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LE GOFF, Jacques.

Profissões Lícitas e Profissões Ilícitas no Ocidente Medieval


In: Para um Novo Conceito de Idade Média: Tempo, Trabalho e Cultura no
Ocidente. Lisboa: Editorial Estampa, 1980. p. 85-99. CORRIGIR REFERÊNCIA

1. Como o autor define o seu propósito nesse estudo?


Resposta:
No início do texto Le Goff deixa claro o propósito do seu estudo “A minha
intenção e estudar a hierarquia das profissões na sociedade do Ocidente medieval”, nesta
perspectiva nos mostra sob o ponto de vista das mentalidades as profissões
consideradas licítas e ilicítas no recorte temporal analisado, no caso o ano mil.
De acordo com Le Goff (1980) “a mentalidade é o que mais lentamente muda
nas sociedades e nas civilizações – mas é-lhe forçoso prosseguir, apesar das resistências,
dos atrasos, dos defasamentos, é-lhe forçoso adaptar-se às transformações das infra-
estruturas”. Desta maneira ao longo do texto segue apontando de onde SÓ PARA
LUGAR vem as orientações e quais os critérios adotados para classificação das
profissões, destacando as mudanças de ‘mentalidade’ ocorridas ao longo do
período analisado e sua influência para a alteração da condição de lícita ou ilicíta
das profissões no recorte espacial escolhido.
Não se constitui como propósito do autor no texto destacar como se dava
esta mudança nem tampouco em qual momento ocorreu??????. Seu objetivo,
como já foi citado, concentra-se somente em averiguar se houve uma mudança
de mentalidade quanto a aceitação das profissões, o que pela leitura do texto
acaba sendo comprovado basta nos atentarmos quanto ao posicionamento acerca
da profissão de mercador elencado na página 94, ao passo que Le Goff (1980)
através das palavras de São Tomás de Aquino cita que “ o lucro (do mercador),
em vez de ser encarado como fim, é apenas reclamado como remuneração do
trabalho”.
Em suma observa-se uma alteração na mentalidade no que diz respeito ao
trabalho, as concepções religiosas, econômicas e sociais das profissões no
medievo ocidental.

2. Que atividades estão listadas entre as profissões proibidas ou aquelas que


são ocupações desonestas ou vis?
Resposta:
Le Goff (1980) menciona que a usura, a prostituição, o trabalho ao
domingo, o comércio proibido????? sempre que exercido com a intenção de lucro,
cozinheiros, estalajadeiros, carniceiros, saltimbancos, histriões, mágicos,
alquimistas, médicos, cirurgiões, soldados, rufiões, notários, mercadores,
pisoeiros, tecelões, correeiros, tintureiros, pasteleiros, sapateiros, jardineiros,
pintores, pescadores, boticários, barbeiros, bailios, guardas campestres, guardas
aduaneiros, cambistas, alfaiates, perfumistas, tripeiros, moleiros e etc O
CORRETO É: (VÍRGULA) “, ETC.”. Sobre a lista de profissões proibidas ou
aquelas que são ocupações desonestas ou vis, o autor cita “traçar-lhes a lista
exaustiva seria correr o risco de enumerar quase todas as profissões medievais – o facto é,
de resto, significativo – por que elas variam conforme os documentos, as regiões, as épocas
e, por vezes, multiplicam-se”. (LE GOFF, 1980 p. 86)
Ainda segundo o autor esta lista forma “a categoria das profissões desprezadas
que aqui nos interessam como prova de um facto de mentalidade” este fato de
mentalidade, em sua maioria, restringi-se a concepções religiosas vigentes a
época.

3. Que tabus explicam a interdição de algumas profissões?


Resposta:
As condenações impostas a algumas profissões encontravam-se
relacionadas aos tabus nos quais estavam envolvidos os ofícios anteriormente
mencionados, sendo os principais deles: o sangue, a impureza e o dinheiro.
O primeiro tabu que é do sangue atinge os cortadores e os carrascos,
cirurgiões, boticários, barbeiros, médicos, soldados, etc. Le Goff (1980, p. 87)
acrescenta que “dir-se-ia que esta sociedade sanguinária que foi a do Ocidente medieval
oscilava entre o deleite e o horror pelo sangue derramado”.
O segundo tabu é o da impureza ou sujidade enquadravam-se
PONTUAÇÃO nesse quesito profissões que os deixam sujos ao fazê-la tais como:
os pisoeiros, os tintureiros, os cozinheiros (também associados ao pecado da
gula), os operários têxteis ou unhas-azuis (especialmente desprezados) e
lavadeiros.
O terceiro tabu é o do dinheiro, PONTUAÇÃO de acordo com Le Goff
(1980, p. ) “ a ideologia medieval é materialista, em sentido restrito. Só a produção de
matéria tem valor. O valor abstracto definido pela economia capitalista escapa-lhe,
repugna-lhe, condena-o”, este grupo????? atingia os homens que trabalhavam com
as finanças, principalmente o mercador e o cambista. Se prezava-SE a economia
natural, e se desprezava a economia monetária. Os teólogos medievais tinham
um certo horror pelo dinheiro, pela moeda de material precioso. Também
entravam neste tabu os homens assalariados, os chamados mercenários, os
campeões e particularmente as prostitutas (que tinham um lucro torpe, ou um
dinheiro “mal ganho”).
Muitas dessas profissões se enquadravam na mentalidade de pensamento
medieval vigente na época da qual resultava???? os tabus dessa sociedade,
marcados por uma visão de mundo teológica OS TABUS NÃO TEM DIMENSÃO
TEOLÓGICA, a qual seguia conceitos divinos para explicar o mundo em que
viviam impactando ativamente a forma de olhar as relações de trabalho, bem
como as formas de se relacionar com ele.

4. Que aspectos do pensamento cristão se somaram às condenações já


existentes?
Resposta:
Além das reprovações citadas na questão anterior, as reprovações da
Igreja também desempenhavam papel de destaque, PONTUAÇÃO eram
consideradas ilícitas profissões que VÍRGULA de acordo com a Igreja VÍRGULA
rompiam com os princípios cristãos, figuravam entre os ofícios condenados os
militares, que matavam pela espada, os taberneiros, estalajadeiros e
saltimbancos, que incitavam à luxúria, os mercadores e homens da lei, que
praticavam a avareza, e até os mendigos, que se deixavam corromper pela
preguiça. Os soldados não eram mais diretamente culpados pelo derramamento
de sangue, mas sim como “transgressores dos mandamentos”, como aquele
mandamento de “não matarás”. Também passaram a interpretar o ofício do
soldado como o viver pela espada e morrer pela espada. REVER REDAÇÃO.
São condenadas as profissões que dificilmente podem ser exercidas sem
cair em um pecado mortal, CITOU ALGUNS NO PARÁGRAFO ANTERIOR.
além disso eram condenadas todas as profissões que não criavam haja vista que
conforme o autor

“o homem deve trabalhar à semelhança de Deus. Ora o trabalho


de Deus é a criação. Toda profissão que não cria é, pois, nociva ou
inferior. […] À falta de criar é preciso transformar – mutare –
modificar – emendare, melhorar – meliorare.” (LE GOFF, 1980 p.
90). COMO ESTÃO ESSAS PALAVRAS NO TEXTO. COPIE
CORRETAMENTE.

Portanto, é por isso que se condena o mercador, que nada cria. De maneira
geral, há no cristianismo uma tendência para condenar toda a atividade secular
e para, contrariamente, privilegiar um a certa ociosidade que é confiança na
providência divina. Sendo os homens filhos de Deus, participam de sua
divindade e o corpo é um tabernáculo vivo. É pecado tudo o que o enxovalha.
Por isso as profissões luxuriosas – ou vistas como tal - são especialmente
estigmatizadas.
OMITIU ALGUNS ASPECTOS DO PENSAMENTO CRISTÃO.

5. Em suma, na Alta Idade Média, o que fundamentava o desprezo de grande


número de atividades profissionais? Quais eram as exceções? Por quê?
Resposta: QUESTÃO NÃO RESPONDIDA
Inúmera???? era a lista de profissões que, durante a Alta Idade Média,
eram malvistas, desprezadas e/ou proibidas, sobre isso o autor destaca que
“Traçar-lhes a lista exaustiva seria ocorrer o risco de enumerar quase todas as profissões
medievais”. (Le Goff, 1980 p. 86). Para Le Goff o motivo do grande número de
profissões malvistas é relacionado com a “mentalidade primitiva” que impunha
na sociedade limitações sobre aspectos do cotidiano materializados nos tabus
acerca do sangue, da impureza ou sujidade e do dinheiro. QUESTÃO 3
Os tabus supracitados, segundo o texto, exercem fator preponderante para
inflar o número de atividades profissionais que eram desprezadas naquela
sociedade: O tabu do sangue colocava estigma em profissionais como os
cortadores, carrascos, cirurgiões, barbeiros ou boticários (responsáveis pela
prática da sangria), médicos e soldados. O tabu da impureza imprimia o estigma
nos profissionais que eram pisoeiros, os tintueiros, os cozinheiros, operários
têxteis (unhas azuis) e os lavadores de louça, por outro lado o tabu do dinheiro
que gerava o terror quanto a moeda de metal, a qual não era bem vista pelos
teólogos, corroborava para que profissões tais como: mercadores, cambistas,
usurários e prostitutas fossem alvo de hostilidade dos clérigos, pois eram
associados a prática do torpe lucrum, ou seja, do dinheiro mal ganho.
Os pecados que eram remetidos as profissões configuravam-se
automaticamente em um o ônus para profissional que a exercia, tornava-se uma
mácula, uma chaga, um estigma perante a sociedade.
Segundo Le Goff a partir de mudanças na mentalidade, principalmente
com relação ao trabalho, e com o desenvolvimento urbano emergem novas
categorias profissionais e criam-se novas mentalidades para antigas profissões.
QUESTÃO 8 Portanto, não são mais as atividades em si que se condena,
isso na maioria dos casos, mas as intenções que as envolvem. Dá-se assim lugar
à justificação pela boa intenção, a ‘necessidade’ torna-se cada vez mais a
justificativa comum para o exercício de certas atividades, haja vista que é preciso
prover o sustento a si e à família. Enquadra-se nessa conjuntura o trabalho como
mérito, no caso dos professores “que vê sua remuneração justificada pelo
trabalho que faz ao serviço dos estudantes – salário do seu labor e não preço do
seu saber” (LE GOFF, 1980 p. 93) e a preocupação com o bem comum, como
ocorre com os mercadores, que fornecem produtos necessários à subsistência “o
lucro, em vez de ser encarado como fim, é apenas reclamado como remuneração
do trabalho” (LE GOFF, 1980 p. 94)

6. Que ocorreu entre os séculos XI e XIII no que diz respeito às profissões?


Reposta:
De acordo com Le Goff ocorreu no Ocidente medieval uma mudança de
mentalidade sobre algumas profissões após ocorrerem transformações
econômicas e sociais que impulsionaram o desenvolvimento urbano e a divisão
do trabalho PONTUAÇÃO neste cenário nascem ou crescem novas profissões e
novas categorias profissionais. Nesse quesito será a escolástica que fixará o
método de distinção que vai separar o que é lícito ou ilícito no campo das
profissões.
Com essa mudança de mentalidade, profissões que continuaram sendo
condenadas como as prostitutas e os saltimbancos, foram logo banidas dessa
sociedade cristã, bem como excluirá dessa mesma os vagabundos e os vadios que
juntos formarão a “família diaboli ou a família do diabo, em face das outras profissões,
de outros estados agora admitidos na família de Cristo, a família Christi”. (LE GOFF,
1980 p. 91).
Acaba o tempo do desprezo. Opera-se uma nova revisão acerca das
atitudes para com as profissões, será reduzido o número de profissões proibidas
ou desprezadas e multiplicam-se as razões de desculpas para o exercer de uma
profissão antes condenada. Agora, os motivos de condenação passam a ser mais
estritos e excepcionais.
QUESTÃO 7 Neste novo momento só com a má intenção é que a profissão
de mercador era condenada, acusado de cupidez (por amor ao lucro), com isso,
abre-se a porta das várias interpretações e desculpas, como por exemplo, a
desculpa das boas intenções. Os processos de intenção são um primeiro passo na
via da tolerância. O sinal de mudança da mentalidade está no caso do clérigo,
que antes não poderia exercer algumas das profissões proibidas ou desprezadas.
As censuras diminuem, porém, sua dignidade clerical fala mais alto.
Portanto, mesmo algumas profissões deixando de ser ilícitas
permaneceram sendo olhadas de forma negativa pela sociedade e acabaram
sendo toleradas por aqueles que na mesma medida que condenavam
necessitavam dos seus serviços.

7. Com a revolução econômica e social que se processou na Baixa Idade Média,


que razões ainda são apresentadas na condenação das profissões?
Resposta:
Após a leitura do texto em questão fica evidente que toda sociedade
apresenta uma estrutura hierárquica social e a sua mentalidade. Assim sendo, de
uma forma ou de outra, as profissões encontram aí o lugar próprio, largo ou
estreito, conforme as épocas. No Ocidente Medieval entre o século XI e o século
XIII, transformações econômicas e sociais, fazem nascer e/ou crescer novas
profissões, aparecem ou estabelecem-se novas categorias profissionais, fortes em
número e em importância. Mediante a essas mudanças, opera-se uma nova
revisão nas atitudes para com as profissões, desta forme se diminui o número de
profissões ilícitas. QUESTÃO 6
A partir da revisão do método de distinção na Baixa Idade Média, oriunda
da visão escolástica, das ocupações lícitas e ilícitas podemos traçar um panorama
das razões acerca de tais condenações, neste sentido as ocupações ilícitas foram
separadas por natureza, ex natura, e por causa, ex ocasione.
A razão da má intenção, ex intentione, aplica-se o caso dos mercadores que
tem como causa o amor ao lucro – lucris causa. A relatividade da intenção, vai
abrir precedentes e justificativas para a tolerância de muitas ocupações, antes
condenadas, entre elas a do mercador que segundo Le Goff (1980, p. 94 ) “para
esta profissão, durante tanto tempo desacreditada, multiplicam-se os motivos de desculpa,
depois de justificação , por fim, de estima.”
Ao lado dessas condenações, existiram também as restrições motivadas
por pessoas, tempos ou lugares. No caso de lugares, podemos destacar a
atividade exercias em lugares impróprios, ex loci vilitate, como por exemplo uma
igreja; a condenação pelo tempo que interdita o trabalho no período da noite; e
por último por pessoa, que atingem os clérigos na medida em que se há mais
censura do seu poder?????, deixando o campo livre aos laicos na medicina e no
direito civil. Neste cenário a prostituição continua enquadrada no quesito ex
natura mesmo que em algumas situações apresentem-se justificativas para
defender e/ou justificar sua profissão quando no tocante ao recebimento de
esmolas e doações.

8. Quais os motivos de desculpa ou justificativa das atividades profissionais?


Quais os casos que melhor exemplificam essas novas atitudes? Analise-os.
Respostas:
Segundo Le Goff a partir do século XII, um novo olhar é voltado às
profissões que eram consideradaS ilícitas e muitas delas são regulamentadas,
pois agora se justificam
Mais ainda, a partir do século XII, impõem-se duas justificações da
maior importância. A primeira é a preocupação do bem comum -
noção que vem para primeiro plano com o crescimento da
administração pública, urbana ou dos príncipes, e que recebe a sua
consagração na filosofia aristotélica. […] A segunda é o labor, o
trabalho. Longe de continuar a ser motivo de desprezo, sinal de
inferioridade, o trabalho torna-se mérito. O esforço despendido
justifica não só o exercício de uma profissão, mas o lucro que dá
(LE GOFF, 1980, p. 92).

Esse novo olhar para as profissões que antes eram consideradas ilícitas
teve grande influência nos séculos posteriores e a escolástica teve grande
importância na revisão das profissões a serem consideradas lícitas e as que seriam
consideradas ilícitas. As profissões que vêm atender às necessidades das pessoas
como, por exemplo, aquelas relacionadas ao vestuário e a produtos que não
existem em um determinado local e, por isso, são trazidos de outros locais se
justificam. Por meio das escolas, que se multiplicam, os professores passam a
receber para ensinar, pois sua profissão se justifica ao prestar um serviço para o
estudante, o seu saber é o seu trabalho????, o seu labor.
Além da questão da necessidade que além dos exemplos citados podemos
acrescentar os que seguem: Clérigos indigentes obrigados a trabalhar e o
camponês que perante a ameaça de chuva, recolhe sua colheita ao domingo.
Temos a questão da boa intenção que também justificaria diversas ocupações,
que diante da afirmação da consciência individual, se vê diante das
subjetividades humanas se opondo a simples considerações e comportamentos
externos.
Nesse limiar de alteração na mentalidade do Ocidente medieval emerge
uma outra desculpa, a preocupação com o bem comum, que tem como partida o
crescimento da administração pública, urbana ou dos príncipes. Levando em
consideração esse aspecto podemos exemplificar o caso dos Saltimbancos.
Diferenciando os que incitam a vida inútil e aqueles que catam canções de vidas
de santos e consolam os tristes e angustiados, este último, tem sua profissão lícita.
O labor antes desprezado e indicativo de inferioridade, tornou-se mérito.
MERCADORES? PROSTITUTAS?

9. Qual o quadro social e profissional típico da primeira fase da Idade Média?


Qual a nova paisagem social que domina a partir do século XI?
Resposta:
Na primeira fase da idade média JÁ É TEMPO DE ESCREVER
CORRETAMENTE, encontramos uma sociedade bastante fechada que é formada
pela aristocracia militar e fundiária, e pelo clero, esse também proprietário de
terras. Com isso se cria um desprezo com a maior parte das profissões, dada a
mentalidade que vigorava na época, que restringia a ilicitude ou licitude das
profissões a fatores religiosos e morais. O trabalho era visto pelos integrantes
destes grupos sociais com algo abaixo do seu nível, algo depreciativo. As
profissões que eram consideradas lícitas eram aquelas que criavam ou
transformavam coisas, como o camponês e o artesão, pois iam de acordo com o
ensinamento cristão de trabalhar à semelhança de Deus, como a criação.
Com o despertar do comércio ao longo do tempo e o surto urbano, a
paisagem social se modifica e com isso a mentalidade também muda. Surgem
novas camadas de ocupações como artesãos, mercadores e técnicos. Essas novas
camadas almejam o respeito. Para conquistar a afirmação de sua condição, a via
da religião é a única que pode trazer tal benefício. Por isso santos são escolhidos
para serem patronos de profissões, afastando assim o desprezo pelo fato de que
poderosos e veneráveis exemplos, também exerciam tais profissões.

10. O que caracterizava a nova clivagem social do mundo urbano na Baixa


Idade Média?
Resposta:
As mudanças observadas no cotidiano da Baixa Idade Média é, a grosso
modo, a retirada das “mentalidades primitivas” que imprimiam uma série de
preconceitos nos aspectos do trabalho no dia-a-dia, tornando um grande número
de trabalhos em trabalhos desprezados, proibidos e/ou malvistos é o que Le Goff
coloca como o “término do tempo do desprezo”.
QUESTÃO 6 A Escolástica se constitui como o motor dessa mudança de
mentalidade no Ocidente Medieval, sendo usada no aspecto intelectual para
iniciar uma revisão nas atitudes mudando a visão “grosseira, maniqueísta e
obscura” da mentalidade pré-escolástica. Através destas alterações foi possível
ampliar o rol de profissões lícitas inflando o número de vagas de empregos, haja
vista que o que era até então malvisto, alcançou um novo patamar, os tabus
profissionais recuam. O autor coloca duas justificações de “maior importância”
para essa mudança de visão sendo a primeira a preocupação com o bem comum
e a segunda o labor, o trabalho: A primeira, relaciona-se com o crescimento da
administração pública, urbana ou dos príncipes e o recomeço do comércio
internacional, favorecendo os mercadores, por exemplo; a segunda, que
contempla o trabalho, é a mudança na mentalidade do que é o trabalho. JÁ FOI
DITO. QUESTÃO 8
Em suma, a desconstrução da visão do trabalho como sendo algo inferior
e depreciatório ajudou a constituir uma nova clivagem social, o trabalho agora
concebido como algo que não exige só o esforço físico, mas também te dá o lucro
agora lícito tornou importante nesse momento. REDAÇÃO RUIM.

11. Que atitudes assumiu a Igreja perante as mudanças operadas na sociedade


do Ocidente medieval e, consequentemente, na mentalidade com relação às
profissões? Em que medida essa avaliação do autor se diferencia da visão mais
difundida sobre a Igreja no período medieval?
Reposta:
Quando, comumente, nos voltamos ao palco do medievo e tocamos no
assunto da Igreja naquele período vemos reações de profunda altivez e certeza
ao se referir a instituição Igreja Católica como uma instituição demasiado
intransigente e com regras duríssimas que, por qualquer motivo, mesmo que
fútil, não hesitaria em punir o pecador com penas ásperas e com a Igreja detendo
todo o poder naquele período entre os homens e instituições.
Vemos, no texto, uma Igreja mais leniente e ponderada no contexto das
mudanças ocorridas naquele período especialmente no aspecto do trabalho.
Acerca disso é importante destacar uma parte do texto em que Le Goff nos fala
dos saltimbancos e a possibilidade de salvação, quando um saltimbanco interpela
o papa:
Relata-se assim a história do saltimbanco que interroga o Papa
Alexandre (Alexandre III) quanto à possibilidade de conseguir a
salvação. O pontífice pergunta-lhe se sabe outra profissão e,
perante a resposta negativa do saltimbanco, garante-lhe que pode
viver da sua vida sem receio, com a condição de evitar
comportamentos equívocos e obscenos. (LE GOFF, 1980 p. 94).

A Santa Igreja adota uma postura conciliatória relacionado ao novo tempo


de revisão e aceitação dos trabalhos e criação de novos, mostrando um aspecto
muito pouco aprofundado quando se fala de Idade Média. Até sobre a atividade
comercial a igreja se posiciona, com um dos seus maiores nomes (S. Tomás de
Aquino) relativizando a questão do lucro e legitimando o comércio como uma
forma legal de sustento

Quando alguém se dedica ao comércio tendo em vista a utilidade


pública, quando se quer que as coisas necessárias à existência não
faltem numa terra, o lucro, em vez de ser encarado como fim é
apenas reclamado como remuneração do trabalho. (LE GOFF,
1980 p. 94).

Portanto, nos deparamos, pois, com uma postura diametralmente oposta


da que é comumente deblaterada aos quatro cantos sobre a “intransigência” da
Igreja. No texto analisado o autor nos permite internalizar que a Igreja
desempenhou papel fundamental para que a hierarquia das profissões vigente
no Ocidente Medieval fosse desmontada, sendo aceitos e tornados palatáveis
perante a sociedade um novo leque de profissões lícitas, tendo em vista que a
Igreja tinha papel fundamental na formação do pensamento.

- De acordo com Jacques Le Goff, que transformações ocorreram na sociedade


medieval entre os séculos XI e XIII que influenciaram sobre as atividades
profissionais? Que mudanças são observadas nas mentalidades sociais no que diz
respeito às profissões? Apresente exemplos dos critérios que definem as hierarquias
profissionais, os quais ilustram as mudanças ocorridas.

- Analise a circulação comercial na Baixa Idade Média, apontando os obstáculos à


atividade comercial e as iniciativas para sua superação.

- “Na história da Europa, a Idade Média é o grande período das formações urbanas.
De facto, as cidades nascidas nesta época são em número muito superior não só às que
existiam já no mundo romano como às que surgiram a partir de 1500.” Discorra sobre
o desenvolvimento urbano e o movimento comunal na Baixa Idade Média.

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