Proposta: Apresentar a diferença que o contato com esses materiais sobre a crise ambiental e sobre a história dos povos indígenas.
O documentário e o livro trouxeram questões de suma importância da nossa
atualidade que é de suma importância ter conhecimento, principalmente porque trata da causa indígena e também trás a crise ambiental. Embora sejam diferentes especificidades em questão de título, nota-se o quão paralelos tais assuntos são. O documentário trata sobre a invasão dos portugueses em 1500, mas quando eles chegaram a essas terras elas já tinham donos, então, primeiro eles usaram o aço e a pólvora, depois, de um modo mais paternalista, o álcool e a religião, agora eles usam as leis (deles), bombas de gás e balas de borracha. Ao longo da história nós indígenas fomos dizimados e seguimos na luta até nos dias de hoje pela demarcação de terras indígenas. É triste assistir um documentário onde vejo o quão ruim foi para meus antepassados sofrer daquele jeito, ainda que por inocência acolheram os brancos e em troca receberam violência, foram escravizados e ainda obrigados a se negar. Com isso pode-se afirmar que diversos povos perderam suas origens e suas culturas. No documentário Guerras do Brasil, pude refletir sobre diversas coisas e a principal reflexão foi sobre a origem. Pode-se notar que vivemos em uma constante guerra de mundos diferentes, a desigualdade é inacreditável. Infelizmente o cenário da educação atual é tão escasso a ponto de não atualizar os livros de história, com isso acredita-se que o Brasil foi descoberto sendo que na realidade foi invadido e desde daí já começamos a perder a nossa história. Boa parte dos indígenas perderam sua origem por conta da colonização, tanto que na cidade onde eu nasci a maior população índigena já não mantém a sua cultura, muitos sequer sabem a história dos seus antepassados, há indígenas que se desenvolveram na cultura de brancos e não imaginam o quão triste é a verdade história. Lá o catolicismo é assíduo, a questão da religião nem chega a ser um problema pelo fato de ser ocultado nas próprias escolas indígenas, ainda que seja a cidade com o maior número de população indígena. E no livro de Ailton ele diz que isso é resultado da convicção do pertencimento a uma humanidade civilizada ou seja a alienação entre natureza e humano. Assim causando a perda de sua origem e ainda distanciando o vínculo com a ancestralidade.no livro foi possível perceber a visão da exaustão pela exploração excessiva da natureza. A reflexão de Ailton Krenak sob a ideia da humanidade e se “somos mesmo uma humanidade” destaca-se pelo fato de a humanidade ainda ser uma justificativa para as ações violentas que ainda é constante em diversos momentos históricos. Me sinto contemplada em todas as falas de Sônia Guajajara, mas destaco onde ela se refere que nós indígenas somos guerreiros, pois tive a experiência de participar de três mobilizações nacionais em Brasília ainda este ano e dentre elas a primeira vivência de um confronto com a polícia. Foram momentos tensos, onde havia diversos indígenas protestando contra a aprovação do Projeto de Lei 490 (PL 490/2008) que afeta diretamente indígenas e suas terras. Nesse momento em que me refiro foi nítido o ódio daqueles policiais brancos, balas de borrachas para todos os lados, spray de pimenta e bombas de efeito moral, aquele momento foi de luta, de resistência, o medo de perder a vida foi grande, mas a luta foi maior. Atualmente estamos em uma crise ambiental, decorrente da ambição por dinheiro, os exemplos claros que se pode citar é o garimpo, o extrativismo, o agronegócio e assim sucessivamente. As crises climáticas estão vindo à tona, o homem age e a mãe natureza reage com isso os principais prejudicados somos todos nós. Estamos sofrendo um impacto ambiental constante, infelizmente tende a piorar e o Ailton trás essas questões em seu livro o que justifica a primeira parte com o título “ideias para adiar o fim do mundo”.