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Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória

Rituais com Ervas – EAD – Curso Virtual


Ministrado por Adriano Camargo

Anexo 01
Salve turminha das ervas. Salve irmãos e irmãs em Mamãe Natureza.
Estamos aqui firmes e fortes nesse nosso trabalho de formiguinha, disseminando o conhecimento
sobre as ervas, de uma forma simples, objetiva, sem rodeios nem mistérios.
Por falar em mistérios, quero começar alertando sobre os donos dos mistérios. Isso mesmo, os
que se autointitulam donos de determinadas forças da natureza. Prestem bastante atenção: não se
quebra um dogma criando outros.
Uma folha é uma enciclopédia em si mesma. Numa folha está todo o código de uma raça
elemental inteira. Reconhecer a energia numa folha, não estamos falando da energia física, como
aprendemos no colégio, mas a energia etérica, espiritual mesmo, enfim reconhecer essa energia é um
dom, que pode ser desenvolvido sim. Existem pessoas que nascem com um dom para a música, com
uma invejável voz afinada ou com uma habilidade nata para tocar determinado instrumento. Da
mesma forma existem pessoas que têm uma sensibilidade natural para os elementos. Sentem as
pedras, a água ou as ervas.
Esta sensibilidade não é um benefício que Deus dá de presente àquela pessoa em especial, mas
sim conquista dela em sua caminhada de aprendizado e conhecimento.
Negar seu dom seria a mesma coisa que vendar um dos olhos e se negar a enxergar com ele. Ou
mesmo tapar uma das narinas, ou um dos ouvidos, ou mesmo os dois para não ouvir nada. Muitas
pessoas gostariam de nascer com esses dons, mas têm a oportunidade de aqui, nessa jornada carnal,
desenvolver pelo menos em parte uma dessas capacidades.
A mediunidade, ou sexto sentido, ou como chamei aqui simplesmente de sensibilidade, pode ser
desenvolvida dentro das suas condições e merecimento. E isso não está diretamente ligado ao plano
espiritual humano. O dom de entender e reconhecer as reações das plantas é muito mais comum do
que imaginamos. E sempre há quem afirme: acho que não tenho mão boa para plantas... Digo o
contrário: pratique!
Tenha alguns instantes diários de contato com suas ervas e plantas ornamentais. Lave as mãos
em água fria, com seu sabão ou sabonete preferido, enxágue com bastante água e sem tocar em nada
espalme suas mãos sobre as folhas de uma planta... relaxe... solte os ombros, os braços... afrouxe os
músculos... respire fundo pelo menos umas três vezes... feche os olhos e sinta a erva... sinta sua aura,
sua vibração. Na desista se não sentir nada na primeira vez... a persistência fará com que dia a dia sua
sensibilidade aumente. Quando menos esperar, estará em contato com um mundo fantástico, disposto
a lhe ensinar, dentro também daquilo que você puder aprender, todo o conteúdo armazenado por
milhares de anos de existência.
Os elementos vêm participando da evolução humana a incontáveis eras. Uma das formas de
entrarmos em contato com essas vibrações é o meio religioso. A Umbanda como religião da natureza
proporciona um desses meios.
Os guias espirituais, caboclos, pretos-velhos, crianças, exus, etc., são manipuladores, senão
naturais, preparados para tal. Conhecedores de como ativar os elementos, mesmo sem muita
ritualística, sem folclore, estão ali, com uma folha, uma flor, semente, pedra, enfim, com um
elemento natural ativo para o benefício de seu semelhante.
Quando oferendamos um Orixá, seja em seu ponto de forças ou mesmo dentro de nossos
terreiros, os elementos ali colocados são manipulados de forma que proporcionem ligação, irradiação
ou absorvência de vibrações também.
Não há conhecedores absolutos desses elementos, porque, se alguém assim se intitula, se
autointitula de próprio Criador da Natureza. Somos instrumentos do mais alto, aprendizes do amor
pela Mãe Terra, e por todas as Mães que compõem esse magnífico quadro natural.
Saúde, sucesso e muita magia realizadora a todos.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema

Anexo 02
Salve turminha das ervas e do conhecimento.
Salve buscadores de Mãe Natureza. É com muita satisfação que podemos contar com esse espaço
no JUS, o qual dedicamos não apenas ao conhecimento sobre as ervas, mas também ao conhecimento
religioso de nossa amada Umbanda.
Quando nos referimos ao uso das ervas dentro da Umbanda, não nos preocupamos se é para a
Umbanda branca, esotérica, magística, iniciática, etc. Como sempre dizemos, diante da natureza
somos todos iguais.
Tem se falado ultimamente sobre o conhecimento, de forma a se discutir se devemos ou não
estudar a religião, ou se devemos ou não ter cursos dentro da Umbanda.
Essa é uma discussão antiga, e resta a nós perguntar: a quem interessa a falta de conhecimento
dentro da religião?
A resposta é simples: apenas aos que não podem acrescentar nada! Porque cada um só pode dar
o que tem, o que traz em si mesmo. Aqueles que têm nada a oferecer se ofendem com essa abertura
que o astral superior nos permite hoje.
Aos egoístas que acham que sabem tudo, e que não precisam compartilhar com ninguém, deixo
um questionamento: será que vão durar para sempre? Quem se lembrará de vocês, e por que se
lembrarão quando se forem para outros planos da vida?
Será que serão lembrados como os detratores do conhecimento, os que impediram a propagação
da religião?
Vejo muita gente boa perdendo seu tempo agredindo irmãos de fé, mesmo em brigadas
diferentes dentro da mesma religião. Irmãos que praticamente viram a cara para outros deixam de
honrar compromissos assumidos porque as convicções político-religiosas os ofendem, ou porque não
rezaram suas cartilhas mal grafadas.
Será que o baixo astral se preocupa com isso? Claro que não, muito pelo contrário! Isso é
bastante interessante aos verdadeiros incomodados com nossa religião: os militantes das esferas
negativas, voltadas para a derrocada da humanidade. Eles se servem dessas situações para engrossar
suas fileiras, arregimentar voluntários para suas falanges de encarnados cujo propósito é duvidoso.
Não costumo (e nem tenho tempo para isso, pois tenho mais o que fazer) entrar em discussões
fundamentalistas e inúteis, isso porque o trabalho é maior que tudo isso. Aos irmãos que muitas vezes
se sentem desanimados com tanta oposição, continuem seu trabalho. Com certeza Pai Criador, Mãe
Natureza e nossos amados Pais e Mães Orixás, que a tudo veem, têm olhado para vocês e preparado
uma compensadora recompensa: o reconhecimento futuro de seu trabalho, o legado deixado às
futuras gerações!
O conhecimento sobre as ervas, como já dissemos várias vezes aqui, sempre foi exclusividade de
poucos, mas se as ervas nascem em qualquer lugar, no meu e no seu quintal, então porque essa
seletividade? Simplesmente porque o conhecimento é sinônimo de poder: não vence a guerra quem
tem a melhor arma, mas quem tem a melhor informação.
Saber que, por exemplo, o Pinhão Roxo (Omulu, Ogum, Iansã) é fantástica erva de limpeza
astral, capaz de paralisar magias negativas projetadas contra pessoas, casas ou terreiros é ferramenta
preciosa na busca do bem. Citei o Pinhão Roxo, mas poderia ter citado o Guiné (Ogum, Oxóssi), a
Arruda (Xangô, Iansã, Egunitá), a Erva de Bicho (Iemanjá, Oxalá), a Casca de Alho, ou o próprio Alho
(Obaluaê, Oyá), Eucalipto (Oyá, Ogum), Dandá (Obá, Omulu, Ogum).
Essas ervas acima compõem, juntamente com uma infinidade de outras, um conjunto de poder
realizador, capaz de proporcionar verdadeira libertação a quem as usa com respeito e firmeza.
Ao preparar seus banhos de defumações com essas ervas, consagre-os ao Pai Criador, aos Pais e
Mães Orixás, à Sagrada Força dos Vegetais, aos Elementais da Natureza e peça que todas as oposições
a seu trabalho, seja de ordem religiosa, educacional, caritativa, enfim, que sejam paralisadas,
analisadas pela Justiça Maior e direcionadas conforme os ditames da Lei Divina. Peça libertação dos
laços criados pelos seus detratores e força para continuar seu trabalho.
Após essas ervas, potencialize seu trabalho, seu campo mediúnico, seu terreiro, sua casa, com
ervas “reconstrutoras” como: Hortelã (Oxóssi, Oxalá, Oxum, Iansã, entre outros), Calêndula (Oxum,
Egunitá), Imburana Semente (Iansã), Casca de Laranja (Iansã, Oxóssi, entre outros), Anis Estrelado
(Iemanjá, Oxalá), Camomila (Oxum, Iemanjá), Melissa (Oxum).
Esse preparo trará muita força e paciência, que são fundamentais para quem tem propósito.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema

Anexo 03
Salve sagrados irmãozinhos e irmãzinhas em Mamãe Natureza!
Que a força e o poder das ervas mantenha a tradição natural, o uso dos elementos e o devido
respeito à vida.
Em matérias anteriores, já abordamos os temas ligados a obsessões, cargas negativas e atuações
de magias maléficas.
Esse assunto sempre é interessante, e vale a pena falar sobre, pois a religião de Umbanda atua
diretamente na linha de choque, onde se cruzam os interesses daqueles cuja abstração dos sentidos e
elementos é o que mais interessa.
Seria falta de bom-senso afirmarmos que um Caboclo é apenas um índio com sabedoria, ou que
um Preto Velho é um ex-escravo que traz na humildade de suas palavras o sofrimento da escravidão e
da imposição da força. Cito esses dois “mistérios religiosos”, mas poderia aqui citar todas as linhas e
falanges, que com certeza se encaixariam no comentário.
São verdadeiros espíritos de luz, que trazem dentro do ritual de Umbanda, esse arquétipo, essa
forma figurada, para que não agrida nosso livre arbítrio e nosso próprio desejo de evoluir.
Por não poderem impor uma situação, e trabalharem em nosso meio humano a partir do nosso
livre arbítrio e boa vontade, esses fantásticos irmãos, pais e mães na luz, recorrem a recursos
naturais, como as ervas, pedras, tipos de águas, enfim, a todo recurso disponível em Mãe Natureza,
para servirem de apoio às ações limitadoras do baixo astral.
Hoje vemos em muitos estudos, no meio Umbandista e Espírita, sobre a tecnologia empregada
nas obsessões mais complexas, como clones astrais, implante de componentes na contraparte etérica
do organismo humano, alterações na programação mental de seres dominados por essas forças
trevosas.
As ervas sempre foram, são e ainda serão por muito tempo um componente vivo e ativo no
combate às investidas do astral negativo.
O que pode parecer um simples banho de ervas carrega elementos poderosíssimos com
capacidade ácida, dissolvedora, esgotadora e, por que não, destruidora desses elementos.
Caro irmão, não hesite em tomar seu banho de ervas a partir da cabeça. Banhe seu chacra
coronário sim, use azeite de oliva no chacras – como poderoso elemento purificador e equilibrador.
Muitas vezes, na simplicidade do Preto Velho, ao sugerir que o consulente tome um banho de
ervas, está um profundo conhecimento e sabedoria, e um poder realizador capaz de aniquilar forças
do mal, que se houvesse tentativa de explicá-lo deixaria muitos “corajosos” (que acreditam terem
poderes de acabar com todo o mal dos outros, pois o seu próprio ainda não conseguiram enxergar),
esses ficariam de cabelos em pé por dias e até pensariam em mudar de religião.
Ainda bem que o astral trabalha em silêncio e nós percebemos apenas uma pequena parte do
que realmente acontece nessas batalhas entre as forças positivas e negativas.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema

Anexo 04
Salve fantásticos irmãozinhos em Mamãe Natureza.
Quem pode falar sobre as ervas? Essa pergunta sempre vem à tona quando o conhecimento é
comparado, seja dentro dos meios religiosos, na fitoterapia, e mesmo na sabedoria popular.
Tenho recebido muitos e-mails perguntando sobre isso. Porque temos, principalmente na
internet, uma avalanche de informações sobre o uso das ervas.
Enquanto eu escrevo essa matéria, tenho sobre mim a agradável sombra de uma fantástica
pitangueira. Estou sentado debaixo dela e peço a ela inspiração para escrever. Pergunto a ela como eu
posso ser útil ao meu semelhante humano, mesmo que sua natureza vegetal não entenda totalmente o
que se passa na mente humana, dotada de princípios diferentes, mas enfim pergunto a ela assim
mesmo como eu posso levar esse conhecimento às pessoas com clareza, força e determinação.
Muitas vezes pergunto o que escrever. E a resposta flui no meu íntimo de forma natural.
Assim é a pitangueira, a cerejeira, o abacateiro, o limoeiro e a goiabeira. Árvores que estão
próximas de mim, no meu jardim, no local que mais gosto de escrever. E mesmo quando não estou lá,
me conecto a elas mentalmente, trazendo sua imagem, sua sombra e frescor. O sabor dos seus frutos
e o perfume de suas folhas.
Hoje há tanto delas em mim como há de mim nelas. Há uma simbiose energética, assim como o
agricultor conhece o “cio da terra”, a gente acaba conhecendo a essência dessas amadas irmãzinhas
do mundo vegetal.
Tenho à minha volta diversos irmãozinhos do plano espiritual, encantados e naturais, que nem
sempre têm noção do que estou fazendo exatamente com um notebook, ou mesmo um caderno de
anotações, ali, sentado e conversando com uma árvore.
Mas todos percebem o que vou fazer a partir daquilo que recolho ali. Sabem que disseminar o
conhecimento é meu trabalho, levar de forma objetiva a razão de o Pai Criador se manifestar na
natureza é minha missão.
Quando preciso de folhas para alguns preparos pessoais, para o terreiro ou alguém que precisa
de ervas para um simples banho, me dirijo ao jardim, com minha tesoura de jardinagem, simples e
efetiva, pois é meu instrumento de trabalho, e em cada arbusto ou canteiro que vou cortando os
galhos vou mentalmente, e às vezes até verbalmente, definindo o que fazer com essas ervas, como
usar ou como eu gostaria que elas guardassem sua energia para se manifestar no preparo a que se
destinam.
Vou juntando essas folhas, flores, raízes, e quando não tenho todas que preciso no meu jardim
busco no meu armário de ervas, onde guardo centenas, isso mesmo, centenas de vidros com folhas,
cascas, sementes, raízes, flores, todas secas. E sei exatamente onde elas estão, sei onde encontrar o
que eu preciso naquele momento.
Mesmo secas, elas me reconhecem como seu manipulador natural, e através daquilo que há de
mim nelas, permitem que eu tenha e me sirva de seu poder no benefício da humanidade.
As ervas que não tenho plantadas também reagem ao meu magnetismo humano, ajustado ao seu
magnetismo vegetal. Pois as trato com o respeito que a natureza merece.
Essa reação do elemento define e proporciona qualidade final do preparo.
As ervas se colocam na nossa vida como verdadeiras mestras. Professoras de sabedoria natural.
Respondem as nossas perguntas com determinação. Respondem aos nossos apelos de cura com
carinho.
Ao cortar alguns ramos ou galhos, tenha certeza que essa árvore sente o que você está fazendo.
E ela reage de acordo, em sintonia e proporção ao seu propósito.
Hoje divido essa experiência com vocês porque desde no ano de 2003 venho escrevendo aqui
nessa coluna, procurando transmitir a simplicidade dos elementos e como eles gostam de estar
conosco. Não vejo esse trabalho como um fardo, nem como uma mina de ouro, porque há um
fundamento divino que nos ampara.
E se podemos falar das ervas, conquistamos isso com o coração. Com a essência de quem
realmente vive isso em seu dia a dia, nos jardim, nos cursos, no terreiro.
Que fale sobre ervas quem vive as ervas, quem as trata com o devido respeito e carinho, pois se
não sabem, há um sistema reativo em toda a natureza, que é implacável com todos aqueles que
querem apenas usufruir no meio humano, das bênçãos divinas que são manifestadas na natureza.
Se você sentiu algo em seu espírito ao ler essas linhas, é porque você é poderoso candidato a ter
uma maravilhosa experiência com os elementos da natureza em um dos nossos grupos de estudo sobre
as ervas. Vença a distância, o cansaço e a preguiça e traga ao seu espírito algo que ninguém pode tirar
de você: o conhecimento.
Falta coragem, então busque nas próprias ervas a inspiração para aprender. Tome um bom
banho de limpeza e equilíbrio (arruda, casca de alho, pinhão roxo, eucalipto, hortelã, manjericão e
sálvia) antes de dormir, acenda uma vela verde, ofereça a Pai Criador, Mãe Natureza, os Sagrados
Orixás Oxóssi e Obá – o Trono do Conhecimento, às Forças Vivas de Jurema, e peça inspiração, força e
proteção para trilhar esse caminho sagrado.
Se pretende administrar sua vida, é preciso coragem. Há pessoas que vivem por viver, porque
foram colocadas no mundo. Nada as estimula, nada as atrai. São pessoas sem graça, parece que lhes
falta o sopro da vida. Não seja uma delas. Reaja, lute, trace seus ideais, pois só é digno de viver
aqueles que lutam por eles. Faça da sua vida única. Na verdade você não sabe se terá outras
oportunidades. Descubra seus talentos e realize seus sonhos.
Não tema, pois o conhecimento é para todos. Todos podemos despertar os poderes das ervas
com amor e bom-senso. Faça parte disso, venha tornar seu mundo melhor e beneficiar a si mesmo e
ao semelhante. Há novas turmas sendo formadas, não perca essa oportunidade.
Bênçãos de Mamãe Natureza! Sucesso e muita alegria a todos, muito obrigado, muito obrigado,
muito obrigado!
Adriano Camargo
Anexo 05
Salve turminha das ervas.
O conhecimento sobre as ervas não pode ser restrito a uma religião, ou a um meio acadêmico.
Está na natureza, como parte integrante da criação Divina e é o elemento que mais se aproxima da
natureza material humana.
Carrega a força dos quatro elementos primordiais, terra – água – fogo - ar. E, devidamente
ativado, transfere para o ambiente a energia contida em si. Erva é poder, erva é força, é poder
realizador, erva é cura, erva é fundamento.
No entanto, para atuar no meio humano, é importantíssimo que seja ativada e devidamente
direcionada. Para a energia vegetal não há vontade própria, tanto que muitas ervas são usadas para
magias negativas, pois assim são ativadas e direcionadas.
Nesses casos, o elemento é apenas uma ferramenta, sendo o ativador o responsável pelo
resultado e disposto à lei de ação e reação.
Partindo de um princípio “tradicionalista”, seria abstracionismo achar que as ervas não têm
espírito próprio. Têm sim, mas alimentados pela “imanência divina”. São espíritos coletivos, regulados
por mecanismos elementais, e controlados por rigorosos mentais superiores. Esses sim os verdadeiros
inspiradores da Luz do Saber.
Essa energia pode ser ativada de forma iniciática (os irmãos que fizeram cursos de ervas comigo
conhecem bem isso!), de forma religiosa, ou seja, a partir do fundamento de uma religião; ou mesmo
de forma popular, na medicina caseira, e na transmissão desse conhecimento de forma oral, de boca
em boca.
É importante lembrar que consideramos “erva” o elemento vegetal que é composto de raízes,
caules, folhas, sementes, casca ou lenho, frutos e flores, e cada um desses itens tem seu valor
energético e sua forma de se manter e se manifestar.
Nunca colocamos de forma definitiva que o conhecimento sobre as ervas era exclusividade
nossa. No entanto, a forma de interpretá-lo sim tem origem em nosso trabalho, que se tem
concretizado no tempo, é porque tem ressonância na vontade superior.
A classificação das ervas em categorias, quente, morna e fria, atende a necessidade do mental
humano de ter parâmetros de comparação...

As categorias das ervas


Ervas Quentes ou Agressivas
São ervas que carregam em sua estrutura vibracional energias vivas que atuam no sentido de
eliminar, limpar, dissolver, anular, cortar, quebrar os acúmulos energéticos negativos que, junto ou
separado das atuações espirituais negativas, envolvem suas vítimas em camadas energéticas densas,
que facilmente travam os canais luminosos, seja das pessoas ou dos locais onde elas vivem.
Essas ervas são como ácidos do astral, que onde encostam causam reações não só em relação aos
fatores negativos, mas também exaurindo energia vital de quem as usa. Por isso o dogma de não usar
ervas na cabeça.

Ervas Mornas ou Equilibradoras


São ervas que carregam em sua estrutura vibracional energias vivas que atuam no sentido de
corrigir os desvios energéticos causados pelo uso das ervas quentes ou agressivas, harmonizar seus
chacras (centros de força), equilibrar as energias vitais importantíssimas para o bom funcionamento
do organismo espiritual humano e consequentemente do físico.
São poderosíssimos energéticos, levantadores de astral e direcionadores. Ervas que podemos
usar no dia a dia, sem restrição alguma.

Ervas Frias ou Específicas


Dentro dessa categoria encontramos as ervas cujo uso se resume a algum fator extremamente
específico, como as ervas medicinais cujo uso é apenas direcionado para o tratamento do físico, não
levando em consideração seu uso religioso.
Outros fatores compõem essa categoria, que concentra as ervas cujos fatores religiosos
espirituais são muito bem definidos, e não tão generalizados como nas outras categorias.

Ervas Femininas
Quando falamos de ervas femininas, falamos de autoestima e potencialização do fator humano
feminino. São ervas muito ligadas também ao fator espiritual humano, à sensibilidade do espírito.
Exemplo: Malva, Rosa Vermelha, Artemísia, etc.

Ervas Masculinas
Da mesma forma que as femininas, não são simplesmente atratoras desse fator, mas
potencializadoras do seu estado natural. O fator humano masculino está bastante ligado ao aspecto
material da vida, sendo que algumas dessas ervas aparecem também como atratoras de prosperidade.
Exemplo: Folha de Café, Louro, Romã, etc.

Ervas Calmantes
São ervas que não atuam somente no corpo físico por características fitoquímicas. Atuam nos
organismos espirituais e em seus sistemas nervosos no sentido de tranquilizar um espírito ou um
ambiente em turbulência.
Exemplo: Capim cidreira, Melissa, Camomila, etc.

Fortalecedoras da Mediunidade (intuição)


São ervas que atuam no sentido puramente espiritual, agindo em nossos centros de força e
canais mediúnicos, facilitando assim a atuação dos trabalhadores do astral em nosso aparelho
mediúnico. Facultam ao espírito a energia necessária e a limpeza precisa para que sejamos canais
adequados para a espiritualidade.
Exemplo: Jasmim, Alfazema, Rosa Branca e Anis Estrelado.

Anexo 06
Salve turminha das ervas! Salve irmãozinhos em Mamãe Natureza.
Que a força viva da Jurema nos abençoe.
Quando falamos em Jurema somos automaticamente remetidos ao universo religioso, e nos
lembramos de imediato dessa fantástica linha de trabalhos espirituais das Caboclas Juremas.
Sabemos que Jurema, além dessa fantástica falange, é também o nome de uma árvore, a
“Jurema Preta” - Mimosa hostilis é seu nome científico.
Há várias confusões em relação a essa árvore sagrada. Acredito que a principal seja a confusão
com outros tipos de jurema, ou acácias.
É uma árvore bastante característica da região Norte – Nordeste do Brasil. Gosta de calor
intenso, e por isso sua propagação em São Paulo (região Sul – Sudeste) é muito difícil, e mesmo que
essa árvore cresça por aqui, perde parte das características de cor, aroma, etc.
A vibração da árvore jurema é associada aos Orixás Oxóssi, Obá e Oxalá.
Sua casca é considerada “quente”, com alto poder de limpeza, principalmente para o chacra
coronário de médiuns, ou seja, a “coroa mediúnica”.
Dentro dos ritos do Catimbó, essa sagrada religião da natureza, pautada no culto tanto à árvore
da Jurema (sua essência energética e ao que ela representa para o juremeiro), quanto aos Mestres da
Jurema, (espíritos de grau iniciático no seu culto e manipulação ritualística de elementos ligados a
ela) seu uso é bastante amplo, passando das beberagens, fumos sagrados e ritualísticos, banhos e
defumações.
A própria presença da erva já é uma bênção para o juremeiro, ou o praticante do culto à
Jurema.
Jurema também é o nome dado ao espírito vegetal, à força viva da erva, à sua energia
elemental básica.
Podemos dentro dos terreiros usar a jurema preta de forma bastante simples e direta, seja nos
banhos de defesa e limpeza; nas defumações de desenvolvimento, ou mesmo em dias de festa de
caboclos, colocando algumas cascas de jurema em vinho tinto, deixando descansar por uma semana
pelo menos em local escuro, e servindo aos caboclos.
Vale lembrar que aqui não podemos ter, e não temos, a pretensão de ensinar ninguém a ser um
juremeiro, mesmo porque isso não se ensina, se vivencia. E essas receitinhas são extremamente
básicas, fato que se alguém tiver interesse em aprender mais sobre ervas, jurema, etc. procure os
locais e pessoas habilitados a falar sobre o assunto.
Essa beberagem de Jurema é apenas um vinho misturado com cascas, e não uma bebida
inicática, ok? E apenas um agrado que se faz à linha de caboclos na Umbanda, que por definição, são
os juremeiros por excelência.
Aquele que acha que sabe tudo perde uma grande oportunidade de aprender o que não sabe.
Bênçãos de Mamãe Jurema em nossas vidas!
Bênçãos de Papais e Mamães Orixás também!
Sucesso, saúde e muita magia a todos.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema

Anexo 07
Exu e suas ervas
É importante “esvaziar” a casa para poder colocar coisas novas, quero dizer exatamente que
nada pode ser plantado onde já alguma coisa brotando... Limpar a casa não necessariamente é um
processo de limpeza superficial. Remover as cargas energéticas negativas, limpar os miasmas e larvas
astrais, desinfetar-se de fluidos negativos, podem exigir um clamor a forças adequadas a esse tipo de
trabalho.
Quando me perguntam sobre ervas de Exu, normalmente dou uma explicação teológica sobre o
assunto, de que Exu responde pelos aspectos negativos dos Orixás, então responde também em
qualquer erva, correto? Não exatamente, pois se enxergarmos Exu como um Orixá, então teremos
características de Exu na criação Divina, isso sim está correto.
Há ervas ligadas diretamente à vibração de Exu, e podemos dar como exemplo as cascas de alhos
e cebolas (de todos os tipos), alguns tipos de cactos, plantas de extrema agressividade ao toque, como
a aroeira preta (ou brava), a urtiga, cansanção, açoita cavalo, etc.
Mas como é Orixá, compartilha suas ervas com outras vibrações também. Então é correto
falarmos, em termos genéricos, que determinadas folhas são de um Orixá, mas manipuladas (e com
maestria!) por Exu.
Folha da Mamona – Oxalá – manipuladas por Exu
Pinhão Roxo – Omulu/Ogum/Iansã – manipuladas por Exu
Casca de Alho – Obaluaê/Oyá-Tempo – manipuladas por Exu (e Exu Mirim também)
Casca de Cebola – Omulu/Tempo/Iansã – manipulada por Exu
Etc.
Não podemos esquecer que Exu “mistura” diversos elementos a seu trabalho, ou seja, não se
limita ao universo vegetal. Adiciona líquidos (pinga, whisky, cerveja, etc.), e alguns outros elementos
como sal grosso, enxofre, carvão, etc...
Sucesso, saúde, bênçãos de Papais e Mamães Orixás, força e proteção de todo povo da esquerda!
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema

Anexo 08
Matéria publicada no JUS Jornal de Umbanda Sagrada em Setembro de 2007

Salve turminha das ervas e do amor à Mãe Terra. Saudemos o poder criador, saudemos Mãe
Natureza.
Quanto tempo faz que você não anda com os pés na terra? Digo tirar os sapatos, andar na terra,
ou na areia e senti-la, sentir no espírito a força de mãe natureza.
Quanta atenção damos ao stress do dia a dia? Quanto nos preocupamos com o cotidiano; o que
realmente devemos fazer, pois afinal é dele que sobrevivemos, desse cotidiano; mas enfim, quanto
nos preocupamos e deixamos de lado a essência da vida? Vamos observar as árvores nessa época...
principalmente algumas frutíferas. A maioria delas no outono e inverno ficou um bom tempo em
repouso, meio murchas, e agora suas folhas estão caindo, bem secas e dando lugar a folhas verdinhas,
e florezinhas que começam a aparecer meio discretas, meio sem pretensão e vão tomando lugar às
que vão caindo.
Muito bem, assim somos nós. Muitas vezes não percebemos, mas algo murcha em nossas vidas,
vai perdendo força, vai desgastando e, assim como as folhas secas, procuram se desligar da gente. Nós
nem sempre percebemos e nos apegamos a esses elementos, que naturalmente seriam levados pelo
vento e deixariam de fazer sentido para nós, e não permitimos que deem lugar a folhas e flores novas,
pois somente assim a árvore pode frutificar. Nos ligamos ao desnecessário e assim impedimos que
venha o novo.
Ande com os pés na terra, procure um jardim, um parque, a areia da praia, onde for melhor
para você. Tire os sapatos, respire bem fundo, pelo menos umas três vezes, deixe a vibração da terra
subir pela sola de seus pés, repita várias vezes: “Eu me vivifico na força viva de Mãe Terra” – e sinta a
força da vida fluir através de você. Guarde essa vibração no peito, no seu chacra coronário, deixe a
força da terra percorrer seu corpo, seus órgãos. Renove-se na força viva de Pai Criador e Mãe
Natureza. Não se esqueça de agradecer. Agradeça sempre, pois a gratidão é a maior porta da
reconciliação consigo mesmo.
E por falar em renovação, vamos nos lembrar das crianças... Cosme e Damião, os nossos queridos
erês na Umbanda.
Sua vibração renovadora, elevadora do espírito, sutilizadora dos sentimentos, é manifestada
pela alegria, pelo jeito criança de ser. Pela pureza de espírito, pela transparência de sentimentos,
emoções e forma simples de enxergar a vida. Veja como as crianças veem o mundo com simplicidade,
nós adultos é que complicamos tudo...
Um ótimo preparo de ervas nessa vibração vai: Rosas “cor de rosa”, Graviola folhas, Alcaçuz,
Erva Doce, Manjericão, Rosa Branca, Camomila, Alecrim... lembramos que o Alecrim também é
chamado de “erva da alegria”, pois traduz em energia esse sentimento.
Alegria, alegria, está chegando a primavera! Mantenha sua casa florida, a dica desse mês são os
tons rosados, as violetas de cor clara, as flores amarelas para pessoas e ambientes que precisem de
energia e movimento.
A calêndula com seu tom energizante (amarelo/dourado/laranja) é ótima para banhos, para
esses casos que citei acima de necessidade de energia e movimento. Pode ser colocada num recipiente
de vidro com água e deixada no ambiente. Apenas colocada no ambiente já traz um conjunto de
energia muito interessante.
Alegria, sorte, sucesso, saúde e muita renovação a todos!

Anexo 09
Matéria publicada no JUS Jornal de Umbanda Sagrada em Abril 2007

Salve turminha das ervas e da gratidão à Mãe Natureza.


Agradecemos sempre ao nosso Pai Criador, à Mãe Terra, Mãe Natureza pelas bênçãos e pelas
oportunidades que nos dão.
Nos últimos dias temos sido bombardeados por informações e mensagens de otimismo,
autoajuda, enfim, a motivação está em alta. Esse efeito causado principalmente pelo fenômeno do
filme documentário, O Segredo, retratado semanas atrás pela revista Veja, com a matéria, “Peça,
Acredite, Receba!”, reacende uma questão: querer então, é poder?
Podemos aliar nossas vontades com a religião, elementos naturais e práticas litúrgicas?
E o que isso tem a ver com as ervas? Porque estou lendo isso, na coluna do Erveiro e ele fala
sobre motivação, otimismo, autoajuda?
Muito simples, as ervas estão diretamente ligadas ao poder realizador. Isso mesmo, poder
realizador.
Mesmo que não queiramos falar nesse assunto, talvez porque nossa modéstia não permita,
manipular elementos naturais é uma manipulação do poder contido nesses elementos. Poder
realizador sim, quando usamos uma erva com um objetivo, a força realizadora desse objetivo está
contida na essência energética dessa erva.
Por exemplo, se usamos uma folha de Pinhão Roxo para executarmos uma limpeza astral, seja
numa pessoa ou numa casa, estamos usando, da erva, seu “poder limpador”.
Esse poder está lá, dentro da erva, em seu contexto energético, mas é você quem o
desencadeia, é você que liga a chave que vai determinar como esse poder vai funcionar.
Sendo assim, poderíamos concluir que apenas “desejando” a limpeza energética poderíamos
alcança-la? Claro que sim! Mas, no entanto a erva funciona como uma facilitadora dessa magia,
encurtando consideravelmente o tempo de realização e a própria força desencadeada para isso. As
ervas são milagrosas sim, mas o milagre está em você. As ervas não fazem o milagre por si só, apenas
te colocam em condição energética de receber com muito mais eficiência as vibrações realizadoras
daquilo que você almeja.
Pra gente entender, vamos imaginar que você vai a praia tomar sol, pegar uma cor bronzeada...
os raios solares por si só já lhe confeririam uma cor interessante, mas usamos os bronzeadores para
que esses raios atuem de forma uniforme e atinjam o objetivo a ser realizado.
Muito bem, assim como esse argumento facilitador para o bronzeamento, as ervas trazem uma
uniformidade energética, dentro do seu campo de ação, que facilitam a conexão de nós, espíritos
humanos, com as virtudes de nosso Pai Criador, personificadas em cada um dos nossos Amados Pais e
Mães Orixás, forças da Criação Divina.
Por isso uma erva é atribuída a um Orixá. Não apenas pelo formato de suas folhas, semelhante
aos instrumentos dos Orixás ou da sua forma de onda vibratória, mas pela vibração energética contida
em cada folha. Como já disse, cada folha é um universo em si, uma enciclopédia a ser lida, detalhada,
aprendida e absorvida pelo nosso espírito.
Não podemos nos esquecer de que tudo evolui, tudo flui e nunca para. Vivemos nos grandes
centros urbanos e nem sempre temos tempo para parar, meditar 30 minutos por dia, ficarmos em
estado de graça junto às divindades, etc. Seria muito bom se pudéssemos fazer isso como prática
diária, mas nem sempre é possível. O universo no dá argumentos que compensam nossas deficiências
de tempo, como por exemplo as ervas, que carregam em si fatores com poder realizador contido, que
desencadeados por nós aceleram e muito a concretização de nossos propósitos. Mas é muito
importante uma atitude mental positiva.
Nada adianta fazer um banho de prosperidade e acreditar na própria falência, mais do que na
prosperidade. Como está no título da matéria, Peça, acredite e receba!
Vamos citar algumas ervas e seus respectivos “poderes atuantes” que podem ser desencadeados
a partir da nossa determinação e vontade.
Ervas facilitadoras de:
Prosperidade: Folhas de Laranjeira, Louro, Carapiá (raiz)
Auxiliar na cura de doentes: Assa-peixe, Sete Sangrias, Erva de Santa Maria
Atrator de vibrações pessoais (para mulheres): Malva Rosa, Patchouli, Melissa
Atrator de vibrações pessoais (para homens): Café (folhas), Menta, Louro
Fortalecedor da intuição e mediunidade: Alfazema, Jasmim, Anis estrelado, Rosa Branca
E não poderíamos deixar de citar algumas ervas do nosso amado Pai Orixá Ogum, já que nesse
mês de abril, a maioria de nossas casas comemoram essa vibração viva e atuante em nossas vidas:
Espada de São Jorge, Folhas de Goiabeira, Guiné, Assa Peixe, Quebra Demanda, Abre Caminho,
Açafrão, Gengibre, etc...
Todas usadas em banhos e/ou defumações.
Que Papais e Mamães Orixás possam nos abençoar!
Sucesso, saúde, muito pensamento positivo e atitude mental superior a todos nós!
Muito obrigado!
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema

Anexo 10
Matéria publicada no JUS Jornal de Umbanda Sagrada em Maio 2007

Salve turminha boa das ervas.


Salve também a todos que têm colaborado de forma extremamente construtiva com nosso
trabalho. Sem a opinião de todos vocês não atingiríamos nosso objetivo, nosso propósito que é dividir
com cada um as bênçãos de conhecimento que recebemos de mais alto.
Quando começamos esse trabalho com as ervas, não tínhamos noção (e de certa forma ainda não
temos), de onde chegaríamos. Achei que falaria sobre as ervas em alguns números do jornal e o
assunto passaria para outra pauta. No entanto, temos falado cada vez mais sobre os elementos da
natureza e cada vez mais eles (os elementos) têm proporcionado para todos nós argumentos e campos
extensos para buscarmos novos horizontes.
A simplicidade de Pai Criador é incrível. Dispensa processos complicados de iniciação e tratados
herméticos onde apenas poucos são colocados diante de algo que está a um palmo de nosso nariz: a
Maravilha da Criação Divina!
Muito ao contrário do que já foi dito sobre banhos, defumações e benzimentos, tachados até de
“magias populares” que qualquer um poderia fazer, temos aberto campos de ação maravilhosos e
realmente eficazes, e tudo isso de forma simples e objetiva.
O uso das ervas no dia a dia; a desmistificação do uso das ervas e Orixás, e a abertura de formas
simples de executar algumas rezas para benzimento (contidas em nosso livro de bolso “O Poder das
Ervas") têm trazido para a gente muita satisfação nesse trabalho.
E é muito importante gostar do que se faz! E isso não é vaidade, é autoestima!
Quero falar de um assunto que sempre chama a atenção, seja nos textos de jornais e revistas, ou
mesmo nas centenas de comunidades na internet que falam sobre ervas: o uso das ervas secas ou das
frescas. Qual é o melhor? Onde está a magia?
Há quem se divida nessa discussão. E não são poucos.
Alguns adeptos de religiões de matriz africana afirmam piamente que as ervas secas estão
mortas. Não admitem em hipótese alguma o uso de ervas secas.
São elementos que passaram por uma transformação. Da sua forma original foi retirado o
líquido. A essência aquática.
Mas isso não é ruim, não. É apenas diferente e muito apropriado para algumas práticas.
O fato de a erva ter passado por esse processo transformador, fez com que ela carregasse em si
o próprio fator da transformação. A energia fica muito mais concentrada. Mas precisa ser acordada. É
aí que começa a falta de conhecimento (ou de amor) de quem as critica.
Acorda uma erva seca requer Fé. É necessário acreditar que o elemento está vivo, ativo,
vibrante, e naquele momento está apenas em estado de dormência.
As ervas secas normalmente são colhidas por pessoas que não conhecemos. Em situações que não
sabemos. Por exemplo, não sabemos se, ao colher a erva, o indivíduo que o fez estava de tão mau
humor, captando energias negativas do astral, que impregnou as ervas dessa essência densa.
E aí? Fazer o quê?
Pois bem, já dissemos que para colher a erva devemos nos dirigir com Amor e Bom-senso, muito
respeito mesmo ao espírito vegetal. Esse mesmo espírito vegetal continua animando a erva seca.
Numa forma e essência diferentes. Podemos repetir a reza para acordar a erva: Amado Pai Criador de
tudo e de todos nós, Amada Mãe Terra, força viva e geradora de tudo o que conhecemos e também do
que desconhecemos, sagradas forças vegetais, peço que tornem novamente essa erva força viva e
ativa, capaz de responder aos meus estímulos e solicitações de cura e amparo energético e façam
cada vez mais de mim, instrumento de vossa vontade maior. Assim seja e assim será. Mesmo que
mentalmente e irradiar com as palmas de suas mãos em direção à erva, já desembalada e de
preferência em um recipiente apropriado.
O procedimento é o mesmo para a preparação de um chá. Quando fazemos a evocação, mesmo
nos preparos mais simples, aumentamos o poder curador, o poder fatoral da erva.
Já para a erva fresca o processo não é muito diferente. E veja, não estamos falando de dogma
religioso. Falamos de procedimento correto, Amor e Bom-senso. Há também rezas para recolher folhas
e raízes. Lembre-se que as ervas frescas, sejam as do seu jardim ou as compradas no comércio, estão
carregadas de água. E devemos também nos dirigir com respeito ao fator aquático contido nas ervas.
Esse fator é muito importante para as práticas de magia. É ele quem protege a essência vegetal,
envolvendo-a em sutis vibrações da água, permitindo que ela atue somente onde deve.
Aí vem a pergunta: e as pessoas que não estão lendo isso, e praticam esses atos de magia? Será
que nunca tiveram efeito real? Será que sempre fizeram isso errado?
Muito pelo contrário. Não quero aqui ser o dono da verdade, de jeito nenhum. Apenas trago uma
forma diferente, um resgate daquilo que nosso espírito ancestral já conhece e nós esquecemos por
causa da nossa vida urbana e uma série de outros fatores.
É muito comum vermos as pessoas irem ao terreiro de Umbanda, tomar o seu passe com o guia,
sair com uma lista de ervas para tomar banho e com aquela cara de interrogação. E agora, o que eu
faço?
E não é incompetência do espírito ali manifestado. É falta de conhecimento prático. Com
certeza para muitos essa leitura é chover no molhado, ensinar o padre nosso pro vigário. Mas muitos
se beneficiarão e aos seus semelhantes também com essas dicas de simplicidade.
Resumindo, qual a melhor erva para se trabalhar? A seca, ou a fresca?
A resposta é: a que estiver à sua mão!
A que for mais fácil para você. Exceto, claro que for algo muito específico. Por exemplo, a
pessoa passou por uma consulta espiritual, no seu centro, terreiro, ou templo de confiança, com seu
médium de confiança, e o guia lhe pediu para fazer algo especificamente com ervas frescas ou secas.
Aí a conversa é outra. Se você realmente confia naquilo que esta ouvindo ali, faça. Não discuta. Mas
se pairar alguma dúvida, peça outra opinião, ou siga as recomendações que damos aqui.
E lembre-se, nunca fazemos defumação com erva fresca. Comentamos que a erva fresca carrega
muita água ainda, não é. Então não colocamos água no fogo. Isso é bom-senso.
Temos ainda as resinas vegetais, que usamos apenas para defumação, pois seu uso nos banhos
pode ser substituído pelas essências das mesmas ervas.
Entre as resinas mais conhecidas temos o Incenso (Olíbano) de cor amarelada, a Mirra em tons
avermelhados, e o Benjoim em cor acinzentada, atribuídas aos Orixás Oxalá, Oyá, Xangô, Ogum entre
outros.
Sucesso, saúde, muito amor e bom-senso.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema

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