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BIOQUÍMICA

CLÍNICA

Profa Dra. Raquel Kummer


Controle da Qualidade

Os laboratórios devem assegurar a


qualidade de seus produtos (laudos) para
que os clínicos possam utilizá-los como
uma ferramenta de auxílio ao diagnóstico
seguro de uma determinada patologia.
Laboratório de
Análises Clínicas (AC)

• Para o exercício correto das AC é preciso


cuidar da Qualidade dos exames:

• Qualidade em AC envolve:

a) Padronização dos procedimentos

b) Garantia e Controle da Qualidade


ANVISA – RDC 302 de 2005
RDC 302 publicada no DOU de 13-10-2005 -
Regulamento Técnico para funcionamento de
Laboratórios Clínicos.

GARANTIA DA QUALIDADE
O laboratório clínico deve assegurar a confiabilidade dos
serviços laboratoriais prestados, por meio de, no mínimo:
a) controle interno da qualidade;
b) controle externo da qualidade (ensaios de
proficiência).
Controle de Qualidade
Controle Interno da Qualidade

É a utilização de amostras controle de valores conhecidos


dosadas simultaneamente com as amostras dos pacientes.

Controle Externo da Qualidade

É a utilização de amostras controle de valor desconhecido,


sendo sua avaliação realizada pelo valor médio de
consenso de todos os participantes que utilizam a mesma
metodologia.
Controle Externo da Qualidade

• Avaliação dos resultados de cada laboratório - Emissão de


conceito nas seguintes categorias:

• BOM: Quando os resultados obtidos pelo laboratório


estão dentro da média mais ou menos um desvio padrão.

• ACEITÁVEL: Quando a variabilidade laboratorial está


dentro da média mais ou menos dois desvios padrão.

• INACEITÁVEL: Quando a variabilidade está fora da


média mais ou menos dois desvios padrão.
Controle Interno da Qualidade no
Laboratório Clínico

Tem a finalidade de:

1. Garantir a reprodutibilidade (precisão)

2. Verificar a calibração dos sistemas analíticos e indicar o


momento de se promover ações corretivas quando surgir uma
não conformidade.

Consiste em:

1. Análise diária de amostra controle com valores dos analitos


conhecidos para avaliar a precisão dos ensaios.
Controle Interno da Qualidade no
Laboratório Clínico

 Deve-se comparar o resultado obtido do controle com


a faixa de valores esperados estabelecida pelo
fabricante e que está descrita na bula do produto.

 Se o resultado estiver dentro desta faixa seus exames


estarão corretos e podem ser liberados.
Controle Interno da Qualidade no
Laboratório Clínico
Se o resultado estiver fora da faixa estabelecida pelo fabricante (bula),
alguma medida corretiva deve ser tomada e as seguintes questões devem
ser respondidas:
1) Houve mudança do lote do reagente?

Se sim, o teste precisa ser calibrado.

2) O equipamento tem recebido as devidas manutenções?

Limpeza das pipetas, ajustes mecânicos, etc.

3) Houve mudança do lote do controle?

Se sim, os novos limites estabelecidos pelo fabricante devem ser observados.


Controle Interno da Qualidade no
Laboratório Clínico
 Calibração: Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a
correspondência entre valores indicados por um instrumento, sistema de medição
ou material de referência, e os valores correspondentes estabelecidos por padrões.

CALIBRADOR
Calibrador é um produto composto de soro
humano liofilizado contendo vários analitos
cujas concentrações foram ajustadas para
níveis adequados através da adição de
extratos tissulares de origem animal e de
substâncias químicas orgânicas e
inorgânicas.

O Calibrador reconstituído deve ser usado


como padrão, ou seja, de forma idêntica às
amostras dos pacientes.
BRANCO, PADRÃO E AMOSTRA
• BRANCO
– Branco de reagente → solução de reagentes sem a
presença da amostra;
– Branco da amostra → solução de amostra e reagente, sem
um reagente indispensável que inicie a reação ou cause a
formação do produto final; menos comum
• PADRÃO
– Produtos químicos altamente purificados que podem ser
diretamente pesados ou medidos para produzir uma
solução cuja concentração seja conhecida de maneira
exata = soluções puras com concentração conhecida
• AMOSTRA
– Material que contém o analito.
Terminologia em qualidade
• Exatidão: Propriedade do método analítico de
fornecer resultados do analito próximos do seu
valor real na amostra.

• Precisão: É a concordância entre as medidas


repetidas. Propriedade do método analítico de
fornecer reprodutivos (próximos em si) do analito
quando originados de uma série de análises
repetidas em uma única amostra controle.

• Desvio padrão: dado estatístico que descreve a


dispersão de resultados em redor da média.
Controle Interno da Qualidade no
Laboratório Clínico
➢ Os resultados dos controles são plotados em um gráfico controle e comparados com os
“Limites Aceitáveis de Erro (LAE)” ou “Limites de Controle (LC)” para aquele analito.

➢ Os LAE ou LC correspondem à média mais ou menos dois desvios-padrão.

LAE = Xm ± 2S

1. Valores da amostra controle dentro dos LAE ou LC, (média ± 2DP):


– Método analítico está funcionando de acordo.

2. Valores da amostra controle fora dos LAE ou LC (média ultrapassa ±


2DP):
– Possibilidade de problemas no processo, indicando que o método
analítico não está funcionando adequadamente.
Tarefa no caderno

1. pesquisar sobre o
Gráfico de Controle de Levey-Jennings, explicar o
proposito do mesmo, como ele é interpretado e
como ele pode ser gerado/desenhado.

2. Pesquisar sobre Regras de Westgard e suas


aplicações.
Técnicas e aparelhagem de análise

As técnicas espectrofotométricas são de


grande utilidade na clínica médica e em
diversas áreas industriais.
A concentração de substâncias pode ser
determinada medindo-se a luz absorvida por
uma solução, através do método
espectrofotométrico.
.

O que diferencia uma radiação eletromagnética da outra é o


seu comprimento de onda.

Comprimento de onda (λ) é a distância entre dois pontos


máximos de uma onda, pois a luz se propaga na forma de uma
onda.
Instrumentação
ESPECTROFOTÔMETRO
https://www.youtube.com/watch?v=R4ZT3g2-Ryg

Instrumentos capazes de registrar dados de absorbância ou


transmitância em função do comprimento de onda.
O espectro de absorção é característico para cada espécie química,
sendo possível a identificação de uma espécie química por seu
“espectro de absorção”
A absorção de luz por uma solução
Quando luz visível ou UV incidem sobre qualquer corpo ou solução,
uma parte é refletida, outra absorvida e outra, ainda, transmitida.

IO = Ir + Ia + I

Solução
absorvente

Feixe Feixe
incidente emergente
Luz
monocromática

Intensidade I
Intensidade
IO
Princípios de absorção de luz

1. A absorção da luz é tanto maior quanto mais concentrada for a solução por ela atravessada:

Io IT1
A solução 20g/l
solução 10 g/l absorve o dobro da
solução 10g/l.

Io IT2
solução 20 g/l
2. A absorção da luz é tanto maior quanto maior for a distância percorrida pelo feixe
luminoso através das amostras:

Io IT1 A solução
contida na cubeta
com 3 cm
1 cm
absorve 3 vezes
mais luz que a
contida na de 1
Io IT3 cm.
.

3 cm
A absorbância de uma substância em solução é diretamente
proporcional a sua concentração e a espessura que a luz atravessa.
A absorbância é mais utilizada porque existe uma relação linear entre ela e a
concentração de uma substância absorvente em solução, o que não ocorre com a
transmitância.
Se um raio de luz monocromático atravessar uma solução contendo uma substância
capaz de absorver luz neste comprimento de onda (l), uma parte desta luz incidente
(Io) será absorvida e uma parte será transmitida (I).

Chamamos de transmitância (T) a razão entre a intensidade da luz transmitida (I) e


a intensidade da luz incidente (Io).
• Ler a
• RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA –
RDC Nº 302, DE 13 DE OUTUBRO DE 2005

Enviada no e-mail
Tipos de reações empregadas no
laboratório clínico
REAÇÕES COLORIMÉTRICAS
• mede-se a energia radiante transmitida/absorvida na faixa visível do
espectro eletromagnético
• Método de análise quantitativa que se baseia na
comparação da cor produzida por uma reação
química com uma cor padrão.
• De acordo com a intensidade da cor produzida,
infere-se a concentração de determinado analito.
Tipos de reações empregadas no
laboratório clínico
REAÇÕES NO ULTRAVIOLETA

• São reações em que os produtos formados


não são coloridos, mas são capazes de
absorverem energia radiante na faixa
ultravioleta do eletromagnético radiante (340
ou 365 nm)
Tipos de reações empregadas no
laboratório clínico

REAÇÕES SEGUNDO O PROCEDIMENTO

• Reações de ponto final


• Reações cinéticas (São reações em que a velocidade de formação é
medida durante um intervalo de tempo, que pode ser em horas, minutos, ou
segundos)

– Reação cinética de tempo fixo


– Reação cinética contínua
– Reação cinética de 2 tempos
• Reações de ponto final: são reações em que a
concentração do produto formado atinge um
valor máximo, permanecendo inalterada por um
determinado tempo em função da estabilidade
do produto. Essas reações podem ser
colorimétrica ou ultravioleta.
• Reação cinética de tempo fixo: a velocidade de
formação do produto é medida após um tempo
fixo, em que a reação enzimática é interrompida,
adicionando um reagente próprio.
• Reação cinética contínua: a velocidade de
formação do produto é medida em intervalos de
tempo.
• Reação cinética de 2 tempos : é uma variante da
reação cinética contínua. Nesse caso faz-se a leitura
aos 30 segundos e a outra aos 90 segundos.
A ÁGUA COMO
Pirogênios – produtosREAGENTE
do
metabolismo de
organismos como
bactérias e fungos, que
podem causar febre.
Pirogênios endógenos –
geralmente produzidos
pelos leucócitos.

ÍONS OU ACELERAM OU INIBEM REAÇÕES


(ENZIMÁTICAS), PREJUDICAM
DESEMPENHO DE REAGENTES,
METAIS CONTROLES E CALIBRADORES.
PROCESSOS PURIFICAÇÃO DA ÁGUA → consiste na
eliminação de todas as substâncias dissolvidas e
suspensas na água.

• Destilação
• Deionização
• Osmose reversa
• Filtração através de carvão ativado
• Ultrafiltração

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