Na tentativa de simplificar a identificação das alterações ocorridas nas
estruturas dentoesqueléticas dos indivíduos, Angle em 1899 buscou agrupar os indivíduos com características semelhantes em uma mesma classe ou padrão, definindo pela primeira vez os três tipos distintos de má oclusão.
A má oclusão Classe II de Angle é caracterizada por uma discrepância
dentária ântero-posterior, que pode ou não estar associada a alterações esqueléticas. Além do comprometimento estético, o fato de vir associada a um overjet acentuado faz com que o paciente fique mais exposto a traumas dentários. (FREITAS, 2009).
A má oclusão de Classe II pode ser definida como uma relação deficiente
entre os arcos dentários, com a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior ocluindo o espaço entre a cúspide vestibular do primeiro molar inferior e a face distal da cúspide vestibular do segundo pré-molar inferior. A arcada inferior se encontra em relação distal com a arcada superior. (SANTO, et al., 2018)
A Classe II possui 2 divisões: Classe II, 1ª divisão, e Classe II, 2ª divisão.
A natureza da assimetria oclusal pode ocorrer devido às assimetrias
dentoalveolares ou esqueléticas, ou a uma combinação desses elementos, e acredita-se que esses fatores subjacentes ocasionam a obtenção de uma oclusão simétrica4 .
Classe II divisão 1 de Angle é, frequentemente, acompanhada da atresia
maxilar. Esse problema transversal da maxila deve ser corrigido, sempre que possível, antes da correção anteroposterior, sendo que os aparelhos de expansão rápida são os mais utilizados para isso. (QUALIO, et al., 2009).
A má oclusão de classe II divisão 2 de Angle é caraterizada pela relação
molar de classe II associada a um posicionamento vertical ou retroinclinado dos incisivos superiores e geralmente a uma sobremordida exagerada.
Tratamento
Segundo Peloso et al., (2019), Três opções de tratamento foram
apresentadas à paciente: 1º opção - tratamento em uma fase com a utilização de aparelho ortodôntico fixo associado a um aparelho ortopédico fixo de propulsão mandibular, Twin Force Bite Corrector (TFBC), que foi sugerido por apresentar algumas vantagens em relação a outros aparelhos funcionais fixos, como não necessitar de fase laboratorial, maior conforto para o paciente por permitir a execução dos movimentos de lateralidade com ampla liberdade e menor tempo de tratamento.
O Twin-Force Bite Corrector é um aparelho funcional fixo, portanto, sua
indicação principal segue os princípios dos aparelhos ortopédicos funcionais removíveis. Está indicado para a correção das más oclusões de Classe II e III. O Twin-Force BC™ é um aparelho fixo híbrido encaixado bilateralmente nos arcos superior e inferior.
O Twin Force Bite Corrector é um aparelho funcional fixo, híbrido e compacto,
que apresenta uma série de vantagens, quando comparados aos outros aparelhos fixos rígidos.
• Maior conforto ao paciente
• Não depende da cooperação do paciente (sem elásticos) • Fácil instalação, diminuindo tempo de cadeira (Menos de 3 Minutos) • Maior previsibilidade dos procedimentos clínicos • Fixação direto no fio aço 0.019” x 0.025” • Sem bandas • Movimento de lateralidade • Totalmente articulado • Somente dois tamanhos • Titânio • Mola interna de nitanium
2º opção - tratamento através do uso de elásticos intermaxilares para classe II.
São elásticos intermaxilares colocados por sua parte anterior na maxila e em
sua parte posterior na mandíbula. Geralmente, são colocados desde o gancho do Canino até o ganho do Primeiro Molar Inferior. Indicações de elásticos Classe II:
1 – Para produzir efeitos dentários anteroposteriores.
2 – Más oclusões Classe II dentária e/ou esquelética.
3 – Ajudam a obter Classe I de Canino, a partir de uma relação Classe II.
4 – Proporciona ancoragem mínima. 5 – Movimentação distal do segmento anterossuperior. 6 – Avanço mandibular. 7 – Retroinclinação dos incisivos superiores e proclinação dos inferiores. 8 – Para fechar pequenos espaços.
3º opção – Exodontia dos primeiros pré-molares superiores.
Já a exodontia dos primeiros pré-molares foi realizada para a melhora do
perfil facial e correção da discrepância anterior das arcadas, seja pelo severo apinhamento ou pela protrusão exagerada dos incisivos inferiores.
REFERÊNCIAS
FREITAS, J. Má oclusão Classe II, divisão 1, de Angle com discrepância ântero-
posterior acentuada. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. Maringá, v. 14, n. 2, p. 131-143, mar./abr. 2009. Acesso em Outubro de 2021: https://www.scielo.br/j/dpress/a/qrkS9gghXyD5bLQdz6psvkj/?lang=pt&format=pdf
OLIVEIRA, L. Extração de pré-molares superiores em tratamento de paciente Classe
II. 2018. Acesso em Outubro de 2021: https://www.liderodontologia.com.br/post/extra %C3%A7%C3%A3o-de-pr%C3%A9-molares-superiores-em-tratamento-de-paciente- classe-ii
PELOSO, R.; et al. TRATAMENTO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II
ASSIMÉTRICA COM PROPULSOR MANDIBULAR. SALUSVITA, Bauru, v. 38, n. 4, p. 1075-1091, 2019. Acesso em Outubro de 2021: https://secure.unisagrado.edu.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v38_n4_2019/sa lusvita_v38_n4_2019_art_14.pdf
SANTO, M.; et al. TRATAMENTO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II ATRAVÉS DO
APARELHO DE PROTRUSÃO MANDIBULAR (APM): UMA REVISÃO DA LITERATURA. Rev. Odontol. Univ. Cid. São Paulo 2018 jul/set 30(3) 304-13. Acesso em Outubro de 2021: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/04/994617/tratamento- da-ma-oclusao-de-classe-ii-atraves-do-aparelho-de-pr_q04Ckch.pdf QUAGLIO, C.; et al. Classe II divisão 1 associada à deficiência transversal maxilar. Tratamento com disjuntor tipo Hyrax e aparelho de Herbst: relato de caso clínico. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. Maringá, v. 14, n. 5, p. 118-128, set./out. 2009. Acesso em Outubro de 2021: https://www.scielo.br/j/dpress/a/WbLB4t3kNQVcKDgHpGM5r3R/? format=pdf&lang=pt