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MARINHA DO BRASIL

COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS

RIO DE JANEIRO, RJ.

Em 7 de março de 2009.

ORDEM DO DIA Nº 1/2009

Assunto: 201º Aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais

Embora nossas raízes históricas situem-se em 1619, com a criação do Terço


da Armada Real de Portugal, estabelecemos como marco inicial de nossa
existência 7 de março de 1808, dia em que a Brigada Real da Marinha
aportou no Rio de Janeiro, dando por finda sua missão de proteger a Corte
portuguesa em sua transmigração para o Brasil.

Em novembro desse mesmo ano de 1808, a Brigada Real da Marinha,


embarcou em navios da esquadra que rumou para a Guiana Francesa, em
cumprimento à determinação do Príncipe Regente que declarara guerra à
França, em represália à invasão de sua terra natal.

Vindos do mar, desembarcando da Fragata “Confidence”, dos Brigues


“Voador” e “Infante D. Pedro”, da Escuna “General Magalhães” e dos
cúteres “Vingança e Leão”, os Fuzileiros-Marinheiros lançaram-se com pleno
êxito à conquista de Caiena, o que, posteriormente, na mesa diplomática,
viria a garantir para o Brasil parte do atual Estado do Amapá.

Já nesse vitorioso batismo de fogo, os Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil,


gloriosa Marinha que nos mares e rios em que combateu, jamais conheceu
derrota, demos prova cabal de nosso diferencial: somos tropa anfíbia,
expedicionária e de pronto emprego.

Cumprida a missão, ao mar voltamos, como é de nosso pendor.

No retorno ao Rio de Janeiro, por determinação do Conde de Anadia,


Ministro da Marinha, ocupamos, em 21 de março de 1809, a Fortaleza de
São José da Ilha das Cobras. Portanto, há duzentos anos cuidamos desta
Fortaleza, cada vez com mais desvelo, pois suas muralhas, com o passar do
tempo, tornaram-se testemunhas fiéis dos sonhos, aspirações, suor e
sangue de tantos Fuzileiros Navais que dedicaram suas vidas ao Brasil, à
Marinha do Brasil e ao Corpo de Fuzileiros Navais.

Em duzentos e um anos de existência no Brasil, participamos dos eventos e


fatos mais significativos de sua História, neles imprimindo, sempre, o
inexcedível valor de nossa presença, pois homens dotados da ousadia de
sair de suas embarcações e entranhar-se em terra, sem outra alternativa
que não a vitória, são de extraordinário valor, são guerreiros destemidos,
em quem poder não tem a morte. Nessa trajetória, 1622 Fuzileiros Navais
imolaram suas vidas no altar da Pátria.

Este é o extraordinário legado que ora nos cabe zelar e fazer prosperar,
particularmente, no momento em que o Brasil, que se quer grande, parece
ter compreendido que não o será, se grande, também, não forem suas
Forças Armadas.

De nosso engenho e arte dependerá o aproveitamento das oportunidades


que certamente surgirão em meio às incertezas vindouras, pois, como tem
sido peculiar em nossa saga, nada nos é dado; tudo deve ser conquistado.

Para tanto, temos que cultivar, intensa e diuturnamente, sem tergiversar,


sem conceder, quaisquer que sejam as circunstâncias com que nos
defrontemos, nossos atributos essenciais: honra, competência e
determinação.

Honra, bem intangível que sintetiza os valores mais altos da humanidade,


sem a qual não tem valor nossa servidão militar, que tanto exige de nós,
mas a que, voluntariamente, nos entregamos.

Competência, pois nesta era do conhecimento, não mais será possível


liderar, argumentar, debater, comandar, enfim, sem um profundo quinhão
de saber.

Determinação, sem a qual será impossível realizar nossas aspirações, que


desde os tempos de antanho, caracterizam-se pelas utopias que encerram,
mas que nem por isso deixaram de ser realizadas.

Fuzileiros Navais, não julguem que foi tarefa fácil para aqueles que nos
antecederam construir este Corpo de Fuzileiros Navais ao qual tanto nos
orgulha pertencer. Cuidemos, portanto, para que não sejamos menores que
a glória e a nobreza de nosso passado.

ADSUMUS

VIVA A MARINHA

ALVARO AUGUSTO DIAS MONTEIRO

Almirante-de-Esquadra (FN)

Comandante-Geral

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