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UNIDADE 2
Gestão de recursos
hídricos e bacias
hidrográficas
Planejamento ambiental
para bacias hidrográficas
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
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Sumário
Unidade 2 | Planejamento ambiental para bacias hidrográficas 5
Planejamento ambiental
para bacias hidrográficas
Convite ao estudo
Caro aluno, anualmente ocorrem eventos de escassez hídrica
que comprometem o abastecimento público e a biodiversidade
do planeta. Nesse sentido, a gestão das bacias hidrográficas e
dos recursos hídricos é uma questão emergencial que deve ser
priorizada pelo poder público, com a participação da sociedade
civil. Ambos, em conjunto, devem estabelecer programas e
metas que contribuam para a conservação da qualidade e
disponibilidade da água. O planejamento de bacias hidrográficas
é um instrumento importante nesse processo, pois oferece
condições para que, a partir do diagnóstico da bacia hidrográfica,
sejam propostos planos que atendam às necessidades e
particularidades regionais do país com relação aos usos da água.
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de
conhecer e executar um planejamento para uso e conservação
de bacias hidrográficas. Para alcançar seu objetivo, imagine
que o município em que você mora, com 100 mil habitantes,
sofreu, durante alguns anos, com má-gestão municipal, que não
aplicou recursos financeiros adequados nos planos e programas
destinados à preservação dos recursos hídricos. Com as eleições,
houve a mudança de prefeito de vários membros das secretarias
municipais, e você foi contratado para trabalhar como engenheiro
ambiental na secretaria municipal de meio ambiente.
A primeira determinação dada pelo prefeito a você foi a
realização do planejamento da bacia hidrográfica na região da
cidade e dos recursos hídricos que abastecem o município. Como
parte de seu trabalho, você deverá elaborar um documento que
será desenvolvido em três partes, com a finalidade de registrar
as ações realizadas na primeira fase da nova gestão pública.
Este documento será norteado pelas seguintes questões: qual
é a importância do planejamento de recursos hídricos? Quais
instrumentos de gestão para o planejamento dos recursos
hídricos poderiam ser utilizados no caso em questão? O que são
os planos diretores e de que forma eles podem contribuir para a
gestão dos recursos hídricos no município? Qual é a importância
do saneamento urbano e rural para a gestão dos recursos hídricos
do município? Esses e outros questionamentos deverão ser
considerados para a entrega do documento, que será construído
processualmente.
Para responder às questões, que serão tratadas ao longo da
Unidade 2, você estudará aspectos relacionados ao planejamento
de recursos hídricos e bacias hidrográficas rurais e urbanas.
Bons estudos!
Diálogo aberto
Pesquise mais
Muitos softwares de SIG são livres e podem ser facilmente encontrados
na internet. Um exemplo é o software gratuito GvSIG (Figura 2.1), cujo
download e outras informações importantes podem ser obtidos a seguir:
GvSig Association. Disponível em: <http://www.gvsig.com/pt>. Acesso
em: 21 nov. 2017.
TEMA VARIÁVEIS
• Qualidade da água.
Água
• Utilização dos recursos hídricos.
Físico
Meio Natural
• Impermeabilização excessiva.
Solo • Manejo inadequado.
solo
• Produção de efluentes industriais com
disposição inadequada.
• Ocupação de áreas inadequadas.
• Produção de resíduos sólidos com
destinação inadequada.
Rural Atividade agrícola
• Utilização de agrotóxicos e disposição
inadequada.
Assimile
O reconhecimento do espaço geográfico da bacia e o diagnóstico da
área, considerando as características do meio natural e antrópico, fazem
parte dos planos de recursos hídricos, que podem ser elaborados a nível
de bacias hidrográficas, passando a ser vistos, portanto, como plano de
bacias. Esse documento tem um conteúdo mínimo necessário, de acordo
com a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que contempla, além
do diagnóstico da bacia: a projeção do cenário futuro da bacia (que leva
em consideração o crescimento demográfico); a demanda por recursos
hídricos; a evolução das atividades econômicas e do uso e ocupação do
solo; metas de racionalização do uso da água; prioridades de outorga de
direito de uso dos recursos hídricos; diretrizes para a cobrança pelo uso
das águas; e proposta de criação de áreas de usos restritos. O plano de
bacias é um instrumento de planejamento que visa compatibilizar oferta
e demanda por recursos hídricos ao longo de toda a bacia hidrográfica.
Exemplificando
Um exemplo de instrumento econômico destinado à conservação dos
recursos hídricos é o Programa Produtor de Água, da ANA, que tem
como objetivo orientar, certificar e remunerar os produtores rurais que
desenvolvam projetos que proponham ações de melhoria da qualidade e
oferta de água nas bacias hidrográficas. A adesão ao programa é voluntária
e a inscrição para a obtenção do recurso financeiro é feita por meio de
chamada pública em edital.
Exemplificando
O Sistema Nacional de Informações Sobre os Recursos Hídricos (SNIRH)
e os relatórios de qualidade da água são exemplos de instrumentos de
apoio. O primeiro refere-se a um amplo sistema de coleta, tratamento,
armazenamento e recuperação de informações sobre os recursos
hídricos; o segundo, que é integrante do SNIRH, refere-se exclusivamente
a informações de caráter qualitativo sobre as águas, resultado de
informações obtidas por meio das redes de monitoramento de qualidade
da água.
Reflita
Tendo em vista a urgência em tratar assuntos relacionados à gestão de
recursos hídricos e bacias hidrográficas, até que ponto a articulação entre
os governos federal, estadual e municipal tem contribuído para a efetiva
aplicação dos pressupostos previstos nos planos de recursos hídricos?
Pense sobre o assunto!
Avançando na prática
a) Regulatório.
b) Técnico-operacional.
c) Econômico.
d) De divulgação.
e) Estratégico.
Diálogo aberto
Exemplificando
Geração de hidroeletricidade, pesca, aquicultura, navegação, recreação
e proteção da vida aquática são alguns dos exemplos de usos não
consuntivos da água. Com relação aos usos consuntivos, destacam-se
os usos em processos industriais, irrigação, dessedentação de animais e
abastecimento de água para consumo humano.
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistemas_alternativos_de_drenagem#/media/File:Streetside_swale_Seattle.jpg>.
Acesso em: 6 dez. 2017.
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistemas_alternativos_de_drenagem#/media/File:Streetside_swale_Seattle.jpg>.
Acesso em: 6 dez. 2017.
Reflita
Você concorda com a cobrança da taxa de drenagem urbana? Em sua
opinião, quais são os prós e contras a respeito da cobrança? Reflita sobre
o assunto!
Assimile
Construção de sistemas de drenagem de água pluvial, coleta e tratamento
de esgoto e limpeza urbana são ações incluídas no saneamento urbano.
Tais medidas são imprescindíveis para a conservação da qualidade das
águas superficiais e subterrâneas.
Pesquise mais
Os Planos Municipais de Recursos Hídricos são instrumentos de gestão
que definem as diretrizes para implementação das políticas nacionais
e estaduais de recursos hídricos. Para conhecer um PMRH, acesse o
documento a seguir:
CAMPINAS. Decreto nº 19168, de 06 de junho de 2016. Institui o Plano
Municipal de Recursos Hídricos e dá outras providências. Disponível
Avançando na prática
Pesquise mais
Para ajudar a solucionar a situação, faça a leitura do documento a seguir:
IGAM. Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Proposta de termo de
referência para Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias
Hidrográficas. Disponível em: <http://www.igam.mg.gov.br/images/
stories/usodaagua/tdr-pdrhb.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2017.
a) Bacia de detenção.
b) Bacia de retenção.
c) Sistema de biorretenção.
d) Telhado verde.
e) Vala de infiltração.
Diálogo aberto
Exemplificando
As matas ciliares são exemplos de APPs, pois tratam-se de áreas com
cobertura vegetal, localizadas às margens de rios, lagos, igarapés, olhos
d’água e represas, apresentando como função a proteção dos recursos
hídricos, tal como os cílios protegem os olhos. Daí vem o seu nome.
Assimile
Zoneamento rural é um termo utilizado para designar a organização do
território rural. Ele deve estar contemplado no plano diretor, que tratará
do ordenamento do espaço rural de forma integrada ao meio urbano.
No entanto, Miranda et al. (2014) criticam a omissão na inclusão das áreas
rurais nos planos diretores, ferindo os preceitos do Estatuto das Cidades,
que estabelece que os municípios devem ser vistos como um todo (áreas
urbanas e rurais) e prejudicando o crescimento econômico planejado.
Pesquise mais
Quer saber mais sobre como funciona o sensoriamento remoto? Então
não deixe de ler o artigo a seguir:
SAUSEN, T. M. Sensoriamento remoto e suas aplicações para recursos
naturais. Projeto Educa SeRe III-Carta-Imagens CBERS. Disponível em:
<https://educacaoespacial.files.wordpress.com/2010/10/ijespacial_14_
sensoriamento_remoto.pdf>. Acesso em: 8 dez. 2017.
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistemas_alternativos_de_drenagem#/media/File:Streetside_swale_Seattle.jpg>.
Acesso em: 6 dez. 2017.
Pesquise mais
Conheça mais sobre alternativas para o tratamento de efluentes acessando
o arquivo a seguir:
SILVA, W. T. L. da. Saneamento básico rural. Brasília: Embrapa, 2014.
Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/
1 Excrementos animais e
restos de alimentos são
misturados com água no
alimentar do biodigestor.
4 As sobras servem
como fertilizante.
2 Dentro do biodigestor,
a ação das bactérias
decompões o lixo,
transformando-o em gás
metano e adubo.
Reflita
Segundo dados do IBGE (2013), dos 31 milhões de habitantes das áreas
rurais e comunidades isoladas, apenas 22% tem acesso a serviços
Avançando na prática
2. Uma vez que o solo rural é ocupado, técnicas de manejo precisam ser
empregadas a fim de reduzir os impactos ambientais decorrentes do uso
intensivo do solo aos recursos hídricos. De acordo com Bertoni e Lombardi
Neto (2005), as técnicas de manejo podem ser agrupadas em mecânicas,
edáficas ou vegetativas.
ANA. Agência Nacional de Águas. Conjuntura dos recursos hídricos: Informe 2016. Brasília:
ANA, 2016. Disponível em: <http://www3.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de-conteudos/
conjuntura-dos-recursos-hidricos/informe-conjuntura-2016.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2017.
BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. 5. ed. São Paulo: Ícone, 2005.
BRASIL. Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para
o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de
maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a
Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 8 dez. 2017.
IGAM. Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Proposta de termo de referência para Planos
Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas. Disponível em: <http://www.
igam.mg.gov.br/images/stories/usodaagua/tdr-pdrhb.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2017.
RTV CAATINGA UNIVASF. Univasf Debate Saneamento Rural. 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=cOmcoFeuh-I>. Acesso em: 8 dez. 2017.
SCHUSSEL, Z.; NASCIMENTO NETO, P. Gestão por Bacias Hidrográficas: do debate teórico
à gestão municipal. Ambiente e Sociedade, São Paulo, v. 18, n. 3, p.137-152, jul. 2015.
SILVA, W. T. L. da. Saneamento básico rural. Brasília: Embrapa, 2014. Disponível em:
<https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1001357/saneamento-
basico-rural>. Acesso em: 8 dez. 2017.