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1.
Introdução
Relembrando o que estudamos no conteúdo passado de forma ilustrativa, temos o mercado
financeiro didaticamente dividido em:
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Embora o mercado de crédito e o mercado de capitais são os mais próximos do nosso dia a dia e
sejam mais intuitivos, todos atuam em conjunto e sua integração é fundamental para o
desenvolvimento econômico.
Fique ligado!
Existem vários trabalhos que mostram forte correlação e causalidade entre o desenvolvimento
econômico-social e o amadurecimento do Sistema Financeiro Nacional. Basicamente, o SFN permite
uma ótima alocação de recursos e isso coopera para a melhora da economia.
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O primeiro nível do SFN é composto pelos Órgãos Normativos. Estes são responsáveis por
determinar regras e direcionamentos, dentro de cada área de atuação, para o funcionamento
correto do mercado.
São órgãos estritamente normativos, ou seja, não executam ou realizam operação, apenas
determinam os aspectos legais e normas de funcionamento.
São exemplos destes:
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Em seguida, temos as entidades supervisoras, formadas por instituições que trabalham para
executar as regras redigidas pelos Órgãos Normativos e garantir que todos os participantes do
mercado financeiro estejam em conformidade com a legislação vigente.
Como exemplos, podemos citar:
Por fim, no último nível, temos os operadores. Estes são os entes ligados diretamente na ponta do
mercado em contato com a população e responsáveis por realizar as diversas operações existentes
para ótima alocação de recursos.
Os exemplos deste nível de agentes do mercado são:
2.
Aspectos preliminares dos operadores do
mercado
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Ou seja, é o mercado financeiro quem canaliza o recurso dos agentes superavitários para os agentes
deficitários. De maneira mais lúdica, podemos entender que o objetivo do mercado financeiro é
levar dinheiro daqueles que têm em excesso para aqueles que precisam.
Embora o nome soe pejorativo, agente superavitário é tão somente aquele que consegue ter
excesso de recursos financeiros – dinheiro. Ou seja, é quem consegue ter receita maior que gasto. E
o agente deficitário é aquele que necessita de dinheiro, seja porque ele tem gasto maior que receita
ou porque ele não possui capital suficiente para operacionalizar um projeto.
Diante do objetivo do mercado financeiro, seus operadores serão, então, aqueles agentes
responsáveis por intermediar a transação do dinheiro e garantir que o recurso saia dos agentes
superavitários aos agentes deficitários.
Para ilustrar tal situação, vamos ao nível mais básico de intermediação que existe, uma
intermediação de crédito:
Você é um agente econômico que consegue obter receitas maiores que suas despesas e, por
consequência, vive em situação de superávit financeiro. Com isso, há recursos excedentes em
seu orçamento e você começa a questionar como será possível rentabilizá-los da melhor forma.
Por outro lado, existe um agente econômico (uma família ou empresa) cujas contas estão maiores
que a receitas e o faz viver uma situação de déficit financeiro.
Com isso, tal agente decide que, para resolver sua situação e organizar suas obrigações, captará
dinheiro – ou seja, contrairá dívida - para quitar seu déficit e, assim, organizar seu orçamento.
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É pouco provável que você e o agente deficitário tenham contato no seu dia a dia. E ainda que
tivessem, seria pouco provável atingir uma condição que atendessem perfeitamente às expectativas
de ambas as partes junto com a manutenção viável do risco de operação.
Contudo, quando você procura um operador do SFN – um banco, por exemplo – e ali deposita seu
dinheiro, você tem a consciência da sua decisão e sabe a priori quais são os termos de rentabilidade
e liquidez da sua aplicação.
Por outro lado, o agente deficitário, ao contrair empréstimo junto ao banco, tem ciência das taxas
acordadas e condição de pagamento.
Portanto, tenha em mente que todo operador do Sistema Financeiro Nacional é – em certo grau –
um intermediador e tem responsabilidade de garantir a correta alocação de recursos.
Além disso, todo operador do mercado é um especialista em gestão de risco – seja qual tipo de risco
que for - e busca seu rendimento através no fluxo de alocação de recurso.
Existem outros tipos de intermediação. Como exemplo, podemos citar as bolsas de valores, que
fazem intermediação de ativos mobiliários – ações, por exemplo. Aqui, a intermediação não segue o
mesmo exemplo de um banco, mas está dentro do fluxo de levar o dinheiro de quem tem para quem
necessita.
No caso, o valor sai do investidor que deseja adquirir o ativo para aquele que deseja vender o ativo
e a bolsa é a responsável por garantir esse “casamento” e também garantir que os envolvidos
liquidem suas obrigações, ou seja, que o dinheiro seja entregue ao vendedor e o ativo seja entregue
ao comprador.
Por garantir essas operações, a bolsa de valores obtém sua rentabilização pela prestação de
serviços, logo, ela é remunerada através de taxas e comissões. Há ainda as corretoras de valores,
que fazem a intermediação entre o investidor pessoa física e a bolsa de valores.
Por este serviço, a corretora também é rentabilizada através de taxas e comissões de serviços, algo
diferente com as intermediações de crédito na qual o intermediador possui o spread.
Spread é a diferença entre taxas de juros. Imagine que um banco pegue dinheiro com investidores e
pague por isso 10% ao ano. O mesmo banco empresta o dinheiro aos seus clientes com taxa de
140% ao ano, o que faz o spread deste banco ser 130% ao ano. Existem diversos fatores que
causam o spread. Um deles é o risco do crédito concedido – ou seja, o calote que o banco toma faz
a taxa de empréstimo ser mais alta.
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Alguns operadores desempenham sua função de intermediação de maneira mais clara que outros de
modo que se torna mais intuitivo. No entanto, além da intermediação, os operadores também
garantem que a parte operacional das transações financeiras sejam realizadas com sucesso.
Repare que uma propriedade básica dos operadores é a credibilidade para os agentes
superavitários/deficitários e, portanto, garantir que as operações do mercado sejam corretamente
executadas é crucial para a manutenção de seus negócios.
Ademais, existem produtos que são comercializados simplesmente para garantir as operações do
mercado financeiro e, através destes produtos, os operadores conseguem melhorar seu faturamento
e garantir melhores resultados econômicos.
Em resumo, podemos atribuir aos operadores:
Intermediação do mercado financeiro;
Prestação de serviços para manutenção e operação do mercado financeiro;
Prestação de serviços complementares ao mercado financeiro;
Mitigação operacional dos riscos do mercado financeiro.
3.
Os operadores do mercado financeiro
Agora que temos maior clareza sobre a função dos operadores do mercado financeiro, iremos nos
aprofundar em alguns detalhes de seu funcionamento.
Antes de definirmos o que é uma bolsa de mercadoria e futuro, precisamos entender o que são
operações de mercado futuro. Como o próprio nome indica, são operações que acontecem no
período corrente visando transações futuras.
Essas transações dizem respeito à quantidade e ao preço de produtos agrícolas, moedas, ações,
índices e taxa de juros. Sua função é basicamente mitigar o risco destes ativos que as partes estão
expostas.
Um produtor rural irá colher soja daqui um ano e, portanto, começou o trabalho de preparo da
terra, a adubação e irrigação, bem como o controle contra pragas e doenças para, enfim, realizar a
colheita e vendê-la ao mercado.
Note que todos os dispêndios do agricultor ocorrem muito antes da colheita. Por sinal, o agricultor
tem todos esses gastos sem ter a certeza que haverá colheita, muito menos sobre qual será o preço
da soja no momento da venda ao mercado.
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Todo seu trabalho e esforço pode não compensar se, no período da venda, o preço estiver
extremamente baixo. Para mudar esse quadro, o agricultor pode realizar uma proteção de seu fluxo
financeiro, uma operação chamada de hedge.
Através da bolsa de mercadoria e futuros, é possível fechar a venda da safra no momento zero
(quando são iniciados os trabalhos de plantação), com preço de venda já definido antes mesmo da
semeadura da terra. Em contrapartida, o agricultor é obrigado a entregar o produto no momento
acordado e pelo preço acordado.
Óbvio que no momento futuro da venda o preço da safra pode estar maior que o acordado e o
agricultor, por ser obrigado a entregar sua safra, acaba deixando de receber um preço mais alto.
Contudo, o contrário também é verdade e, caso a soja esteja mais barata que o preço de contrato, o
agricultor acaba sendo beneficiado.
O mais importante desta operação é mitigar a incerteza sobre o futuro. Para acordar o preço,
tanto o produtor quanto o comprador entendem que aquele valor é satisfatório para manutenção de
suas atividades.
Bolsa de valores
São entidades civis, sob a forma de sociedade anônima, (em que podem obter lucro) ou associação
(em que figuram sem fins lucrativos) que é responsável por organizar o mercado de renda variável e
as negociações de ativos mobiliários.
Sua importância como centralizadora, organizadora e garantidora das operações do mercado é sem
precedentes, já que, através do mercado de capitais, são realizados diversos movimentos de
alocação de recursos dos agentes econômicos que fomentam o desenvolvimento do país.
Além disso, a pressão tecnológica e inovadora que as bolsas de valores fazem é extremamente
positiva para a população em geral.
Ações;
Opções;
Moedas;
Índices;
Metais;
Fundos imobiliários;
ETF.
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No ambiente atual, ambas têm suas atividades voltadas para intermediação das operações e
negociações do mercado de capitais – compra e venda de ações, derivativos, moeda, índices, ETF,
etc., e são popularmente chamadas apenas de corretoras.
Estas empresas disponibilizam aos seus clientes uma plataforma integrada à bolsa de valores –
conhecido como home broker. É nesta plataforma que o cliente irá gerir suas ordens e atuar dentro
do mercado de bolsa por conta própria ou com ajuda especializada da própria CTVM.
A face mais conhecida do SFN é representada pelos bancos, muito embora não seja tão aprofundo o
conhecimento público sobre seu funcionamento. Oficialmente, um banco pode ser categorizado em:
1. Banco Comercial: podem ser instituições privadas, públicas ou mistas cuja função é
operar o mercado de crédito a seus clientes, que podem ser empresas de serviços,
indústria, comércio e pessoas físicas em gerais, com operação de curto e médio prazo.
Estes bancos possuem captação de depósitos à vista e a prazo, sendo permitido o
uso de conta corrente.
2. Banco de Investimento: aqui, temos instituições privadas que têm como core
business a administração de recursos de terceiros. Operações de crédito são permitidas
apenas para atividades empresariais de capital de giro em médio prazo. Estes bancos
atuam somente no segmento de investimentos de recursos, embora possam captar
depósitos à vista e a prazo, eles NÃO POSSUEM CONTA CORRENTE e podem
administrar fundos de investimentos.
3. Banco de Desenvolvimento: são empresas públicas cujo controle pode ser federal
(caso do BNDES) ou estadual (caso do Bandes). Sua existência se deve à vontade
pública de gerar melhores condições de financiamento para empresas com prazos e
taxas mais atrativas que no mercado tradicional. Ademais, é através destes bancos que
são executados programas de desenvolvimento estipulado pelo poder executivo.
Captam recursos somente com depósito a prazo e alocam em crédito direcionado,
sendo vedado conta corrente.
4. Banco de Câmbio: trabalham em operações cambiais ou de crédito vinculado ao
câmbio, sobretudo, para fomento do comércio exterior.
Para ser considerado Banco Múltiplo, é obrigatório que uma instituição possua, ao menos, duas
carteiras, de modo que uma seja, obrigatoriamente, de banco de investimento ou comercial.
Em geral, os grandes bancos que temos são múltiplos e possuem várias carteiras, sendo que cada
uma delas está sujeita às normas individuais do Banco Central.
São empresas que facilitam a movimentação de dinheiro ou a liquidação de compra e venda, sem
que, para isso, o cliente tenha relacionamento com bancos.
Fintechs
Fintech é um acrônimo para financial technology, empresas do ramo de tecnologia que trazem
novos conceitos e modelos de negócios, produtos e/ou serviços no mercado financeiro. Sua
principal característica é sua natureza disruptiva de mercado, criando formas de oferecer seus
produtos.
Podemos entender que as fintechs estão dentro do conceito de destruição criativa de Schumpeter.
Por conta de sua natureza, é comum que as Fintechs possuam estruturas mais leves, menos
burocráticas, com maior agilidade e praticidade ao seu cliente e isso faz com seu produto tenha
maior qualidade com menor custo, o que vem tomando mercado de grandes instituições
financeiras.
4.
Ganho de capital
Você já ouviu falar em ganho de capital?
Esta operação se caracteriza como o lucro apurado entre o valor de compra de um ativo (bem
imóvel, ativo mobiliário, etc.) e seu valor de revenda.
Num caso mais simplório, pense que uma empresa adquiriu em uma oportunidade de momento
uma máquina qualquer por R$ 30.000,00 e conseguiu revendê-la por R$ 42.000,00. Neste caso, o
ganho de capital é:
Para aqueles que operam mercado de bolsa, o ganho de capital é tão somente o lucro oriundo da
venda de um ativo mobiliário por um preço maior que seu preço de compra.
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É importante ter em mente que, seja uma pessoa física ou jurídica, os ganhos de capital estão
sujeitos ao Imposto de Renda e é responsabilidade do vendedor declarar e recolher o imposto
devido.
Fique ligado!
Para saber mais sobre o IR e o ganho de capital, acesse este link.
5.
Conclusão
Entendemos que o mercado financeiro é subdivido em quatro outros mercados e que existem
agentes econômicos que são responsáveis por garantir que os recursos sejam alocados de maneira
eficiente.
Além da alocação de recurso, estes atores são responsáveis por tomar e gerir os riscos existentes no
meio financeiro e, neste contexto, as fintechs vieram para renovar o mercado.
Por fim, podemos elencar como ganho de capital os ganhos auferidos a partir da venda de ativos –
mobiliários ou não – com um preço maior que o preço de compra.
6.
Referências
FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 18. ed. rev. atual. e ampl. Rio
de Janeiro, RJ: Qualitymark, 2011. xxxii, 986, [1] p.
7.
Saiba +
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GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo, SP:
Pearson, 2010. xxiii, 775 p.
ROSS, Stephen A. et al. (). Administração financeira. 10. ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2015.
xxvii, 1196 p.
FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 18. ed. rev. atual. e ampl. Rio
de Janeiro, RJ: Qualitymark, 2011. xxxii, 986, [1] p.
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