MACAPÁ - AP
2021
PAPER EM ESTUDOS SOCIO-ANTROPOLÓGICOS
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Acadêmica
MACAPÁ - AP
2021
RESUMO
RESUME
Currently, dental implants are very common in daily dental clinics, implants
come with the need to replace unused teeth or the lack of them in the human
arch. In Brazil, implant dentistry has been gaining more space and notoriety
within clinics, therefore, it is common that there are studies about implant
dentistry, showing more about new techniques used by dentists in their daily
lives. In this present study, five articles that reported on implantology were read,
however, I make it clear that it is still necessary that more studies be carried out
with more samples of techniques used by dentists.
1 INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Microfísica do Poder
Quando fiz meus estudos, por volta dos anos 50−55, um dos problemas que se
colocava era o do. problema Lyssenko que dominava, mas creio que em torno
deste caso escandaloso, que durante. tanto tempo foi dissimulado e
cuidadosamente escondido, apareceu uma série de questões. Duas palavras
podem resumi−las: poder e saber. Para mim, tratava−se de dizer o seguinte: se
perguntarmos a uma. ciência como a física teórica ou a química orgânica quais
as suas relações com as estruturas. políticas e econômicas da sociedade, não
estaremos colocando um problema muito complicado? um, saber como a
psiquiatria, não será a questão muito mais fácil de ser resolvida porque o perfil.
epistemológico da psiquiatria é pouco definido, e porque a prática psiquiátrica
está ligada a uma. série de instituições, de exigências econômicas imediatas e
de urgências políticas de. No caso de uma ciência tão "duvidosa" como a
psiquiatria, não. poderíamos apreender de forma mais precisa o
entrelaçamento dos efeitos de poder e de saber? certamente possui uma
estrutura muito mais sólida do que a psiquiatria, mas também está. O que me
"desconcertou" um pouco, na época, foi. o fato de que esta questão que eu me
colocava não interessou em absoluto aqueles para quem eu.
não suspeitava e que mostrava quanto meus livros anteriores eram ainda
tímidos e acanhados.. Sem a abertura política realizada naqueles anos, sem
dúvida eu não teria tido coragem para. retomar o fio destes problemas e
continuar minha pesquisa no domínio da penalidade, das prisões. Enfim, talvez
haja uma terceira razão, mas não estou em absoluto seguro de que tenha.
Entretanto, me pergunto se não havia por parte dos intelectuais do. utilização
política da psiquiatria ou, de forma mais geral, do esquadrinhamento disciplinar
da. Sem dúvida, por volta dos anos 55−60, poucos tinham conhecimento da
amplitude real. do Gulag, mas creio que muitos a pressentiam, muitos tinham a
sensação de que sobre estas. coisas melhor era não falar. facilidade a direção
do Partido, que não ignorava nada, podia lançar palavras de ordem, impedir.
Uma edição do Petit Larousse que acaba de sair diz: "Foucault:: filósofo que
funda sua teoria da. história na descontinuidade". Sem dúvida me expliquei de
forma. insuficiente em As Palavras e as Coisas, se bem que tenha falado muito
acerca disto. Pareceu−me. que em certas formas de saber empírico como a
biologia, a economia política, a psiquiatria, a. , o ritmo das transformações não
obedecia aos esquemas suaves e continuistas de. ciência ainda alimenta
muitas análises históricas; ela não me parece historicamente pertinente.. Numa
ciência como a medicina, por exemplo, até o fim do século XVIII, temos um
certo tipo de. discurso cujas lentas transformações − 25, 30 anos − romperam
não somente com as proposições. "verdadeiras" que até então puderam ser
formuladas, mas, mais profundamente, com as maneiras. simplesmente novas
descobertas; é um novo "regime" no discurso e no saber, e isto ocorreu em.
Meu problema não foi absolutamente de dizer: viva a descontinuidade, estamos
nela e. nela ficamos; mas de colocar a questão: como é possível que se tenha
em certos momentos e em. certas ordens de saber, estas mudanças bruscas,
estas precipitações de evolução, estas. Mas o importante em tais mudanças
não é se serão rápidas ou de grande amplitude, ou melhor,. esta rapidez e esta
amplitude são apenas o sinal de outras coisas: uma modificação nas regras de.
mudança de conteúdo (refutação de erros antigos, nascimento de novas
verdades), nem tampouco. uma alteração da forma teórica (renovação do
paradigma, modificação dos conjuntos sistemáticos).. constituir um conjunto de
proposições aceitáveis cientificamente e, consequentemente,. susceptíveis de
serem verificadas ou infirmadas por procedimentos. problema de regime, de
política do enunciado científico. Neste nível não se trata de saber qual é o.
poder que age do exterior sobre a ciência, mas que efeitos de poder circulam
entre os enunciados. científicos; qual é seu regime interior de poder; como e
por que em certos momentos ele se.
A noção de repressão por sua vez é mais pérfida; em todo caso, tive mais
dificuldade em me livrar. efeitos do poder. Quando escrevi a História da
Loucura usei, pelo menos implicitamente, esta. que a mecânica do poder tinha
conseguido reprimir e reduzir ao silêncio. noção de repressão é totalmente
inadequada para dar conta do que existe justamente de produtor. Quando se
define os efeitos do poder pela repressão, tem−se uma concepção. puramente
jurídica deste mesmo poder; identifica−se o poder a uma lei que diz não. Ora,
creio ser esta uma noção negativa, estreita e esquelética do poder. Se o poder
fosse somente repressivo, se não fizesse outra. que de fato ele permeia,
produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso. Deve−se.
considerá−lo como uma rede produtiva que atravessa todo o corpo social muito
mais do que uma. chamar uma nova "economia" do poder, isto é,
procedimentos que permitem fazer circular os. efeitos de poder de forma ao
mesmo tempo continua, ininterrupta, adaptada e "individualizada" em. Estas
novas técnicas são ao mesmo tempo muito mais eficazes e muito menos.
dispendiosas (menos caras economicamente, menos aleatórias em seu
resultado, menos. suscetíveis de escapatórias ou de resistências) do que as
técnicas até então usadas e que. repousavam sobre uma mistura de
tolerâncias mais ou menos forçadas (desde o privilégio. reconhecido até a
criminalidade endêmica) e de cara ostentação (intervenções espetaculares e.
descontínuas do poder cuja forma mais violenta era o castigo "exemplar", pelo
fato de ser.
Esta figura nova tem uma outra significação política: permitiu senão soldar,
pelo menos rearticular. consciência universal, sujeito livre, opunha−se àqueles
que eram apenas competências a serviço. politização se realiza a partir da
atividade específica de cada um, o limiar da escritura como marca. sacralisante
do intelectual desaparece, e então podem se produzir ligações transversais de
saber. para saber, de um ponto de politização para um outro. próprio lugar e
por meio de intercâmbios e de articulações, participar de uma politização global
dos. Este processo explica por que, se o escritor tende a desaparecer como
figura de proa,. "permutadores", pontos de cruzamento privilegiados. do ensino
em regiões ultra−sensíveis politicamente acha−se sem dúvida aí. universidade
não deve ser interpretada como perda de força mas, pelo contrário, como.
multiplicação e reforço de seus efeitos de poder no meio de um conjunto
multiforme de intelectuais. da escritura que se assistiu no decênio 60, sem
dúvida não passava de canto do cisne: o escritor. justamente de uma "teoria",
que ele tenha precisado de cauções científicas, apoiadas na. lingüística, na
semiologia, na psicanálise, que esta teoria tenha tido suas referências em
Saussure. ou Chomski, etc. atividade do escritor não era mais o lugar da ação.
Pode−se supor que o intelectual "universal", tal como funcionou no século XIX
e no começo do. século XX, derivou de fato de uma figura histórica bem
particular: o homem da justiça, o homem da. lei, aquele que opõe a
universidade da justiça e a eqüidade de uma lei ideal ao poder, ao. As grandes
lutas políticas no século XVIII se. fizeram em torno da lei, do direito, da
constituição, daquilo que é justo por razão e por natureza,. O que hoje se
chama "o intelectual" (quero dizer o. intelectual no sentido político, e não
sociológico ou profissional da palavra, ou seja, aquele que faz. uso de seu
saber, de sua competência, de sua relação com a verdade nas lutas políticas)
nasceu,. creio, do jurista; ou em todo caso, do homem que reivindicava a
universalidade da lei justa,. O intelectual "universal" deriva do jurista−notável e
tem sua expressão mais completa. intelectual "específico" deriva de uma figura
muito diversa do "jurista−notável": o "cientista−perito".. preparava há muito
tempo nos bastidores, estava mesmo presente em um canto do palco desde,.
pós−darwinianos, que ele começa a aparecer nitidamente. evolucionismo e os
socialistas, os efeitos bastante ambíguos do evolucionismo (por exemplo,
sobre. em nome de uma verdade científica "local" − por importante que seja −
se faz a intervenção do. ponto de inflexão na história do intelectual ocidental
(deste ponto de vista, Zola é muito. significativo: é o tipo de intelectual
"universal", portador da lei e militante da eqüidade; mas alimenta. inclusive,
domina muito mal, cujos efeitos políticos sobre seu próprio discurso são
bastante. Se se estudasse isto de perto, geria possível ver como os físicos, na
virada do século,.
Um dos textos mais significativos do uso de todas estas palavras e dos jogos
próprios do termo. Ursprung é o prefácio de Para Genealogia da Moral. texto
como a origem dos preconceitos morais; o termo então utilizado é Herkunft.
Nietzsche volta atrás, fazendo a história deste inquérito em sua própria vida;
ele se lembra do. tempo em que "caligrafava" a filosofia e em que se
perguntava se era preciso atribuir a Deus a. pesquisa de Ursprung; mesma
palavra para caracterizar um pouco mais longe o trabalho de Paul. Rée7. Em
seguida, ele evoca as análises propriamente nietzscheanas que começaram
com. Humano, Demasiadamente Humano; para caracterizá−las, fala de
Herkunfthypotesen. emprego da palavra Herkunft não é arbitrário: ela serve
para caracterizar vários textos de Humano,. Demasiadamente Humano
consagrados à origem da moralidade, da justiça, do castigo. em todos estes
desenvolvimentos, a palavra que tinha sido utilizada então era Ursprung8. na
época de Para Genealogia da Moral, e nessa altura do texto, Nietzsche
quisesse acentuar uma. oposição entre Herkunft e Ursprung com a qual ele
não trabalhava dez anos antes. imediatamente depois da utilização
especificada desses dois termos, Nietzsche volta, nos últimos. parágrafos do
prefácio, a utilizá−los de um modo neutro e equivalente9. Por que Nietzsche
genealogista recusa, pelo menos em certas ocasiões, a pesquisa da origem.
essência exata da coisa, sua mais pura possibilidade, sua identidade
cuidadosamente recolhida em. tal origem é tentar reencontrar "o que era
imediatamente", o "aquilo mesmo" de uma imagem. exatamente adequada a si;
é tomar por acidental todas as peripécias que puderam ter acontecido,. todas
as astúcias, todos os disfarces; é querer tirar todas as máscaras para desvelar
enfim uma. Ora, se o genealogista tem o cuidado de escutar a história em vez
de acreditar. Que atrás das coisas há "algo inteiramente diferente": não.
nasceu de uma maneira inteiramente "desrazoável" − do acaso10. fanáticas e
sempre retomadas, da necessidade de suprimir a paixão − armas lentamente
forjadas. ao longo das lutas pessoais". De fato, ela é apenas uma "invenção
das classes dominantes"12. começo histórico das coisas não é a identidade
ainda preservada da origem − é a discórdia entre.
A análise da Herkunft. deve mostrar seu jogo, a maneira como elas lutam umas
contra as outras, ou seu combate frente a. emergência de uma espécie (animal
ou humana) e sua solidez são asseguradas "por um longo. combate contra
condições constantes e essencialmente desfavoráveis". sua uniformidade, à
simplicidade de sua forma, pode se impor e se tornar durável na luta perpétua.
com os vizinhos ou os oprimidos em revolta". externo não a ameaça mais, e
quando "os egoísmos voltados uns contra os outros que brilham de. algum
modo lutam juntos pelo sol e pela luz"27 Acontece também que a força luta
contra si mesma:. Contra sua lassidão ela reage, extraindo sua força desta
lassidão que não deixa. então de crescer, e se voltando em sua direção para
abatê−la, ela vai lhe impor limites, suplícios,. macerações, fantasiá−la de um
alto valor moral e assim por sua vez se revigorar. movimento pelo qual nasce o
ideal ascético "no instinto de uma vida em degenerescência que luta. por sua
existência"28. a Igreja se encontrava menos corrompida29; na Alemanha do
séc. muita força para se voltar contra si próprio, castigar seu próprio corpo e
sua própria história e se. espiritualizar em uma religião pura da consciência.. A
emergência é portanto a entrada em cena das forças; é sua interrupção, o salto
pelo qual elas. Nietzsche chama Entestehungsherd'30 do conceito de bom não
é exatamente nem a energia dos. fortes nem a reação dos fracos; mas sim esta
cena onde eles se distribuem uns frente aos outros,. instinto, seu grau ou seu
desfalecimento, e a marca que ele deixa em um corpo, a emergência. designa
um lugar de afrontamento; é preciso ainda se impedir de imaginá−la como um
campo. fechado onde se desencadeara uma luta, um plano onde os
adversários estariam em igualdade; é. de preferência − o exemplo dos bons e
dos malvados o prova− um "não−lugar", uma pura. responsável por uma
emergência; ninguém pode se auto−glorificar por ela; ela sempre se produz.
assim que nasce a diferença dos valores31; classes dominam classes e é
assim que nasce a idéia. de liberdade32; homens se apoderam de coisas das
quais eles têm necessidade para viver, eles. lhes impõem uma duração que
elas não têm, ou eles as assimilam pela força − e é o nascimento. da lógica33.
Nem a relação de dominação é mais uma "relação", nem o lugar onde ela se
exerce é. ritual; ela impõe obrigações e direitos; ela constitui cuidadosos
procedimentos. marcas, grava lembranças nas coisas e até nos corpos; ela se
torna responsável pelas dívidas.. Universo de regras que não é destinado a
adoçar, mas ao contrário a satisfazer a violência. próprias contradições, acaba
por renunciar à violência e aceita sua própria supressão nas leis da. sem
cessar o jogo da dominação; ela põe em cena uma violência meticulosamente
repetida. desejo da paz, a doçura do compromisso, a aceitação tácita da lei,
longe de serem a grande. propriamente falando sua perversão: "Falta,
consciência, dever têm sua emergência no direito de. obrigação; e em seus
começos, como tudo o que é grande sobre a terra, foi banhado de sangue"34.
em que as regras substituiriam para sempre a guerra; ela instala cada uma de
suas violências em. um sistema de regras, e prossegue assim de dominação
em dominação.
finalizadas; elas são feitas para servir a isto ou àquilo; elas podem ser burladas
ao sabor da. O grande jogo da história será de quem se apoderar das regras,
de. quem tomar o lugar daqueles que as utilizam, de quem se disfarçar para
pervertê−las, utilizá−las. ao inverso e voltá−las contra aqueles que as tinham
imposto; de quem, se introduzindo no aparelho. que os dominadores
encontrar−se−ão dominados por suas próprias regras. emergências que se
podem demarcar não são figuras sucessivas de uma mesma significação; são.
Se interpretar era colocar lentamente em foco uma significação oculta na
origem, apenas a. violência ou sub−repção, de um sistema de regras que não
tem em si significação essencial, e lhe. impor uma direção, dobrá−lo a uma
nova vontade, fazê−lo entrar em um outro jogo e submetê−lo a. novas regras,
então o devir da humanidade é uma série de interpretações. Trata−se de.
fazê−las aparecer como acontecimentos no teatro dos procedimentos.
O sentido histórico, e é nisto que ele pratica a "Wirkliche Historie", reintroduz no
devir tudo o que se. Cremos na constância dos instintos e imaginamos que eles
estão sempre atuantes aqui e ali, agora. Mas o saber histórico não tem
dificuldade em colocá−los em pedaços − em mostrar. seus avatares, demarcar
seus momentos de força e de fraqueza, identificar seus remos. mesmos,
podem obstinar−se em sua própria destruição36. intoxicado por venenos −
alimentos ou valores, hábitos alimentares e leis morais simultaneamente;. ele
cria resistências37. A história "efetiva" se distingue daquela dos historiadores
pelo fato de que. ela não se apoia em nenhuma constância: nada no homem −
nem mesmo seu corpo − é bastante. se voltar em direção à história e
apreendê−la em sua totalidade, tudo o que permite retraçá−la. como um
paciente movimento contínuo: trata−se de destruir sistematicamente tudo isto.
despedaçar o que permitia o jogo consolante dos reconhecimentos. histórica,
não significa "reencontrar" e sobretudo não significa "reencontrar−nos".
"efetiva" na medida em que ela reintroduzir o descontínuo em nosso próprio
ser. sentimentos; dramatizará nossos instintos; multiplicará nosso corpo e o
oporá a si mesmo. deixará nada abaixo de si que teria a tranqüilidade
asseguradora da vida ou da natureza; ela não. se deixará levar por nenhuma
obstinação muda em direção a um fim milenar. Ela aprofundará. aquilo sobre o
que se gosta de fazê−la repousar e se obstinará contra sua pretensa
continuidade..
3 METODOLOGIA
REFERÊNCIAS