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CAPITULO 01: O céu tempestuoso de Skarlet

Ainda no ônibus Skarlet decidia como seria o seu plano de ação para passar o tempo
naquele feriado. Provavelmente teria que pedir novamente ajuda dos seus amigos para
fazer a policia largar do seu pé, mesmo que uma parte do seu plano para aquela noite
não deixasse uma forma muito fácil de reconhecê-la. A roupa de Road Kamelot iria
chamar mais atenção para seu corpo do que para seu rosto, assim se alguém que prestou
atenção nela tentasse gravar detalhes do seu rosto não seria muito possível, graças as
ruas escuras e as roupas que chamavam mais atenção.

Quando finalmente chegou a Campo Grande Skarlet saiu do ônibus e prendeu a adaga
em um cinto e olhou em torno procurando a rua certa, próxima do ponto. Pelas
informações que havia roubado o intermediário estaria se escondendo por ali ou em uma
cidade pequena no interior do Estado, na duvida procuraria por ali primeiro.

Começou a correr naquela direção, obviamente não iria se cansar mesmo que tivesse
que correr por um quilômetro, as aulas de educação física tiveram um efeito bem rápido
nesse ponto e correr ajudava a não ser vista direito. Ela não tinha porque ter medo de
andar por ali, nenhum ser humano normal era capaz de alcançar o nível de luta que ela
atingiu na sua sede por vingança e com essa confiança ela seguiu sem se importar com
alguns moradores que a olhavam assustados. Achou o bairro agradável mesmo com
todas as lendas e crenças sobre ele, só não morava lá por isso não podia entender ele
como realmente ele seria.

O hotel era realmente pequeno e ficava em uma rua principal no interior de Campo
Grande e merecia ser condenado pela Defesa Civil. Skarlet entrou sem se importar para
câmeras e foi direto para o balcão, o atendente ficou olhando um pouco para suas pernas
antes de atendê-la.

- Em que posso ajudar?

- Onde esta o Sr. Calvares?

O homem desconfiou imediatamente dela, mas não via a adaga que ela havia deixado
nas costas.

- Quem quer saber?

- Ele apenas me chamou aqui.

- Um momento...
Ela viu quando ele digitou o ramal do quarto dele.

Quarto 501.

Foi a essa conclusão que ela chegou após prestar atenção nos dígitos, aquilo bastava
independente do homem a sua frente a observar agora como se tivesse entendido uma
trama super complexa.

Como o mundo realmente é dominado por idiotas.

- Uma pena que você descobriu o que queria, mas eu ganho muito para fazer isso. – Ele
tirou uma pistola do balcão e apontou para a cabeça de Skarlet. – Escolheu o lado errado.

Ele apertou o gatilho e não houve som da explosão da pólvora do projétil, apenas um
clique. Skarlet queria rir da expressão de surpresa do atendente, principalmente quando
ele confirmou se haviam balas no cartucho e encontrou apenas areia e ainda mais
quando ele largou a arma que se desfazia na sua mão e discou novamente o ramal do
apartamento do intermediário.

- Me ajudem, por favor. – Ele entendeu pelo menos isso rápido. Skarlet não era normal.
– Ela deve ser um dos monstros...

Isso realmente a deixou ofendida.

Ela se aproximou tirando a adaga longa da bainha e falando perto do ouvido dele.

- Obrigada pela sua atenção. – Ela fez um corte bem fundo no braço dele e sorriu. –
Isso é por ficar olhando para minhas pernas.

Ela cortou o pescoço dele tendo alguma piedade a mais e deixando que ele sofresse
por menos tempo.

- E isso por me chamar de monstro, afinal as vezes eu acho que sou realmente isso.

Ela entrou no elevador balançado a adaga ao seu lado para retirar o excesso de
sangue. Não gostava de matar quem não tinha muito haver com a morte de seus dois
namorados no ano passado, mas se estavam em seu caminho eram gado para o abate.

Na saída do elevador no quinto andar haviam dois guardas com metralhadores em


punho, eles demoraram para puxar o gatilho e por isso quando o fizeram as armas já
estavam quase totalmente desfeitas em suas mãos e eles não tinham mais nenhuma bala
inteira. Com dois golpes rápidos da adaga ela cortou os pescoços deles.

No fim do corredor estava o tão esperado quarto 501 e sua porta fechada não era
nenhuma barreira e Skarlet estava pronta para ser recebida sob qualquer tipo de
munição.

Quando a porta se desfez ninguém atirou, o idiota achava que quando ela visse o Fuzil
L96A1 teria medo.

- Parada ou vai morrer com certeza.

Como esses filhos-da-puta têm dinheiro para comprar isso?

Skarlet transformou o fuzil em poeira sem dificuldade e andou calmamente até o homem
que parecia a beira das lágrimas.

- Quem mandou você falar para aquela menina matar inocentes?

- Só sei que era uma mulher sombria, cabelo longo e que conversa comigo como se
fossemos amigos. Encontrei ela na escola ao lado do prédio da biblioteca quando a
menina estava no segundo módulo.

Ele foi recuando até chegar na grade da varanda, enquanto isso Skarlet olhava em volta
sem se importar que o homem prestava atenção nos seus passos, até que achou uma
caixa com lenços de papel.

- Por favor, me deixe viver!

- Não!

Skarlet sorriu para ele enquanto pegava alguns lenços e jogava a caixa em um canto.
Foi até a varanda e perfurou o pescoço dele antes de jogá-lo da varanda, assim ele
sentiria dor até bater de cabeça no chão distante. Ele falou demais sem saber que o que
ela queria mesmo era matar ele.

Desceu novamente pelo elevador limpando a adaga nos lenços de papel que pegou.
Saindo do prédio ela guardou a adaga e suspirou olhando o céu com poucas estrelas.

- Sem testemunhas como sempre.

O prédio ruiu, Skarlet havia simplesmente desestabilizado as pilastras que o sustentava


e se tivesse mais alguém, ou alguma gravação lá foram enterradas.

Enquanto encarava o céu Skarlet sentiu um calafrio e fechou os olhos. Sabia que aquilo
tinha mais de um significado e que poderia mudar de novo alguns cursos de vida que
pareciam óbvios.

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