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PROVA DE AVALIAÇÃO – PORTUGUÊS
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Novembro - 2021
Grupo I
Pares Paralelística Feminino Sofre Amigo
Prazo Sozinha Masculina Amado Lamento
Nesta cantiga o sujeito poético é uma donzela _____________, que face à ausência do seu
amigo , está infeliz (coitada), preocupada (en gran cuidado) e saudosa (em gran desejo). De facto, a
donzela revela que o seu amigo está fisicamente longe dela, pois está na Guarda, possivelmente
retido.
porque seu _____________ viajou e não voltou no _____________ marcado. A mulher
está _____________, preocupada, dando vazão ao seu _____________; ao mesmo tempo, confessa o
seu desejo de voltar a ver o seu _____________. Esta cantiga apresenta uma
estrutura _____________, ou seja, os versos repetem-se, aos _____________, com ligeiras
modificações sem, contudo, alterar o seu significado.
2.
4. Assinale como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmações, corrigindo as falsas:
(a) (b) ©
1. a passagem do tempo 1. «cercarom-mi as ondas» 1. lugar de pesca
2. a existência de um 2. «que grande som» 2. espaço de culto
compromisso
3. a vivência prolongada da 3. «nem sei remar» 3. cenário de guerra
espera
A cantiga insere-se no género das cantigas de amor. O facto de o sujeito poético ser
masculino, o objeto da cantiga ser a "senhor" (inacessível) bem como o sofrimento do
trovador por amor extremo — a coita de amor— provam que a composição pertence a
este género de texto.
Nesta composição não se identifica claramente o objeto da cantiga. Por isso, trata-se de
uma cantiga de escárnio. O modo como o sujeito poético satiriza a situação em que se
encontra, através do humor e dos trocadilhos linguísticos ("Moir' eu aqui d'adessoriam" e
"gram coita de comer", justifica o facto de esta cantiga se inserir no género das cantigas
de escárnio e maldizer.
Os muros todos da cidade nom haviam mingua de bom repairamento; e em setenta e sete
torres que ela tem a redor de si, forom feitos fortes caramanchões de madeira, os quaes eram
bem fornecidos d’escudos e lanças e dardos e bestas de torno, e doutras maneiras com grande
avondança de muitos viratões. [...]
E ordenou o Mestre com as gentes da cidade que fosse repartida a guarda dos muros pelos
fidalgos e cidadãos honrados; aos quaes derom certas quadrilhas e besteiros e home~es d’armas
pera ajuda de cada uu~ guardar bem a sua.
Em cada quadrilha havia uu~ sino pera repicar quando tal cousa vissem, e como cada uu~
ouvia o sino da sua quadrilha, logo todos rijamente corriam pera ela; por quanto aas vezes os
que tinham cárrego das torres vinham espaçar pela cidade, e leixavom-nas encomendadas a
home~es de que muito fiavom; outras vezes nom ficavom em elas senom as atalaias; mas como
davom aa campãa, logo os muros eram cheos, e muita gente fora.
E nom somente os que eram assinados em cada logar pera defensom, mas ainda as outras
gentes da cidade, ouvindo repicar na Sé, e nas outras torres, avivavom-se os corações deles. E os
mesteiraes dando folgança a seus ofícios, logo todos com armas corriam rijamente pera hu
diziam que os castelãos mostravom de vinr.
Crónica de D. João I de Fernão Lopes, edição de Teresa Amado, 2.ª ed. revista, Lisboa, Comunicação, 1992, pp. 170-172
(texto com alterações ortográficas)
atalaias (linha 19) – sentinelas; vigias. bestas de torno (linha 11) – armas de disparar setas. besteiros (linha
14) – soldados que usavam as bestas como armas. campãa (linha 19) – sino. caramanchões (linha 10) –
abrigos. espaçar (linha 18) – espairecer; distrair-se. poserom todo o seu (linha 8) – puseram na cidade tudo o
que tinham. quadrilhas (linha 14) – partes da muralha que serviam de postos de vigia. quando tal cousa
vissem (linha 16) – quando vissem que era caso para isso. que por Castela tomarom voz (linha 8) – que
tomaram o partido do rei de Castela. repairamento (linha 9) – reparação. viratões (linha 12) – flechas
Este excerto da Crónica de D. João l, de Fernão Lopes, revela o estado de ânimo da população de
Lisboa aquando do cerco à cidade pelo Rei de Castela.
Assim, a população está solidária com o Mestre e participa de forma empenhada e entusiástica em
todas as tarefas de defesa, como é visível a partir das seguintes afirmações: "E nom somente os que
eram assinados em cada logar pera defensom, mas ainda as outras gentes da cidade, ouvindo repicar
na Sé, e nas outras torres, avivavom-se os corações deles".
Na realidade, toda a população estava consciente da gravidade da situação, por isso, todos se uniram
à volta do Mestre, líder incontestado, para em conjunto enfrentarem as adversidades que se
avizinhavam.
Em conclusão, apesar das dificuldades e do perigo, a população demonstra forte interesse e
dedicação à causa comum.
Grupo II
Jograis e Trovadores
Os jograis são uma das mais importantes instituições culturais da Idade Média, porque
são eles quem conserva e vulgariza a cultura da palavra num tempo em que o livro era um
objeto tão precioso como uma joia cara. Eles transmitem o repertório folclórico internacional,
assim como as invenções que o vão enriquecendo. São os intermediários culturais por
5 excelência, insinuando-se com a gazua invisível do canto e da música, para a qual não há
portas fechadas, em todas as regiões e em todos os níveis sociais.
O camponês, o burguês, o senhor, ou nas feiras e romarias, ou nos festins e banquetes, ao
ar livre ou em salões, até mesmo nas naves das igrejas, entretinham-se a ver o jogral que
tocava, cantava e bailava, mostrava o macaco dançarino, executava malabarismos com facas
10 ou maçãs, fazia trejeitos e paródias e por vezes recitava poemas ou relatava notícias de
longínquas e extraordinárias terras. Se o sacerdote tinha o prestígio do saber e entendia os
mágicos sinais que enegreciam os livros. o jogral despertava a imaginação com as suas
estórias de países fantásticos ou de guerreiros invencíveis, com as suas canções. a
desenvoltura de viajante sabedor e de aventureiro. Os jograis desempenhavam além disso um
15 papel precursor dos atuais meios de comunicação de massa: os reis, a Igreja, os senhores mais
poderosos utilizavam-nos para influir na opinião pública.
O desenvolvimento das cortes e da vida mundana fizeram surgir um[a] personagem da
mesma família, o trovador, que era um senhor, cultor das musas, que em certas regiões da
Europa exibia as suas composições de castelo em castelo, acompanhado de um músico.
20 O trovador esforçava-se por manter as distâncias, e chamava o jogral à ordem sempre
que este parecia querer sair da sua esfera.
António José Saraiva. A Cultura em Portugal: Teoria e História. Livro 11 Lisboa: Bertrand. 1984
(texto com supressões e adaptações)
K
1. Assinale as opções que permitem obter afirmações verdadeiras de acordo com o sentido do texto.
1.3. Na expressão «com a gazua invisível do canto e da música» (I. 5), a palavra «gazua»
significa
□ arte.
□ ameaça.
□ invasão.
□ chave.
1.6. Os jograis
□ eram os precursores dos trovadores.
□ foram os pioneiros dos atuais meios de comunicação.
□ influenciaram os reis, a Igreja e os senhores mais poderosos.
□ atacaram a opinião pública.
Grupo III
Redija uma apreciação crítica do cartoon que considere mais sugestivo.
(cerca de 80 palavras)
▬ Descreva o cartoon.
▬ Indique a intencionalidade do cartoon.
▬ Justifique a razão da escolha desse cartoon.