell diz que a sensibilidade se refere aos comprimentos de onda
das cores vermelho, verde e azul, as cores primárias de luz. A teoria mais aceita seria a
teoria de Maxwell, porém pode-se encontrar materiais referentes a ambas teorias.

Dependendo da formação genética e do histórico de traumas do indivíduo, podem surgir


algumas dificuldades na percepção de cores. A mais conhecida seria o Daltonismo, cujo
nome deriva do grande cientista John Dalton que também possuía tal condição.

O Daltonismo ocorre majoritariamente por questões genéticas em que indivíduo possui


dificuldade para diferenciar o vermelho e o verde, e em alguns casos o azul e o amarelo.
Porém existem outras condições além do Daltonismo, como:

 Protanopia em que há ausência na retina de cones "vermelhos" ou de


"comprimento de onda longo", resultando na impossibilidade de discriminar cores
no segmento verde-amarelo-vermelho do espectro. Há igualmente menor
sensibilidade à luz na parte do espectro acima do laranja.
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 Deutranopia em que há ausência de cones "verdes" ou de comprimento de onda
intermédio, resultando, igualmente, na impossibilidade de discriminar cores no
segmento verde-amarelo-vermelho do espectro. Trata-se de uma das formas de
daltonismo mais comuns (cerca de 1% da população masculina), e corresponde
àquela que afetou John.

No entanto há um distúrbio em que o indivíduo possui dificuldade de identificar as cores,


somente enxergando tons acinzentados mais claros e mais escuros. Esse distúrbio seria a
Acromática (é o nome dado a um distúrbio ou doença que corresponde ao grau máximo
do daltonismo. Um portador de visão acromática não possui os cones que fazem a
recepção das cores vermelha, verde e azul, vendo então tudo a preto e branco).

2.3 Influência de Substâncias Psicoativas no Sistema Nervoso

Álcool

Um Sistema Nervoso saudável, sem o efeito do álcool, funciona detectando estímulos


internos e externos, o que permite o desencadeamento de respostas glandulares e
musculares. Admitindo ser um sistema formado por circuitos neurais, que são
basicamente células nervosas interconectadas de maneiras específicas, pode-se perceber
respostas estereotipadas condicionando a reação do sistema nervoso sobre determinados
estilos.

O Sistema Nervoso sofre por diversas influências no processo de ingestão de bebidas


alcoólicas. Alguns dos prejuízos e efeitos deletérios que o consumo de álcool pode causar
para o cérebro são:

Em primeira instância: dificuldades em andar, visão borrada, fala arrastada, tempo de


resposta retardado e danos à memória. De maneira clara, o álcool afeta o cérebro. Uma
série de fatores podem influenciar o como e o quanto o álcool afeta o cérebro, a saber:

 Quantidade e frequência de consumo de álcool;


 Idade de início e o tempo de consumo de álcool;
 Idade do indivíduo, nível de educação, gênero sexual, aspectos genéticos e
histórico familiar de alcoolismo;
 Risco existente de exposição pré-natal ao álcool;
 Condições gerais de saúde do indivíduo.

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Isso acontece, pois, o etanol aumenta os efeitos do Gaba, um neurotransmissor inibitório,
o que causa os movimentos lentos e a fala enrolada que frequentemente se observam em
pessoas alcoolizadas. Ao mesmo tempo, inibe o neurotransmissor excitatório glutamato,
suprimindo seus efeitos estimulantes e levando a um tipo de retardamento fisiológico.

O sistema Gaba atua sobre o controle da ansiedade. Ou seja, quando "armado" pela
inibição da produção de glutamato, as pessoas ficam mais relaxadas e com capacidade de
interagir melhor com grupos. Quanto mais Gaba, menos autocontrole.

Além disso, o álcool também aumenta a liberação de serotonina, neurotransmissor que


serve para regular o prazer e o humor. Com mais serotonina, que é considerado o
hormônio a felicidade, mais euforia e, em alguns casos, atitudes que podem resultar em
atos violentos tal como acontece com o Gaba.

Alucinógenos

As drogas alucinógenas são aquelas que alteram a percepção do usuário, ou seja, afetam
as partes sensoriais e nervosas do cérebro. Alguns exemplos são o LSD, a ayahuasca e o
ecstasy. Logo após o consumo, essas substâncias causam euforia e confusão mental que,
a princípio, trazem sensações positivas para quem as consome.

Por isso, esse tipo de psicoativo é muito procurado por jovens, principalmente em festas.
Todavia, à medida em que o efeito se dissipa, os usuários estão sujeitos à depressão,
paranoia e até psicose.

Antidepressivos

Os antidepressivos são drogas que agem no sistema nervoso com o objetivo de normalizar
o fluxo de neurotransmissores. Muitas vezes, são receitados por médicos no tratamento
contra a depressão, para que o paciente se sinta mais relaxado.

Apesar de serem drogas lícitas, os antidepressivos têm muitos efeitos colaterais e devem
ser sempre consumidos sob orientação e supervisão médica. Alguns desses efeitos são
alterações no sono e no apetite, diminuição da libido ou retardo da ejaculação, tontura,
tremores e até ansiedade.

Antipsicóticos

Os antipsicóticos são psicoativos que têm ação psicotrópica, ou seja, causam efeitos
sedativos e psicomotores. Esses medicamentos são usados no tratamento contra

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esquizofrenia e psicose, mas, assim como os antidepressivos, apesar de serem legais e
receitados por médicos, também podem trazer consequências negativas para os usuários.

Dentre os efeitos colaterais mais comuns estão os problemas cognitivos, rigidez muscular,
tremores, convulsões, hipertensão e ganho de gordura abdominal.

Depressores

Os psicoativos depressores são aqueles que diminuem os níveis de atividade cerebral e


deixam o organismo mais lento. Nessa categoria estão incluídas algumas das drogas
muito utilizadas pela população, como o álcool, sedativos, anestésicos em geral, morfina
e heroína. Essas substâncias diminuem a atenção, concentração e capacidade intelectual.

Estimulantes

O efeito das drogas estimulantes é o contrário das depressoras. Quando consumidas, elas
aumentam a atividade cerebral. Elas são utilizadas por quem deseja alcançar um estado
de euforia, ter diminuição do apetite ou se manter acordado por muito tempo, por
exemplo. Os psicoativos estimulantes podem ser receitados por médicos para o
tratamento contra a hiperatividade.

2.4 Doenças neurológicas degenerativas

Doenças neurológicas degenerativas são os distúrbios que afetam o sistema nervoso, que
é composto pelo cérebro, pela medula espinhal e pelos nervos. Como esse sistema está
envolvido em muitas funções do corpo, elas podem se manifestar de diversas formas. Em
muitos casos, as doenças neurológicas são degenerativas, ou seja, elas não têm cura, o
que significa que a condição avança com o passar do tempo, trazendo um grau de
comprometimento ainda maior.

Também chamadas de doenças neurodegenerativas, elas causam a destruição gradual e


irreversível dos neurônios (células do sistema nervoso), de forma que as pessoas afetadas
apresentam sintomas progressivamente mais intensos. As doenças neurodegenerativas
englobam uma série de condições que afetam diferentes regiões do sistema nervoso.

Dessa forma, os sintomas dessas doenças variam muito conforme a natureza da condição,
podendo incluir dores de variadas origens, transtornos do sono, alteração da consciência,
distúrbios dos sentidos (audição, visão, olfato, tato e paladar), mau funcionamento dos
músculos, prejuízo da função mental, entre outros.

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As doenças neurológicas degenerativas mais comuns e seus principais sintomas:

1. Mal de Alzheimer

O mal de Alzheimer ou doença de Alzheimer é um tipo de demência mais conhecida por


afetar a memória das pessoas idosas, mas seus efeitos também incluem o declínio gradual
da capacidade de julgamento, raciocínio e aprendizagem.

Assim, essa doença neurodegenerativa também pode ter sintomas como confusão,
mudança de personalidade, dificuldades com a linguagem, incapacidade de realizar
tarefas do dia a dia e comportamento inapropriado, embora a perda de memória recente
seja a manifestação que mais se destaca.

2. Mal de Parkinson

O mal de Parkinson ou doença de Parkinson é uma doença neurológica degenerativa


caracterizada principalmente pelo tremor, mesmo quando os músculos estão em repouso.
Além disso, ela causa rigidez muscular, lentidão dos movimentos e dificuldades em
manter a postura devido à perda do equilíbrio.

Mais comum entre 50 e 79 anos, o mal de Parkinson também compromete a capacidade


de pensamento, originando a demência. Assim como o mal de Alzheimer, esta doença
pode ter influência genética.

3. Esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa mais comum em mulheres de 20 a


40 anos. Ela provoca lesões no cérebro devido a uma condição autoimune, na qual o
sistema imunológico ataca o revestimento dos neurônios, chamado de bainha de mielina.

Essa doença se caracteriza por episódios imprevisíveis, ou seja, seus sintomas vão e
voltam. No início, a esclerose múltipla costuma apresentar sintomas transitórios e leves,
como alterações menores na visão ou em outros sentidos. Com o passar do tempo, podem
surgir manifestações como visão dupla, perda visual, fraqueza, formigamento nas pernas,
desequilíbrio e tremor.

4. Esclerose lateral amiotrófica (ELA)

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Os principais sintomas da esclerose lateral amiotrófica são o endurecimento e a fraqueza
dos músculos em dos lados do corpo acompanhados pela perda de massa muscular
(atrofia), que evoluem gradualmente para a paralisia. Com o passar do tempo, a ELA
impossibilita que a pessoa realize tarefas simples do dia a dia, como se levantar, segurar
objetos, subir escadas, falar e se alimentar, podendo afetar também os músculos
envolvidos na respiração.

Apesar disso, a capacidade cognitiva é preservada, o que faz com que o paciente tenha
consciência de seu quadro. Um exemplo bastante conhecido de paciente com ELA foi o
famoso cientista Stephen Hawking, que conviveu com a doença dos 21 aos 76 anos.

5. Distrofia muscular

Distrofia muscular é um grupo com mais de 30 doenças neurológicas degenerativas que


afetam os músculos. As causas dessas doenças estão em mutações genéticas, algumas das
quais podem ser hereditárias enquanto outras acontecem espontaneamente na geração do
embrião.

Dependendo do tipo de distrofia muscular, a pessoa pode apresentar desde sintomas leves
que evoluem de forma lenta, sem prejuízo para as funções, até sintomas severos que
causam fraqueza intensa e afetam os músculos involuntários, levando a problemas
respiratórios e cardíacos.

6. Atrofia muscular espinhal (AME)

A atrofia muscular espinhal é uma doença genética que se manifesta por fraqueza e atrofia
muscular progressiva, resultando em dificuldades para realizar movimentos considerados
simples, como andar, se sentar, se levantar e manter a cabeça erguida.

A AME pode surgir desde o nascimento até a vida adulta, sendo mais severa conforme a
precocidade do início dos sintomas. Com o passar do tempo, ela pode causar escoliose,
dificuldade na deglutição e dificuldade respiratória.

Embora grande parte das doenças neurodegenerativas não tenha cura, elas podem ser
tratadas para oferecer uma melhor condição de vida ao paciente e retardar a evolução dos
sintomas. Para que a pessoa tenha acesso ao melhor programa de tratamento para o seu
caso, que pode incluir o uso de medicamentos, a fisioterapia e a terapia ocupacional, entre
outros recursos, é necessário receber um diagnóstico preciso sobre sua condição.

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CONCLUSÃO

Com tudo, o sistema nervoso tem o papel de regular as funções do corpo, bem como
regular o cérebro e a medula espinhal. Por isso, é fundamental mantê-lo saudável para
que ele contribua com a saúde em geral. O sistema nervoso é fundamental para o correto
funcionamento do organismo.

Este sistema poderá ser comparado às linhas de telecomunicações, fios elétricos que
fazem a ligação entre o corpo e o cérebro, permitido a comunicação. Para estimular o
sistema nervoso, atividades que incluem, por exemplo música. Para além de aumentar o
humor, e por consequência, o nível de serotonina no organismo. Na sua maioria, as
atividades de cunho artístico como a dança, a escrita, a leitura são estimulantes para ter
sempre o sistema nervoso ativo.

No entanto, para que tudo isso funcione corretamente, é essencial que a pessoa tenha um
estilo de vida saudável. Portanto, sua rotina e relacionamentos devem permitir que aja
com calma. Isso ajudará a que os estímulos que a pessoa costuma receber não obtenham
esse estresse ou um impacto emocional que danifique seu sistema.

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