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CURSO DE DIREITO
São Paulo, SP
2006
TATIANA CAVALCANTE BOLOGNANI
São Paulo, SP
2006
2
BOLOGNANI, Tatiana Cavalcante
Deficientes físicos: Principais aspectos jurídicos e acessibilidade ao
mercado de trabalho/Tatiana Vasconcelos.São Paulo:UniFMU,2006
Introdução/1. Conceito “Pessoa Portadora de Deficiência Física”/2..Breve
Histórico de qual era o tratamento aos Deficientes Físicos no decorrer da
História /3.Normas Internacionais/4 Normas Nacionais/Conclusão.
3
TATIANA CAVALCANTE BOLOGNANI
Banca Examinadora:
Profº
Orientador
Prof. Argüidor
_______________________________________________________________
Prof. Argüidor
4
Dedicatória:
5
AGRADECIMENTOS
6
O que as vitórias têm de ruim é que elas não são definitivas.
O que as derrotas têm de bom é que elas não são definitivas.
SARAMAGO
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
3. NORMAS INTERNACIONAIS 18
4. NORMAS NACIONAIS 21
4.1. Direito de Acessibilidade 22
4.2. Acessibilidade ao Judiciário 24
4.3. Direito a Assistência Social 28
4.4. Direito à Educação 32
4.5. Direito à Saúde 33
4.6. Direito à isenção de alguns impostos 33
4.7. Acessibilidade ao Mercado de Trabalho 36
CONCLUSÃO 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43
8
INTRODUÇÃO
9
questão da deficiência em nosso país é uma questão de democracia e direitos, é
uma questão de cidadania, é uma questão social.
10
1. CONCEITO “PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA FÍSICA”
1
Decreto nº. 3298 de 20 de dezembro de 1999
11
c- Deficiente visual: aquele que possui diminuição da acuidade visual,
redução do campo visual ou ambas as situações;
12
2. BREVE HISTÓRICO SOBRE O TRATAMENTO DISPENSADO AOS
DEFICIENTES NO DECORRER DA HISTÓRIA
2
Romita, Arion Sayão. Trabalho do Deficiente: In JTB 17-812, p. 6.
13
Byron (1788-1824); poeta inglês, que era
clubfoot, isto é, portador de um pé deformado,
torto.
14
A pessoa portadora de deficiência é uma pessoa capaz, mas que
possui algumas limitações físicas ou mentais 3 .
3
Na realidade, o patrimônio jurídico das pessoas portadoras de deficiência se resume no cumprimento do
direito à igualdade, quer apenas cuidando de resguardar a obediência à isonomia de todos diante do texto legal,
evitando discriminações, quer colocando as pessoas portadoras de deficiência em situação privilegiada em
relação aos demais cidadãos, benefícios perfeitamente justificado e explicado pela própria dificuldade de
integração natural desse grupo de pessoas (ARAUJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional das
pessoas portadoras de deficiência. Brasília: Coordenadoria Nacional Para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência – CORDE, 1994, p. 81).
15
De igual modo, em determinados períodos históricos, como na
4
Roma Antiga, comportamentos discriminatórios são visualizados, na parte que
versava sobre o pátrio poder, o patriarca estava autorizado a matar os filhos
nascidos defeituosos.
Os Gregos, por sua vez, com seu profundo culto ao corpo perfeito
e seu espírito altamente competitivo, conforme Feltrin 5 advogavam a tese da
"morte lenta" para os inválidos e idosos, pois entendiam que estas pessoas não
tinham mais qualquer utilidade no meio social, constituindo apenas um incômodo
aos mais jovens.
16
relacionamento entre os diversos Estados, conjugando o valor da liberdade ao
valor da igualdade. Circunstância que fomentou uma incipiente mudança de
mentalidade, observada na segunda metade do século XX e que ganha força à
medida que ocorre um maior comprometimento social, ampliando a abrangência
dos chamados “direitos humanos”.
17
3. NORMAS INTERNACIONAIS
18
Em 1982, a ONU aprovou o Programa de Ação Mundial para as
Pessoas Deficientes 9 , a qual tinha como postulado básico, a igualdade de
oportunidades, garantindo a todos o acesso ao sistema geral da sociedade - meio
físico e cultural, a habitação, o transporte, os serviços sociais e de saúde, as
oportunidades de educação e de trabalho, a vida cultural e social, inclusive as
instalações esportivas e de lazer (art. 12).
9
Resolução 37/52, 3.12.82
10
Pastore, José. op. cit., p. 36
19
Com a modificação do Tratado de Amsterdã em 1997, esse
passou a servir como recomendação para os países da União Européia, como
instrumento de anti-discriminação e obrigação de facilitar a inserção, permanência
e progresso dos portadores de deficiência no mercado de trabalho.
20
4. NORMAS NACIONAIS
21
edificações e vias públicas, bem como permitam o acesso dos deficientes físicos a
edifícios, a logradouros e aos meios de transporte. Ainda, refere expressamente a
aplicação subsidiária da Lei n° 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública). Por fim, define
como crime punível, com reclusão de um a quatro anos, deixar de cumprir a
execução de ordem judicial expedida na ação civil aludida na Lei em comento.
22
A Lei N.º.853/89 juntamente com o Decreto Federal n.º 3.289 de
20 de dezembro de 1999 que a regulamentou. Já a estadual, está na Constituição
Estadual de 1989, art. 224, parágrafo 1º, e também a própria Lei Estadual n.º
11.666 de 9 de dezembro de 1994, que estabelece normas para acesso das
pessoas portadoras de deficiência aos edifícios de uso público.
23
Segundo art. 2º da Lei Estadual n.º 11.048 de 18 de janeiro de
1993 serão reservados preferencialmente às pessoas portadoras de deficiência
física permanente 10% (dez por cento) das unidades habitacionais, construídas
pelos programas de construção de habitações populares financiados pelo Poder
Público. (Minas Gerais).
11
SÉGUIN, Elida. Minorias e grupos vulneráveis: uma abordagem jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2002.p.25
24
mostrado solícito à efetivação de políticas públicas consistentes, de modo a
atender as necessidades das pessoas portadoras de deficiência física.
12
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Traduzido por Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus,
1992.p.67
25
interesses coletivos e difusos dessas pessoas, disciplinou a atuação do Ministério
Público e definiu crimes. Objetivou esta lei, assegurar as pessoas portadoras de
deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, principalmente no que diz
respeito à saúde, educação, ao trabalho, lazer, à previdência social, ao amparo à
infância e maternidade.
13
Revista Justitia:Ministério Público, Janeiro/Março de 1988,vol.141-p.55/68
26
“No campo interventivo, assim, é perfeitamente
compatível que o Ministério Público, ampliando
seu campo de atuação dentro do próprio
ordenamento jurídico ainda em vigor, possa
encaminhar-se para a atuação protetiva das
pessoas que ostentem qualquer forma de grave
deficiência, seja intelectual, motora, sensorial,
funcional, orgânica, de personalidade, social ou
meramente decorrente de fatores outros, como a
idade avançada. A tanto o legitima o artigo 82,
inciso III do CPC.
27
Frisamos ainda, que as questões suscitadas constituem uma
incipiente tentativa de colocar em prática um verdadeiro Estado Democrático de
Direito, com ampla participação social, no qual a "democracia" se destaque como a
realização de valores para a otimização da convivência humana.
I a III - (omissis)
28
Quanto à habilitação e reabilitação das Pessoas Portadoras de
Deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, houve importante
progresso, tendo em vista que, anteriormente, apenas os segurados da
previdência - ou seja, aqueles que contribuíam para o sistema - possuíam tal
direito. Com a nova ordem constitucional, o direito se estendeu a toda e qualquer
Pessoa Portadora de Deficiência, como um direito de natureza assistencial e não
mais exclusivamente previdenciária.
29
Art. 91. Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação profissional,
auxílio para tratamento ou exame fora do domicílio do beneficiário, conforme
dispuser o Regulamento.
Posicionamento da Jurisprudência:
30
Previdenciário. Direito Assegurado pela
Constituição Federal
14
17ª Vara Federal de São Paulo – Ação Ordinária – Processo n. 93.0022137-0 – Juíza Federal Renata Andrade
Lotufo Cerqueira).
31
União Federal. No mesmo sentido se posicionou o TRF da 4ª Região, através da
edição da Súmula de nº. 61 15
15
A União e o INSS são litisconsortes passivos necessários nas ações em que seja postulado o benefício
assistencial previsto no art. 20 da Lei 8.742/93, não sendo caso de delegação de jurisdição federal.
DJ (Seção 2) de 27-05-99, p. 290
32
O art. 59, inciso IV, da Lei Federal n.º 9.394/96, e o art.28, do
Decreto n.º 3.298/99, asseguram o seu acesso à educação especial para o
trabalho, tanto em instituição pública quanto privada, que lhe proporcione efetiva
integração na vida em sociedade. Nesse caso, as instituições são obrigadas a
oferecer cursos de formação profissional de nível básico, condicionando a
matrícula do portador de deficiência à sua capacidade de aproveitamento e não ao
seu nível de escolaridade. Ainda deverão oferecer serviços de apoio
especializados para atender às peculiaridades da pessoa portadora, como
adaptação de material pedagógico, equipamento e currículo; capacitação de
professores, instrutores e profissionais especializados; adequação dos recursos
físicos, como eliminação de barreiras ambientais.
IPI
33
passageiros, bem como por pessoas portadoras de deficiência física e aos
destinados ao transporte escolar, e dá outras providências" e dá outras
providências.
IOF
ICMS
34
"Artigo 19 - (DEFICIENTE FÍSICO - VEÍCULO AUTOMOTOR) - Saída interna ou
interestadual de veículo automotor novo, com até 127 HP de potência bruta (SAE),
que se destinar o uso exclusivo do adquirente paraplégico ou portador de
deficiência física impossibilitado de utilizar modelos comuns, excluído o acessório
opcional que não seja equipamento original do veículo (Convênio ICMS-35/99,
com alteração dos Convênios ICMS-71/99, cláusula segunda, ICMS-29/00 e ICMS-
85/00)”.
IPVA
IR
35
Os pagamentos relativos à instrução do deficiente físico ou mental,
como cursos e escolas especiais, não se enquadram como despesas com
educação e sim como instrução médica. Desta forma, como não existe limite de
dedução para despesas médicas, as despesas com o dependente deficiente físico
ou mental poderão ser declaradas integralmente da base de cálculo do seu
imposto, aumentando assim suas chances de restituição.
36
a) realizada com a intermediação de entidade sem fins lucrativos, de natureza
filantrópica e de comprovada idoneidade, que tenha por objeto assistir o portador
de deficiência;
16
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o
tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03-01-74).
II - A contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os
órgãos da Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional (Art. 37, II, da Constituição da República).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de
20-06-1983), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do
tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração
direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista,
desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (art. 71 da
Lei nº 8.666, de 21.06.1993). (Alterado pela Res. 96/2000, DJ 18.09.2000
37
“ MANDADO DE SEGURANÇA MSG307392 DF 17
ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
EXAME PSICOTÉCNICO. CARREIRA POLICIAL
CIVIL DO DISTRITO FEDERAL. CANDIDATO
APROVADO. RESULTADO HOMOLOGADO.
OBEDIÊNCIA À ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO.
SÚMULA NÚMERO 15, DO EXCELSO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. Segurança concedida. O
pretenso insuperável obstáculo do exame
psicotécnico de resultado irrecorrível afronta o
princípio da impessoalidade garantido pela
constituição. Somente a doença mental capaz de
retirar da pessoa a capacidade de entendimento e
autodeterminação, pode torná-la inabilitada para o
exercício de cargo público, porque mesmo o
portador de deficiência física pode ser admitido no
serviço público e adaptado para o exercício de
certas funções. preterindo o impetrante com a
escusa de reserva de vaga no ato de nomeação,
descumpriu a autoridade o enunciado da súmula
número 15, do excelso Supremo Tribunal Federal.”
17
Acórdão nº 63818. 23/03/1993-Orgão Julgador:Conselho Especial.Relator:Lécio Resende, Publicação
DJU:26/05/1993.p.20017
38
III – de 501 a 1000, 4%;
18
Consideram-se pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, aquelas que não vinculadas ao RGPS que
tenham se submetido ao processo de habilitação profissional desenvolvido pelo INSS ou por entidades
reconhecidas legalmente para este fim (art. 1º, § 2º, Portaria n. 4.677/98, do Ministério da Previdência e
Assistência Social).Considera-se pessoa portadora de deficiência habilitada aquela que conclui curso de
educação profissional de nível básico, técnico ou tecnológico, ou curso superior, com certificado ou
diplomação expedida por instituição pública ou privada, legalmente credenciada pelo Ministério da Educação
ou órgão equivalente, ou aquela com certificado de conclusão de processo de habilitação ou reabilitação
profissional fornecido pelo INSS (art. 36, § 2º, Portaria n. 4.677/98, do Ministério da Previdência e Assistência
Social).Considera-se, também, pessoa portadora de deficiência habilitada aquela que, não tendo se submetido a
processo de habilitação ou reabilitação, esteja capacitada para o exercício da função (art. 36, § 3º, Portaria n.
4.677/98, do Ministério da Previdência e Assistência Social).
19
Consideram-se beneficiários reabilitados todos os segurados vinculados ao Regime Geral da Previdência
Social (RGPS), submetidos ao processo de reabilitação profissional desenvolvido ou homologado pelo INSS
(art. 1º, § 1º, Portaria n. 4.677/98, do Ministério da Previdência e Assistência Social).
39
àquele trabalhador. Na hipótese, consignando o
e. Regional que o reclamante foi admitido em
1982, sofreu acidente em 1987, acarretando-lhe
a deficiência física, mas permaneceu no emprego
até 1997, significa que não fora ele admitido na
empresa para preencher a quota obrigatória
destinada aos deficientes físicos, porque na
ocasião do seu ingresso não era portador de
deficiência. Ileso o § 1º do art. 93 da Lei nº
8.213/91, o recurso de revista não merece ser
admitido. Agravo de instrumento não provido" 20
20
TST-4ª T-AIRR nº58562/2002-900-02-00-Rel. Juiz conv. José Antonio Pancotti – j. 27.4.2005-DJ 13.5.2005
21
TRT 3ª R. – 4ª T. RO nº 13902/00 – Rel. Rogério Valle Ferreira – DJMG 19.5.2001 – p.13
40
a) desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da sociedade
civil, de modo a assegurar a plena integração da pessoa portadora de deficiência
no contexto socioeconômico e cultural;
41
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Traduzido por Carlos Nelson Coutinho. Rio
de Janeiro: Campus, 1992.
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ARTIGOS CONSULTADOS NA INTERNET
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