Erik Erikson era um psicanalista nascido na Alemanha que foi
reconhecido através de sua Teoria de desenvolvimento Psicossocial, onde o mesmo abordava oito fases (confiança básica vs desconfiança, autonomia vs dúvida, iniciativa vs culpa, produtividade vs inferioridade, identidade vs confusão de papéis, intimidade vs isolamento, generatividade vs estagnação e integridade vs desespero) sendo cada uma delas responsável por um estágio de crescimento psicológico formando gradativamente um senso de identidade através de crises na personalidade vivenciadas cada qual no seu respectivo intervalo etático. Na fase da Confiança vs Desconfiança que geralmente ocorre no primeiro ano de vida, a criança desenvolve confiança ou desconfiança de acordo com os cuidados que recebe da mãe ou principal cuidador. Neste estágio o bebê é capaz de aprender a confiar em adultos e em si mesmo e a enxergar o mundo como um lugar seguro de estar se os pais apresentarem diligência em fornecer situações de conforto e acolhimento ao mesmo. Entretanto se houver cuidados irregulares, negligentes e insuficientes que possam transparecer algum tipo de rejeição, a criança tende a apresentar atitudes de medo e suspeita em relação ao mundo e as pessoas a sua volta permanecendo assim nos estágios posteriores. Na fase da Autonomia vs Dúvida, que geralmente ocorre entre o segundo e terceiro ano de vida a criança vai aprender a ter sua autonomia, assimilar seus privilégios, obrigações e limitações baseada em suas novas atividades motoras e mentais. Neste estágio é de suma importância que os pais ou principais cuidadores não impeçam a criança de fazer tudo aquilo de que é capaz, por conta própria, e não as reprima de forma ríspida ou embaraçosa que cause desconforto e vergonha à criança, pois desta forma a mesma aprende a desenvolver sua autonomia e não avança para o próximo estágio com um exagerado senso de vergonha a outras pessoas e dúvida no que diz respeito a sua capacidade de controlar o mundo e a si própria. Na fase de Iniciativa vs Culpa, subsequente dos quatro aos cinco anos se destaca o desenvolvimento da tomada de iniciativa e do senso de responsabilidade. Neste estágio a criança tende a apresentar inúmeras capacidades motoras de vários tipos por conta própria e não apenas responde à ações de outras crianças, estando mais avançada e mais organizada tanto em nível físico quanto mental. O que define se a criança irá partir desse estágio com senso de iniciativa superando o senso exagerado de culpa, depende consideravelmente de como seus cuidadores respondem a essas ações de iniciativa própria. Se a criança tem mais liberdade de exercer suas escolhas o seu senso de iniciativa é reforçado, porém se a mesma for reprimida e entender que sua atividade motora é má e que suas perguntas aborrecem, é fomentado um senso de culpa que ultrapassa a sua iniciativa própria. Na fase de Produtividade vs Inferioridade, que transcorre entre os seis e onze anos é o período em que a criança pode desenvolver um bom senso de indústria ou um senso excessivo de inferioridade. Neste estágio, além dos cuidadores, outras instituições como a escola e adultos que interagem com o indivíduo desempenham um papel de suma importância na crise de desenvolvimento dele. De acordo com Erik Erikson quando a criança tem permissão para tentar atingir suas metas e são elogiadas e recompensadas pelos resultados, o seu senso de indústria e produtividade progridem. Porém quando ocorre o contrário, e são apresentadas reações de descaso diante das atividades da mesma que são reconhecidas apenas como bagunça e travessuras, é estimulado o senso de inferioridade na criança. Na fase de Identidade vs Confusão de Papéis, que geralmente ocorre entre os doze e dezoito anos, a criança se torna adolescente e surgem inúmeros conflitos interiores e exteriores, de acordo com a teoria de Erikson o indivíduo pode adquirir nesta etapa um senso de identidade psicossocial, dependendo de como transcorreu as fases antecedentes e compreender seu papel no mundo. Como também é possível que o indivíduo não consiga formar este senso e subsista em uma constante confusão de papéis, apenas demonstrando o que os outros querem ver nele, podendo se tornar delinquente, pois esta opção é preferível se comparada a não ter qualquer identidade. Entretanto, o fracasso em estabelecer um senso claro de identidade pessoal na fase da adolescência não atesta um fracasso perpétuo, sabendo que o próprio psicanalista enfatiza em sua teoria que a vida é uma mudança constante e problemas não solucionados em estágios anteriores podem encontrar soluções em estágios subsequentes. Na fase de Intimidade vs Isolamento, onde geralmente se inicia a maturidade o individuo é capaz de desenvolver uma nova dimensão interpessoal de intimidade ou se isolar, isso depende de forma indireta dos cuidadores, de como os mesmos contribuíram nas fases iniciais da vida, mas também do sujeito e das suas condições sociais. Caso neste estágio não sejam criados vínculos que fortaleçam o senso de intimidade, seja ela numa amizade ou em relacionamentos afetivos o resultado é a frustração de se sentir isolado, e só, sem ninguém para compartilhar seus feitos e emoções ou de quem cuidar. Na fase de Generatividade vs Estagnação, é o período onde o individuo está na meia idade ou se aproximando dela, e apresenta o potencial de exercer um senso de generatividade ou estagnação. Neste estágio o sujeito pode se interessar em contribuir para evolução das gerações futuras com o conhecimento que lhe foi adquirido ao longo das fases de sua vida, ajudar na transformação de um mundo melhor tanto para seus familiares quanto para pessoas desconhecidas, ou estagnar-se e tornar suas necessidades e comodidades pessoais como sua preocupação dominante. Na ultima fase do Ciclo Vital de Erik Erikson, temos o estágio denominado como Integridade vs Desespero, que geralmente acontece quando o sujeito é idoso e existe uma quantidade de tempo significante para reflexão. Neste estágio, temos de um lado a integridade, que decorre da capacidade de apreciar a vida e escolhas feitas no passado gerando um sentimento de satisfação e gratificação, já no outro lado existe um senso de desespero, onde o indivíduo se depara com o fim de sua vida sem ter muito para se orgulhar, sentindo que percorreu por direções erradas e perdeu mais oportunidades do que deveria e que poderia ter feito escolhas diferentes para estar melhor na sua situação atual. Nestes casos resta apenas o senso de desespero pelo “mais” que poderia ter sido realizado. Fontes utilizadas: http://www.redalyc.org/html/5137/513751438018/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Erik_Erikson