A Consolidação da Ordem Capitalista- A revolução industrial
Introdução
Durante o século XVII, mais precisamente durante a Revolução Gloriosa e a
Revolução Puritana, que ocorreu durante entre 1640 e 1688, a potência da época que era a Inglaterra, sofreu diversas revoluções de grandes proporções. Ambos os movimentos acreditavam em uma superação feudal, sobrepondo o Antigo Regime e suas bases, possibilitando o surgimento de uma classe social burguesa e uma base capitalista no país. Graças a Revolução Industrial do século XVIII e as Revoluções Inglesas, que teriam eliminado os obstáculos feudais que impediam o surgimento às forças produtivas capitalistas, acelerando o êxodo rural para os centros urbanos, substituindo as antigas corporações e criando condições para o surgimento da Revolução Industrial.
Conceito de Revolução Industrial
A Revolução Industrial é um processo que se originou na Inglaterra por volta do século XVII, que engloba as diversas mudanças no modelo de produção e consumo de bens, transformando por completo a vida econômica do momento, passando de uma sociedade agrícola para uma sociedade industrializada e originando grandes mudanças políticas e sociais.
A Revolução Industrial e a noção de “tempo útil”
Com a acentuação da industrialização propiciada pela Revolução Industrial, no século XVII, e a inserção de novas tecnologias no meio social, a Inglaterra teve uma modificação em suas paisagens urbanas com a inserção de um número cada vez maior de fábricas e operários, juntamente com o rápido crescimento das cidades. As transformações aconteceram na esfera urbana e no cotidiano das cidades. As fábricas trouxeram uma nova maneira de usar o tempo: o chamado “tempo das fábricas”, isto é, o tempo do relógio, das horas, permeado pelas relações de produção nas fábricas, onde prevaleceu o tempo do trabalho, da alimentação e do descanso. O tempo da sociedade foi regularizado com a divisão dos dias em 24 partes iguais. A nova concepção de tempo foi confirmada e efetivada primeiramente nas cidades. Dessa maneira, com o desenvolvimento urbano, permitiu-se o controle do uso do tempo, ou seja, com as práticas comerciais, a organização da vida passou a ser ritmada pelas horas. O relógio passou a ser o elo entre o tempo e a sociedade industrial. Além disso, regulou a vida privada e pública das populações inseridas nesse processo.
A manufatura e o sistema fabril
As manufaturas surgiram durante a Revolução industrial. Eram pequenas oficinas já com produção em série, porém com trabalho praticamente manual. As fábricas ou indústrias tinham porte e mecanização muito maior. Atualmente não existe mais esta distinção, e o termo manufaturado é sinônimo de industrializado. No contexto da economia, na manufatura é iniciada a hierarquização das forças de trabalho em mais qualificadas e menos qualificadas. Os trabalhadores com maior qualificação costumam ter mais necessidade de esforço mental do que os que ocupam cargos menos qualificados. Nessa diferenciação qualitativa surge a diferenciação de salário a receber, além de um conhecimento menor dos procedimentos de produção por parte dos que tem qualificação inferior. Já o sistema fabril, alimentado pelo progresso tecnológico, tornou a produção muito mais rápida, mais barata e mais uniforme, mas também desconectou os trabalhadores dos meios de produção e os colocou sob o controle de poderosos industriais. O Pioneirismo inglês Uma série de fatores acabou por determinar que o processo da Revolução Industrial iniciasse na Inglaterra, foram eles: - Acumulação de capital: seria o acúmulo de capitais que a Inglaterra havia alcançado pelo monopólio comercial durante a Expansão Marítima europeia, desde o século XVII, a Inglaterra implantou uma política Mercantilista de acúmulo de metais preciosos (ouro e prata) oriundos de suas colônias e das colônias portuguesa e espanhola. O Mercantilismo inglês colocou a economia em crescimento; - Política de Cercamentos: Os proprietários rurais através de decretos reais puderam incorporar as terras comunais, antes pertencentes à igreja católica e camponeses. Esses últimos foram expulsos das terras e se deslocaram para as cidades para trabalhar nas indústrias. As terras passaram a ser utilizadas pelos grandes proprietários para criação de ovelhas e produção de lã, matéria-prima essencial para produção de tecidos nas pioneiras manufaturas têxteis; - Presença de energia natural: O território inglês era constituído por importantes reservas de minério de ferro e carvão mineral (Minas inglesas), que posteriormente se tornou o principal combustível das inovações técnicas, ou seja, das máquinas a vapor que substituíram as máquinas movidas à força motriz humana, pela força motriz mecanizada, ampliando bruscamente a produção de mercadorias; - Inovações técnicas: A principal inovação técnica no século XVIII foi a máquina a vapor, a criação desta ferramenta para as fábricas. Acabou por revolucionar o processo de produção de mercadorias, a substituição da energia humana pela energia a vapor (carvão mineral e minério de ferro) levou ao aumento da produção de mercadorias e a crescente industrialização e urbanização da Inglaterra no século XVIII.