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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA

COMARCA DE FAMINAS GERAIS

SINDIVEGAS, entidade sindical, inscrita no CNPJ sob nº XXX, sediada à Rua


XXX, nº XXX, bairro XXX, cidade XXX, estado XXX, por sua advogada,
devidamente constituída e qualificada no instrumento de procuração em anexo (
doc 1), com endereço profissional na Rua XXX, nº XXX, bairro XXX, cidade XXX,
estado XXX, onde recebe intimações e notificações, que indica o artigo 77, V, do
CPC, com fundamento no artigo 5º, inciso LXX, alínea b, da CF/88 c/c ao artigo
21, parágrafo único da Lei nº 12.016/09, vem respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, propor o presente:

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO


(Com pedido de liminar)

Contra o ato ilegal praticado pelo COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR, que


poderá ser encontrado na sede funcional a Rua XXX, nº XXX, bairro XXX, cidade
XXX, estado XXX, vinculado à Polícia Militar, pelos motivos de fato e de Direito
a seguir aduzidos.

I- DOS FATOS
Os trabalhadores associados ao Sindicato Sindiviegas definiram debater
publicamente os interesses da categoria de forma organizada e ordeira, bem
como passeatas e semanais pelas principais ruas da capital, com a finalidade de
manifestar descontentamento com anos de defasem salarial. Assim, realizaram
o aviso prévio à autoridade competente acerca do uso das praças públicas e
passeatas.

Entretanto, autoridade competente Comandante da Polícia Militar


indeferiu formalmente (documento anexo) a pretensão dos trabalhadores, sob o
argumento que atrapalhariam o direito ao lazer nas praças e a tranquilidade das
pessoas, os quais são protegidos pela ordem jurídica.

Diante desse cenário, tornou-se necessário a tutela jurisdicional para


assegurar o direito líquido e certo de liberdade de expressão, manifestação de
pensamento e reunião dos trabalhadores.

II- DA TEMPESTIVIDADE

No artigo 23 da lei 12.016/09, demonstra que o prazo decadencial para


impetração de mandado de segurança é de 120 (cento e vinte) dias, contados
da ciência, pelo interessado, do ato impugnado, em concordância com súmula
632 do STF Estando, portanto, dentro do prazo hábil.

III- DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA

Autora é entidade legitimada para a representação coletiva dos seus


associados, com amparo no artigo 5º inciso LXX, da Constituição Federal.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação


legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Bem como o Comandante da Polícia Militar figura como parte passiva


legítima, já que foi autoridade que praticou o ato impugnado, nos moldes do
artigo 6º, §3º da lei 12.016/09.

Desse modo, resta configurado que o Sindicato Sindivegas é parte legítima


ativa e o Comandante da Polícia Militar é parte legítima passiva, no caso em tela.

IV- DO MÉRITO: DIREITO LÍQUIDO E CERTO

Os direitos ora cerceados são a manifestação de pensamento (artigo 5º,


inciso IX,CF/88), e direito de reunião (artigo 5º, XVI, CF/88). Uma vez que os
trabalhadores por meio de reunião em espaço público pretendem manifestar e
sensibilizar os empregadores e sociedade acerca da violação salarial, sendo a
prévia comunicação objetivando não frustrar outra reunião para mesmo local e
momento.

Desse modo, sendo tais direitos já positivados, sobretudo em texto


constitucional, resta configurado a certeza do direito. Bem como, a eficácia plena
das normas configura a liquidez.

Isto posto, resta inconteste que os trabalhadores foram impedidos de


exercer direito líquido e certo.
V- DA LIMINAR

O artigo 7º, inciso III da lei 12.016/09 prescreve os requisitos de concessão


da medida liminar, quais sejam, fundamento relevante e ineficácia da segurança
final.

O caso em tela, possui como fundamento relevante os documentos acerca


da defasagem salarial e o documento que negou o exercício de direito líquido e
certo (em anexo). Sendo a ineficácia da segurança final a prorrogação da
defasagem salarial, prejuízo à programação do evento que iniciaria em dez dias
e deflagração de greve.

Frisa-se que a defasagem salarial viola diretamente o fundamento da


dignidade da pessoa humana. Uma vez que a subsistência dos trabalhadores
está condicionada à salário insuficiente para dignidade humana plena. Bem
como, a greve é instrumento último, pois a ausência dos serviços prestados
pelos trabalhadores causará transtornos significativos à sociedade.

Portanto, torna-se imperioso a concessão de medida liminar para que a


autoridade coatora se abstenha de adotar qualquer medida que impeça a
realização das reuniões e das passeatas, com fulcro no artigo 7º inciso III da lei
12.016/09.

VI- DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

a) A audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público,


que deverá se pronunciar no prazo de 72 horas, conforme artigo 22, § 2º
da lei 12.016/09;
b) Concessão da medida liminar para que a autoridade coatora se abstenha
de adotar qualquer medida que impeça a realização das reuniões e das
passeatas, com fulcro no artigo 7º, inciso III da lei 12.016/09;
c) Notificação do coator acerca do conteúdo da petição inicial, a fim de que,
no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações, conforme artigo 7º,
inciso I da lei 12.016/09;
d) Notificação do representante do Ministério Público, para manifestação no
prazo improrrogável de 10 (dez) dias, nos moldes do artigo 12º da lei
12.016/09.
e) Procedência total do pedido, com confirmação da concessão da ordem,
atribuindo-se caráter definitivo à tutela liminar.
f) Juntada das provas pré-constituídas.

Valor da Causa: R$ XXXXX

Nestes termos pede deferimento.

Belo Horizonte, 13 de setembro de 2021.

OAB/MG

ANEXOS:

1. Cópia do RG e CPF do Autor

2. Comprovante de residência do Autor

3. Procuração

4. Custas Judiciais

5. Ato impugnado

6. Prova do esgotamento da via administrativa

7. Cópia do processo administrativo na íntegra

8. Prova da tentativa de solução junto ao Impetrado


9. Duas vias completas da inicial para intimação (no processo

físico)

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