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São Paulo
2009
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos
Área de Nutrição Experimental
São Paulo
2009
MARITSA CARLA DE BORTOLI
Comissão Julgadora
Tese de doutorado
“If we knew what it was we were doing, it would not be called research, would it?”
Albert Eisntein
Agradecimentos
Às participantes da pesquisa.
À Dra. Luciana Aparecida Farias que sempre esteve presente neste trabalho,
deste o projeto até as últimas análises. E que me ensinou muito sobre ciência e
sobre vida.
À minha irmã Stella de Bortoli que, além de minha melhor amiga, esteve
sempre disposta a encarar os desafios das coletas de sangue e algumas
análises. Que colocou seu trabalho de lado para fazermos as coletas em Novo
Airão. Que me consolou quando eu chorava e riu comigo nos momentos de
felicidade!!!
Aos meus amigos Alessandro, Luciano, Lutcha, Claribel, João Roberto, João
Paulo, Andrea, Adriana e Aécio, que mesmo quando distantes sempre
acompanharam meu progresso nesta pesquisa.
Aos meus tios, tias, primos, primas e minha Noninha que sempre torceram por
mim.
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo avaliar, em seres humanos, se a exposição ao mercúrio
acarreta alterações no estado nutricional relativo ao selênio que possam interferir na
ativação do hormônio tireoidiano T3. Estas alterações poderiam ocorrer pela redução
da disponibilidade do selênio, uma vez que este mineral é considerado um fator
protetor contra a intoxicação pelo mercúrio, realizando ligações com o metal e desta
forma, inibindo sua absorção; e portanto, a conversão do hormônio tiroidiano T4 em T3
poderia ser prejudicada, tendo em vista que é dependente de selenoproteínas. Alguns
estudos têm avaliado a relação entre mercúrio e selênio na população brasileira, no
entanto, não têm observado qual o efeito desta interação nos hormônios tiroidianos. A
importância deste estudo está em detectar se existem estas alterações, e se elas
forem observadas, sugerir formas de melhorar o estado nutricional relativo ao selênio,
para minimizar a contaminação por mercúrio e os problemas acarretados pela redução
dos níveis circulantes do hormônio tiroidiano ativo. Nesta pesquisa foram formados
três grupos, um em Cubatão, um em Novo Airão na região amazônica e, como grupo
controle, um em São Paulo. Foi observado que os grupos de Cubatão e São Paulo
não se encontram em risco de intoxicação por mercúrio. Já o grupo formado em Novo
Airão apresentou teores altos do metal. A ingestão de selênio em todos os grupos
apresentou índices de inadequação de consumo acima dos 30%, no entanto, todos se
apresentaram adequados em relação aos parâmetros bioquímicos do mineral, e
também em relação às concentrações dos hormônios tireoidianos. Nesta pesquisa foi
observado que na região amazônica, apesar dos valores elevados de mercúrio, este
não provocou efeito no estado nutricional relativo ao selênio e no metabolismo normal
dos hormônios tireoidianos. Mais estudos são necessários para que a dinâmica entre
selênio e mercúrio seja completamente elucidada, principalmente em regiões onde
possa ocorrer exposição aguda ao metal, onde se acredita que as consequências
dessa exposição seriam deletérias sobre o status do mineral e suas funções.
Palavras-chave: selênio, mercúrio, hormônios tireoidianos, avaliação nutricional.
BORTOLI, M. C. Assessment of thyroid hormone (T3) levels and selenium status of
women living in mercury exposure area, 2009. Tese (Doutorado) – Faculdade de Ciências
Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, 2009.
ABSTRACT
The aim of this work was to assess, in human beings, if mercury exposure may
lead to changes in selenium status that may interfere with the conversion of
active thyroid hormone T3. Changes in selenium status could occur for a
reduction in its bioavailability, once the mineral is considered as a protection
factor against mercury intoxication, by bounding to the metal and inhibiting its
absorption, and so disturbing the conversion of T4 to T3, witch is dependent on
selenoproteins. Some researches have assessed the relationship between
mercury and selenium in Brazilian population, but these studies did not
observed the effects of this interaction in the thyroid hormones concentrations.
This research is important because it might detect if there is such interaction,
and if it is observed, may suggest viable ways to ameliorate selenium status,
reduce mercury contamination risk and the problems that might occur due to
reduction on active thyroid hormones concentration. For this research three
groups were formed, one in the city of Cubatão, one in Novo Airão in the
amazon region, and, as a control group, one in São Paulo city. Is has been
observed that the groups of Cubatão and São Paulo are not in risk for mercury
intoxication. However, in Novo Airão, the levels of Mercury found were high.
Analysis of selenium intake in all groups show that in all of than inadequate rate
intake was over 30%, however, in every group biomarkers for selenium were
adequate, as well as the thyroid hormone levels. Hence, this study observed
that in Amazon region, in spite of high mercury levels, there is no effect in
selenium status and in the thyroid hormone. Further investigations are needed
to fully elucidate mercury and selenium interaction, especially in regions were
an acute exposure to the metal might happen, when the consequences of this
mey be deleterious to selenium status and its functions.
Keywords: selenium, mercury, thyroid hormones, nutritional assessment.
Sumário
1 Introdução ................................................................................................. 13
2 Revisão de Literatura ................................................................................ 16
2.1 Mercúrio........................................................................................................... 16
2.1.1 Intoxicação por mercúrio .......................................................................... 19
2.1.2 Mercúrio no Brasil .................................................................................... 23
2.1.3 Interação mercúrio e selênio ..................................................................... 28
2.2 Selênio ............................................................................................................. 30
2.2.1 Introdução ................................................................................................. 30
2.2.2 Metabolismo ............................................................................................. 31
2.2.3 Biodisponibilidade, fontes alimentares e recomendação de ingestão....... 32
Riscos na deficiência e toxicidade .......................................................................... 34
2.2.4 Funções ..................................................................................................... 36
2.3 Glutationa peroxidase ...................................................................................... 37
2.4 Iodotironinas desiodases .................................................................................. 39
3 Justificativa................................................................................................ 42
4 Objetivos ................................................................................................... 43
4.1 Geral................................................................................................................. 43
4.2 Específicos ....................................................................................................... 43
5 Hipóteses .................................................................................................. 44
6 Indivíduos e métodos ................................................................................ 45
6.1 Delineamento do estudo................................................................................... 45
6.1.1 Critérios de inclusão ................................................................................. 46
6.2 Avaliação antropométrica ................................................................................ 46
6.3 Avaliação do consumo alimentar ..................................................................... 47
6.4 Avaliação bioquímica ...................................................................................... 48
6.4.1 Coleta de sangue ....................................................................................... 48
6.4.2 Coleta de cabelo........................................................................................ 49
6.4.3 Determinação de selênio no plasma e nos eritrócitos ............................... 50
6.4.4 Determinação da atividade da GPx nos eritrócitos................................... 50
6.4.5 Determinação de mercúrio nas amostras de cabelo .................................. 51
6.4.6 Determinação dos hormônios tireoidianos ............................................... 51
6.4.7 Análise estatística ..................................................................................... 52
7 Resultados ................................................................................................ 53
7.1 Caracterização da população estudada............................................................. 53
7.2 Avaliação da composição corporal .................................................................. 57
7.3 Avaliação do consumo alimentar ..................................................................... 60
7.4 Indicadores bioquímicos .................................................................................. 67
7.4.1 Mercúrio ................................................................................................... 68
7.4.2 Selênio no plasma ..................................................................................... 71
7.4.3 Selênio nos eritrócitos .............................................................................. 73
7.4.4 Atividade da GPx ..................................................................................... 75
7.4.5 Hormônios da tireóide .............................................................................. 77
8 Discussão.................................................................................................. 79
9 Conclusões ............................................................................................. 100
10 Referências bibliográficas .................................................................... 101
11 Anexos ................................................................................................. 119
Lista de figuras e tabelas
1 Introdução
região, que é naturalmente rico no metal (LEINO & LODEINOS, 1995; MALM et
al., 1995; DÓREA et al., 2003; PINHEIRO et al., 2005).
Em Cubatão, apesar do histórico de poluição da cidade, não foram
realizados muitos estudos cujo objetivo principal fosse o de avaliar a exposição
da população ao metal. No entanto, algumas pesquisas demonstram que há
concentrações elevadas de mercúrio na água e sedimentos no sistema
estuarino de Santos, assim como nos peixes desta região, que é o local de
deposição das águas do Rio Cubatão, que corta a cidade de mesmo nome
(HORTELLANI et al., 2005; FARIAS et al., 2005).
Entretanto, a ingestão de selênio pode estar entre os fatores
nutricionais que modificam a toxicidade do metilmercúrio, mas a importância
prática da ingestão de selênio em populações expostas ao metal ainda não foi
estabelecida. A ação protetora do selênio ocorre porque este se liga com o
mercúrio, no entanto, esta ligação pode torná-lo indisponível para o organismo
e, desta forma, para executar suas funções (WATANABE, 2002; GONZAGA et
al., 2009).
As principais funções do selênio dizem respeito ao seu papel em
selenoproteínas, como a glutationa peroxidase (GPx), a tioredoxina redutase e
as iodotironinas desiodases.
A GPx, encontrada em muitos tecidos animais, é reconhecida como
uma componente do maior sistema protetor contra a peroxidação lipídica
endógena e exógena. A enzima contém selênio e é reativa para uma variedade
de hidroperóxidos orgânicos. Por sua capacidade de redução, a GPx catalisa a
desativação do peróxido de hidrogênio ou hidroperóxidos orgânicos (derivados
de lipídeos insaturados). Estas reações servem para proteger o organismo dos
efeitos deletérios do estresse oxidativo in vivo, diminuindo o dano potencial dos
radicais livres e promovendo uma segunda linha de defesa contra os
hidroperóxidos (WENDEL, 1981; YUAN & KITTS, 1997; TAPIERO et al., 2003).
As iodotironinas desiodases (I, II e III) são enzimas, dependentes de
selênio, que catalisam a desiodação da tiroxina em triiodotironina e
triiodotironina reversa, regulando desta maneira a conversão do T4 em T3 e a
concentração deste hormônio no organismo. Portanto, em casos de deficiência
de selênio o nível plasmático de T4 estaria aumentado e o de T3 diminuído,
resultando numa menor síntese e concentração do hormônio triiodotironina
Introdução 15
ativo (REILLY, 1996; BURK & LAVANDER, 2003; GONZAGA et al., 2009;
CUNHA & RAVENZWAAY, 2005).
Em virtude da importância do selênio na proteção contra a
intoxicação por mercúrio e nos efeitos que essa interação pode ter no
organismo, neste estudo avaliamos o estado nutricional relativo ao selênio de
mulheres expostas ao metal e as consequências desta exposição no
metabolismo dos hormônios tireoidianos.
Revisão de Literatura 16
2 Revisão de Literatura
2.1 Mercúrio
1 3
mercúrio total para espécies de peixes não predatórias e 1000 µg kg-1 para as
predatórias (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 1998), no
entanto, não estabelece um limite para o metilmercúrio. Para este composto
orgânico a FAO/WHO (2007) recomenda que os valores sejam de 500 µg kg-1
para as espécies herbívoras, e para as carnívoras de 1000 µg kg-1. Ambas as
recomendações encontram-se muito próximas, visto que cerca de 90% do
mercúrio total encontrado nos peixes está na forma de metilmercúrio (IPCS,
1990).
Para avaliar a exposição ao mercúrio, além do cálculo de ingestão
alimentar, são empregados biomarcadores que podem determinar a exposição
individual ou populacional, e entre os mais utilizados para a determinação das
concentrações do mercúrio total ou do metilmercúrio, encontram-se os cabelos,
a urina e o sangue.
Amostras de cabelo têm sido frequentemente utilizadas em diversos
estudos como um biomarcador para a exposição ao mercúrio em populações.
Durante a formação do cabelo, o mercúrio presente no sangue entra no folículo
capilar, e uma vez incorporado ao cabelo, permanece inalterado (ATSDR,
1999; DOLBEC et al., 2001). Este biomarcador também vem sendo utilizado
para a análise sequencial do metal no cabelo, mostrando-se útil para identificar
variações sazonais na exposição ao metal. Uma vez que o cabelo cresce cerca
de 1 cm a cada mês a exposição ao mercúrio pode ser recapitulada em
segmentos de fios de cabelo, sendo que aqueles mais próximos ao couro
cabeludo refletem exposição mais recente e os mais distantes, exposições
passadas. Dolbec et al. (2001) conduziram um estudo sobre a variação sazonal
de mercúrio na bacia amazônica. A população do estudo foi composta de
mulheres em idade fértil, cujas amostras de cabelo foram segmentadas e
analisadas centímetro a centímetro. Os pesquisadores observaram que houve
variação no teor de mercúrio em relação à época do ano, sendo maior a
concentração nos segmentos de cabelo que representavam a época da seca e
menor naquele da época das cheias. Ainda relataram que naquelas pessoas
com relato de consumo diário de peixe os teores do metal eram mais altos. No
entanto, a análise sequencial de exposição ao metal não é possível em todos
os estudos, tendo em vista a quantidade de amostra necessária para proceder
as análises.
Revisão de Literatura 23
2.1.2.2 Cubatão
2.2 Selênio
2.2.1 Introdução
2.2.2 Metabolismo
Se alimentar
Selenometionina
Selenito Pool intracelular de selênio
Selenato
Selenocisteína
Outras formas
liases
Selenometionina
H2Se
GSH (selenito)
Selenito,
selenato TrxR/Trx
Incorporação não-específica
de proteínas ligadoras de Se
Selenoproteínas
2.2.4 Funções
GPX
ROOH + 2 GSH ROH + GSSG + H2O
3 Justificativa
4 Objetivos
4.1 Geral
4.2 Específicos
5 Hipóteses
6 Indivíduos e métodos
IMC Classificação
< 18,5 Desnutrição
18,5 |—| 24,9 Normalidade
25,0 |—| 29,9 Sobrepeso/Pré-Obesidade
> 30 Obesidade
Tabela 3 – Faixas de classificação do estado nutricional conforme IMC.
Fonte: OBESITY, 2000.
por 15 minutos a 4oC quando o plasma foi aspirado com pipeta automática,
acondicionado em eppendorfs desmineralizados e armazenado em ultra-
freezer a -80oC. Para separação dos eritrócitos foi utilizado o método de
WHITEHOUSE et al. (1982), que consistiu em três lavagens sucessivas com
5mL de solução fisiológica a 0,9%, homogeneização lenta por inversão e
centrifugação a 10000g/min por 10 minutos a 4oC. Após a última centrifugação
o sobrenadante foi desprezado e os eritrócitos cuidadosamente recolhidos com
micropipeta e acondicionados em eppendorfs desmineralizados e mantidos em
ultra-freezer a -80oC até o momento das análises de selênio e glutationa
peroxidase.
Para a análise dos hormônios tireoidianos, o sangue total foi
centrifugado (centrífuga refrigerada – Sorvall Instruments – RC50) a 3000g/min
por 10 minutos a 4ºC. O soro foi então coletado em eppendorfs e encaminhado
ao Laboratório de Análises Clínicas da Universidade de São Paulo para
análise.
Durante o processamento do sangue no município de Novo Airão foi
utilizada uma centrífuga não refrigerada, no entanto, foram mantidas as
mesmas rotações utilizadas nos outros processamentos. O sangue foi
armazenado e transportado em nitrogênio líquido até a sede do INPA, em
Manaus, quando foi, então, condicionado em gelo seco para o transporte até a
cidade de São Paulo.
7 Resultados
55
50
45
40
Idade (anos)
35
30
25
20
Median
25%-75%
Non-Outlier Range
15 Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
50
40
Tempo de residência (anos)
30
20
10
0
Median
25%-75%
Non-Outlier Range
-10 Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
12
10
6
Nº de filhos
0
Median
25%-75%
Non-Outlier Range
-2 Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
50
45
40
35
IMC
30
25
20
Median
25%-75%
Non-Outlier Range
15 Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
75
70
Ingestão de carboidratos (%) em relação ao consumo energético
65
60
55
50
45
40
35
30 Median
25%-75%
Non-Outlier Range
25 Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
30
28
Ingestão de proteínas (%) em relação ao consumo energético
26
24
22
20
18
16
14
12
10 Median
25%-75%
Non-Outlier Range
8 Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
Figura 8 – Distribuição da ingestão de proteínas, em porcentagem, em relação
ao consumo energético de mulheres residentes em São Paulo (SP), Cubatão
(CB) e Novo Airão (AM).
Resultados 64
50
Ingestão de lipídeos (%) em relação ao consumo energético
45
40
35
30
25
20
Median
25%-75%
Non-Outlier Range
15 Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
Figura 9 – Distribuição da ingestão de lipídeos, em porcentagem, em relação
ao consumo energético de mulheres residentes em São Paulo (SP), Cubatão
(CB) e Novo Airão (AM)
160
140
120
Ingestão de Se (mcg)
100
80
60
40
20
Median
25%-75%
Non-Outlier Range
0 Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
160
120
100
Se (mcg)
80
60
40
20
0
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
PTN g
7.4.1 Mercúrio
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
Hg (ppm)
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0 Median
25%-75%
Non-Outlier Range
-0,1 Outliers
SP CB Extremes
GRUPOS
20
18
16
14
12
Hg (ppm)
10
2
Median
25%-75%
0 Non-Outlier Range
Outliers
-2 Extremes
AM
325
300
275
250
225
Se plasmático (mcg L-1)
200
175
150
125
100
75
50
Median
25%-75%
25
Non-Outlier Range
Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
400
350
300
250
Se er
200
150
100
50
Median
25%-75%
0 Non-Outlier Range
SP CB AM Outliers
GRUPOS
Figura 14 – Distribuição da concentração de selênio eritrocitário em mulheres
residentes em São Paulo (SP), Cubatão (CB) e Novo Airão (AM).
140
120
100
Atividade da Gpx (U/gHb)
80
60
40
20
Median
25%-75%
Non-Outlier Range
0 Outliers
SP CB AM Extremes
GRUPOS
Figura 15 – Distribuição da atividade da GPx em mulheres residentes em São
Paulo (SP), Cubatão (CB) e Novo Airão (AM).
Tabela 22 – Razão entre T3 e T4 dos grupos São Paulo (SP), Cubatão (CB) e
Novo Airão (AM).
SP CB AM
(n=70) (n=43) (n=55)
,b ,b,c
Média 0,178ª 0,152ª 0,174ª,c
Mediana 0,175 0,148 0,171
Máximo 0,283 0,217 0,227
Mínimo 0,132 0,119 0,126
Desvio Padrão 0,027 0,020 0,027
a: p=0,000001; b: p=0,000025; c: p=0,000134
8 Discussão
apresentarem menor estatura que as participantes dos dois outros grupos, este
dado não se refletiu em diferenças no cálculo de necessidade energética.
Mais importante que o valor de calorias consumidas per se é a
análise da porcentagem do consumo destas em relação às necessidades
energéticas calculadas. Considerando-se, então, as estimativas de consumo e
de necessidade energética, as participantes do grupo São Paulo ingeriram em
média 92,8% de calorias relativas à necessidade, em Cubatão este consumo
representou 97,7% das necessidades, e em Novo Airão 94,6%. Entretanto,
apresentaram consumo energético acima das necessidades calculadas 31,4%
das participantes do grupo formado em São Paulo, 47,6% das participantes de
Cubatão e 40,7% das mulheres do grupo de Novo Airão. A maior porcentagem
de mulheres com consumo energético superior ao necessário nos grupos de
Cubatão e Novo Airão pode estar associado ao maior valor médio de IMC
encontrado em ambos, apesar de não serem estatisticamente diferentes
daquele encontrado no grupo formado em São Paulo.
Sobre a contribuição dos macronutrientes no valor energético total
(VET) da dieta, o Institute of Medicine (NATIONAL ACADEMIES PRESS)
recomenda que entre 10 e 35% do VET seja atingido na forma de proteínas;
em torno de 30% (20 – 35%) do VET como lipídeos e entre 50 e 60% do VET
na forma de carboidratos (NATIONAL ACADEMIES PRESS, 2002). Observa-
se, portanto, que neste estudo todos os grupos apresentaram distribuição
média de macronutrientes em relação ao VET conforme as recomendações.
Apesar dos grupos apresentarem, em média, consumo adequado de
macronutrientes em relação às recomendações do NATIONAL ACADEMIES
PRESS, houve diferença entre o consumo de proteínas entre os grupos, aonde
foi observado menor consumo deste nutriente entre as mulheres do grupo
formado em Cubatão. Este fato refletiu-se também na ingestão de carboidratos,
que se apresentou marginalmente diferente entre os grupos, com maior média
de consumo pelo grupo Cubatão.
Embora os resultados para o IMC não tenham demonstrado
diferença significativa entre os grupos, os dados de consumo alimentar do
grupo formado em Cubatão, apresentam-se em concordância com o estudo de
Lobato et al. (2009), uma vez que uma de suas conclusões refere-se ao
aumento do IMC com o aumento do consumo de carboidratos, especialmente o
Discussão 83
encontrado em sua forma simples. Outros autores, por outro lado, acreditam
que a contribuição dos carboidratos não é tão importante quanto à dos lipídeos
para a prevalência da obesidade. De acordo com alguns estudos foi
demonstram que o consumo elevado de carboidratos (maior que 55% do valor
energético total da dieta) estava relacionado com os menores valores de IMC,
enquanto que os maiores valores do índice encontravam-se em indivíduos com
consumo reduzido do nutriente em detrimento do consumo de lipídeos (MEENA
& ABHIMANYU, 1996; BOWNMAN et al., 2002), mas nesta pesquisa não foi
observado consumo de lipídeos significativamente diferente entre os grupos.
Entretanto, o grupo formado em Novo Airão apresentou maior consumo de
proteínas, mas este dado não se refletiu nos valores de peso e IMC para este
grupo.
A recomendação de ingestão de selênio segundo a EAR é de
45µg/dia (NATIONAL ACADEMIES PRESS, 2000), e é considerada adequada
para atender às necessidades fisiológicas e para promover a melhor atividade
das selenoproteínas GPx e SelenoproteínaP (THOMSON, 2004). Conforme
esta recomendação todos os grupos apresentaram média de consumo do
mineral adequada e não houve diferença significativa entre a ingestão diária do
mineral entre eles, que foi de 57,1 µg/dia no grupo de São Paulo, 53,3 µg/dia
em Cubatão e 53,9 µg/dia em Novo Airão. Entretanto, quando foi calculada a
prevalência de inadequação de ingestão de selênio pelo método de ponto de
corte da EAR, foi observado que a ingestão de selênio estava inadequada em
38,2% das participantes residentes em São Paulo, 50% daquelas de Cubatão e
em 44% naquelas residentes em Novo Airão. Os dados de inadequação
representam a porcentagem de mulheres que não atingiram a ingestão
adequada de acordo com os valores recomendados para EAR. No entanto, há
também um valor que determina a necessidades basal de ingestão do mineral
(a quantidade mínima necessária para prevenir o aparecimento de sinais e
sintomas clínicos e patológicos de deficiência) que foi calculada em 20,4µg/ dia
para mulheres (FAO/WHO, 2004). De acordo com este valor, somente nos
grupos formados em Cubatão (2,4%) e em Novo Airão (5,5%) houve registro de
ingestão inferior a esta.
Discussão 84
saudáveis pelos estudos conduzidos por este laboratório, ainda não existe um
valor de referência estabelecido mundialmente para selênio plasmático ou
sérico devido às grandes diferenças encontradas para estes parâmetros em
diversos outros estudos. Os fatores que interferem com estes parâmetros vão
desde o nível de selênio no solo até fontes alimentares utilizadas pelas
populações avaliadas. Em 2004, Thomson publicou uma revisão onde propõe
níveis plasmáticos mínimos de selênio associados com: 1) prevenção dos
sinais de deficiência, especificamente com o aparecimento de sintomas da
doença de Keshan (concentrações superiores a 21 µg L-1); 2) melhor atividade
das iodotironinas desiodases (níveis acima de 69 µg L-1); e 3) melhor atividade
da GPx plasmática (valores entre 84 e 100 µg L-1).
L-1, e nas residentes em Novo Airão não houve observação de tais valores.
Com relação aos valores superiores a 120 µg L-1, em 14,3% das participantes
do grupos de São Paulo, 9,3% das de Cubatão e 49% das de Novo Airão foram
observadas tais concentrações. No entanto, também já foram encontrados em
outros estudos, como o conduzido por PLEBAN et al. (1982), valores médios
entre 149,9 e 250 µg L-1 em mulheres americanas em idade fértil e saudáveis.
Neste estudo, recomendavam, já naquela época, que os valores de referência
para este mineral deveriam ser determinados de acordo com a região
geográfica em que as pessoas vivem e, principalmente, de onde se originam os
alimentos consumidos pela população.
observar que neste estudo, os valores encontrados para todos os três grupos
condizem com um estado nutricional relativo ao mineral adequado.
presente, mas em uma localidade que não havia esta atividade os valores
médios encontrados foram de 4,33 ppm.
Apesar dos valores elevados de mercúrio encontrados em amostras
de cabelos, em dois estudos foram realizadas avaliações clínicas na população
para observação de sintomas da intoxicação pelo metal, descrito como doença
de Minamata. No estudo de Dorea et al. (2003), com mulheres vivendo em
comunidades ribeirinhas no Rio Negro, os sintomas pesquisados foram
fraquezas musculares, amortecimento de membros, tremores, desequilíbrio,
alterações sensoriais, no entanto, nesta população, esses sinais não foram
observados. Em outro estudo, realizado no Pará, Malm et al. (1995), realizaram
avaliações clínicas que procuravam por sintomas como desequilíbrio sensitivo,
constrição de campo visual, ataxia, redução da capacidade auditiva, tremores,
reflexos de tendões e desequilíbrios mentais e salivares, mas também não
encontraram entre as populações ribeirinhas analisadas nenhum desses sinais.
9 Conclusões
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p.14-25.
11 Anexos
Anexos 120
1. Nome do Paciente:...................................................................................................................
Documento de Identidade Nº :......................................................... Sexo: ( ) M ( )F
Data de Nascimento:............/............/...........
Endereço:.........................................................................................Nº:....................Apto:..............
Bairro:..............................................................Cidade:...................................................................
CEP:...................................................Telefone:............................................................................
Justificativa da Pesquisa
Considerando-se a importância do selênio na função tireoidiana e na possível proteção à
intoxicação pelos compostos de mercúrio, é fundamental um estudo sobre as interações entre
estes minerais numa população exposta aos riscos oferecidos pela presença do mercúrio,
como é a população de Cubatão (SP), visto que esta população poderia se beneficiar com os
resultados, buscando um equilíbrio nutricional entre os minerais citados.
Objetivos da Pesquisa
Objetivo Geral: Avaliar os níveis sangüíneos do hormônio tireoidiano ativo (T3) e o estado
nutricional relativo ao selênio de mulheres adultas residentes em área de exposição ao
mercúrio.
Objetivos Específicos: Avaliar o estado nutricional geral da população. Avaliar a concentração de
mercúrio em amostras de cabelo. Avaliar o consumo alimentar habitual das participantes. Avaliar o
conteúdo de selênio e mercúrio em alimentos consumidos pela população estudada.
Procedimentos
Anexos 124
Coleta de Sangue:
Jejum de 12 horas. Serão coletados 20ml de sangue, com seringas e agulhas de aço
inoxidável estéreis e descartáveis, e transferido para tubos com anticoagulante EDTA, e tubos
sem anticoagulante. A coleta de sangue será realizada
______________________________(local a definir), pelo profissional
___________________________________ O sangue será transportado para o Laboratório de
Minerais (FCF/USP), onde será processado e analisado.
Coleta de Cabelo:
Será cortada uma pequena mecha de cabelo da região occipital, próximas ao couro cabeludo,
que serão identificadas e transportadas ao Laboratório de Análises com Ativação de Nêutrons
(LAN/IPEN) para análise.
Peso:
O peso será verificado com balança digital com subdivisão de 100 g, com a participante trajando roupas
leves, e sem calçados.
Altura:
A altura será verificada com estadiômetro portátil com haste móvel, onde a participante estará sem
calçados e deve permanecer com os pés unidos e postura ereta.
Recordatório Alimentar:
Serão fornecidos formulários e informações orais e escritas para o preenchimento de três registros
alimentares de 24 horas. As informações serão avaliadas por meio do Software Virtual Nutri (FSP/USP), e
adequação da dieta será realizada de acordo com as DRIs de 2001.
VI – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa.
_________________________________ __________________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa Assinatura do pesquisador
ou responsável legal (carimbo ou nome legível)
Anexos 126
RESULTADO DA TRIAGEM
Elegível ao estudo ( ) não ( ) sim
Anote os alimentos que você ingerir pelos próximos três (03) dias. Inclua um dia do
fim de semana (sábado ou domingo). Preencha adequadamente as quantidades em
medidas caseiras. Lembre-se que quanto mais informação, melhor.
Observe o exemplo:
Horário Alimento Quantidade em medidas caseiras
8h Pão francês ½ unidade
12 h Arroz branco 3 colheres de sopa cheias
16 h Bolacha recheada sabor morango 4 unidades