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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE
PROFESSOR GUILHERME LUIZ DOTTO

ESTIMAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE MATERIAIS

Alexandre Barbosa Sommer

Santa Maria, 01 de setembro de 2020


1. OBJETIVO DO EXPERIMENTO

O experimento realizado em aula teve como objetivo traçar e


interpretar o perfil de temperaturas (T) em função da posição (x) para 4
barras metálicas, as quais, estão sujeitas a aquecimentos de 70 e 80°C
em uma das extremidades.
Para isso, foi estimado a condutividade térmica do material
(Kexp) para cada barra em cada temperatura e o valor da condutividade
térmica teórica (Kteo) em função da temperatura, a partir da literatura.
Por fim, foi comparado e discutido os dados experimentais em
relação aos teóricos.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
2.1. MATERIAIS
O módulo experimental para a realização dos experimentos,
apresentado na Figura 1, é constituído por 4 barras metálicas, sendo
elas:
● Barra A: aço inox com diâmetro de 25 mm;
● Barra B: aço inox com diâmetro de 13 mm;
● Barra C: cobre com diâmetro de 13 mm;
● Barra D: alumínio com diâmetro de 13 mm.
Cada barra tem uma das extremidades dentro de um banho
termostático contendo água (fonte quente) com controlador de
temperatura. A outra extremidade de cada barra encontra-se no ar
ambiente. Ao longo de cada barra, estão conectados termopares para a
aferição da temperatura nas diferentes posições. As temperaturas são
visualizadas em um painel elétrico cujos termopares estão conectados.

Figura 1 - Módulo experimental para a realização dos experimentos.


2.2. Métodos
Primeiramente, o equipamento foi ligado e verificou-se todas as
temperaturas
no painel a fim de perceber possíveis desvios. Então, foi anotado a
temperatura
média do ambiente (T∞). Em seguida, o recipiente do banho
termostático foi
enchido com água até o nível indicado e regulado à temperatura do
banho (T0) para
50°C. Foi esperado o sistema entrar em regime permanente ao longo
da barra e
anotou-se todas as temperaturas, inclusive T0. O mesmo procedimento
foi realizado
regulando a temperatura do banho para 80°C.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Perfil de temperatura das quatro barras em função da posição

A partir do experimento realizado, mediu-se os dados experimentais das


temperaturas ao longo da posição para as quatro barras metálicas nas
temperaturas de banho (T 0) de 70ºC e 80ºC. Os dados obtidos encontram-se na
Tabela 1.

Tabela 1 – dados experimentais de temperatura das barras em função da posição.


Posição T0=70°C T0=80°C
(x) Temperatura da Barra (°C) Temperatura da Barra (°C)
(mm) A B C D A B C D
0 70.1 70.1 70.1 70.1 79.8 79.8 79.8 79.8
50 44 44 54 53 49 48 60 58
100 33 35 47 45 38 38 53 50
150 30 31 42 41 37 31 47 45
250 28 28 41 37 30 30 46 41
350 26 27 39 34 29 29 43 37
450 25 26 34 32 27 28 37 34
600 24 25 33 29 25 27 35 31
750 23 24 29 28 24 26 32 29
900 23 23 28 27 24 26 30 28
1150 23 23 26 26 24 26 28 27
A partir dos dados da Tabela 1, plotou-se os perfis de temperaturas para as
quatro barras metálicas em função da posição.

80

70
Temperatura da Barra (°C)

60
A
50 B
40 C

30 D

20

10

0
0 200 400 600 800 1000 1200
Posição (mm)

Figura 1 - Perfil de temperatura com aquecimento de 70ºC em uma das extremidades


da barra.

90
80
Temperatura da Barra (°C)

70
A
60
B
50
C
40 D
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Posição (mm)

Figura 2 - Perfil de temperatura com aquecimento de 80ºC em uma das extremidades


da barra.

Embora as temperaturas de banho de cada gráfico sejam diferentes (70ºC e


80ºC), nota-se que os comportamentos dos perfis são muito parecidos. As barras
A e B são formadas pelo mesmo material, o aço inox, logo possuem a mesma
condutividade térmica, entretanto possuem diâmetros diferentes (25 e 13 mm).
Ao analisar os comportamentos percebe-se que o diâmetro da barra não foi um
fator que influenciou de maneira significativa a variação da temperatura na barra.

Ao analisar os perfis das barras B, C e D que possuem o mesmo diâmetro


(13 mm), verificou-se que a barra C (cobre) apresentou uma maior condução de
calor ao longo da posição x, desde a extremidade em contato com o banho até
a extremidade em contato com o ar ambiente, seguida pela barra D (alumínio) e
pelas barras B e BA(aço inox), ou seja, as barras de aço inox apresentaram uma
menor condução de calor, uma vez que apresentaram uma queda mais
acentuada nos seus perfis de temperatura como mostra as Figuras 1 e 2.

Os últimos pontos, nas posições mais distantes do banho térmico,


exibiram valores das temperaturas praticamente iguais para todas as barras, nas
duas temperaturas de banho. Nestes pontos mais distantes as barras estão
dissipando calor para o ambiente, o qual no dia do experimento correspondeu a
22,7 ºC.

Em seguida, comparou-se os comportamentos dos perfis de temperatura


experimentais com o esperado a partir das condutividades térmicas encontradas
na literatura (PROTOLAB, 2020). Essa análise está mais aprofundada no item
3.5 deste trabalho.

3.2 Adimensionais de temperatura

Com base nos dados da Tabela 1, calculou-se os adimensionais de


temperatura para os dois banhos (69.7ºC e 80.3ºC) através da Equação 1, onde
a temperatura ambiente (T∞) corresponde a 25.3ºC. Os dados de adimensionais
de temperatura encontram-se na Tabela 2.

(𝑇−𝑇∞ )
𝑇𝑎𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = (1)
(𝑇0 −𝑇∞ )
Tabela 2 – Adimensionais de temperatura

ADIMENSIONAIS DE TEMPERATURA
T0 =70°C T0 =80°C
Posição
Temperatura da Barra (°C) Temperatura da Barra (°C)
(x) (mm)
A B C D A B C D
0 1,00211 1,00211 1,00211 1,00211 0,99651 0,99651 0,99651 0,99651
50 0,45032 0,45032 0,66173 0,64059 0,45899 0,44154 0,65096 0,61606
100 0,21776 0,26004 0,51374 0,47146 0,26702 0,26702 0,52880 0,47644
150 0,15433 0,17548 0,40803 0,38689 0,24956 0,14485 0,42408 0,38918
250 0,11205 0,11205 0,38689 0,30233 0,12740 0,12740 0,40663 0,31937
350 0,06977 0,09091 0,34461 0,23890 0,10995 0,10995 0,35428 0,24956
450 0,04863 0,06977 0,23890 0,19662 0,07504 0,09250 0,24956 0,19721
600 0,02748 0,04863 0,21776 0,13319 0,04014 0,07504 0,21466 0,14485
750 0,00634 0,02748 0,13319 0,11205 0,02269 0,05759 0,16230 0,10995
900 0,00634 0,00634 0,11205 0,09091 0,02269 0,05759 0,12740 0,09250
1150 0,00634 0,00634 0,06977 0,06977 0,02269 0,05759 0,09250 0,07504

3.3 Estimação da condutividade térmica experimental (k exp)

Com o auxílio do Software Statistica, estimou-se os coeficientes de


condutividade térmica experimental (k exp) de cada material (aço inox, alumínio e
cobre) nas duas temperaturas de banho (70ºC e 80ºC). O modelo empregado
para o perfil de temperatura nas barras em função da posição é dado pela
Equação 2, para o qual estimou-se o parâmetro m no software Statistica 8.

(𝑇−𝑇0 )
(𝑇0−𝑇∞ )
= 𝑒𝑥𝑝(−𝑚𝑥) (2)

3.3.1 Estimação da condutividade térmica experimental (k exp) para a


temperatura de banho de 70ºC

3.3.1.1 Barra A

A condutividade térmica experimental da barra A de aço inox com 25 mm


de diâmetro e aquecimento em uma das extremidades a 70ºC, foi estimada pelo
ajuste da Equação 2 através software Statistica 8. A Figura 3 mostra os valores
adimensionais, retirados na Tabela 2, em função da posição (m).
Model: A=Exp(-m*x)
y=exp(-(14,329292207151)*x)
20

18

16

14

12

10

-2
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
x

Figura 3 - Barra A de aço inox e de diâmetro 25 mm com temperatura de banho de


70ºC.

De acordo com a Figura 3, verifica-se que os dados experimentais


ajustaram-se de forma satisfatória ao modelo proposto. O parâmetro m e os
indicadores de confiabilidade estimados estão dispostos na Tabela 3.

Tabela 3 - Parâmetro m e indicadores de confiabilidade para a barra A .


m

Valor estimado 14.32929


Std. Err 1.20859000
t (10) 10.9501500
p-level 0.000000

O valor obtido para o parâmetro m foi 14,32929, e o desvio padrão foi 1.20859.
O R2 obtido foi de 0,9902116 para os ajustes dos dados, o qual está proximo de
1, ou seja, o modelo satisfaz completamente os dados experimentais. O valor
encontrado para o parâmetro t(10) foi de 10,95015, o qual é acima do esperado
uma vez que t>10 seja satisfatorio. Já, o p-level foi de 0,000000 , valor abaixo
do objetivado de 5%. Para casos como esse em que o p-level encontrado é
menos que 5%, não despreza-se o parâmetro estimado (m).

3.3.1.2 Barra B
A condutividade térmica experimental da barra B de aço inox com 13 mm
de diâmetro e aquecimento em uma das extremidades a 70ºC, foi estimada pelo
ajuste da Equação 2 através software Statistica 8. A Figura 4 mostra os valores
adimensionais, retirados na Tabela 2, em função da posição (m).

Model: B=Exp(-m*x)
y=exp(-(13,244794712105)*x)
16

14

12

10

-2
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
x
Figura 4 - Barra B de aço inox e de diâmetro 13 mm com temperatura de banho de
70ºC.

De acordo com a Figura 4, verifica-se que os dados experimentais


ajustaram-se de forma satisfatória ao modelo proposto. O parâmetro m e os
indicadores de confiabilidade estimados estão dispostos na Tabela 4.

Tabela 4 - Parâmetro m e indicadores de confiabilidade para a barra B.


m

Valor estimado 13.24479


Std. Err 1.45455000
t (10) 9.1057600
p-level 0.000003
O valor obtido para o parâmetro m foi 13,24479, e o desvio padrão foi
1,45455. O R2 obtido foi de 0,98515394 para os ajustes dos dados, o qual está
proximo de 1, ou seja, o modelo satisfaz completamente os dados experimentais.
O valor encontrado para o parâmetro t(10) foi de 9,10576 , o qual é abaixo do
esperado. Já, o p-level foi de 0,000003, valor abaixo do objetivado de 5%. Para
casos como esse em que o p-level encontrado é menos que 5%, não despreza-
se o parâmetro estimado (m).

3.3.1.3 Barra C
A condutividade térmica experimental da barra C de cobre com 13 mm de
diâmetro e aquecimento em uma das extremidades a 70ºC, foi estimada pelo
ajuste da Equação 2 através software Statistica 8. A Figura 5 mostra os valores
adimensionais, retirados na Tabela 2, em função da posição (m).

Model: C=Exp(-m*x)
y=exp(-(4,0009373333708)*x )
2,4

2,2

2,0

1,8

1,6

1,4

1,2

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

-0,2
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
x

Figura 5 - Barra C de cobre e de diâmetro 13 mm com temperatura de banho de 70ºC.

De acordo com a Figura 5, verifica-se que os dados experimentais


ajustaram-se de forma satisfatória ao modelo proposto. O parâmetro m e os
indicadores de confiabilidade estimados estão dispostos na Tabela 5.

Tabela 5 - Parâmetro m e indicadores de confiabilidade para a barra C .


m

Valor estimado 4.00094

Std. Err 0.73693700


t (10) 5.4914400
p-level 0.000289

O valor obtido para o parâmetro m foi 4,00094, e o desvio padrão foi


0.736937. O R2 obtido foi de 0,919032386 para os ajustes dos dados, o qual está
distante de 1, ou seja, o modelo não satisfaz completamente os dados
experimentais. O valor encontrado para o parâmetro t(10) foi de 5.491440, o qual
é abaixo do esperado. Já, o p-level foi de 0,000289, valor abaixo do objetivado
de 5%. Para casos como esse em que o p-level encontrado é menos que 5%,
não despreza-se o parâmetro estimado (m).

3.3.1.4 Barra D
A condutividade térmica experimental da barra D de alumínio com 13 mm
de diâmetro e aquecimento em uma das extremidades a 69,7ºC, foi estimada
pelo ajuste da Equação 2 através software Statistica 8. A Figura 6 mostra os
valores adimensionais, retirados na Tabela 2, em função da posição (m).
D)
Model: D=exp(-x*m)
y=exp(-x*(5,3333661559435))
3,5

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0

-0,5
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
x
Figura 6 - Barra C de alumínio e de diâmetro 13 mm com temperatura de banho de
70ºC

De acordo com a Figura 6, verifica-se que os dados experimentais


ajustaram-se de forma satisfatória ao modelo proposto. O parâmetro m e os
indicadores de confiabilidade estimados estão dispostos na Tabela 5.

Tabela 5 - Parâmetro m e indicadores de confiabilidade para a barra D.


m

Valor estimado 5.33337

Std. Err 0.82168200


t (10) 6.4907930
p-level 0.000070

O valor obtido para o parâmetro m foi 5,33337, e o desvio padrão foi 0.8216820.
O R obtido foi de 0,948364821 para os ajustes dos dados, o qual está distante
2

de 1, ou seja, o modelo não satisfaz completamente os dados experimentais. O


valor encontrado para o parâmetro t(10) foi de 6,4907930, o qual é abaixo do
esperado. Já, o p-level foi de 0,00007, valor abaixo do objetivado de 5%. Para
casos como esse em que o p-level encontrado é menos que 5%, não despreza-
se o parâmetro estimado (m).

3.3.2 Estimação da condutividade térmica experimental (kexp) para a


temperatura de banho de 80ºC

3.3.2.1 Barra A
A condutividade térmica experimental da barra A de aço inox com 25 mm
de diâmetro e aquecimento em uma das extremidades a 80 ºC, foi estimada pelo
ajuste da Equação 2 através software Statistica 8. A Figura 7 mostra os valores
adimensionais, retirados na Tabela 2, em função da posição (m).

Model: A=ex p(-x *m)


y =ex p(-x *(11,883764106557))
12

10

-2
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Figura 7 - Barra A de aço inox e de diâmetro 25 mm com temperatura de banho de


80ºC.

De acordo com a Figura 7, verifica-se que os dados experimentais


ajustaram-se de forma satisfatória ao modelo proposto. O parâmetro m e os
indicadores de confiabilidade estimados estão dispostos na Tabela 6.

Tabela 6 - Parâmetro m e indicadores de confiabilidade para a barra A.


m

Valor estimado 11.88376

Std. Err 1.61574000


t (10) 7.3550200
p-level 0.000020
O valor obtido para o parâmetro m foi 11,88376 e o desvio padrão foi 1.71574 O
R obtido foi de 0,976642 para os ajustes dos dados, o qual está proximo de 1,
2

ou seja, o modelo satisfaz completamente os dados experimentais. O valor


encontrado para o parâmetro t(10) foi de 7,35502 o qual é abaixo do esperado.
Já, o p-level foi de 0,00002, valor abaixo do objetivado de 5%. Para casos como
esse em que o p-level encontrado é menos que 5%, não despreza-se o
parâmetro estimado (m).

3.3.2.2 Barra B
A condutividade térmica experimental da barra A de aço inox com 13 mm
de diâmetro e aquecimento em uma das extremidades a 80.3 ºC, foi estimada
pelo ajuste da Equação 2 através software Statistica 8. A Figura 8 mostra os
valores adimensionais, retirados na Tabela 2, em função da posição (mm).

Model: B=exp(-x*m)
y=exp(-x*(13,531188623384))
16

14

12

10

-2
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
x

Figura 8 - Barra B de aço inox e de diâmetro 13 mm com temperatura de banho de


80ºC.

De acordo com a Figura 8, verifica-se que os dados experimentais


ajustaram-se de forma satisfatória ao modelo proposto. O parâmetro m e os
indicadores de confiabilidade estimados estão dispostos na Tabela 7.

Tabela 7 - Parâmetro m e indicadores de confiabilidade para a barra .B


m

Valor estimado 13.24479

Std. Err 1.45455000


t (10) 9.1057600
p-level 0.000003
O valor obtido para o parâmetro m foi 13,24479 e o desvio padrão foi 1,45455.
O R obtido foi de 0,96982324 para os ajustes dos dados, o qual está distante
2

de 1, ou seja, o modelo não satisfaz completamente os dados experimentais. O


valor encontrado para o parâmetro t(10) foi de 9,10576, o qual é abaixo do
esperado. Já, o p-level foi de 0,000003, valor abaixo do objetivado de 5%. Para
casos como esse em que o p-level encontrado é menos que 5%, não despreza-
se o parâmetro estimado (m).

3.3.2.3 Barra C

A condutividade térmica experimental da barra A de cobre com 13 mm de


diâmetro e aquecimento em uma das extremidades a 80ºC, foi estimada pelo
ajuste da Equação 2 através software Statistica 8. A Figura 9 mostra os valores
adimensionais, retirados na Tabela 2, em função da posição (m).
Model: C=Exp(-x*m)
y=exp(-x*(3,7579438799799))
2,4

2,2

2,0

1,8

1,6

1,4

1,2

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

-0,2
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
x

Figura 9 - Barra C de cobre e de diâmetro 13 mm com temperatura de banho de 80ºC.

De acordo com a Figura 9, verifica-se que os dados experimentais


ajustaram-se de forma satisfatória ao modelo proposto. O parâmetro m e os
indicadores de confiabilidade estimados estão dispostos na Tabela 8.

Tabela 8 - Parâmetro m e indicadores de confiabilidade para a barra C.


m

Valor estimado 3.75794

Std. Err 0.71776300


t (10) 5.2356300
p-level 0.000381

O valor obtido para o parâmetro m foi 3,75794 e o desvio padrão foi


0.717763. O R obtido foi de 0.90710402O para os ajustes dos dados, o qual está
2

distante de 1, ou seja, o modelo não satisfaz completamente os dados


experimentais. O valor encontrado para o parâmetro t(10) foi de 5,23563, o qual
é abaixo do esperado. Já, o p-level foi de 0,00038, valor abaixo do objetivado de
5%. Para casos como esse em que o p-level encontrado é menos que 5%, não
despreza-se o parâmetro estimado (m).

3.3.2.4 Barra D
A condutividade térmica experimental da barra D de alumínio com 13 mm
de diâmetro e aquecimento em uma das extremidades a 80ºC, foi estimada pelo
ajuste da Equação 2 através software Statistica 8. A Figura 10 mostra os valores
adimensionais, retirados na Tabela 2, em função da posição (mm).

Model: D=Exp(-x*m)
y=ex p(-x*(5,2206791383399))
3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0

-0,5
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
x

Figura 10 - Barra D de alumínio e de diâmetro 13 mm com temperatura de banho de


80ºC.

De acordo com a Figura 10, verifica-se que os dados experimentais


ajustaram-se de forma satisfatória ao modelo proposto. O parâmetro m e os
indicadores de confiabilidade estimados estão dispostos na Tabela 9.

Tabela 9 - Parâmetro m e indicadores de confiabilidade para a barra D.


m

Valor estimado 5.22068

Std. Err 0.86756600


t (10) 6.0176130
p-level 0.000129

O valor obtido para o parâmetro m foi 5,22068 e o desvio padrão foi


0.867566. O R obtido foi de 0,938313959 para os ajustes dos dados, o qual está
2

distante de 1, ou seja, o modelo não satisfaz completamente os dados


experimentais. O valor encontrado para o parâmetro t(10) foi de 6,017613, o qual
é abaixo do esperado. Já, o p-level foi de 0,000129, valor abaixo do objetivado
de 5%. Para casos como esse em que o p-level encontrado é menos que 5%,
não despreza-se o parâmetro estimado (m).
A Tabela 10 apresenta todos os valores de m estimados para as quatro
barras metálicas nas duas temperaturas de banho (70ºC e 80ºC) e seus
respectivos diâmetros.

Tabela 10 - Parâmetros m estimados e os diâmetros das barras.


T0= 70ºC T0=80ºC

Temperatura da Barra (ºC) Temperatura da Barra (ºC)

A B C D A B C D

14.3292 13.2447 4.0009 5.3333 11.8837 13.2447 3.7579 5.2206


m 9 9 4 7 6 9 4 8

D
(mm 25 13 13 13 25 13 13 13
)

3.4 Cálculo do coeficiente de transferência de calor por convecção teórico


(h)
Para as propriedades obtidas a partir da literatura (INCROPERA, 2008),
considerou-se a temperatura de película (Tp), determinada pela Equação 3, a
temperatura de superfície da barra (Ts), determinada pela Equação 4 e β obtido
pela Equação 5. Os resultados dos cálculos estão dispostos na Tabela 11.

Tp=(Ts-T)2 (3)

Ts=ΣTxn (4)

β=1Tp (5)

Tabela 11 - Propriedades de cada barra


Temperatura da barra 70 (°C) Temperatura da barra 80 (°C)
Variáv
eis
A B C D A B C D

31.736 32.372 40.281 38.281 35.163 35.345 44.618


Ts (ºC) 41.8
36 73 82 82 64 45 18
27.218 27.536 31.490 30.536 28.931 29.022 33.659
Tp (ºC) 32.25
18 36 91 36 82 73 09
v . 10-5 1.5458 1.5458 1.5458 1.5458 1.5458 1.5458 1.5458 1.5458
(m2/s) 2 2 2 2 2 2 2 2
Cpar
1006.9 1006.9 1006.9 1006.9 1006.9 1006.9 1006.9 1006.9
(JKg/K
17 17 17 17 17 17 17 17
)
kar
0.0259 0.0259 0.0259 0.0259 0.0259 0.0259 0.0259 0.0259
(W/mK
68 68 68 68 68 68 68 68
)
μ . 10- 1.8252 1.8252 1.8252 1.8252 1.8252
5 1.8252 1.8252 1.8252
5 5 5 5 5
(kg/ms 5 5 5
)

α . 10-
2.0892 2.0892 2.0892 2.0892 2.0892 2.0892 2.0892 2.0892
5
2 2 2 2 2 2 2 2
(m2/s)
β
0.0367 0.0363 0.0318 0.0327 0.0346 0.0345 0.0297 0.0310
(1/ºC)
Fonte: INCROPERA(2008)

A partir da Tabela 11, pôde-se calcular os valores dos números de Nusselt


(Nu), Prandtl (Pr) e Rayleigh (Ra) e do coeficiente de transferência de calor por
convecção teórico (h). As fórmulas utilizadas foram a 6, 7 e 8 e os valores obtidos
estão apresentados na Tabela 12.

(6)

Pr=CparKar (7)
(8)

Tabela 12 - Números de Nusselt (Nu), Prandtl (Pr) e Rayleigh (Ra).


Temperatura da barra 69.7 (°C) Temperatura da barra 80.3 (°C)
Variá
veis
A B C D A B C D

h
9.21270 10.854 13.154 11.931 9.87700 11.451 12.671 12.370
(W/m
2 0 6 6 8 0 9 6 6
°K)

Nu 8.8692 5.4340 6.5862 5.9733 9.5088 5.7330 6.3436 6.3436

Pr 0.7077 0.7077 0.7077 0.7077 0.7077 0.7077 0.7077 0.7077

164731. 24507. 52644. 35807. 213752. 30398. 45431. 41319.


Ra
3466 2198 8521 9080 2538 2033 1609 5258

3.5 Cálculo da condutividade térmica experimental (kexp)


Para determinar o valor da condutividade térmica experimental empregou-
se a Equação 9. As condutividades teóricas foram obtidas da literatura. Os
resultados obtidos estão dispostos na Tabela 13.

m=√(4h/kexp*D) (9)

Tabela 13 - Condutividade térmica experimental e teórica.


Temperatura da barra (°C) Temperatura da barra (°C)
Variá
A B C D A B C D
veis

kexp
7.17 9.53 126. 64.6 11.1 20.0 276.0 139.6
(W/m
88 12 59 141 902 865 886 549
°K)

kteo
(W/m 14 14 401 235 14 14 401 235
°K)
Erro 48. 31.9 68.4 72.5 20.0 43.4 40.57
31.15
(%) 723 2 31 06 72 75 5
Fonte: PROTOLAB, 2018.

Ao analisar os valores da condutividade térmica experimental e teórica


para cada barra a uma temperatura de banho de 70ºC, nota-se que o erro variou
de 31,9% a 72,506%, já para a temperatura de banho de 80 ºC o erro médio
relativo variou de 20,072% a 43,475%. A barra B, de aço inox e diâmetro de 13
mm foi a que mais se aproximou do valor teórico.
Os resultados distantes dos teóricos podem estar associados com a
análise de regressão realizada para determinar o valor do parâmetro m através
da Equação 2. Os coeficientes de determinação (R ) encontrados apresentaram
2

valores abaixo de 0,95, desse modo, a análise de regressão linear não foi
considerada satisfatória para os dados experimentais, já que ela não é capaz de
descrever perfeitamente este fenômeno de transferência de calor por condução
ao longo do comprimento das barras de metal, em vista dos altos valores de
erros médios relativos obtidos.

4. CONCLUSÃO

Através do experimento realizado, foi possível traçar e interpretar o perfil


de temperaturas em função da posição para quatro barras metálicas, as quais
estão sujeitas a aquecimentos de 70 e 80°C em uma das extremidades. Além
disso, ao analisar o perfil da temperatura das barras A, B, C e D , obtendo-se os
valores de: 7.1788, 9.5312, 126.59, 64.6141 W/mK a 70°C. Comparando com os
dados obtidos na literatura, obtevese- um erro percentual de respectivamente
48.723, 31.92, 68.431, 72.506 % W/m°K a 70°C. Já em 80°C,obteve-se a
condutividade térmica para os mesmos matérias sendos estas 11.1902, 20.0865,
276.0886, 139.6549 W/m°K. Nessa situação, o erro percentual encontrado foi
de:20.072, 43.475, 31.15, 40.575%. Assim a barra B foi a que apresentou a maior
aproximação entre os valores experimentais e teóricos e os menores erros na
temperatura de 70°C e para a temperatura de 80°C foi a barra B tendo em vista
que elas apresentaram uma boa aderência aos dados, com coeficientes de
determinação próximos de 1 em ambas as temperaturas.Foi possível observar
que o comportamento da condutividade térmica das barras de metal foi coerente
de acordo com o material de cada uma delas. A condutividade térmica do cobre,
materialda barra C, é superior á condutividade do alumínio (barraD) e aço inox(
barras A e B) como pode ser observado.
REFERÊNCIAS

Bennett, C. O.; Myers, J. E. Fenômenos de Transporte: Quantidade de


Movimento, Calor e Massa, Editora McGraw-Hill, São Paulo, 1978.

Bird, R. B.; Stewart, W. E.; Lightfoot, E. N. Fenômenos de Transporte, Editora


LTC, Rio de Janeiro, 2004.

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