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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA


CUSTOS INDUSTRIAS
CAIO FERNANDES FARIAS
DAVI CAVALCANTE DE OLIVEIRA
FRANCISCO DAS CHAGAS HENRIQUE MARTINS DA SILVA

ATIVIDADES PARA SEGUNDA NOTA

SÃO LUIS – MA
2021
1) Apresentar Empresa Industrial com dados para: (podem ser dados isolados para
cada item) um ponto

a) Rateio de custos indiretos

R: Vamos considerar uma fábrica de roupas que tenha um total de R$185000,00


de custos indiretos e ela deseja ratear esse valor para 3 tipos de produtos, tendo a
matéria-prima como critério de rateio, de acordo com a seguinte proporção: a
produção da camisa X gasta R$15000,00 a da camisa Y gasta R$5000,00 e a da
camisa Z gasta R$5000,00.

1º PASSO – SOMAR O VALOR TOTAL DA MATÉRIA-PRIMA UTILIZADA


NOS TRÊS PRODUTOS.

(15000 + 5000 + 5000) = R$25000,00

2º PASSO – DESCOBRIR A PARTICIPAÇÃO DE CADA PRODUTO NO


CONSUMO TOTAL DA MATÉRIA-PRIMA

Produto X – (15000/25000) = 60%


Produto Y e Z (5000/25000) = 20%

3º PASSO – MULTIPLICAR A PORCENTAGEM ENCONTRADA PELO


VALOR TOTAL DE CUSTOS INDIRETOS

Produto X – (60% * 185000) = R$111000,00


Produto Y e Z – (20% * 185000) = R$37000,00

b) Produção e Venda de produtos, demonstrando cálculo dos impostos, valor da nota


fiscal

R: Consideramos uma empresa industrial no qual realizou uma venda de


R$600,00. No qual escolhemos o regime tributário o lucro real.

CÁLCULO DOS IMPOSTOS DA NF:


• IRPJ = 600 * 15% = R$ 90,00
• ICMS = 600 * 7% = R$ 42,00
• PIS = 600 * 1,65% = R$ 9,90
• COFINS = 600 * 7,6% = R$ 45,60
• CSLL = 600 * 9% = R$ 54,00
• IPI = 600 * 5% = R$ 30,00
Então, o valor total dos impostos na nota fiscal da venda de 600 reais será de R$271,50

2) Exemplo prático:
Uma determinada indústria apresentou os seguintes dados em determinado período
contábil: Custos Variáveis (CV) = R$ 100.000,00; Custos Fixos (CF) = R$ 80.000,00;
Despesas (DES) = R$ 20.000,00; Foi concluída 100% da produção; Venda de 50% dos
Produtos Acabados por R$ 150.000,00. Pede-se: O Lucro Líquido do Período e o valor
do Estoque Final.
Resposta: Custeio por Absorção
Custo do Produto = CF + CV
Custo do Produto = 100.000 + 80.000 = > 180.000
Resultado:
Venda (50% dos Produtos Acabados) 150.000
(-) CPV (50% dos Produtos) (90.000)
Lucro Bruto 60.000
(-) Despesas (20.000)
= Lucro Líquido 40.000
Estoque Final:
O custo dos Produtos Acabados foram 180.000. Como foram vendidos 50% da produção,
então o Estoque Final ficou em 90.000.
Resposta: Custeio Variável ou Direto
Custo do produto = CV
Custo do produto = 100.000
Resultado:
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Venda (50% dos Produtos Acabados) 150.000
(-) CPV (50% dos Produtos) (50.000)
Lucro Bruto 100.000
(-) Despesas (20.000)
(-) CF (80.000)
= Lucro Líquido 0,00
Estoque Final:
O custo dos Produtos Acabados foi de R$ 100.000. Como foram vendidos 50% da
produção, então o Estoque Final ficou em R$ 50.000.
A diferença entre elas é que no sistema de custeio por absorção os custos são rateados aos
produtos, no custeio variável, eles são tratados como custos do período, indo diretamente
para o resultado igualmente às despesas. No custeio por absorção: todos os custos de
produção são considerados como custo do produto, o resultado varia em função da
produção, é possível estabelecer o custo total unitário dos produtos; já no custeio variável:
apenas os custos variáveis são considerados, o resultado varia somente em função das
vendas, há um custo unitário parcial, porque considera os custos variáveis.

3) Escolha um dos métodos: padrão, ABC ou UEP e apresente um exemplo prático,


justifique a utilidade do método. (meio ponto)

R: O método a ser utilizado será o método ABC, e apresentando brevemente seu


conceito e aplicando o método em uma fábrica de roupas. Onde sua produção se
limita a camisetas e camisas.

O custeio ABC, não é um processo difícil. Ele é, sim, trabalhoso e, por isso, exige
dedicação dos profissionais envolvidos e uma cuidadosa análise do sistema de controle
interno da empresa. Sem isso, a implementação torna-se inviável, pois não chegará aos
resultados esperados. Outro ponto a ser avaliado, por se tratar de um sistema de gestão de
custos, é o grau de detalhamento das informações, que pode ser maior ou menor, de
acordo com a necessidade do gestor.
Para começar a reunir as informações e fazer as contas, é importante ter bem definido o
que você quer encontrar como resultado. Para isso, é preciso seguir algumas etapas que
vão ajudar a construir um modelo para a implementação correta do custeio ABC. Antes
de qualquer coisa, é preciso definir em qual área, departamento ou processo será feita a
aplicação da metodologia. Depois, é só seguir os passos abaixo:
1) Definir as atividades que compõem o processo a ser analisado.
2) Definir os custos dos recursos usados no processo.
3) Definir os direcionadores de custo para o primeiro estágio da metodologia
(recursos rateados entre as atividades executadas).
4) Definir os direcionadores para o segundo estágio da metodologia (custos das
atividades alocados aos produtos ou serviços).
5) Determinar o custo do processo para cada produto ou serviço.

Visto que os conceitos que envolvem o custeio ABC foram citados acima, apresentamos
um exemplo prático deste método de análise dos custos indiretos. Seguiremos com a
nossa fábrica de roupas, que produz camisetas e camisas. No quadro abaixo, temos os
produtos, a produção mensal, o valor unitário e o total das vendas (considerando que tudo
o que foi produzido foi vendido):

Produto Produção mensal Preço unitário Total das vendas


Camisetas 10.000 R$ 8,00 R$ 80.000,00
Camisas 5.000 R$ 12,00 R$ 60.000,00

Depois dos valores verificados no quadro acima, precisamos encontrar os custos diretos
por unidade de produto, que são facilmente identificáveis. Na nossa fábrica de roupas,
temos:
Custos diretos por unidade
Camisetas Camisas
Tecido R$ 2,00 R$ 2,00
Mão de obra direta R$ 0,50 R$ 0,80
Total por unidade R$ 2,50 R$ 2,80

E então, elencamos os custos indiretos e as despesas:


Custos indiretos + despesas
Aluguel R$ 15.000,00
Material de consumo R$ 10.000,00
Despesas com vendas R$ 8.000,00
Total R$ 33.000,00

Com todos esses números em mãos, vamos aplicar a metodologia seguindo quatro passos:
1º - Identificar as atividades relevantes de cada departamento:
Departamentos Atividades
Compras Comprar os materiais
Corte e costura Cortar e costurar

2º - Atribuir custos às atividades:


Departamentos Atividades Custos diretos
Compras Comprar os materiais R$ 15.00,00/5.000
Corte e costura Cortar e costurar R$ 18.000,00/20.000
Total R$ 33.000,00/25.000

3º - Fazer o levantamento dos direcionadores das atividades e o levantamento da


quantidade de direcionadores para cada produto:
Departamentos Atividades Direcionadores de atividades
Compras Comprar os materiais Número de pedidos
Corte e costura Cortar e costurar Tempo de corte e costura

Direcionadores de atividades Camisetas Camisas Total


Número de pedidos 100 unidades 150 unidades 250
Tempo de corte e costura 1.500 horas 2.000 horas 3.500 horas

Diante dessas definições, vamos ver qual é o custo de cada atividade conforme seus
direcionadores:
Comprar os materiais
Custo total R$ 15.000,00/5.000
Direcionador: Número de pedidos
Camisetas Camisas Total
Número de pedidos 100 150 250
Proporção
40% 60%
(nº de pedidos / total 100%
(100 / 250) x 100 (150/250) x 100
de pedido) x 100
Custo de comprar os40% x 15.000 /5.000=60% x 15.000/5.000 =R$
materiais R$ 6.000/2.000 R$ 9.000/3.000 15.000,00/5.000
Cortar e costurar
Custo total R$ 18.000,00/20.000
Direcionador: Tempo de corte e costura
Camisetas Camisas Total
Tempo de corte e
1.500 horas 2.000 horas 3.500 horas
costura
Proporção
(nº de pedidos / total42,85% 57,15% 100%
de pedidos)
Custo de cortar e42,85% x 18.000/20.00057,15 x 18.000/20.000 =R$
costurar = 7.713/8.570 10.287/11.430 18.000/20.000

4º - Demonstrar os resultados
Aqui, é a hora de fazer um resumo de todos os custos da produção, diretos e indiretos, e
incluir os valores encontrados por atividade, que é o real objetivo desta metodologia. Veja
como fica a demonstração do resultado da nossa fábrica de roupas:
Camisetas Camisas Total
Receita de vendas R$ 80.000,00 R$ 60.000,00 R$ 140.000,00
(-) Tecido - R$ 20.000,00 - R$ 10.000,00 - R$ 30.000,00
(-) Mão de obra direta - R$ 5.000,00 - R$ 4.000,00 - R$ 9.000,00
Custos diretos - subtotal - R$ 25.000,00 - R$ 14.000,00 - R$ 39.000,00
- R$
(-) comprar os materiais - R$ 6.000,00/2.000 - R$ 9.000,00/3.000
15.000,00/5.000
- R$- R$
(-) cortar e costurar - R$ 7.713,00/8.570
10.287,00/11.430 18.000,00/20.000
- R$- R$- R$
Custos indiretos - subtotal
13.713,00/10.570 19.287,00/14.430 33.000,00/25.000
(=) Resultado antes doR$ R$ R$
Imposto de Renda 41.287,00/44.430 35.713,00/31.570 68.000,00/76.000
Vantagens da aplicação do custeio ABC

Por ser uma metodologia que envolve processos, pessoas e tecnologias, o custeio baseado
em atividades apresenta vantagens significativas para a gestão de uma empresa. Conheça
as principais: Ter informações gerenciais mais fiéis por meio da redução do rateio
arbitrário; Adequar-se com mais facilidade às empresas de serviços, cuja definição de
custos, gastos e despesas é mais difícil; Atender aos Princípios Fundamentais de
Contabilidade (similar ao custeio por absorção); Responsabiliza os gestores a implantar,
manter e revisar os controles internos; Proporcionar uma melhor visualização dos fluxos
dos processos; Identificar, de forma mais transparente, quais produtos ou serviços em
estudo estão consumindo mais recursos; Apontar o custo de cada atividade em relação
aos custos totais do negócio; Ser usado em empresas de diversos segmentos e portes,
como indústrias, estabelecimentos comerciais e prestadoras de serviços; Utilizar a
metodologia como um sistema paralelo ao sistema de contabilidade financeira; Fornecer
subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de reposição; Possibilitar
a eliminação ou a redução das atividades que não agregam valor ao produto.

4) Apresente uma situação prática de custo e despesas com pessoal. ( meio ponto)

Centro de custo na prática - um exemplo

Para exemplificar, mostraremos na prática uma situação da separação de


responsabilidades operacionais, financeiras e econômicas, proporcionada pelo conceito
de centro de custo. O setor escolhido é o de recursos humanos. O setor de RH não gera,
diretamente, receita para empresa e seus custos também são previstos de antemão. Isso
acontece porque o setor de recursos humanos é responsável pela contratação e demissão
de colaboradores, trabalhando - entre recrutar e reter talentos - no desenvolvimento
do capital humano de uma empresa. Nesse caso, o RH - como centro de custo -
desempenha o papel de pegar uma parcela de recursos direcionada aos setores e investir
no desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores, proporcionando
capacitação, treinamentos, palestras e workshops. Vale notar que um setor com mais
funcionários deverá receber recursos proporcionais para administrar bem a equipe, pois,
dentre as tarefas financeiras incumbidas no conceito de centro de custos, está o pagamento
de salários (despesas administrativas).Viu só? Considerar os setores como centros de
custos que devem prestar contas à empresa pode ser benéfico para a sua corporação.
Quem sabe agora que você entendeu o que é centro de custos e percebeu a amplitude do
termo, poderá aplicar a estratégia também em sua empresa de maneira mais simples.

O QUE É A DESPESA PÚBLICA?


Despesa pública é a aplicação do dinheiro arrecadado por meio de impostos ou outras
fontes para custear os serviços públicos prestados à sociedade ou para a realização de
investimentos.
O QUE SIGNIFICA EXECUTAR A DESPESA PÚBLICA?
Significa realizar as despesas previstas no orçamento público, seguindo os três estágios
presentes na Lei nº 4.320/64: empenho, liquidação e pagamento.
O empenho é a etapa em que o governo reserva o dinheiro que será pago quando o bem
for entregue ou o serviço concluído. Isso ajuda o governo a organizar os gastos pelas
diferentes áreas do governo, evitando que se gaste mais do que foi planejado.
Já a liquidação é quando se verifica que o governo recebeu aquilo que comprou. Ou seja,
quando se confere que o bem foi entregue corretamente ou que a etapa da obra foi
concluída como acordado.
Por fim, se estiver tudo certo com as fases anteriores, o governo pode fazer o pagamento,
repassando o valor ao vendedor ou prestador de serviço contratado.
OBS: O Portal da Transparência traz informações sobre a execução da despesa e da
receita no Governo Federal, mas os estados e municípios também são obrigados a
publicarem as respectivas receitas e despesas, por força da Lei Complementar nº 131!

TRABALHO DE PESQUISA INDIVIDUAL (DAVI)


Título: UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE CUSTOS EM MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS DE SANTA CATARINA
Autores: Giovanni Dutra Menegazzo, Rogério João Lunkes, Alcindo Mendes e Darci
Schnorrenberger
Assunto: Sistemas de custos industrias
RESUMO
Este artigo aborda um estudo aonde é possível identificar os sistemas de custos mais
utilizados em Micro e Pequenas Empresas (MPEs), e as possíveis motivações. De acordo
com Kassai (1997) as MPEs, pelas características diferenciadas que apresentam em
relação às de médio e grande porte, enfrentam problemas na utilização de práticas
gerenciais como, por exemplo, a compreensão dos aspectos financeiros e contábeis do
negócio, e a contabilidade de custos. De acordo com Vogel e Wood Jr. (2013), embora
os proprietários e gestores de pequenas empresas demonstrem consciência sobre a
importância das práticas gerenciais para o sucesso do negócio, eles ainda abrem mão de
certas práticas consideradas relevantes, seja por desconhecimento, falta de recursos,
atitude dos proprietários ou por considerarem a relação custo-benefício desvantajosa.
Desta forma, a gestão destas empresas não demonstra ter conhecimentos das funções
administrativas, assim como critérios ou conhecimentos de gestão para a tomada de
decisão, tornando-se fatores que contribuem com o seu fracasso (SOLOMON, 1986;
CHER, 1990; LONGENECKER et al., 1998; HUANG; BROWN, 1999; CÊRA;
ESCRIVÃO FILHO, 2003; ALMEIDA et al., 2012).
Determinar os custos de um produto ou serviço, embora possa parecer simples,
geralmente consiste em um processo complexo. Há vários métodos de custeio
desenvolvidos ao longo da história que podem ser utilizados pelas empresas. Os métodos
mais conhecidos e utilizados são: custeio por absorção; custeio variável (também
chamado de custeio direto); e o custeio baseado em atividades, também representado pela
sigla ABC. Estes sistemas apresentam características particulares, cada um com suas
vantagens e desvantagens. No custeio por absorção separa-se os gastos em custos e
despesas, sendo que os custos são classificados em diretos e indiretos. Os custos são
relacionados à produção de bens e serviços do período e as despesas são lançadas
diretamente no resultado do exercício.
O sistema de custeio direto ou variável e a análise Custo-Volume-Lucro neste sistema, os
custos são classificados pela variabilidade, onde há a separação dos custos em fixos e
variáveis, sendo fixos aqueles que não dependem do nível de atividade da
empresa no curto prazo, ou seja, não variam com alterações no volume de produção,
levando à análise do custo-volume-lucro e ao custeio variável, em contraposição ao
custeio por absorção.

Margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e os custos e despesas


variáveis e eventualmente algum custo fixo alocável diretamente ao produto, referentes
às unidades vendidas (MARTINS, 2009).

O Ponto de equilíbrio corresponde à quantidade produzida/volume de operações para a


qual a receita é igual o custo total a fim de determinar o nível de produção em termos
de quantidade e/ou de valor que se traduz pelo equilíbrio entre a totalidade dos custos e
das receitas (MARTINS, 2009).

Com o aumento da concorrência e a diminuição do uso eficiente da mão-de-obra direta e


das máquinas como maiores diferenciais competitivos, Kaplan e Cooper (1998)
afirmam que os gerentes precisavam de informações mais precisas sobre os custos dos
processos, produtos e clientes do que poderiam obter com os sistemas de relatórios
financeiros externos. Martins (2009) explica que a diferença básica do ABC está na
procura por reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos
custos indiretos do método de custeio por absorção.

Vários estudos evidenciam a importância, bem como problemas de gestão decorrentes de


ineficiências ligadas a informações relevantes para o apoio à decisão em MPEs. A
existência de controles deficientes e a falta de informações úteis para a tomada de
decisões faz da contabilidade o instrumento que, se bem utilizada, suprirá a administração
de informações a fim de permitir a visualização do desempenho operacional da
empresa .Dentre as informações financeiras, vale destacar a adoção de métodos de
custeio, análises de margem de lucro e ponto de equilíbrio, pois muito das ineficiências
em informações financeiras está relacionado ao baixo índice de utilização deste tipo de
sistemas em micro e pequenas empresas. Em pesquisa realizada com45 micro e pequenas
empresas, Monteiro e Barbosa concluíram que a falta de análise das informações e
sistema de custos não implantado verificada é preocupante, pois empreendimentos que
não utilizam metodologia de avaliação e apuração dos custos podem estar praticando
preços abaixo do ponto de equilíbrio, gerando prejuízos contínuos. Isso pode resultar na
descontinuidade.
Num estudo envolvendo 16 micro e pequenas empresas comerciais do Estado de Santa
Catarina, Santos et al. constataram que 56,3% dos participantes afirmaram conhecer a
análise do custo/volume/lucro e ponto de equilíbrio, sendo que apenas 18,8% aplicam as
técnicas. Os autores verificaram que apesar de haver utilização de informações de
custos, a maior parte das empresas utiliza os sistemas de custeio variável , seguido pelo
sistema de custeio por absorção e custeio ABC .Dessa forma, vale ressaltar a relevância
em buscar uma melhor apuração do universo de micro e pequenas empresas atualmente
a partir de uma amostra mais relevante para efeitos comparativos com os estudos citados
além de buscar uma melhor compreensão sobre os motivos dos resultados apurados.

O fato de 37,9% dos gestores saber informar qual sistema de custeio é utilizado pela
empresa indica um percentual ligeiramente inferior aos 40% encontrados por
Lunkes. Num primeiro momento, o fato da maioria dos gestores afirmar desconhecer o
sistema de custos utilizado pela empresa revela-se ainda um fator preocupante, visto que
o seu conhecimento poderia resultar em melhores decisões para suas organizações. O fato
de que aproximadamente 31% dos gestores possuem formação em administração ou áreas
afins, remete a uma reflexão sobre a existência de uma relação entre os que afirmam
conhecer o sistema de custos e a formação. Se por um lado a maior parte dos gestores
afirmou conhecer a margem de lucro dos produtos e/ou serviços bem como o ponto de
equilíbrio das empresas em que atuam, por outro lado, curiosamente, a maior parte
afirmou não saber identificar o sistema de custos utilizado pela empresa, ou se a empresa
utiliza de fato algum sistema. Estes resultados sugerem que o sistema é utilizado de
maneira inconsciente, ou seja, de forma intuitiva.

Lançar um olhar sobre quais informações de custos os gestores de MPEs de Santa


Catarina utilizam para tomar suas decisões e verificar possíveis razões, foi o propósito
deste estudo. Assim, constatou-se que existe uma aparente contradição nas respostas dos
participantes, pois, ao mesmo tempo em que a maioria dos gestores afirma desconhecer
o uso de um sistema de custos, a maior parte também afirma fazer uso de práticas que
requerem conhecimentos de custos para sua compreensão e utilização. O baixo índice de
utilização ou conhecimento sobre os sistemas de custos indica que a utilização de sistemas
que auxiliem os gestores das empresas deste porte a conhecer os seus custos e com base
neles tomarem suas decisões, ainda está distante de ser uma prática comum.

Em função disso, normalmente os gestores julgam ter menos necessidade de informações


financeiras estruturadas por estarem envolvidos em todas as fases das operações, levando-
o a decidir com base nas experiências vividas e no feeling. Outro aspecto que ficou
evidenciado nesta pesquisa é a preferência dos gestores de pequenas empresas pelo
Custeio Variável. Os percentuais próximos entre os gestores que conhecem e utilizam o
sistema de custos utilizado pela empresa e os gestores com formação específica, podem
ser um indicativo de que aqueles que conhecem e sabem da utilidade dos sistemas de
custos, tendem a utilizá-los. Cumpre destacar que estes achados, apesar de terem validade
limitada ao público da amostra, podem indicar caminhos a serem seguidos visando
aproximar cada vez mais o que é ensinado pela academia e o que é utilizado pelos
gestores. Vale destacar também algumas implicações observadas no trabalho, como a não
identificação da efetividade e a maneira de uso das informações pelos gestores.

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