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Junta de Freguesia de Alfragide

Gabinete de Apoio Psicossocial

Educar-se e Educar para o Optimismo

Os inimigos do optimismo:

1. Perfeccionismo

Muitas vezes relaciona-se com a crítica permanente: nunca está bem e adia-se…

O que se sugere para combater isto é:

• decida-se, faça; às vezes permita-se ser “médio, comum, edição vulgar, tamanho normal”. Os
educandos vão gostar de ter educadores normais, não educadores infalíveis e perfeitos

• permita-se fazer erros e admitir que os fez; relativize os insucessos e trate-os como
experiências de aprendizagem

• identifique o seu “sabotador interior”, “aquela voz…”

• reconheça que mesmo sendo competente e esforçando-se, os resultados podem ser maus,
valorize mais o esforço do que o resultado.

2. Auto-estima viciosa

Relaciona-se com achar que somos sempre pouco.

O que se sugere para combater isto é:

• desenvolver o auto-respeito (tratar de nós com cuidado, termos hábitos saudáveis, tratar do
corpo e do espírito)

• acreditar que somos capazes de dar um passo em frente (sair das nossas “zonas de
conforto”)

• verifica-se que as pessoas com elevada auto-estima: colocam as opiniões dos outros sobre si
próprio no seu devido lugar, têm uma necessidade de comparação com os outros reduzida e
poupam muita energia com isso

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3. Dependências e outras ingerências

Existem vários tipos de dependência. Vamos sublinhar apenas uma: o estilo crítico-
dependente, é aquele que é especialista em criticar tudo e é incapaz de parar de o fazer
“encontra-se frequentemente nas salas dos professores, nos cabeleireiros, nos serviços
públicos, a guiar táxis e lá em casa!.” Este é também um grande inimigo do optimismo, é
preciso combatê-lo.

4. Inacção e limitações auto-impostas

Impomos limitações a nós próprios.

O que se sugere para combater isto é:

• veja-se e trate-se com a generosidade com que trata as pessoas suas amigas

• perdoe-se a si mesmo por erros do passado

• desenferruge a coragem

• use “frases vitaminas” (frases que animam a si e aos outros)

5. Intoxicação crónica de stress

Para combater o stress “crónico” sugere-se que:

• procure uma vida equilibrada onde tenha lugar o lazer e a recreação e tempo para estar com
aqueles que ama; substitua os hábitos que não considera saudáveis (pode ser tão simples
como deitar-se mais cedo!)

6. “Desculpite” e outras “irresponsabilites agudas”

Por vezes culpamos os outros, a sociedade, a família, o cônjuge, o governo ou a nós próprios
“é tudo culpa minha”, “não faço nada como deve ser”, “não consigo mudar”; tanto uma
atitude como outra não nos levam a melhorar, são atitudes a combater!

7. Ruminação pessimista

Este é também um inimigo do optimismo, refere-se a “ruminação” persistente de natureza


negativa ou insistência em pensamentos, afirmações e sentimentos pessimistas. Os autores do
livro dizem que esta é uma actividade bovina e portanto deve ser evitada pelos humanos!

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Crer na mudança - Querer a mudança [1]

Algumas ideias importantes/sugestões:

1 - Deixe de “ruminar” e ter pena de si mesmo quando algo de negativo acontece. A tendência
para ficar muito tempo a pensar e a preocupar-se em redor de um acontecimento negativo
impede o desenvolvimento de estratégias positivas e optimistas de lidar com a situação.

Não se esqueça que o erro e o insucesso são um pré requisito imperativo de qualquer processo
de aprendizagem. O erro é qualquer coisa que se faz e que, mais tarde, depois de reflectir,
gostaríamos de ter feito de forma diferente. De cada vez que se erra, o erro ensina-nos o que
temos de corrigir e leva-nos a aproximar da realização mais perfeita da tarefa. O errado é
mesmo pensar que as pessoas competentes, inteligentes ou especiais não cometem erros.

2 - Seja entusiasta, positivo e alegre com crianças e jovens. Ensine-os que é bom exprimir os
nossos sentimentos em relação aos outros, sejam positivos ou negativos. Mostre-lhes que não
faz mal estar zangado, com raiva ou com medo o problema é o que fazemos com o que
sentimos.

3 - Escreva pequenas frases positivas e de valorização ou carinho em post-it, pedaços de


folhas e cartolinas, e deixe sobre a secretária do seu filho, a cama, o local onde toma o
pequeno almoço ou coloque na pasta, no estojo das canetas ou no cesto do almoço. A ideia é
que esteja presente na vida dele ao longo do dia, de forma inesperada e consistente, e que
essa presença lhe relembre como o admira, aquilo que mais gosta nele etc.

4 - Converse em família sobre o seguinte:

* que mais gostamos na nossa família?


* que mais gostamos em cada um dos elementos da nossa família?
* que cada um de nós acha que dá de bom a esta família?
* que sonhos temos para a nossa família?
* que encontraria, na nossa família, um detective que procurasse descobrir pontos fortes e
positivos?

[1] No livro existem muitas outras sugestões de carácter prático

Resumo disponível no link: http://www.verbumdei.org/index.php?


option=com_content&view=article&id=90:educar-para-o-optimismo&catid=36:namorados-e-
familias-verbum-dei&Itemid=77

Adaptado de “Educar para o Optimismo”


Helena Águeda Marujo, Luís Miguel Neto, Maria de Fátima Perloiro
Editorial Presença Outubro de 2003
ISBN 972-23-2516-7

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