Anexo 01
Salve turminha das ervas. Salve irmãos e irmãs em Mamãe Natureza.
Estamos aqui firmes e fortes nesse nosso trabalho de formiguinha, disseminando o conhecimento
sobre as ervas, de uma forma simples, objetiva, sem rodeios nem mistérios.
Por falar em mistérios, quero começar alertando sobre os donos dos mistérios. Isso mesmo, os
que se autointitulam donos de determinadas forças da natureza. Prestem bastante atenção: não se
quebra um dogma criando outros.
Uma folha é uma enciclopédia em si mesma. Numa folha está todo o código de uma raça
elemental inteira. Reconhecer a energia numa folha, não estamos falando da energia física, como
aprendemos no colégio, mas a energia etérica, espiritual mesmo, enfim reconhecer essa energia é um
dom, que pode ser desenvolvido sim. Existem pessoas que nascem com um dom para a música, com
uma invejável voz afinada ou com uma habilidade nata para tocar determinado instrumento. Da
mesma forma existem pessoas que têm uma sensibilidade natural para os elementos. Sentem as
pedras, a água ou as ervas.
Esta sensibilidade não é um benefício que Deus dá de presente àquela pessoa em especial, mas
sim conquista dela em sua caminhada de aprendizado e conhecimento.
Negar seu dom seria a mesma coisa que vendar um dos olhos e se negar a enxergar com ele. Ou
mesmo tapar uma das narinas, ou um dos ouvidos, ou mesmo os dois para não ouvir nada. Muitas
pessoas gostariam de nascer com esses dons, mas têm a oportunidade de aqui, nessa jornada carnal,
desenvolver pelo menos em parte uma dessas capacidades.
A mediunidade, ou sexto sentido, ou como chamei aqui simplesmente de sensibilidade, pode ser
desenvolvida dentro das suas condições e merecimento. E isso não está diretamente ligado ao plano
espiritual humano. O dom de entender e reconhecer as reações das plantas é muito mais comum do
que imaginamos. E sempre há quem afirme: acho que não tenho mão boa para plantas... Digo o
contrário: pratique!
Tenha alguns instantes diários de contato com suas ervas e plantas ornamentais. Lave as mãos
em água fria, com seu sabão ou sabonete preferido, enxágue com bastante água e sem tocar em nada
espalme suas mãos sobre as folhas de uma planta... relaxe... solte os ombros, os braços... afrouxe os
músculos... respire fundo pelo menos umas três vezes... feche os olhos e sinta a erva... sinta sua aura,
sua vibração. Na desista se não sentir nada na primeira vez... a persistência fará com que dia a dia sua
sensibilidade aumente. Quando menos esperar, estará em contato com um mundo fantástico, disposto
a lhe ensinar, dentro também daquilo que você puder aprender, todo o conteúdo armazenado por
milhares de anos de existência.
Os elementos vêm participando da evolução humana a incontáveis eras. Uma das formas de
entrarmos em contato com essas vibrações é o meio religioso. A Umbanda como religião da natureza
proporciona um desses meios.
Os guias espirituais, caboclos, pretos-velhos, crianças, exus, etc., são manipuladores, senão
naturais, preparados para tal. Conhecedores de como ativar os elementos, mesmo sem muita
ritualística, sem folclore, estão ali, com uma folha, uma flor, semente, pedra, enfim, com um
elemento natural ativo para o benefício de seu semelhante.
Quando oferendamos um Orixá, seja em seu ponto de forças ou mesmo dentro de nossos
terreiros, os elementos ali colocados são manipulados de forma que proporcionem ligação, irradiação
ou absorvência de vibrações também.
Não há conhecedores absolutos desses elementos, porque, se alguém assim se intitula, se
autointitula de próprio Criador da Natureza. Somos instrumentos do mais alto, aprendizes do amor
pela Mãe Terra, e por todas as Mães que compõem esse magnífico quadro natural.
Saúde, sucesso e muita magia realizadora a todos.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema
Anexo 02
Salve turminha das ervas e do conhecimento.
Salve buscadores de Mãe Natureza. É com muita satisfação que podemos contar com esse espaço
no JUS, o qual dedicamos não apenas ao conhecimento sobre as ervas, mas também ao conhecimento
religioso de nossa amada Umbanda.
Quando nos referimos ao uso das ervas dentro da Umbanda, não nos preocupamos se é para a
Umbanda branca, esotérica, magística, iniciática, etc. Como sempre dizemos, diante da natureza
somos todos iguais.
Tem se falado ultimamente sobre o conhecimento, de forma a se discutir se devemos ou não
estudar a religião, ou se devemos ou não ter cursos dentro da Umbanda.
Essa é uma discussão antiga, e resta a nós perguntar: a quem interessa a falta de conhecimento
dentro da religião?
A resposta é simples: apenas aos que não podem acrescentar nada! Porque cada um só pode dar
o que tem, o que traz em si mesmo. Aqueles que têm nada a oferecer se ofendem com essa abertura
que o astral superior nos permite hoje.
Aos egoístas que acham que sabem tudo, e que não precisam compartilhar com ninguém, deixo
um questionamento: será que vão durar para sempre? Quem se lembrará de vocês, e por que se
lembrarão quando se forem para outros planos da vida?
Será que serão lembrados como os detratores do conhecimento, os que impediram a propagação
da religião?
Vejo muita gente boa perdendo seu tempo agredindo irmãos de fé, mesmo em brigadas
diferentes dentro da mesma religião. Irmãos que praticamente viram a cara para outros deixam de
honrar compromissos assumidos porque as convicções político-religiosas os ofendem, ou porque não
rezaram suas cartilhas mal grafadas.
Será que o baixo astral se preocupa com isso? Claro que não, muito pelo contrário! Isso é
bastante interessante aos verdadeiros incomodados com nossa religião: os militantes das esferas
negativas, voltadas para a derrocada da humanidade. Eles se servem dessas situações para engrossar
suas fileiras, arregimentar voluntários para suas falanges de encarnados cujo propósito é duvidoso.
Não costumo (e nem tenho tempo para isso, pois tenho mais o que fazer) entrar em discussões
fundamentalistas e inúteis, isso porque o trabalho é maior que tudo isso. Aos irmãos que muitas vezes
se sentem desanimados com tanta oposição, continuem seu trabalho. Com certeza Pai Criador, Mãe
Natureza e nossos amados Pais e Mães Orixás, que a tudo veem, têm olhado para vocês e preparado
uma compensadora recompensa: o reconhecimento futuro de seu trabalho, o legado deixado às
futuras gerações!
O conhecimento sobre as ervas, como já dissemos várias vezes aqui, sempre foi exclusividade de
poucos, mas se as ervas nascem em qualquer lugar, no meu e no seu quintal, então porque essa
seletividade? Simplesmente porque o conhecimento é sinônimo de poder: não vence a guerra quem
tem a melhor arma, mas quem tem a melhor informação.
Saber que, por exemplo, o Pinhão Roxo (Omulu, Ogum, Iansã) é fantástica erva de limpeza
astral, capaz de paralisar magias negativas projetadas contra pessoas, casas ou terreiros é ferramenta
preciosa na busca do bem. Citei o Pinhão Roxo, mas poderia ter citado o Guiné (Ogum, Oxóssi), a
Arruda (Xangô, Iansã, Egunitá), a Erva de Bicho (Iemanjá, Oxalá), a Casca de Alho, ou o próprio Alho
(Obaluaê, Oyá), Eucalipto (Oyá, Ogum), Dandá (Obá, Omulu, Ogum).
Essas ervas acima compõem, juntamente com uma infinidade de outras, um conjunto de poder
realizador, capaz de proporcionar verdadeira libertação a quem as usa com respeito e firmeza.
Ao preparar seus banhos de defumações com essas ervas, consagre-os ao Pai Criador, aos Pais e
Mães Orixás, à Sagrada Força dos Vegetais, aos Elementais da Natureza e peça que todas as oposições
a seu trabalho, seja de ordem religiosa, educacional, caritativa, enfim, que sejam paralisadas,
analisadas pela Justiça Maior e direcionadas conforme os ditames da Lei Divina. Peça libertação dos
laços criados pelos seus detratores e força para continuar seu trabalho.
Após essas ervas, potencialize seu trabalho, seu campo mediúnico, seu terreiro, sua casa, com
ervas “reconstrutoras” como: Hortelã (Oxóssi, Oxalá, Oxum, Iansã, entre outros), Calêndula (Oxum,
Egunitá), Imburana Semente (Iansã), Casca de Laranja (Iansã, Oxóssi, entre outros), Anis Estrelado
(Iemanjá, Oxalá), Camomila (Oxum, Iemanjá), Melissa (Oxum).
Esse preparo trará muita força e paciência, que são fundamentais para quem tem propósito.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema
Anexo 03
Salve sagrados irmãozinhos e irmãzinhas em Mamãe Natureza!
Que a força e o poder das ervas mantenha a tradição natural, o uso dos elementos e o devido
respeito à vida.
Em matérias anteriores, já abordamos os temas ligados a obsessões, cargas negativas e atuações
de magias maléficas.
Esse assunto sempre é interessante, e vale a pena falar sobre, pois a religião de Umbanda atua
diretamente na linha de choque, onde se cruzam os interesses daqueles cuja abstração dos sentidos e
elementos é o que mais interessa.
Seria falta de bom-senso afirmarmos que um Caboclo é apenas um índio com sabedoria, ou que
um Preto Velho é um ex-escravo que traz na humildade de suas palavras o sofrimento da escravidão e
da imposição da força. Cito esses dois “mistérios religiosos”, mas poderia aqui citar todas as linhas e
falanges, que com certeza se encaixariam no comentário.
São verdadeiros espíritos de luz, que trazem dentro do ritual de Umbanda, esse arquétipo, essa
forma figurada, para que não agrida nosso livre arbítrio e nosso próprio desejo de evoluir.
Por não poderem impor uma situação, e trabalharem em nosso meio humano a partir do nosso
livre arbítrio e boa vontade, esses fantásticos irmãos, pais e mães na luz, recorrem a recursos
naturais, como as ervas, pedras, tipos de águas, enfim, a todo recurso disponível em Mãe Natureza,
para servirem de apoio às ações limitadoras do baixo astral.
Hoje vemos em muitos estudos, no meio Umbandista e Espírita, sobre a tecnologia empregada
nas obsessões mais complexas, como clones astrais, implante de componentes na contraparte etérica
do organismo humano, alterações na programação mental de seres dominados por essas forças
trevosas.
As ervas sempre foram, são e ainda serão por muito tempo um componente vivo e ativo no
combate às investidas do astral negativo.
O que pode parecer um simples banho de ervas carrega elementos poderosíssimos com
capacidade ácida, dissolvedora, esgotadora e, por que não, destruidora desses elementos.
Caro irmão, não hesite em tomar seu banho de ervas a partir da cabeça. Banhe seu chacra
coronário sim, use azeite de oliva no chacras – como poderoso elemento purificador e equilibrador.
Muitas vezes, na simplicidade do Preto Velho, ao sugerir que o consulente tome um banho de
ervas, está um profundo conhecimento e sabedoria, e um poder realizador capaz de aniquilar forças
do mal, que se houvesse tentativa de explicá-lo deixaria muitos “corajosos” (que acreditam terem
poderes de acabar com todo o mal dos outros, pois o seu próprio ainda não conseguiram enxergar),
esses ficariam de cabelos em pé por dias e até pensariam em mudar de religião.
Ainda bem que o astral trabalha em silêncio e nós percebemos apenas uma pequena parte do
que realmente acontece nessas batalhas entre as forças positivas e negativas.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema
Anexo 04
Salve fantásticos irmãozinhos em Mamãe Natureza.
Quem pode falar sobre as ervas? Essa pergunta sempre vem à tona quando o conhecimento é
comparado, seja dentro dos meios religiosos, na fitoterapia, e mesmo na sabedoria popular.
Tenho recebido muitos e-mails perguntando sobre isso. Porque temos, principalmente na
internet, uma avalanche de informações sobre o uso das ervas.
Enquanto eu escrevo essa matéria, tenho sobre mim a agradável sombra de uma fantástica
pitangueira. Estou sentado debaixo dela e peço a ela inspiração para escrever. Pergunto a ela como eu
posso ser útil ao meu semelhante humano, mesmo que sua natureza vegetal não entenda totalmente o
que se passa na mente humana, dotada de princípios diferentes, mas enfim pergunto a ela assim
mesmo como eu posso levar esse conhecimento às pessoas com clareza, força e determinação.
Muitas vezes pergunto o que escrever. E a resposta flui no meu íntimo de forma natural.
Assim é a pitangueira, a cerejeira, o abacateiro, o limoeiro e a goiabeira. Árvores que estão
próximas de mim, no meu jardim, no local que mais gosto de escrever. E mesmo quando não estou lá,
me conecto a elas mentalmente, trazendo sua imagem, sua sombra e frescor. O sabor dos seus frutos
e o perfume de suas folhas.
Hoje há tanto delas em mim como há de mim nelas. Há uma simbiose energética, assim como o
agricultor conhece o “cio da terra”, a gente acaba conhecendo a essência dessas amadas irmãzinhas
do mundo vegetal.
Tenho à minha volta diversos irmãozinhos do plano espiritual, encantados e naturais, que nem
sempre têm noção do que estou fazendo exatamente com um notebook, ou mesmo um caderno de
anotações, ali, sentado e conversando com uma árvore.
Mas todos percebem o que vou fazer a partir daquilo que recolho ali. Sabem que disseminar o
conhecimento é meu trabalho, levar de forma objetiva a razão de o Pai Criador se manifestar na
natureza é minha missão.
Quando preciso de folhas para alguns preparos pessoais, para o terreiro ou alguém que precisa
de ervas para um simples banho, me dirijo ao jardim, com minha tesoura de jardinagem, simples e
efetiva, pois é meu instrumento de trabalho, e em cada arbusto ou canteiro que vou cortando os
galhos vou mentalmente, e às vezes até verbalmente, definindo o que fazer com essas ervas, como
usar ou como eu gostaria que elas guardassem sua energia para se manifestar no preparo a que se
destinam.
Vou juntando essas folhas, flores, raízes, e quando não tenho todas que preciso no meu jardim
busco no meu armário de ervas, onde guardo centenas, isso mesmo, centenas de vidros com folhas,
cascas, sementes, raízes, flores, todas secas. E sei exatamente onde elas estão, sei onde encontrar o
que eu preciso naquele momento.
Mesmo secas, elas me reconhecem como seu manipulador natural, e através daquilo que há de
mim nelas, permitem que eu tenha e me sirva de seu poder no benefício da humanidade.
As ervas que não tenho plantadas também reagem ao meu magnetismo humano, ajustado ao seu
magnetismo vegetal. Pois as trato com o respeito que a natureza merece.
Essa reação do elemento define e proporciona qualidade final do preparo.
As ervas se colocam na nossa vida como verdadeiras mestras. Professoras de sabedoria natural.
Respondem as nossas perguntas com determinação. Respondem aos nossos apelos de cura com
carinho.
Ao cortar alguns ramos ou galhos, tenha certeza que essa árvore sente o que você está fazendo.
E ela reage de acordo, em sintonia e proporção ao seu propósito.
Hoje divido essa experiência com vocês porque desde no ano de 2003 venho escrevendo aqui
nessa coluna, procurando transmitir a simplicidade dos elementos e como eles gostam de estar
conosco. Não vejo esse trabalho como um fardo, nem como uma mina de ouro, porque há um
fundamento divino que nos ampara.
E se podemos falar das ervas, conquistamos isso com o coração. Com a essência de quem
realmente vive isso em seu dia a dia, nos jardim, nos cursos, no terreiro.
Que fale sobre ervas quem vive as ervas, quem as trata com o devido respeito e carinho, pois se
não sabem, há um sistema reativo em toda a natureza, que é implacável com todos aqueles que
querem apenas usufruir no meio humano, das bênçãos divinas que são manifestadas na natureza.
Se você sentiu algo em seu espírito ao ler essas linhas, é porque você é poderoso candidato a ter
uma maravilhosa experiência com os elementos da natureza em um dos nossos grupos de estudo sobre
as ervas. Vença a distância, o cansaço e a preguiça e traga ao seu espírito algo que ninguém pode tirar
de você: o conhecimento.
Falta coragem, então busque nas próprias ervas a inspiração para aprender. Tome um bom
banho de limpeza e equilíbrio (arruda, casca de alho, pinhão roxo, eucalipto, hortelã, manjericão e
sálvia) antes de dormir, acenda uma vela verde, ofereça a Pai Criador, Mãe Natureza, os Sagrados
Orixás Oxóssi e Obá – o Trono do Conhecimento, às Forças Vivas de Jurema, e peça inspiração, força e
proteção para trilhar esse caminho sagrado.
Se pretende administrar sua vida, é preciso coragem. Há pessoas que vivem por viver, porque
foram colocadas no mundo. Nada as estimula, nada as atrai. São pessoas sem graça, parece que lhes
falta o sopro da vida. Não seja uma delas. Reaja, lute, trace seus ideais, pois só é digno de viver
aqueles que lutam por eles. Faça da sua vida única. Na verdade você não sabe se terá outras
oportunidades. Descubra seus talentos e realize seus sonhos.
Não tema, pois o conhecimento é para todos. Todos podemos despertar os poderes das ervas
com amor e bom-senso. Faça parte disso, venha tornar seu mundo melhor e beneficiar a si mesmo e
ao semelhante. Há novas turmas sendo formadas, não perca essa oportunidade.
Bênçãos de Mamãe Natureza! Sucesso e muita alegria a todos, muito obrigado, muito obrigado,
muito obrigado!
Adriano Camargo
Anexo 05
Salve turminha das ervas.
O conhecimento sobre as ervas não pode ser restrito a uma religião, ou a um meio acadêmico.
Está na natureza, como parte integrante da criação Divina e é o elemento que mais se aproxima da
natureza material humana.
Carrega a força dos quatro elementos primordiais, terra – água – fogo - ar. E, devidamente
ativado, transfere para o ambiente a energia contida em si. Erva é poder, erva é força, é poder
realizador, erva é cura, erva é fundamento.
No entanto, para atuar no meio humano, é importantíssimo que seja ativada e devidamente
direcionada. Para a energia vegetal não há vontade própria, tanto que muitas ervas são usadas para
magias negativas, pois assim são ativadas e direcionadas.
Nesses casos, o elemento é apenas uma ferramenta, sendo o ativador o responsável pelo
resultado e disposto à lei de ação e reação.
Partindo de um princípio “tradicionalista”, seria abstracionismo achar que as ervas não têm
espírito próprio. Têm sim, mas alimentados pela “imanência divina”. São espíritos coletivos, regulados
por mecanismos elementais, e controlados por rigorosos mentais superiores. Esses sim os verdadeiros
inspiradores da Luz do Saber.
Essa energia pode ser ativada de forma iniciática (os irmãos que fizeram cursos de ervas comigo
conhecem bem isso!), de forma religiosa, ou seja, a partir do fundamento de uma religião; ou mesmo
de forma popular, na medicina caseira, e na transmissão desse conhecimento de forma oral, de boca
em boca.
É importante lembrar que consideramos “erva” o elemento vegetal que é composto de raízes,
caules, folhas, sementes, casca ou lenho, frutos e flores, e cada um desses itens tem seu valor
energético e sua forma de se manter e se manifestar.
Nunca colocamos de forma definitiva que o conhecimento sobre as ervas era exclusividade
nossa. No entanto, a forma de interpretá-lo sim tem origem em nosso trabalho, que se tem
concretizado no tempo, é porque tem ressonância na vontade superior.
A classificação das ervas em categorias, quente, morna e fria, atende a necessidade do mental
humano de ter parâmetros de comparação...
Ervas Femininas
Quando falamos de ervas femininas, falamos de autoestima e potencialização do fator humano
feminino. São ervas muito ligadas também ao fator espiritual humano, à sensibilidade do espírito.
Exemplo: Malva, Rosa Vermelha, Artemísia, etc.
Ervas Masculinas
Da mesma forma que as femininas, não são simplesmente atratoras desse fator, mas
potencializadoras do seu estado natural. O fator humano masculino está bastante ligado ao aspecto
material da vida, sendo que algumas dessas ervas aparecem também como atratoras de prosperidade.
Exemplo: Folha de Café, Louro, Romã, etc.
Ervas Calmantes
São ervas que não atuam somente no corpo físico por características fitoquímicas. Atuam nos
organismos espirituais e em seus sistemas nervosos no sentido de tranquilizar um espírito ou um
ambiente em turbulência.
Exemplo: Capim cidreira, Melissa, Camomila, etc.
Anexo 06
Salve turminha das ervas! Salve irmãozinhos em Mamãe Natureza.
Que a força viva da Jurema nos abençoe.
Quando falamos em Jurema somos automaticamente remetidos ao universo religioso, e nos
lembramos de imediato dessa fantástica linha de trabalhos espirituais das Caboclas Juremas.
Sabemos que Jurema, além dessa fantástica falange, é também o nome de uma árvore, a
“Jurema Preta” - Mimosa hostilis é seu nome científico.
Há várias confusões em relação a essa árvore sagrada. Acredito que a principal seja a confusão
com outros tipos de jurema, ou acácias.
É uma árvore bastante característica da região Norte – Nordeste do Brasil. Gosta de calor
intenso, e por isso sua propagação em São Paulo (região Sul – Sudeste) é muito difícil, e mesmo que
essa árvore cresça por aqui, perde parte das características de cor, aroma, etc.
A vibração da árvore jurema é associada aos Orixás Oxóssi, Obá e Oxalá.
Sua casca é considerada “quente”, com alto poder de limpeza, principalmente para o chacra
coronário de médiuns, ou seja, a “coroa mediúnica”.
Dentro dos ritos do Catimbó, essa sagrada religião da natureza, pautada no culto tanto à árvore
da Jurema (sua essência energética e ao que ela representa para o juremeiro), quanto aos Mestres da
Jurema, (espíritos de grau iniciático no seu culto e manipulação ritualística de elementos ligados a
ela) seu uso é bastante amplo, passando das beberagens, fumos sagrados e ritualísticos, banhos e
defumações.
A própria presença da erva já é uma bênção para o juremeiro, ou o praticante do culto à
Jurema.
Jurema também é o nome dado ao espírito vegetal, à força viva da erva, à sua energia
elemental básica.
Podemos dentro dos terreiros usar a jurema preta de forma bastante simples e direta, seja nos
banhos de defesa e limpeza; nas defumações de desenvolvimento, ou mesmo em dias de festa de
caboclos, colocando algumas cascas de jurema em vinho tinto, deixando descansar por uma semana
pelo menos em local escuro, e servindo aos caboclos.
Vale lembrar que aqui não podemos ter, e não temos, a pretensão de ensinar ninguém a ser um
juremeiro, mesmo porque isso não se ensina, se vivencia. E essas receitinhas são extremamente
básicas, fato que se alguém tiver interesse em aprender mais sobre ervas, jurema, etc. procure os
locais e pessoas habilitados a falar sobre o assunto.
Essa beberagem de Jurema é apenas um vinho misturado com cascas, e não uma bebida
inicática, ok? E apenas um agrado que se faz à linha de caboclos na Umbanda, que por definição, são
os juremeiros por excelência.
Aquele que acha que sabe tudo perde uma grande oportunidade de aprender o que não sabe.
Bênçãos de Mamãe Jurema em nossas vidas!
Bênçãos de Papais e Mamães Orixás também!
Sucesso, saúde e muita magia a todos.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema
Anexo 07
Exu e suas ervas
É importante “esvaziar” a casa para poder colocar coisas novas, quero dizer exatamente que
nada pode ser plantado onde já alguma coisa brotando... Limpar a casa não necessariamente é um
processo de limpeza superficial. Remover as cargas energéticas negativas, limpar os miasmas e larvas
astrais, desinfetar-se de fluidos negativos, podem exigir um clamor a forças adequadas a esse tipo de
trabalho.
Quando me perguntam sobre ervas de Exu, normalmente dou uma explicação teológica sobre o
assunto, de que Exu responde pelos aspectos negativos dos Orixás, então responde também em
qualquer erva, correto? Não exatamente, pois se enxergarmos Exu como um Orixá, então teremos
características de Exu na criação Divina, isso sim está correto.
Há ervas ligadas diretamente à vibração de Exu, e podemos dar como exemplo as cascas de alhos
e cebolas (de todos os tipos), alguns tipos de cactos, plantas de extrema agressividade ao toque, como
a aroeira preta (ou brava), a urtiga, cansanção, açoita cavalo, etc.
Mas como é Orixá, compartilha suas ervas com outras vibrações também. Então é correto
falarmos, em termos genéricos, que determinadas folhas são de um Orixá, mas manipuladas (e com
maestria!) por Exu.
Folha da Mamona – Oxalá – manipuladas por Exu
Pinhão Roxo – Omulu/Ogum/Iansã – manipuladas por Exu
Casca de Alho – Obaluaê/Oyá-Tempo – manipuladas por Exu (e Exu Mirim também)
Casca de Cebola – Omulu/Tempo/Iansã – manipulada por Exu
Etc.
Não podemos esquecer que Exu “mistura” diversos elementos a seu trabalho, ou seja, não se
limita ao universo vegetal. Adiciona líquidos (pinga, whisky, cerveja, etc.), e alguns outros elementos
como sal grosso, enxofre, carvão, etc...
Sucesso, saúde, bênçãos de Papais e Mamães Orixás, força e proteção de todo povo da esquerda!
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema
Anexo 08
Matéria publicada no JUS Jornal de Umbanda Sagrada em Setembro de 2007
Salve turminha das ervas e do amor à Mãe Terra. Saudemos o poder criador, saudemos Mãe
Natureza.
Quanto tempo faz que você não anda com os pés na terra? Digo tirar os sapatos, andar na terra,
ou na areia e senti-la, sentir no espírito a força de mãe natureza.
Quanta atenção damos ao stress do dia a dia? Quanto nos preocupamos com o cotidiano; o que
realmente devemos fazer, pois afinal é dele que sobrevivemos, desse cotidiano; mas enfim, quanto
nos preocupamos e deixamos de lado a essência da vida? Vamos observar as árvores nessa época...
principalmente algumas frutíferas. A maioria delas no outono e inverno ficou um bom tempo em
repouso, meio murchas, e agora suas folhas estão caindo, bem secas e dando lugar a folhas verdinhas,
e florezinhas que começam a aparecer meio discretas, meio sem pretensão e vão tomando lugar às
que vão caindo.
Muito bem, assim somos nós. Muitas vezes não percebemos, mas algo murcha em nossas vidas,
vai perdendo força, vai desgastando e, assim como as folhas secas, procuram se desligar da gente. Nós
nem sempre percebemos e nos apegamos a esses elementos, que naturalmente seriam levados pelo
vento e deixariam de fazer sentido para nós, e não permitimos que deem lugar a folhas e flores novas,
pois somente assim a árvore pode frutificar. Nos ligamos ao desnecessário e assim impedimos que
venha o novo.
Ande com os pés na terra, procure um jardim, um parque, a areia da praia, onde for melhor
para você. Tire os sapatos, respire bem fundo, pelo menos umas três vezes, deixe a vibração da terra
subir pela sola de seus pés, repita várias vezes: “Eu me vivifico na força viva de Mãe Terra” – e sinta a
força da vida fluir através de você. Guarde essa vibração no peito, no seu chacra coronário, deixe a
força da terra percorrer seu corpo, seus órgãos. Renove-se na força viva de Pai Criador e Mãe
Natureza. Não se esqueça de agradecer. Agradeça sempre, pois a gratidão é a maior porta da
reconciliação consigo mesmo.
E por falar em renovação, vamos nos lembrar das crianças... Cosme e Damião, os nossos queridos
erês na Umbanda.
Sua vibração renovadora, elevadora do espírito, sutilizadora dos sentimentos, é manifestada
pela alegria, pelo jeito criança de ser. Pela pureza de espírito, pela transparência de sentimentos,
emoções e forma simples de enxergar a vida. Veja como as crianças veem o mundo com simplicidade,
nós adultos é que complicamos tudo...
Um ótimo preparo de ervas nessa vibração vai: Rosas “cor de rosa”, Graviola folhas, Alcaçuz,
Erva Doce, Manjericão, Rosa Branca, Camomila, Alecrim... lembramos que o Alecrim também é
chamado de “erva da alegria”, pois traduz em energia esse sentimento.
Alegria, alegria, está chegando a primavera! Mantenha sua casa florida, a dica desse mês são os
tons rosados, as violetas de cor clara, as flores amarelas para pessoas e ambientes que precisem de
energia e movimento.
A calêndula com seu tom energizante (amarelo/dourado/laranja) é ótima para banhos, para
esses casos que citei acima de necessidade de energia e movimento. Pode ser colocada num recipiente
de vidro com água e deixada no ambiente. Apenas colocada no ambiente já traz um conjunto de
energia muito interessante.
Alegria, sorte, sucesso, saúde e muita renovação a todos!
Anexo 09
Matéria publicada no JUS Jornal de Umbanda Sagrada em Abril 2007
Anexo 10
Matéria publicada no JUS Jornal de Umbanda Sagrada em Maio 2007