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FACE/UFMG – Macroeconomia III

Curso de Ciências Econômicas – Prof. Lízia de Figueiredo

Mini-prova I (cinco pontos)– Modelo de Solow - 27/03/2018

Nome/número: José Carlos Mirnada da Silva

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Responda (V) ou (F) :

Sobre o Modelo de Solow sem progresso tecnológico:

1.( V ) O modelo supõe que duplicando o capital há duplicação do produto, tudo o mais
permanecendo constante;

2.( F ) A renda per capita independe do valor do capital per capita;

3. ( V ) O investimento líquido é igual ao investimento bruto menos o valor da depreciação


efetiva do capital. O investimento bruto é igual ao produto da taxa de poupança pela renda por
trabalhador;

4. ( V ) Um forte crescimento populacional requer a destinação de um valor maior da


poupança para manter estável a relação capital/trabalho (o capital por trabalhador);

5.( F ) No equilíbrio de longo prazo, o valor da poupança será somente suficiente para financiar o
valor da depreciação efetiva;

6. ( V ) Quanto maior a taxa de depreciação, menor o capital por trabalhador, ceteris paribus;

7. ( V ) Quanto maior a taxa de crescimento da força de trabalho, tudo o mais constante, menor o
pib por trabalhador;

8.( V ) O modelo conclui que o pib por trabalhador de qualquer região cresce, no longo prazo, à
taxa do progresso tecnológico;

9.( V ) O produto por trabalhador não cresce no longo prazo pois há rendimentos marginais
decrescentes do capital;

10.( V ) Diferenças em taxas de poupança não afetam diferenças em rendas per capita,
embora afetem diferenças no capital per capita;

11. ( F ) O estoque de capital total cresce à taxa de crescimento populacional;

12. ( F ) O modelo não é capaz de explicar a estabilidade da relação capital/produto observada nos
países;

13.( F ) As inferências que podemos tirar do modelo são incompatíveis com o fato de que haja
diferenças persistentes entre as rendas per capita dos países;

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14. ( V ) A Coréia do Sul possui uma taxa de poupança muito maior do que a do Brasil. Com
base no modelo de Solow você pode afirmar que, tudo o mais constante, este seria um fator que
explicaria o melhor poder aquisitivo da Coréia do Sul.

Per Capita Income -


Output-side real GDP at chained PPPs (in mil. 2011US$)/population millions

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

Brazil 1.593 2.350 3.328 5.246 5.879 8.576 13.440

China 1.139 1.267 1.578 2.332 4.022 V

USA 14.619 17.525 23.373 29.289 36.400 46.066 49.215


Fonte: PWT 9.0

Feenstra, Robert C., Robert Inklaar and Marcel P. Timmer (2015), "The Next Generation of the Penn World Table" American Economic
Review, 105(10), 3150-3182, available for download atwww.ggdc.net/pwt

Com base na Tabela acima e usando o modelo de Solow é possível inferir:

15.( V )Ao longo do período, os EUA possuem maiores taxas de poupança e/ou menores taxas de
crescimento populacional em relação ao Brasil e à China;

16.( V ) Nos anos indicados, a China parece ter superado o Brasil em taxa de poupança e/ou taxa
de crescimento populacional;

17. ( V ) A China cresce 2,21% acima dos EUA no período 60-2010. O Brasil cresce 1,46% a mais do
que os EUA, no mesmo período. Somente a China passa por um “milagre” (há crescimento dos
EUA (2,09%), pois o progresso tecnológico gera um crescimento permanente da renda por
trabalhador, compensando os rendimentos marginais decrescentes do capital);

18. ( V ) A China aumentou sua taxa de poupança ao longo do período.

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Estabilidade do equilíbrio

1.( F ) Se a economia estiver fora do estado estacionário e se o capital por trabalhador for inferior
ao seu valor de estado estacionário, pode-se inferir que a taxa de depreciação supera a taxa de
poupança do produto médio;

2.( F ) No caso de (1), a economia terá menor pib per capita, no longo prazo, correspondente ao
nível inferior de capital per capita;

3. ( V ) Se o capital por trabalhador supera seu valor de estado estacionário, a poupança do


produto médio é inferior à taxa de depreciação efetiva;

4. ( F ) No caso acima (3), haverá investimento líquido negativo. Com o decréscimo do estoque de
capital por trabalhador, haverá aumento do produto médio e logo da poupança do produto
médio, o que reduzirá o valor do (negativo) investimento líquido.

Choque positivo em s:

1.( V ) Um aumento na taxa de poupança, estando a economia originalmente em equilíbrio,


aumenta a poupança do produto médio (pelo efeito direto do aumento do s), que passa a
superar a taxa de depreciação, no nível original de k ;

2.( V ) Após o choque, há então investimento líquido positivo, ou seja, há um aumento do


capital por trabalhador. O crescimento do capital por trabalhador é acompanhado por
crescimento da renda por trabalhador;

3. ( V ) O aumento da produção por trabalhador é acompanhado pelo aumento da relação y/k,


logo pelo aumento de sy/k, que se mantém superior à taxa de depreciação, enquanto não
atingirmos o estado estacionário;

4.( F ) Com o choque em s, a economia entra numa fase de crescimento permanente do


capital por trabalhador;

5. ( F ) Quando há investimento líquido do capital por unidades efetivas de trabalho, o produto


por unidades efetivas de trabalho cresce alfa vezes o crescimento do capital por unidades efetivas
de trabalho. O capital per capita, por sua vez, cresce acima do progresso tecnológico.

6.( F ) No novo equilíbrio de longo prazo, o valor da poupança será somente suficiente para
financiar o valor da depreciação efetiva do capita).

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Aplicações para o Brasil: as questões abaixo, sobre Economia Brasileira, têm como base os
trabalhos de Bacha & Bonelli (2005) , Gomes et al (2003) , Borges Ferreira (2012) e Barro & Lee
(2010) (assuma que “tudo mais esteja constante” em todas as questões). Use o Modelo de Solow
como referência.

Responda V ou F:

1. ( V ) o desempenho da taxa de poupança (cai de 24%, em 1980, para 19%, em


2000) pode ter colaborado para o crescimento negativo (-0,23% ao ano)
do pib por hora de trabalho, no período 1981-1994 ;

2. ( V ) a relação capital produto aumenta de 1,8, em 1970 para 2,8, em 1980.


Nitidamente, houve uma transição para um nível mais elevado de capital per capita na
década de 70 e o Brasil passa a ter maior capital por trabalhador;

3. ( V ) o pib por trabalhador no período 67-76 cresceu a 5,1% ao ano, logo


podemos inferir que o capital por trabalhador também cresceu;

4. ( F ) no período 1950-2000, o pib por trabalhador brasileiro cresceu à taxa de


2,1% ao ano. Pode-se interpretar que este foi o valor do progresso tecnológico da
economia brasileira, numa análise baseada no modelo de Solow;

5. ( F ) o “Milagre Econômico” brasileiro poderia ter durado para sempre, não


fosse o choque do petróleo e a elevação da taxa de juros dos EUA na década de 70;

6. ( F ) O “Milagre” efetivamente aumentou nosso estoque de capital por


trabalhador. Se conseguíssemos alterar a taxa de poupança e a taxa de crescimento da
força de trabalho na mesma magnitude hoje, teríamos um “Milagre” da mesma
magnitude do que observamos no passado;

7. ( V ) segundo Bacha & Bonelli (2005), o preço do investimento (o preço das


máquinas e equipamentos) no Brasil subiu a partir de 1976. Este fator pode ser
interpretado como um choque negativo na taxa de poupança (=taxa de investimento);

8. ( F ) no período 1950-2000, a acumulação de capital por trabalhador contribuiu


com 53% do crescimento da produtividade do trabalho. Podemos afirmar que, no
período como um todo, a economia brasileira estava em estado estacionário.

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