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Um Orador Persistente
Se o compromisso com Cristo é a base de um casamento bem-
sucedido, então a oração diária a dois é a construção firme, rocha a
rocha, que fornece um porto seguro para uma intimidade verdadeira.
Isso com certeza foi verdade para os meus pais. James Dobson
Sr. foi pastor e evangelista por quase toda a sua vida. Com
frequência, passava longas horas sobre seus joelhos, conversando
com Deus, e orando por seu ministério e por aqueles que amava.
Na pequena cidade do Texas, onde passei meus tempos de pré-
escola, ele era conhecido como “o homem sem couro na ponta dos
sapatos”. Passava tanto tempo ajoelhado que desgastava os bicos
dos sapatos antes das solas.
Papai não orava sozinho. Minha mãe, sua amada esposa, a quem
chamava Myrt, juntava-se a ele para orar com regularidade, em
tempos de crise, em tempos rotineiros e em tempos nos quais
necessitavam de ajuda e direcionamento especiais para lidarem
com um filho indisciplinado chamado Jim. As vezes em que oraram
juntos devem ter causado uma profunda impressão nos meus
primeiros anos, pois contaram-me que, quando eu tinha um ano de
idade, tentei orar com eles. Ainda nem tinha aprendido a falar, então
tentei imitar os sons que eles faziam enquanto se comunicavam
com Deus.
Não tenho dúvida de que o amor inabalável de meus pais por
Jesus Cristo, renovado dia a dia pelas conversas com Ele,
consolidou a profunda afeição e o respeito de um pelo outro. Sua
vida de oração foi a cola que preservou uma união amorosa por 43
anos, até meu pai deixar este mundo, em 1977.
Tenho tentado seguir esse exemplo em minha própria casa. As
inúmeras vezes em que Shirley e eu nos curvamos diante de Deus
para oferecer palavras de gratidão, pedidos de ajuda e expressões
de amor têm fortalecido nosso relacionamento também, de formas
que jamais poderão ser medidas. A oração tem sido a autoridade
estabilizadora da nossa vida juntos.
É claro que algumas pessoas usam a oração da para tentar
manipular um “poder maior” não identificado. Um amigo meu diz, em
tom de brincadeira, que ele faz uma oração sempre que passa em
frente à loja de doughnuts. Ele sabe que não é saudável comer
esses doces gordurosos, mas ele gosta disso demais. Assim, pede
a Deus permissão para ser indulgente consigo mesmo todos os
dias. Ele diz: “Se for da tua vontade que eu coma um doughnut
nesta manhã, então deixe uma vaga no estacionamento disponível
para mim enquanto dou a volta no quarteirão”. Se não encontrar
nenhum espaço para o seu carro, ele dá mais uma volta e ora de
novo.
Shirley e eu levamos nossa vida de oração um pouco mais a
sério. Em tempos bons ou maus, momentos de ansiedade e
períodos de adoração, temos compartilhado desse privilégio
maravilhoso de falar direto com o nosso Pai celestial. Genial! Não é
necessário marcar para entrar em sua presença. Não temos que
passar por seus subordinados ou subornar seus secretários. Ele
simplesmente está ali, sempre que nos curvamos juntos diante dEle.
Alguns dos momentos mais maçantes da minha vida ocorreram
nessas sessões tranquilas com o Senhor.
Não entenda mal — orar sozinho, com um amigo, num estudo
bíblico ou na igreja é de extrema importância, e nosso Pai lhe dá o
mesmo valor, porém há algo especial sobre a oração entre marido,
mulher e Deus que não se pode encontrar em nenhum outro lugar.
Isso cria uma conexão espiritual, uma responsabilidade e um
vínculo santo que traz força e estabilidade à relação. Isso até lhe
permite conversar sobre certos assuntos delicados que poderiam
nunca vir à tona de outro modo — assuntos sobre os quais se pode
discutir e orar em espírito de humildade e pureza de razões.
Um outro disse:
A perfeição não existe. Vocês devem entrar nos
primeiros anos de casamento com uma licença de aprendiz
para exercitarem-se em suas incompatibilidades. Isso é um
esforço contínuo.
Esses pontos de vista não parecem exatamente românticos,
parecem? No entanto, carregam a sabedoria da experiência. Duas
pessoas não são compatíveis só porque se amam e são ambas
cristãs. Muitos jovens acreditam que aquele mar de rosas que
caracterizou o momento inicial do namoro durará para sempre. Não
creia nisso! Seria ingênuo esperar que dois indivíduos únicos e com
vontade própria encaixassem-se de um modo fácil, como duas
máquinas. Mesmo engrenagens têm uma série de rodas dentadas,
com suas bordas ásperas, que precisam ser afiadas antes de
funcionarem em conjunto.
Esse processo de afiação, em geral, acontece nos primeiros anos
de casamento. Nessa época, é normal acontecer uma luta
dramática por poder na relação. Quem será o líder? Quem será o
seguidor? Quem determinará como gastar o dinheiro? Quem
conseguirá impor o seu jeito quando houver discordância? Tudo
está disponível para quem quiser agarrar no começo, e essas
decisões iniciais prepararão o cenário futuro.
“Prometo...”
Pode-se definir o amor de umas dez mil maneiras, mas, no
casamento, “eu te amo” significa, na verdade: “eu prometo estar do
seu lado, todos os meus dias”. É uma promessa que diz: “estarei
com você quando perder seu emprego, sua saúde, seus pais, sua
beleza, sua confiança, seus amigos”. É uma promessa que diz ao
seu companheiro: “vou engrandecer você, ignorar suas fraquezas,
perdoar os seus erros, colocar as suas necessidades acima das
minhas, permanecer ao seu lado mesmo quando as coisas ficarem
difíceis”.
Esse tipo de certeza irá mantê-los firmes através dos altos e
baixos da vida, “na alegria e na tristeza”. Quando você cumpre a
promessa contida no “eu te amo”, atende à ordem do nosso Senhor,
presente nas Escrituras: “Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’”
(Mt 5.37).
A Compreensão do Amor
O amor... Suas brasas são fogo ardente,
são labaredas do Senhor.
Cantares de Salomão 8.6
A Excitação da Conquista
Seja há poucos dias, semanas ou meses depois do casamento,
algo começa a acontecer àquele amor. Um homem e uma mulher
simplesmente parecem perder o vento que soprava o seu veleiro
romântico. Nem sempre isso acontece, mas é muito comum.
A sua situação lembra-nos a de marinheiros dos tempos das
caravelas. Os marujos daquela época tinham muito o que temer,
como piratas, tempestades e doenças, porém o seu maior medo era
que seu navio pudesse encontrar as calmarias. Elas eram uma área
do oceano, perto do Equador, caracterizada por ventos calmos e
com pouca variação. Isso poderia significar morte para toda a
tripulação. Esperavam durante dias, ou até semanas, por uma brisa
que os pusesse de volta ao seu curso, e isso esgotava o suprimento
de comida e água do navio.
Bem, os casamentos que alguma vez já foram excitantes e
amorosos podem também ser pegos na calmaria romântica,
provocando uma morte lenta e dolorosa do relacionamento,
entretanto não precisa ser assim. O escritor Doug Fields, em seu
livro Creative Romance (“Romance Criativo”), diz que “namorar e
ser romântico com o seu cônjuge pode mudar esses padrões e ser
muito divertido. Não existe uma solução rápida para um casamento
estagnado, é claro, mas é possível deixar de lado as desculpas e
começar a namorar o seu amado.7 Na verdade, você deveria
experimentar pensar como um adolescente de novo. Deixe-me
explicar.
Lembre-se por um momento da loucura dos seus dias de namoro
— os modos recatados, o flerte, as fantasias, a corrida pelo prêmio.
Uma vez que mudamos da corte para o casamento, a maioria de
nós achou que deveria crescer e deixar os joguinhos para trás. Só
que talvez não tenhamos amadurecido tanto quanto gostaríamos de
acreditar.
De alguma maneira, as relações românticas sempre trarão
consigo algo da sexualidade adolescente. Adultos ainda gostam da
excitação da conquista, da sedução do inatingível, da atração pelo
novo em contrapartida com o tédio do antigo. Os impulsos imaturos
são controlados e minimizados em um compromisso sério, mas
nunca desaparecem por completo.
Isso poderia ajudá-lo a trazer mais vitalidade ao seu casamento.
Quando as coisas estiverem meio passadas entre você e o seu
cônjuge, talvez você deva se lembrar de alguns velhos truques. Que
tal café da manhã na cama? Beijo na chuva? Reler aquelas cartas
de amor juntos? Uma noite numa pousada? Admirar as estrelas?
Preparar uma récita que você nunca tenha tentado antes? Um
telefonema no meio do dia? Uma rosa vistosa e um bilhete
romântico? Há dezenas de maneiras de fazer o vento soprar as
velas mais uma vez.
Recordo-me de uma ocasião — muitos anos depois daquele
infeliz dia dos namorados — na qual Shirley e eu exploramos o que
chamamos de nossos velhos fantasmas. Passamos um dia inteiro
juntos, começando com uma visita ao mercado público, por onde
passeamos quando jovens namorados. Depois almoçamos
calmamente no nosso restaurante favorito e conversamos sobre
fatos antigos. Em seguida, assistimos a uma peça teatral no
Pasadena Playhouse, onde fomos em nosso segundo encontro.
Mais tarde, comemos torta de cerejas com café no restaurante
Gwinn’s, um dos lugares preferidos dos casais de namorados.
Falamos de nossas lembranças gostosas e revivemos a alegria os
primeiros dias. Foi uma reprise maravilhosa.
Noutra vez, quando fiquei longe da Shirley e das crianças por
duas semanas, planejei uma surpresinha para ela. Pedi que
estivesse arrumada para jantarmos quando eu voltasse para casa.
Então liguei para a sua mãe e pedi-lhe que se preparasse para
passar a noite com as crianças, mas deixasse Shirley pensando que
elas voltariam para casa, mais tarde.
Depois de termos jantado e ido ao teatro naquela noite, fomos de
carro até um vilarejo no litoral, onde eu havia feito reservas num
hotel. Shirley não se deu conta até que abri a porta e convidei-a
para vir comigo. Aquela noite ainda é uma das nossas melhores
recordações. (Veja, aprendi mesmo algumas coisas ao longo dos
anos!)
Seu Jim
* N. do T.: Numa tradução literal, o título dado ao livro significa
esconda-se ou procure. Pela semelhança sonora em inglês, seu
nome foi confundido com o da brincadeira infantil de esconder-se. É
como se o título do livro fosse “Procura ou esconde” e passasse a
se chamar “Pique esconde”. No Brasil, foi intitulado “Esconde-
esconde”.
Notas
Introdução
Epílogo
Notas