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Goiânia - Flamboyant
2019
1
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS - ICH
Curso de Psicologia
Goiânia - Flamboyant
2019
2
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO....................................................................................................4
1.1 Apresentação...................................................................................................4
1.3 Objetivos..........................................................................................................8
1.4 Hipóteses.........................................................................................................8
1.5 Justificativa.......................................................................................................9
2. Metodologia........................................................................................................14
2.1 Sujeitos.............................................................................................................16
2.1.1 Bases
documentais........................................................................................16
2.2 Instrumentos.....................................................................................................16
2.4.1 Documental...................................................................................................17
2.4.2
Entrevista.......................................................................................................17
2.6 Ressalvas
éticas...............................................................................................18
2.7 Cronograma
3
1. INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação
4
o acesso de pessoas com deficiência às Instituições Federais de Ensino Superior
(IFES) abolindo assim, barreiras tanto pedagógicas quanto de comunicação e
informação para os mesmos. Desde 2005 o crescimento do programa
impulsionou o desenvolvimento de uma Política de Acessibilidade ampla e
articulada (UFG/SECADI/SESu-2013).
Em decorrência do documento Declaração de Salamanca e Linha de Ação
sobre Necessidades Educativas Especiais que alegam que escolas comuns
representam um meio eficiente para combater tais atitudes discriminantes, a
proposta da inclusão escolar começa impulsionando projetos de mudanças nas
políticas públicas debatendo então, os rumos da educação especial com
fundamental importância para se pensar a formação desse docente e sua
permanência na rede de ensino. As políticas públicas até então impostas,
começam a demonstrar certa fragilidade perante os desafios pertinentes à
construção de um novo paradigma educacional. O discurso antagônico continua
entre a ação da inclusão e o conservadorismo das ações que não atingem a
escola comum. Por meio disto, surgem as resistências à inclusão e a falta de
condições pedagógicas e infraestrutura da escola, passando a ser um processo
de reflexão e prática, uma possibilidade de efetuar mudanças conceituais com o
objetivo de tornar eficaz o direito à educação (UFG/SECADI/SESu-2013).
Na legislação existem garantias do direito à educação superior, o Decreto
n. 7.611/2011 dispõe sobre o atendimento educacional especializado por meio da
estruturação de núcleos de acessibilidade, objetivando eliminar barreiras físicas,
de comunicação e de informação que dificultam a participação efetiva e o
desenvolvimento acadêmico e social do aluno com deficiência nas instituições de
ensino superior. O Decreto n. 7.612/2011 institui o Plano Nacional dos Direitos da
Pessoa com Deficiência – Plano viver sem Limites, visando a intensificar ações
em benefício das pessoas com deficiência. Trata-se de um conjunto de políticas
públicas estruturadas em quatro eixos: acesso à educação; inclusão social;
atenção à saúde; e acessibilidade. Esses eixos são interdependentes e
articulados para assegurar a garantia de direitos às pessoas com deficiência,
considerando suas múltiplas necessidades nos diferentes momentos de suas
vidas (BRASIL, 2011).
O principal objetivo do INCLUIR é de fomentar a criação e consolidação de
Núcleos de acessibilidade nas IFES, para realizar ações voltadas a integrar
5
pessoas com deficiência à vida acadêmica, por meio de eliminação de barreiras
atitudinais, pedagógicas, arquitetônicas e de comunicação. Desde 2005, foram
lançados diferentes editais. O último, em 2010, propunha implementar ações
previstas no Programa (BRASIL, 2010a).
Entre as propostas aceitas, incluíam-se as de apoio aos
Núcleos já existentes, considerando-se como Núcleo de
acessibilidade […] a constituição de espaço físico, com
profissional responsável pela organização das ações,
articulação entre os diferentes órgãos e departamentos da
universidade para a implementação da política de
acessibilidade e efetivação das relações de ensino, pesquisa
e extensão na área (BRASIL, 2010a, p. 52).
Estas ações não se tratam apenas do direito a vagas pelas cotas dos
processos de seleção, elas são vistas como formas de o Estado eliminar
desigualdades, preconceitos e discriminações, estabelecendo a igualdade de
oportunidades. Dentre estas ações encontram-se bolsa permanência, aulas de
apoio, curso de idiomas, curso de informática e auxílio transporte; elas tem o
objetivo de integrar socialmente e garantir o acesso, a permanência e o sucesso
de pessoas discriminadas que historicamente foram excluídas dos espaços
sociais (STROPARO, 2018).
O NA tem o objetivo de promover o respeito às diferenças, buscando a
formação e a sensibilização da comunidade acadêmica, a aquisição de recursos e
tecnologias assistivas para o acesso a todos os espaços, ambientes, ações e
processos educativos desenvolvidos na instituição (UFG/NA 2017).
Sua criação ocorreu em 2008 com o intuito de propor e viabilizar uma
educação superior inclusiva aos estudantes com deficiência física, visual, auditiva
e intelectual, por meio da eliminação/minimização de barreiras atitudinais,
arquitetônicas, pedagógicas, informacionais e comunicacionais. O NA conta com
profissionais divididos em diretoria e apoio pedagógico, sendo um diretor, um
assistente de administração e um recepcionista, além de uma pedagoga, uma
psicopedagoga, uma técnica em assuntos educacionais e um técnico em
tecnologia assistiva (UFG/NA-2017).
A proposta do NA se divide em oito eixos principais. O eixo 1 se refere a
acessibilidade: inclusão e permanência; o eixo 2 se refere a infraestrutura
6
acessível; o eixo 3 se refere à acessibilidade pedagógica e curricular; o eixo 4
trata sobre acessibilidade comunicacional e informacional; o eixo 5 se refere a
catalogação das informações sobre acessibilidade; o eixo 6 diz respeito ao
ensino, pesquisa e inovação em acessibilidade; o eixo 7 diz respeito a extensão e
acessibilidade; por fim, o eixo 8 se refere aos recursos humanos e financiamento
da política de acessibilidade (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, 2017).
Na educação superior, a transversalidade da educação especial se efetiva
por meio de ações que promovam o acesso, a permanência e a participação dos
alunos. Estas ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e
serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos
sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser
disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as
atividades que envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão. Na perspectiva da
educação inclusiva, a Resolução CNE/CP nº1/2002, que estabelece as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica,
define que as instituições de ensino superior devem prever em sua organização
curricular formação docente voltada para a atenção à diversidade e que
contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades
educacionais especiais.
O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando a
inclusão dos alunos surdos, dispõe sobre a inclusão da LIBRAS como disciplina
curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete
de LIBRAS, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos
surdos e a organização da educação bilíngue no ensino regular.
O artigo de Nozu, Bruno e Cabral (2018) traz o exemplo da Universidade
Federal da Grande Dourados, que criou um setor específico para cuidar e
atender das necessidades dos alunos que necessitam de condições especiais de
ensino. Tal iniciativa pode auxiliar não apenas na facilitação do acesso do aluno
às aulas, como também na promoção da aprendizagem e na conclusão do curso
escolhido por ele. Desta forma, quando são visados os desafios que o surdo
poderá enfrentar no percurso de sua graduação, é possível enfrentá-los de
maneira mais contundente com a individualidade da surdez e vislumbrar
melhores condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem
destes sujeitos no ambiente universitário.
7
Faz-se necessário que as universidades brasileiras ajam de maneira
coletiva e em colaboração com toda sua equipe, de modo a destruir barreiras
estruturais, materiais e didático-pedagógicas que interferem no dia a dia do
percurso de estudantes universitários com necessidades educacionais
específicas, como a surdez (NOZU, BRUNO, CABRAL, 2018).
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada
pela ONU em 2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados
Parte devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de
ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social
compatível com a meta de inclusão plena, adotando medidas para garantir que: a)
as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral
sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam
excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob alegação de
deficiência; b) as pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino
fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as
demais pessoas na comunidade em que vivem (Art.24). Com base em alguns
trechos da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (2008), trazemos todos os direitos atribuídos por lei aos indivíduos que
se encaixam nos requisitos necessários determinados para ter acesso à
Educação Inclusiva, como foco, teremos o público surdo e a sua inserção nesse
contexto inclusivo, até a sua graduação.
A surdez, também chamada de perda auditiva, “consiste na perda maior ou
menor da percepção normal dos sons. Verifica-se a existência de vários tipos de
pessoas com surdez, de acordo com os diferentes graus de perda da
audição.” (SEESP, 2006). Após uma definição do tema pelo grupo, foi constatada,
a partir de uma rápida revisão na literatura que a terminologia mais utilizada ou
mais abrangente é, surdo, segundo o Portal da Educação. Do ponto de vista
clínico o que difere surdez e deficiência auditiva é a profundidade dessa perda
auditiva, pois os indivíduos que têm perda profunda e não escutam nada, são
surdos, logo, os indivíduos que sofreram, por algum motivo seja na fase infantil ou
até mesmo na adulta, uma perda leve ou moderada e têm parte da audição, pelo
menos em um dos ouvidos, são consideradas deficientes auditivos. Clinicamente
os dois termos são corretos, mas devido os surdos terem uma cultura própria,
algumas pessoas de algumas comunidades optam por serem chamadas de
8
surdas e não deficientes auditivos, alegando que, para eles não lhe faltam nada,
apenas vivenciam o mundo de forma diferente, contudo, atualmente, muitos
surdos e pesquisadores consideram que o termo “surdo” refere-se ao indivíduo
que percebe o mundo por meio de experiências visuais e opta por utilizar a língua
de sinais, valorizando a cultura e a comunidade surda.
1.3 OBJETIVOS
1.4 HIPÓTESE
1.5 JUSTIFICATIVA
9
número de estudantes surdos ingressantes no ensino superior, e muito se deve
às políticas de acolhimento e inclusão desenvolvidas não apenas pelo governo
brasileiro, mas também pelas ações sociais que estão sendo construídas nas
comunidades e grupos focais.
A evolução de políticas públicas voltadas à educação foi iniciada a partir da
Constituição Federal de 1988, em seguida, em 1996,surgiu a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LBD) que define e regulariza a organização da educação
brasileira com base nos princípios presentes na Constituição . Em 2010 houve a
Conferência Nacional de Educação (CONAE) que se trata deum espaço
democrático aberto pelo Poder Público para que todos possam participar do
desenvolvimento da Educação Nacional.
Em seguida o Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio
2011/2020, que tem como objetivo articular nacionalmente os sistemas de
educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e suas
respectivas estratégias de implementação, de forma a assegurar a manutenção e
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades, por
meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
federativas, com vistas ao cumprimento do disposto no art. 214 da Constituição.
Dentro do PNE há o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) com a
finalidade de ampliar as condições de permanência dos jovens na educação
superior pública federal. Seu objetivo é democratizar as condições de
permanência dos jovens na educação superior pública federal; minimizar os
efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da
educação superior; reduzir as taxas de retenção e evasão; e contribuir para a
promoção da inclusão social pela educação.
A inclusão das pessoas com deficiência no ensino superior deve garantir as
oportunidades do desenvolvimento pessoal, social e profissional bem como não
restringir o indivíduo das atividades de participação na comunidade, sendo assim,
os Institutos de Ensino Superior (IES) devem disponibilizar serviços e recursos
suficientes que promovam a participação desses estudantes
(UFG/SECADI/SESu- 2013).
Considerando um retrospecto histórico associado à vida acadêmica desse
estudante BISOL, et al. (2010), ressalta que a valorização do trajeto escolar
destes alunos surdos se deu através de três processos, a valorização da língua
10
de sinais através da constituição de ambientes escolares bilíngues; a participação
da comunidade surda nos processos educacionais, como professores surdos
inseridos nas escolas; e o fortalecimento da identidade e cultura surdas.
Lacerda (1998) vai através de o retrospecto histórico, rememorar os
processos de luta para inserção das políticas educacionais para surdo em todo o
mundo, passando desde os protestos na França com Charles Michel l’Epée
reforçando a necessidade do ensino da língua de sinais em sala de aula, até
Samuel Heinicke na Alemanha com seus princípios oralistas e seletivo. Essa
mesma autora ressalta ainda a importância do evento de deliberação no
Congresso Mundial de Professores de Surdos, ocorrido em 1880 em Milão, para a
inclusão da língua de sinais nos modelos de ensino acadêmicos de todo o mundo,
fazendo com que tal tendência se fortaleça durante todo o século XX.
Em Capovilla (2002) é possível perceber que a real inserção da língua de
sinais na educação ocorre no período de 1960 e 1980, onde oralistas e o
bilinguistas retomam uma discussão acerca dos ganhos considerados aqui como
comunicação total. A partir desse contexto a criança surda passa a ter a
possibilidade de acesso a todos os tipos de comunicação. Porém, como método
de aperfeiçoamento, Capovilla (2002) constata que concentrar a educação de
surdos na língua de sinais apresentava ganhos maiores em decorrência do
desenvolvimento fundamental linguístico e cognitivo da criança surda, logo, o
ensino para esses alunos passa a contar com o ensino da língua de sinais como
primeira língua e a língua majoritária do país trabalhada como segunda língua.
Segundo Fernandes (1990) é indispensável o acesso à Língua de Sinais o
mais precoce possível, pois a dificuldade do surdo em adquirir linguagem oral nos
primeiros anos traz consequências para o seu desenvolvimento cognitivo,
emocional e sua integração social. As instituições de ensino podem contribuir
para um espaço privilegiado, onde o surdo consiga se desenvolver tanto no meio
social, quanto na aprendizagem e na língua de sinais. A preocupação central é na
qualidade das interações nas relações entre os educadores ouvintes e os alunos
surdos, tendo em vista a necessidade de comunicação clara e objetiva, e também
o auxílio do profissional intérprete de LIBRAS com participação nos espaços
educacionais, para uma melhor interpretação desta comunicação. É relevante a
compreensão da dinâmica e da estrutura institucional, tendo em vista, que o
conjunto destes fatores citados interfere diretamente no quesito cognição do
11
indivíduo surdo.
Poker (2002) em seus estudos constatou que o problema da surdez não se
localiza no retardo da linguagem oral em si, mas no que essa privação linguística
provoca: impede o sujeito de se expressar, de explicar e de compreender
diferentes situações ocorridas no ambiente ao seu redor. De acordo com Poker
(2002), para enfrentar esta situação, é fundamental oferecer para o sujeito com
surdez um instrumento simbólico (língua oral ou gestual), o mais precocemente
possível para que sejam propiciadas as trocas simbólicas entre o sujeito e os
outros. Só assim a surdez pode deixar de prejudicar as funções cognitivas do
aluno. A construção do cognitivo é estruturada internamente e diferentemente por
cada indivíduo surdo. Considerando que o desenvolvimento cognitivo do surdo
não está relacionado ao fator orgânico, mas na questão social, devido os surdos
viverem em ambientes socioculturais, que não fazem uso da língua de sinais, o
que dificulta a evolução do indivíduo, tendo atraso na aquisição da linguagem e
dificuldades em acompanhar a dinâmica proposta pelas instituições de ensino,
refletindo diretamente no desenvolvimento, mesmo que o mesmo não possua
nenhuma deficiência cognitiva.
Segundo BISOL et al. (2010) a maioria dos jovens surdos ingressantes no
ensino superior atualmente, são alunos que cursaram o ensino fundamental e
médio em escolas especiais bilíngues, contudo ainda são evidenciadas as
dificuldades de aprendizagem causadas por métodos de ensino e limites criados
pelas estruturas das escolas especiais para surdos, bem como a construção
social e identitária desse público.
Skliar (1999) defende que o bilinguismo deve ser entendido em sua
dimensão política, como construção histórica, cultural e social, e no âmbito das
relações de poder e conhecimento, assim esse método não seria caracterizado
apenas como uma dimensão pedagógica e fortaleceria a identificação da criança
e adolescente com a cultura e identidade surdas. A importância do contato da
criança surda no ensino fundamental com a língua de sinais e professores surdos
pode contribuir para esse fortalecimento dos laços de pertencimento à
comunidade surda, implicando em seu reconhecimento como ser social subjetivo
e atuante. Contudo, em decorrência das diversas dificuldades impostas pelas
metodologias de ensino encontradas também dentro das escolas especiais
Capovilla (2002), vai dizer de um sistema em desenvolvimento que em alguns
12
momentos se desacredita por não envolver no processo direto de educação a
completude composta pela cultura surda e suas várias nuances e dialetos,
fazendo com que a criança encontre dificuldades de aprendizagem em
decorrência da ausência no bilinguismo dessa diversidade, logo o
desenvolvimento de competências linguísticas e comunicativas inerentes à
construção da identidade como surda, parece não se repetir na aprendizagem
escrita. Como meio solução a esse tipo de dificuldade, Virole (2005) ressalta a
ideia de direcionar a aprendizagem para a aplicabilidade do dia a dia, favorecendo
o aumento da compreensão dos acontecimentos cotidianos e o desenvolvimento
das habilidades sociais.
BISOL et al. (2010) em estudo realizado para identificar possível falhas nos
métodos de ensino para crianças surdas, consideraram a análise das estruturas
das escolas especiais com foco na avaliação das competências dos professores
ouvintes para o manejo na língua de sinais, bem como a inserção de professores
nativamente surdos no processo educacional, ambos com o domínio de
conhecimento em LIBRAS. Bisol et al. (2010) ressaltam ainda a necessidade de
abertura maior da participação de professores surdos nas decisões acerca dos
conteúdos curriculares. Apesar das dificuldades apontadas acima, o crescente
número de jovens surdos ingressantes no ensino superior demonstra os efeitos
positivos do ensino bilíngue na educação básica de crianças surdas, porém
partindo dessa demanda que vem de encontro com as universidades tendo como
foco principal os cursos de Psicologia, percebemos que existe uma iniciativa de
inclusão partindo de projetos já impostos por lei, mas que em contrapartida tem se
visto um número de ingressantes nas universidades consideravelmente baixo.
Os dados do Censo Escolar, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas (INEP) de 2017, apontam um crescente número de ingresso de
alunos com deficiência entre os anos de 2003 a 2013 com aumento de 600%
passou de 5.078 estudantes para 29.221 em dez anos. Em 2003 indica a
proximidade de 600 alunos surdos ou com deficiência auditiva matriculados em
Instituições de Ensino Superior no Brasil. Em 2013, 1.488 alunos surdos (5,13%
do total), 7.037 deficientes auditivos (24,24% do total) e 151 alunos surdo‐cegos
(0,52% do total). Em 2016 um total de: 1.739 alunos surdos e 5.055 deficientes
auditivos.
A questão que se coloca é se esses alunos estão efetivamente incluídos
13
na educação superior, ressaltando que há necessidade de serem desenvolvidas
mudanças acadêmicas tanto no processo de entrada nessas instituições quanto
uma reestruturação em todo núcleo acadêmico para promover a permanência
desses alunos até a sua formação.
Especificamente na graduação do curso de Psicologia a proposta de
Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação em Psicologia especifica as
condições indispensáveis para a viabilização do projeto do curso e impactos
sociais dos serviços prestados à sociedade. Estes princípios remetem à
necessidade de uma formação que desenvolva um forte compromisso com uma
perspectiva científica e com o exercício da cidadania; que assegure rigorosa
postura ética; que garanta uma visão abrangente e integrada dos processos
psicológicos, permitindo uma ampliação dos impactos sociais dos serviços
prestados à sociedade; e que desenvolva um profissional detentor de uma
postura pró-ativa em relação ao seu contínuo processo de capacitação e
aprimoramento. Pois bem, diante dessa proposta, verificou-se que não está
incluso na formação do Psicólogo(a) obrigatoriedade do curso de Libras em sua
formação. Como atender a demanda psicoterapêutica do deficiente auditivo diante
da não obrigatoriedade do curso de LIBRAS em sua formação?
Profissionais psicólogos que atuam em instituições na cidade de Salvador e
artigos encontrados sobre relatos de experiências de psicólogos na realização do
atendimento a pessoas surdas, evidenciam que há uma imensa necessidade que
os profissionais desenvolvam estratégias para a viabilização da comunicação e
interação entre eles e os surdos. Fica explícito a necessidade indispensável do
conhecimento em Libras por estes profissionais, também o estímulo constante em
conhecerem e compreenderem o mundo através da percepção dos indivíduos
surdos. Estes se sentem bem quando são de fato compreendidos pelos outros
que estão à sua volta, ainda mais quando não se preocupa em ter um outro como
“tradutor” das expressões e palavras que o mesmo diz e se expressa,
principalmente quando se leva ao contexto da psicoterapia onde se expõe a mais
profunda intimidade.
No código de ética do profissional psicólogo Artigo 2, j, encontra-se que é
vedado ao profissional estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro,
que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos
objetivos do serviço prestado, sendo assim inoportuno o tradutor de LIBRAS no
14
contexto clínico.
2. Metodologia
15
GIL (2008) faz uma observação pertinente a temas pouco explorados,
explicitando que esse tipo de pesquisa é realizado quando o tema em questão é
pouco explorado, investigado, transformando-se em um tema complexo para se
formular pressupostos exatos.
FONSECA (2002) declara que:
2.1 Sujeitos
16
2.1.2 Perfil do psicólogo que vai participar
2.2 Instrumentos
2.4.1 Documental
17
Pedagógicos do Curso de Psicologia e do Código de Ética Profissional do
Psicólogo. O primeiro a fim de conhecer os direitos garantidos por lei dos
estudantes surdos no processo de entrada e permanência nas instituições de
ensino. E o segundo para entender como se dá o processo de atendimento.
2.4.2 Entrevista
18
públicos, neste caso, os surdos, sendo eles no papel de pacientes ou
profissionais atuantes.
Esse trabalho oferece risco mínimo, pois ele promoverá uma reflexão
positiva sobre a vivência e a realidade enfrentada pelos indivíduos entrevistados,
colocando-os numa posição de maior visibilidade e possibilidades.
Serão garantidas às pessoas entrevistadas, o direito ao atendimento e
acompanhamento pelo Centro de Psicologia Aplicada – UNIP
Campus/Flamboyant, caso estas se sintam prejudicadas de alguma forma por
meio desta pesquisa.
2019
3 ATIVIDADES
FEV MAR ABR MAI JUN AGO SET OUT NOV
Escolha do tema x
Definição do problema de
Pesquisa x
Revisão Bibliográfica x x
Fichamentos x x
Elaboração do Objetivo de
Pesquisa x
Elaboração da Hipótese de
Pesquisa x
Elaboração da Introdução x x x
Elaboração da Metodologia x x
Submissão ao Comitê de Ética x
2020
ATIVIDADES
FEV MAR ABR MAI JUN AGO SET OUT NOV
Localização e identificação das
fontes de obtenção dos dados x x
Contato prévio com Instituições x x x x
Discussão teórica acerca dos
riscos e benefícios da pesquisa x x
Elaboração da Carta de
apresentação e TCLE. x x
Entrega de projeto para
submissão nas instituições
pretendidas. x
19
REFERÊNCIAS
20
educacionais especiais de alunos surdos. [2. ed.] / coordenação geral
SEESP/MEC. - Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 116 p.
(Série: Saberes e práticas da inclusão).
CAMPELLO, A. R., PERLÍN, G., STROBEL, K., STUMPF, M., REZENDE, P.,
MARQUE, S. R. e MIRANDA, W. (2012). Carta aberta ao ministro da educação
elaborada pelos sete primeiros doutores surdos brasileiros, que atuam nas
áreas de educação e linguística. Recuperado: 8 jun. 2012. Disponível:
<http://marianahora.blogspot.com.br/2012/06/carta-aberta-dos-doutores
surdos.html>.
21
GIL, A. C.,Como elaborar projetos de pesquisa /Antônio Carlos Gil. - 4. ed. -
São Paulo : Atlas, 2002.
22
VIROLE, B. Adolescence et surdité. 2005. Disponível em:
<http://www.benoitvirole.com>. Acesso em: 06 de maio de 2019.
23
Anexos
24
ORÇAMENTO DE PROJETO DE PESQUISA
Data: 25/11/2019
Nome do Projeto: Graduação e atuação do psicólogo surdo dentro do contexto
clínico e social
Pesquisador responsável: Leonardo Conceição Guimarães
Nome da Instituição do pesquisador responsável:
Fonte Financiadora: Própria
Outros comentários:
___________________________________
Assinatura do Pesquisador responsável
25