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Prática Tributária

Aula 11 - peça 10 – Exceção de Pré - Executividade

Professora Cristina Barbosa Rodrigues


EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

 Além dos Embargos à Execução Fiscal, o


contribuinte executado também poderá
utilizar-se do meio de defesa denominado
Exceção de Pré-Executividade,
alegando matérias com a finalidade de
demonstrar que a execução não preenche
todos os requisitos legais.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

É um meio de defesa amplamente utilizado e aceito


pela doutrina e jurisprudência.
Apesar de não haver previsão expressa desse
instituto processual, a doutrina majoritária entende
que o novo o CPC tratou da Exceção de Pré-
Executividade no art. 803, parágrafo único.
 Nesse artigo, o CPC estabelece que as nulidades
processuais citadas nos incisos I, II e III, devem ser
pronunciadas de ofício ou a requerimento da parte,
independentemente de embargos à execução.
Art. 803. É nula a execução se:
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a
obrigação certa, líquida e exigível;
II - o executado não for regularmente citado;
III - for instaurada antes de se verificar a condição ou
de ocorrer o termo.
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo
será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento
da parte, independentemente de embargos à execução.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

 Nesse contexto do artigo 803 do CPC e em respeito aos ditames


constitucionais do contraditório, ampla defesa, inafastabilidade da
tutela jurisdicional e o direito de petição ( art. 5º, XXXV, LIV E LV da
C.F), os Tribunais nacionais acatam esse incidente processual de
exceção, garantindo a defesa daqueles que não possuem patrimônio
para garantia do juízo ou penhora para se defenderem na execução
fiscal.

 Entretanto, de acordo com a jurisprudência, o cabimento da Exceção


de Pré-Executividade deve ser visto como excepcional defesa em
hipóteses de flagrante nulidade do título executivo, questões de
ordem pública, pressupostos processuais e condições da ação,
desde que desnecessária a dilação probatória.
 Súmula 393 STJ:
“A exceção de pré-executividade é
admissível na execução
fiscal, relativamente às matérias
conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória.”
Exemplos de matérias que, em regra, não necessitam
de dilação probatória:
 Ausência de condições da ação ou inexistência de
pressupostos de constituição e desenvolvimento válido
do processo de execução;
 Alegação de pagamento integral do débito;

 Ilegitimidade passiva do executado em face da


ausência de condição de contribuinte;
 Ilegitimidade do título executivo por vício da CDA;

 Prescrição ou decadência do crédito executado ( 156,


V do CTN);
 Não configuração do fato gerador (não ocorrência,
não incidência, isenção, imunidade, etc.)
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

 Fundamento: 5º, XXXV e LV CF e Súmula 393 do STJ.

 A Exceção de Pré-Executividade não é uma ação judicial, mas um


incidente processual apresentado no âmbito da própria execução
fiscal e tendo como objetivo a sua nulidade.

 Prazo: não há uma previsão específica no CPC, nem na Lei de


Execuções Fiscais (Lei 6.830/80), entretanto como meio de defesa na
execução fiscal, recomenda-se seja apresentada no prazo que
devedor possui para pagar ou nomear bens à penhora (5 dias – art.
8º Lei 6.830/80), ou seja, logo após a citação da execução fiscal.

 Entretanto, a Exceção de Pré-Executividade terá como limite a


extinção do processo de execução, uma vez que matérias processuais
de ordem pública podem ser interpostas a qualquer tempo.
 Não é necessário recolher custas.

 Não é necessário garantir o juízo, nem nomear bens à


penhora.

 Juízo Competente: a petição será juntada aos


próprios autos do processo de Execução Fiscal.

 Cabe pedido de condenação em honorários, se


acolhida (REsp 999.417/SP e AgRg no Resp
1.085.980/SC)
Diferença entre Exceção de Pré-Executividade
e Embargos à Execução
 A Exceção de Pré - executividade é uma petição para alegar
principalmente vício no título executivo e matéria de ordem pública, sem
a necessidade do recolhimento de custas processuais e o ato decisório
correspondente consiste em decisão interlocutória. Não é uma ação, é mero
incidente processual apresentado nos autos da execução objetivando a sua
nulidade.
 Embargos à execução têm natureza jurídica de ação, devendo ser
distribuída autonomamente. Em razão disso, há a necessidade de
recolhimento de custas processuais e o ato decisório correspondente
consiste em sentença.
 De forma prática, a Exceção de Pré-Executividade é utilizada no
decorrer da execução ou cumprimento de sentença para alegar matéria
que o juiz deveria analisar de ofício, sem necessidade de dilação
probatória.
 Os Embargos à Execução têm o objetivo de realizar a defesa do
executado em autos apartados e discutir a respeito dos tópicos
alegados na execução, com ampla dilação probatória.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO ESBOÇO – PEÇA 09

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

 VERBO: oferecer/apresentar

 TERMINOLOGIA: Excipiente (executado)


Excepto (exequente)
Roteiro

 Petição Simples – É um incidente processual.


Não é uma petição inicial de ação.

 Endereçamento:
- Juízo Competente - o mesmo da execução:

AO JUÍZO DE DIREITO DA ___VARA ....( EXECUÇÕES


FISCAIS/CÍVEL/FAZENDA PÚBLICA/ÚNICA)_____ DA
COMARCA DE............ ( para tributos estaduais e municipais)
OU
AO JUÍZO FEDERAL DA ...VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DE.... (para tributos federais)

PROCESSO Nº............... ( mesmo processo da Execução Fiscal)


ROTEIRO

QUALIFICAÇÃO DAS PARTES:


nome, estado civil, profissão, CPF/CNPJ/domicílio/sede/endereço
eletrônico....., por seu advogado, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência.....................
Com fundamento no art. 5º, incisos XXXV e LV da CF e em conformidade
com a Súmula 393 do STJ,
apresentar:
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
contra a Execução Fiscal proposta pelo Município...., pessoa jurídica
de direito público interno, CPJ......., endereço..........., endereço
eletrônico......, na pessoa de seu representante legal, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

I - DOS FATOS: resumo do caso


II - DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
III- DO DIREITO:
Tese: ilegitimidade passiva – não é
contribuinte/devedor do imposto, conforme artigos
32 e 34 CTN.

IV – DO CABIMENTO DE HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS
 art. 85, §3º, do CPC

 REsp 999.417/SP e AgRg no Resp 1.085.980/SC


V- PEDIDOS

 A intimação do Município de São Paulo, por meio do seu


representante legal, para querendo responder os termos da
exceção;

 Acolhimento da exceção arguida, em face dos documentos


acostados, reconhecendo o excipiente como parte ilegítima, e
determinando a exclusão do polo passivo da presente execução,
decretando-se sua extinção em relação ao mesmo.

 condenação da excepta ao pagamento das verbas relativas


aos honorários advocatícios, segundo art. 85, §3º, do CPC;

 O deferimento da juntada dos documentos que instruem a


presente exceção.
ENCERRAMENTO:

Nesses termos, pede deferimento.

Local.........., Data....

Adv.......
OAB /... Nº...
Caso – Peça 10 - Exceção de Pré-Executividade

Peter foi intimado e citado de Execução Fiscal movida pelo Município de São
Paulo. O objeto da demanda executória é um conjunto de dívidas (no total de R$
6.000.000,00 - seis milhões de reais), incidente sobre a propriedade de um
imóvel que Peter teria no Morro Doce. Ocorre, porém, que a exigência do Fisco
Municipal assenta-se em gravíssimo erro de fato, pois o contribuinte não é e
nunca foi proprietário do referido imóvel ao contrário, só tem um único pequeno
apartamento no Morro das Bananeiras – local este bem mais humilde que o
primeiro, estando situado a 50 quilômetros do Morro Doce.

Questão:
Sabendo que o contribuinte não possui bens, tampouco recursos financeiros, em
valor suficiente para garantia do juízo e que, por isso, não pode embargar a
execução, adote a medida judicial cabível, como advogado (a) de Peter para
defesa de seus interesses.
ANÁLISE DA QUESTÃO – Caso 10:

 Tributo: IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano - Imposto


Municipal
 Contribuinte do IPTU – proprietário, possuidor (com ânimo de
dono) ou detentor do domínio útil (proprietário direto) de imóvel,
localizado na zona urbana do município - arts. 32 e 34 do CTN).
 Fato: execução fiscal contra quem não é proprietário do imóvel.
 Direito: Ilegitimidade passiva, o cliente não é contribuinte do IPTU
relativo ao imóvel localizado no Morro Doce, conforme artigos 32 e
34 CTN.
 Identificação da Peça: execução fiscal em andamento, não há
bens suficientes para penhora, não houve ou não é possível a
garantia do juízo para defesa, nulidade/ilegalidade evidente
 Conclusão: propor Exceção de Pré-Executividade para excluir o
cliente do polo passivo e extinguir a execução fiscal, posto que o
mesmo não é proprietário do imóvel a que se refere a dívida de
IPTU.
CORREÇÃO
ESTRUTURA BÁSICA EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE – CASO 10
AO JUÍZO DE DIREITO DA ___VARA DE EXECUÇÕES FISCAIS DA COMARCA DE SÃO
PAULO – SP

PROCESSO Nº...............

Peter, estado civil..........., profissão......, CPF......,domicílio.....endereço eletrônico.....vem,


por seu advogado, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no
art. 5º, incisos XXXV e LV da CF e em conformidade com a Súmula 393 do STJ,
apresentar:
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
contra a Execução Fiscal proposta pelo Município de São Paulo, pessoa jurídica de
direito público interno, CPJ......., endereço..........., endereço eletrônico......, na pessoa de
seu representante legal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I - DOS FATOS
- Resumo do caso
II - DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

De acordo com o que dispõe o artigo 803 do CPC e em respeito aos ditames
constitucionais do contraditório, ampla defesa, inafastabilidade da tutela jurisdicional e o
direito de petição ( art. 5º, XXXV, LIV E LV da C.F).............

Conforme jurisprudência...
- Súmula 393 STJ

III- DO DIREITO:

Tese: ilegitimidade passiva – não é contribuinte/devedor do imposto, conforme


artigos 32 e 34 CTN.

IV – DO CABIMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Nos termos do art. 85, §3º, do CPC.....
REsp 999.417/SP e AgRg no Resp 1.085.980/SC
V- PEDIDOS

 A intimação do Município de São Paulo, por meio do seu


representante legal, para querendo responder os termos da
exceção;

 Acolhimento da exceção apresentada, em face dos


documentos acostados, reconhecendo o excipiente como parte
ilegítima, e determinando a exclusão do polo passivo da presente
execução, decretando-se sua extinção em relação ao mesmo.

 condenação da parte excepta ao pagamento das verbas


relativas aos honorários advocatícios, segundo art. 85, §3º, do
CPC;

 O deferimento da juntada dos documentos que instruem a


presente exceção.
Nesses termos, pede deferimento.

Local.........., Data....

Adv.......
OAB /... Nº...
FIM!
Obrigada!

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