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Neste momento fica aquela dúvida, será que posso devolver o produto e reaver
o dinheiro da compra?
Referência
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/05/19/projeto-que-cria-
regime-juridico-especial-durante-pandemia-vai-a-sancao?
utm_medium=email&utm_source=resumo-agencia&utm_campaign=2020-05-19
Projeto coloca fim ao direito de arrependimento em compras por delivery
Projeto de Lei aguarda sanção da Presidência da República inclui a
suspensão na hipótese de entrega domiciliar de produtos perecíveis
ou de consumo imediato e de medicamentos
Desistir de um produto ou de um serviço adquirido pela internet é uma garantia prevista no artigo
49 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), Lei n; 88.078. Conhecido como direito de
arrependimento, garante ao consumidor o prazo de sete dias, após o recebimento da encomenda,
para realizar a solicitação formal do arrependimento da compra, com ressarcimento do valor pago
no produto. Mas, em busca de reduzir os impactos socioeconômicos da crise de saúde pública, foi
criado o Projeto de Lei n; 1.179/2020, que dispõe algumas regras transitórias para vigorar durante
a pandemia da covid-19.
Entre os artigos do projeto está o 8;, que prevê ;até 30 de outubro de 2020, a suspensão da
aplicação do artigo 49 do CDC na hipótese de entrega domiciliar (delivery) de produtos perecíveis
ou de consumo imediato e de medicamentos;. A nova regra foi aprovada pelos plenários do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados e encaminhada à Presidência da República para sanção ou
veto. Caso seja sancionada, virará lei, e suas disposições terão vigência a partir da publicação no
Diário Oficial da União (DOU). Em caso de veto, retornará ao Congresso para nova análise.
O advogado acredita que os efeitos da decisão não serão fortes, uma vez que o direito de
arrependimento dificilmente recai sobre casos de produtos perecíveis e medicamentos. ;Ninguém
compra medicamentos apenas por comprar, muito menos produtos perecíveis. Esses bens são
comprados com uma finalidade já em mente, e dificilmente alguém desiste dessas compras sem
um justo motivo;, reforça.
Sendo assim, o que fazer caso o produto chegue inadequado para consumo? A estudante
universitária Isabel Andrade, 20 anos, passou pela situação. Ela lembra que solicitou medicamentos
por meio de um aplicativo e, ao recebê-los, não verificou se o pedido estava certo. Na hora do uso,
foi surpreendida: ;Uma das caixas estava aberta. Não tinha condição de ingerir aquilo, não sabia a
procedência, e o que tinha acontecido;, diz. ;Comprei com a confiança de que não teria problemas;,
lamenta.
Ao entrar em contato, pelo aplicativo, com a empresa, houve demora na resposta, e Isabel precisou
gastar mais do que havia planejado. ;Foi um desserviço. No final, precisei desembolsar mais
dinheiro e acabei sem o medicamento quando precisava;, reclama. Para a estudante, em
momentos assim, é preciso que o consumidor possa recorrer de alguma maneira. ;Quando
compramos na internet, não temos certeza de nada, mas investimos porque acreditamos na
procedência daquilo. No meu caso, o medicamento era razoavelmente barato, e a dor passageira.
Mas o que acontece no caso de alguém ter urgência no uso do remédio?;, pondera.
O cuidado e a atenção ao efetuar compras on-line, caso o projeto seja aprovado, devem ser
redobrados para que não ocorram situações como a de Isabel. É o que explica o advogado Caetano
Caltabiano. ;A pessoa deve estar ciente que não poderá desistir da compra, devendo pensar duas
vezes antes de concluir o negócio para evitar prejuízos. Ressalva-se que isso não afasta o direito de
o consumidor reclamar por um vício no produto.;
Consequências
De acordo com o advogado, o texto aprovado visa mitigar insegurança do consumidor ao adquirir
um produto por meio virtual. ;No caso dos alimentos perecíveis e medicamentos, muito embora o
projeto não abarque os casos de defeito ou alimento entregue de forma inapropriada para
consumo, ainda há medicamentos e alimentos que correm risco de não corresponderem às
expectativas do consumidor;, diz. ;É algo que apenas será verificado no momento da entrega e,
nessa hipótese, a pessoa será prejudicada;, acrescenta.
O especialista diz que caso a entrega seja feita com defeito, permanece o direito de
arrependimento. ;No caso de descumprimento, poderá o consumidor, caso não consiga um acordo
com o fornecedor, procurar o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) e, em último caso, a
justiça;, lembra. Caso a entrega não corresponda às expectativas do usuário, ele deverá buscar um
acordo com o próprio fornecedor, já que a lei não lhe assegurará, após 30 de outubro de 2020, o
direito de efetuar a devolução, ressalvadas as hipóteses de defeto ou alimento entregue de
forma inapropriada para o consumo.
RESUMO: O presente artigo científico foi feito através de pesquisas teóricas, utilizado como
material de referência, livros e artigos científicos, juntamente com julgados do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo no ano de 2013 e do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2012,
com o intuito de demonstrar a aplicabilidade do direito de arrependimento nas compras
realizadas pela internet, elencado no artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor. O objetivo
do presente artigo é demonstrar as relações contratuais realizadas na internet e a
vulnerabilidade do consumidor nesta modalidade de compra. No âmbito deste artigo, o direito
de arrependimento está elencado conforme o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor,
dispositivo que reconhece o consumidor como o elo mais frágil dentro de uma relação
contratual. Tal norma garante o prazo de 07 (sete) dias para que o consumidor desista da
contratação realizada fora do estabelecimento comercial. Ainda neste, será demonstrado a
proteção do consumidor nas relações comerciais, amparado pelo Código de Defesa do
Consumidor.
1 INTRODUÇÃO
O consumidor por sua vez, é a parte mais frágil dessa relação de consumo. As
maneiras de apresentar o produto feito pelas lojas ao consumidor, fez com que este mesmo,
seja fácil de atingir, através de técnicas de propagandas, de certo modo até agressivos. A
importância do uso desta ferramenta tem sido objeto de estudo de vários autores, observando
o todo contido nessas relações contratuais.
Teve início com a reação de um quadro social, em que começa a configurar a posição
de inferioridade do consumidor em face ao poder econômico do fornecedor. Daí surgiu a
necessidade de tutelar os direitos dos consumidores, no momento em que se reconheceu o
consumidor como parte vulnerável e em posição de inferioridade ao fornecedor.
A origem remota se deu com os Egípcios no século XVIII a.C. Segundo a história,
existia concorrência entre os fabricantes de determinados produtos, visando oferecer
produtos com mais qualidade, em prol das exigências dos consumidores da época. Outro
aspecto histórico foi na idade antiga com o Código de Hamurabi na Babilônia 2.300 a.C, onde
continham muitos dispositivos que tratavam das relações de consumo, elencando preço,
qualidade e quantidade.
De maneira geral, costuma ser apontado, como marco inicial da tendência à proteção
aos consumidores no mundo, a famosa mensagem do então Presidente estadunidense, John
Fitzgerald Kennedy, em 15 de março de 1962, dirigida ao Parlamento, consagrando
determinados direitos fundamentais do consumidor, quais sejam: o direito à segurança, à
informação, à escolha e a ser ouvido, seguindo-se, a partir daí, um amplo movimento mundial
em favor da defesa do consumidor. (VIEGAS; ALMEIDA. A HISTORICIDADE DO DIREITO DO
CONSUMIDOR. ÂMBITO JURÍDICO, 2011).
4 CONCEITOS
4.1 Consumidor
4.2 Fornecedor
4.3 Produto
“O produto é toda utilidade física ou ideal que possa ser adquirida, é tudo aquilo que
possa ser objeto de uma relação de direito, que concorra para satisfação de uma necessidade
humana e seja economicamente apreciável”. (SILVA, DIREITOCOM, 2017?).
O produto pode ser qualquer bem móvel ou imóvel e material ou imaterial, que está
disponível no comércio para consumo.
4.4 Serviço
Amparado nos artigos 3º, § 2º, da Lei nº 8.078/90, o CDC definiu serviço como
qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de
caráter trabalhista. Embora o diploma tenha buscado apresentá-lo da forma mais completa
possível, trata-se de uma enumeração exemplificativa, assim, como a própria lei diz, serviço é
qualquer atividade prestada no mercado de consumo. (NUNES, 2012, p. 99).
Sendo assim, o consumidor tem o direito de desistir da compra apenas quando ela foi
feita de forma não presencial. Ou seja, fora do estabelecimento físico. O prazo é de sete dias,
contados do recebimento do produto ou da prestação do serviço. E o valor pago, será
restituído de igual valor. O consumidor não precisa justificar sobre o motivo da desistência.
7 VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR
12 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALBERTIN, A. L. Comércio Eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. 5. ed.
de set. 2020.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm#:~:text=LEI
%20N%C2%BA%208.078%2C%20DE%2011%20DE%20SETEMBRO%20DE%201990.&text=Disp
%C3%B5e%20sobre%20a%20prote%C3%A7%C3%A3o%20do%20consumidor%20e%20d
%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=Art.&text=2%C2%B0%20Consumidor
negócios jurídicos de consumo no comércio eletrônico. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
p. 35-36.
NUNES, R. Curso de Direito do Consumidor. 3. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. p. 727.
NUNES, L. A. R. Curso de direito do consumidor. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 99 e 246.
de set. 2020.
em<https://www.direitocom.com/codigo-de-defesa-do-consumidor-comentado/titulo-i-dos-
direitos-do-consumidor/capitulo-i-disposicoes-gerais-titulo-i-dos-direitos-do-consumidor/artigo-
<https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24054986/recurso-especial-resp-1340604-rj-2012-
<https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/19294610/recurso-especial-resp-476428-sc-2002-
historicidade-do-direito-do-consumidor/#:~:text=De%20maneira%20geral%2C%20costuma
%20ser,direitos%20fundamentais%20do%20consumidor%2C%20quais>. Acesso em:06 de set.
de 2020.
Superior de Bauru).
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto
cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: KEINE, Henrique
“Isso pode acontecer caso o fornecedor não cumpra com a oferta (por exemplo,
não atendendo ao prazo de entrega, ou entregando um item sem qualidade ou
com algum tipo de contaminação). Nessa situação, ou se o produto apresentar
algum defeito, é possível pedir a reparação, substituição ou abatimento do
preço”, ressaltou Juliana.
No entanto, para que esse direito seja exercido, é imprescindível que o produto
a ser devolvido possa ser utilizado novamente pelo fornecedor em futura
transação. Desse modo, alguns doutrinadores apontavam, desde o período
anterior à pandemia, que existem hipóteses em que este direito não pode ser
aplicado, em decorrência da própria natureza do objeto contratado [6]. Assim,
questionavam a aplicação do art. 49 do CDC, por exemplo, aos produtos
perecíveis, considerando-se que tais itens não poderiam ser reaproveitados em
outras vendas[7].
Neste sentido, entende-se ter sido acertada a emenda que restringiu a previsão
da suspensão do direito de arrependimento apenas aos produtos perecíveis, de
consumo imediato e medicamentos. Considerando-se a época vivenciada, em
que os consumidores apresentam altos índices de ansiedade, diante das
notícias inquietantes e da necessidade do isolamento social, muitos,
certamente, têm investido práticas que oportunizem a sensação de deleite e as
compras, para inúmeros sujeitos, se inserem neste grupo de atividades.
Destarte, não seria razoável suspender o exercício de tal direito quanto aos
produtos duráveis.
3. Vícios, Defeitos e Publicidade Enganosa ou Abusiva:
É imprescindível, também, destacar que essa suspensão não abrange os
produtos perecíveis ou de consumo imediato ou medicamentos que
apresentem defeitos (art. 12 ao 17 do CDC) ou vícios (art. 18 ao 25 do
CDC), bem como não se estende às situações em que se constatar
a publicidade enganosa, vedada pelo art. 37 da Lei 8.078/90. Ressalta-se
que tais hipóteses são regidas por outros dispositivos que se encontram em
pleno vigor, inclusive diante da pandemia COVID-19.
Allergy food concept – bread, milk, fruits, nuts, eggs and beans on white background
4. Conclusão:
Entende-se que se encontram abarcados pelo art. 8º da Lei n.º 14.010/20
apenas o direito de arrependimento, oriundo de um pleito imotivado do
consumidor, de modo que em outras hipóteses protegidas pelo CDC, tais como
o vício, o defeito e a publicidade enganosa, o consumidor não apenas tem o
direito de ser ressarcido materialmente, como moralmente pelos danos
sofridos, conforme o art. 6º, inciso VI, da Lei 8.078/90. Ademais, ressalta-se
que este direito pode ser suspenso apenas quanto aos produtos perecíveis, de
consumo imediato e medicamentos.
[1] Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/03/23/compras-
pela-internet-disparam-com-crise-do-coronavirus.htm . Acesso em 11 abr. 2020.
[2] Disponível em: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/e-commerce-cresce-
abril-fatura-compreconfie-coronavirus/. Acesso em 12 jun. 2020.
[3] Disponível em: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/e-commerce-cresce-
abril-fatura-compreconfie-coronavirus/. Acesso em 12 jun. 2020.
[4] Disponível em: http://www.paraibatotal.com.br/noticias/2020/06/05/06385-pesquisa-o-
legado-da-quarentena-para-o-consumo-aponta-os-setores-em-alta-e-em-baixa . Acesso
em 12 jun. 2020.
[7] Disponível em: https://www.consumidormoderno.com.br/2015/05/25/direito-de-
arrependimento-o-outro-lado-da-historia/ . Acesso em 11 abr. 2020.
Art. 49 do CDC e limites do Direito de Arrependimento
O art. 49 do CDC dispõe sobre o direito de arrependimento, em até 7 dias,
de comparas realizadas fora do estabelecimento, mas exige uma
readequação frente ao consumo virtual.
No início dos anos 90, certamente não era comum que empresas
realizassem a venda e divulgação de seus serviços e produtos por
meio online. Passaram a adotar essa valiosa ferramenta de maneira mais
contundente a partir de meados dos anos 2000.
Dispõe o artigo 187 do Código Civil que “também comete ato ilícito o titular
de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
A necessidade de readequação das normas de Direito do Consumidor em
face da realidade
No entanto, até que tais mudanças cheguem a nossa legislação, fica a cargo
do judiciário, por meio de seus juízes, desembargadores e ministros, a
responsabilidade pela análise factual de cada caso que tenha envolto o
direito de arrependimento, sob risco de desvirtuamento da norma nos
casos onde ocorra abuso de direito em face da ausência de boa-fé por
parte do consumidor.
Referências
08/07/2020
225
Muitos podem dizer que na prática não haveria problemas, mas, o consumidor
deverá se certificar de todas as informações sobre o produto, quantidade,
qualidade, componentes, características, prazo de validade, indicação de
consumo etc., pois pela compra através de um anúncio nas redes sociais
(Facebook, Instagram etc.) nem sempre é possível identificar todos esses
elementos, há tão somente uma mera imagem do produto e o preço. E agora
desprotegido do direito ao arrependimento o consumidor ficará a mercê da boa-
fé do prestador de serviço em concordar com a discrepância do produto com a
oferta ou o consumidor deverá fazer a aquisição certificando-se seja por
telefone ou mensagem de todas as características do produto.
Em suma mais uma vez a conta vem para o consumidor ficando privado do seu
exercício regular do direito ao arrependimento nas compras na hipótese de
entrega domiciliar (delivery) de produtos perecíveis ou de consumo imediato e
de medicamentos até o dia 30 de outubro do presente ano.