1.

Contribuição para a perda de competitividade das empresas portuguesas

1) Impacto da globalização
2) Tendência para a crescente flexibilização do trabalho
3) Movimento de fusões e aquisições
4) Produção de bens noutras regiões a preços mais baixos
5) Relocalização de unidades de produção para outras regiões capazes de produzir a menores
custos
2. Algumas soluções
Num mundo regido pelo lucro a qualquer custo, em que as regras não são iguais para
todos, importaria antes de mais que estas o fossem realmente. Os chamados “fatores
externos de competitividade” não são mais do que os fatores de desequilíbrio entre
países, e que tornam mais difícil competir. Assim,
- Equalizar as taxas de impostos entre países – Como é que possível que importar para
a EU através da Holanda seja consideravelmente mais barato que através de
Portugal?? Ou como é que é possível que na Irlanda as empresas tecnológicas paguem
tão menos do que em Portugal? Como é possível que empresas que lucram da sua
actividade em Portugal paguem impostos na Holanda só porque lhes é favorável?
- Eliminar “off-shores” como forma de escapar ao pagamento de impostos
- Equalizar os horários de trabalho entre países – será que a China ou a India seriam
tão produtivas com 8hrs por dia ou 40hrs semanais?

Considerando estas soluções como utópicas, ou impossíveis de concretizar ou seja,

aceitando que ninguém com real poder quer alterar esse estado de coisas pois
beneficia das mesmas, haveria que:
- Encontrar formas de reduzir a despesa publica de maneira a poder realmente reduzir
a carga fiscal
- Criar uma obrigatoriedade de reinvestir nas próprias empresas uma parte substancial
dos lucros
- Criar mecanismos de apoio à exportação, taxando menos quem exporta, pois só
saindo do nosso mercado poder-se-á alguma vez ser competitivo.
- Desenvolver formas de investigação e desenvolvimento com garantia de patente
nacional, pois só assim se consegue deslocalizar produção para oriente e ficar com
lucros associados às patentes (exemplo alemão)

3. Flexibilidade Qualitativa
Teoria que advoga a flexibilização do trabalho não em função da quantidade mas em função de
qualificações. Aparentemente é uma forma de normalizar o fator de “tarefeiro” do mercado.

4. Precaridade laboral
Devido a ausência de compromisso, um trabalhador não sabe se no dia, mês ou outro período
curto seguinte ira ter trabalho e ou forma de subsistir. Daí se chamar de vínculo precário, o que
deriva de não ter um compromisso duradouro.

5. Os processos de negociação coletiva não podem ser apenas para discussão salarial, pois há
muitas mais questões a ter em conta. Neste texto, refere-se medidas de melhoria de
produtividade empresarial, mas sem mencionar algo sobre a partilha de tais benefícios com os
trabalhadores. Se nunca existir esta partilha, que incentivo terão para procurar melhorias? Se
fazer o “normal” ou fazer melhor, de nada serve…

6. Compreendendo a necessidade das empresas terem lucro, pois só assim subsistem, entendo
que só com soluções equilibradas se poderá encontrar soluções que permitam progredir. Uma
empresa não pode apenas exigir flexibilidade laboral, mesmo que qualitativa, se o trabalhador
não tem a sua própria subsistência assegurada. Por outro lado, um trabalhador também não
pode exigir para si aquilo que não quer permitir aos outros: então não queremos trabalhar
depois das 18h mas gostamos de ir ao supermercado às 21h ? ou ao fim de semana? É justo?

Pelo que entendo, tudo será possível fazer com a devida compensação. Seja pela valorização
dos trabalhadores e não apenas pelo aquilo que se pode “espremer” de cada um, mas também
pelo que se pode dar em troca. Esta flexibilidade pode ser alcançada se forem criadas
condições para tal. Será que as empresas estão disponíveis e dispostas a criar essas condições?
Se os trabalhadores têm que sair a certas horas para ir buscar os filhos pois não têm onde os
deixar, será que a empresa consideraria ter um serviço de creche ou ATL para os filhos dos seus
trabalhadores? Não seria esta uma opção para a cobertura de horários que cada vez mais se
exige ?