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De acordo com GILLIER (2011) a fonética forense trata do uso de teorias,

conhecimentos, além de métodos fonéticos, a fim de auxiliar na resolução de


situações judiciais. Por meio da análise de materiais sonoros, especialmente a
fala e a voz, pode-se colocar em prática a referida ciência. A partir dessas
análises os elementos encontrados podem facilitar a materialização de um
crime, entre outros exemplos. Gomes & Carneiro (2014) atestam que a ciência
em pauta pode ser considerada de área multidisciplinar e recente, em especial
no Brasil.
Nesse sentido, é evidente que o exercício contemplado pela área da Fonética
Forense pode constituir provas plausíveis e não questionáveis em um contexto
de investigação criminal. A peculiaridade de cada aparato articulatório é única,
sendo, metaforicamente, como uma “impressão digital” do som proferido. A
identidade fonética é provida de características respectivas de cada ser falante,
individualizando-o. A partir dos trabalhos realizados pelo profissional
qualificado para aplicar a fonética forense são reveladas as percepções e
possíveis hipóteses para a solução dos casos. No entanto são previstas e
indispensáveis o uso de técnicas e instrumental próprio, disponíveis por meio
de softwares especializados e em atualização constante, a fim de garantir
segurança nas análises.
Grosso modo, o processo de comunicação ocorre por meio da emissão de uma
mensagem, seguida por um canal pelo qual a mensagem será veiculada até a
recepção da mensagem fônica pelo ouvinte. Por meio dessas etapas, que
correspondem, respectivamente á fonética acústica, à fonética perceptivo-
auditiva e a fonética articulatória, são disponibilizados recursos para a análise
do material que podem ser utilizados de forma isolada ou não, coerentemente,
conforme o contexto situacional.
Já os desafios enfrentados por esta área do conhecimento estão nos distintos
graus de fatores cognitivos, fisiológicos, psicológicos e sociais mensurados
pela variabilidade da voz e da fala; as qualidades acústicas diferenciadas com
base no que seria uma mesma voz, bem como o exercício de comparação feita
utilizando a fala questionada e a fala de referência, doravante transmissão
telefônica e, por fim, os disfarces de voz, principalmente em alterações diretas
no trato articulatório.

REFERÊNCIAS
GILLIER, R. O disfarce da voz em fonética forense. 2011. 113 f. Dissertação
(Mestrado em Linguística) – Faculdade de Letras, Departamento de Linguística
Geral e Românica, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2011
GOMES, M. L. C.; CARNEIRO, D. O. A fonética forense no Brasil: cenários e
atores. Language and Law/Linguagem e Direito, v. 1, n. 1, pp. 751-754, 2014.
https://www.youtube.com/watch?v=Omn1o6auyhA

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