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NITERÓI CATÓLICO

EDIÇÃO ESPECIAL
Fundado em 1964 Ano 55 / ABRIL 2020 / Nº 646 www.arqnit.com.br

PÁGINA 7

Arquidiocese de Niteroi

A FÉ EM QUESTÃO!

JESUS,
EU CONFIO EM VÓS!

PÁGINA 6

A VOZ DO PASTOR

COMPLETO NA NOVA CATEDRAL


MINHA CARNE SÃOJOÃOBATISTA
O QUE FALTA AOS GRÁFICO DA CONSTRUÇÃO

SOFRIMENTOS
Acesse novacatedral.com para acompanhar a construção

DE CRISTO
21%

ACESSE:
PÁGINA 3 NOVACATEDRAL.COM
02 NITERÓI
CATÓLICO

EDITORIAL
Caros leitores, chegamos ao mê s de abril, cheio de questõ es à responder, mas desde já , MITRAARQUIDIOCESANADENITERÓI
vamos fazer nosso caminho, com Jesus, de vida, precisamos ter consciê ncia, que Deus é a respos- RuaGaviãoPeixoto,250-Icaraí
paixã o, morte e ressurreiçã o até a Pá scoa! Vamos ta. Nesta ediçã o, vamos compartilhar diversas Niterói-RJ-CEP:24230-103
juntos, e em casa, percorrer o itinerá rio da fé , notıćias sobre a Igreja, no Brasil e no mundo. Que CaixaPostal:105.091(CEP24231-970)
fortalecidos pela penitê ncia frutuosa da quares- a misericó rdia divina nos ajude a superar as difi- Tel.:(21)3602-1700
ma e renovados pela experiê ncia do Cristo, ven- culdades e transformar, com a graça divina, tudo ArcebispoMetropolitano:
cedor da morte. Certamente, teremos um ano em fortaleza. DomJoséFranciscoRezendeDias
BispoAuxiliar:
DomLuizAntônioLopesRicci

DIÁCONOS REFLETEM SOBRE


NITERÓICATÓLICO
OrgãodeComunicaçãoOficial
daArquidiocesedeNiterói
Publicaçãomensal-

CAMINHADA MINISTRAL
Por João Dias com informações do diácono Reynald
FundadoemAgostode1964.
Tels.:(21)3602-1717
Site:www.arqnit.org.br

O Hotel Solar do Amanhecer, em Charitas, Nite- divina..."; "a obra de Deus é que creiais naquele que REDAÇÃO
ró i, acolheu nos dias 7 e 8 de março, o Retiro Canô ni- enviou"; "esta é a vontade de Deus: vossa santifica- Jornalismo:jornalismo@arqnit.org.br
co dos Diá conos Permanentes da Arquidiocese de çã o”; “E vó s quem dizeis que eu sou?”; “seguir Jesus Opiniãodosleitores:jornalismo@arqnit.org.br
Niteró i, do ano de 2020. O Retiro que teve a prega- Cristo, como discıp ́ ulos e Missioná rios” e “configu- Coordenação:PadreRicardoMota
çã o do Bispo de Duque de Caxias, Dom Tarcıśio, rados a Cristo Servidor”. JornalistaResponsável:PadreRicardoWhyte
refletiu sobre a caminhada ministral. O retiro espiritual dos diá conos permanentes Jornalista:JoãoDias-jornalismo@arqnit.org.br
O encontro teve a presença de 73 diá conos, que també m contou com a presença e participaçã o do Revisão:MarleneGomesMendes
aprofundaram sobre a caminhada no diaconato. O Arcebispo de Niteró i, Dom José Francisco, do Bispo ProgramaçãoVisual:ThiagoMaia
Bispo de Duque de Caxias propô s que os diá conos Auxiliar de Niteró i, Luiz Antô nio e do responsá vel arq.comunicacao@gmail.com
refletissem sobre “...buscar e encontrar a vontade pelos diá conos na Arquidiocese, Padre Wallace. DepartamentoComercial:SECOM
Impressão:Infoglobo
Tiragem:15.000exemplares
Circulação:ParóquiasdaArquidiocese
AssinaturaAnual:R$60,00

ESCOLA DIACONAL MARIA EDIÇÃOENCERRADA:25demarçode2020

AUXILIADORA INICIA ANO *Éterminantementeproibidaareprodução


destestextos,emjornaiseoutrosmeiosde

LETIVO DE 2020
comunicação,semautorizaçãoporescrito
doautoroudoSetordeComunicação
Arquidiocesano

Por João Dias com informações de Gabriel Ribeiro (Pascom de São Pedro)
distribuir a sagrada comunhã o, pregar o Evange-
Na manhã de sá bado, dia 29 de fevereiro, lho, auxiliar a vida paroquial. Vá rias paró quias da
durante a Celebraçã o Eucarıśtica, foi reaberta a Arquidiocese de Niteró i contam com o precioso
Escola Diaconal Arquidiocesana “Maria Auxilia- auxıĺio dos diá conos.
dora” (EDMA), da Arquidiocese de Niteró i. A O Concilio Vaticano II reativou, na Igreja, a SECOM
Santa Celebraçã o foi na Paró quia Sã o Sebastiã o, Ordem do Diaconato, como se lê nos Atos dos
em Araruama, sob a presidê ncia do Arcebispo de Apó stolos (VI, 1-6). O diaconato é o primeiro
ARQNIT
Niteró i, Dom José Francisco, concelebrada por grau do Sacramento da Ordem, seguido pelo pres-
Dom Luiz Antô nio, Bispo Auxiliar, Monsenhor biterato, que consagra o padre ou o sacerdote, e
Joã o Guedes (Coordenador da escola e pá roco da cuja plenitude é o episcopado.
Paró quia Sã o Pedro em SPA), e Frei Luiz Fernan- Ao final da Santa Celebraçã o, os candidatos
do, pá roco da Sã o Sebastiã o. ao diaconato foram convidados para um lanche,
Os diá conos sã o homens casados, de vida acompanhados de suas famıĺias, servido no refei-
cristã fervorosa, que estudam teologia, para tó rio do Centro Pastoral. Apó s o lanche, Monse-
entã o serem ordenados para o ministé rio diaco- nhor Guedes fez a leitura da carta de boas-vindas,
nal. Recebem, pela imposiçã o das mã os episcopa- para os candidatos do ano de 2020, no auditó rio.
is, o Sacramento da Ordem, no primeiro grau e, O curso será aos sá bados, das 8h à s 13h, na Paró -
assim ordenados, podem administrar o Batismo, quia de Sã o Sebastiã o, em Araruama.
03
A VOZ DO
NITERÓI
CATÓLICO

PASTOR +D.JoséFranciscoRezendeDias-ArcebispoMetropolitanodeNiterói

COMPLETO NA MINHA CARNE


O QUE FALTA AOS
SOFRIMENTOS DE CRISTO
Nada do que disserem, mais tarde, será carinho e a paciê ncia com os idosos, na sua dificul-
capaz de explicar ou atenuar a nossa atual incapaci- dade de entender o momento que vivemos; a oraçã o
dade de entender o que anda acontecendo na socie- e a comunhã o na dor com aqueles que perderam
dade humana. Tivemos uma Quaresma bastante seus entes queridos nessa pandemia. Tantos outros
sofrida. Sofrida demais! Todo o sofrimento e morte, sinais de vida podem ser enumerados.
divulgados pelos noticiá rios, por causa do corona- Porém, em meio a esta situação dramáti-
vıŕus, revelam a tristeza dessa pandemia e o sofri- ca que estamos vivendo, não podemos nos
mento que atingiu a todos nó s, obrigados ao isola- esquecer do grande sinal de antecipação da Pás-
mento social. Tudo o que vimos e ouvimos, nesta coa, que foi realizado pelo Papa Francisco, em
Quaresma, nã o nos deixa dú vida do quanto ainda é sua emocionante oração pela humanidade,
preciso completar, em nossa pró pria carne, o que pedindo a Deus o fim da pandemia. Atravé s do
falta à Paixã o do Senhor (Cl 1,24). O que torna tudo seu testemunho de comunhã o fraterna, da sua
claro em nossa vida é pensar “que os sofrimentos do oraçã o de abandono e confiança em Deus, o
momento presente nem se comparam com a glória Papa Francisco, com sua serenidade confiante,
futura que será revelada em nós” (Rm 8,18). comoveu a todos nó s e ao mundo, em sua
No entanto, como é intrincado e difícil comunhã o com a dor da humanidade. O seu
entender e aceitar o mistério do sofrimento exemplo é um chamado para a construçã o
humano! Dentro de nossas casas, celebramos o de um mundo novo, fundamentado nos
Amor Maior na Semana Santa. Neste momento, os valores do Evangelho, no respeito e na
sentimentos que invadem os nossos coraçõ es sã o defesa da vida, na convivê ncia frater-
diversos: de um lado, sentimentos de solidã o, incer- na em nossa casa comum, e no amor
teza e impotê ncia, por outro, de comunhã o fraterna, para com Deus, que vence o mal e
de solidariedade e confiança em Deus. a morte.
Um rabino, que perdeu um filho muito cedo, Acreditar que a morte
escreveu um livro sobre o sofrimento humano. Ele nunca terá a última palavra é
afirma que a maior limitaçã o de sua vida, diante do o primeiro indício de que a
sofrimento que se abateu sobre ele com a perda do Vida do Ressuscitado vive
filho, foi o fato de nã o ser cristã o. Como seria mais em nossa vida e que, por uma
simples, dizia ele, acreditar no que os cristã os acre- sublime transfusão, o seu
ditam: que há um Deus ressuscitado, e que Ele – só Sangue derramado corre nas
Ele – pode responder à inquietaçã o da alma, quando veias de nossa alma e, a partir
a alma nã o for mais capaz de fazer isso, sozinha. de nós, vivifica o mundo.
O rabino, homem de uma intensa vida interi- Nada do que disserem,
or, capaz de traduzir em palavras o que vai na alma mais tarde, será capaz de explicar
das pessoas, nã o recebeu a graça das graças: a graça ou atenuar a nossa incapacidade de
de crer em Jesus, de receber o dom do Batismo, que entender o que anda acontecendo na
frutifica na vida onde mais a vida exige desse fruto. sociedade humana. Estamos por dema-
A nó s, essa graça nos foi dada. Por nada deste mun- is perto dos acontecimentos. Nã o se con-
do, podemos abrir mã o dela. segue ler uma pá gina quando o nariz,
Onde o pecado se faz presente, a graça se como se diz, está colado ao papel. O exces-
manifesta ainda maior (Rm 5,20). Enquanto o so de proximidade e de distâ ncia impede a
sofrimento e a morte rondam nossas vidas, perce- visã o das coisas. No entanto, é Pá scoa. E a
bemos, por todo lado, sinais da Pá scoa, que celebra- luz que já nos chega, resplandecente do
mos em famıĺia, dentro de nossas casas. O Cristo, tú mulo vazio, começa a inundar nossa alma
vitorioso da morte, nunca irá abandonar os seus. de todas as certezas de que precisamos para
Podemos recordar alguns sinais da vida pascal, que suportar tudo o que vivemos e sublimar o que
estamos testemunhando: o cuidado dos profissio- nã o conseguimos suportar. Pois quanto mais
nais da saú de para amenizar o sofrimento e salvar a escura for a madrugada, maior é a aurora que
vida dos enfermos; a dedicaçã o daqueles que traba- ela carrega em seu bojo (Dom Hé lder Câ mara).
lham nos serviços essenciais, correndo o risco de De todo o meu coração, eu lhes desejo
serem infectados; a solidariedade fraterna daque- uma santa Páscoa, a Páscoa que o Senhor,
les que oferecem a comida aos mais pobres e aos neste ano, quis ardentemente comer conosco
irmã os, em situaçã o de rua; o ficar em casa em obe- em família, dentro de nossas casas. Que a luz
diê ncia à s orientaçõ es sanitá rias; o conviver em de Cristo resplandecente ilumine as trevas de
famıĺia, com os conflitos que daı́ podem surgir, exi- nosso coração e de nosso mundo!
gindo muitas vezes o perdã o e a reconciliaçã o; o Feliz Páscoa!
PALAVRA
04 NITERÓI
CATÓLICO

DOM RICCI DomLuizAntonioLopesRicci-BispoAuxiliardeNiterói

CULTURA DA MORTE NA EVANGELIUM VITAE:


POR OCASIÃO DOS 25 ANOS
DE SUA PUBLICAÇÃO (1995-2020)
Na Solenidade da Anunciaçã o do Senhor, este ano celebrada neste poré m acrescenta que ainda existem muitas formas de negaçã o da vida que
difıćil momento, diante de tantas incertezas, acolhemos o Anú ncio do Anjo ajudam a desenvolver a assim denominada cultura da morte, que pode ser,
Gabriel e o “Sim” de Maria, com alegria e gratidã o ao bom Deus que fez nela e apropriadamente, denominada de “anticultura”, pois nã o cultiva a vida.
em nó s maravilhas. E a partir da “Boa Notıćia”, anunciada pelo Arcanjo, pro- Neste sentido, a cultura da morte nã o é somente um conceito, mas um drama
clamada e consumada por Jesus Cristo, que nó s seguimos tocando em frente, contemporâ neo, que interpela e inquieta, exigindo de todos e de todas um
administrando com fé e serenidade as má s notıćias, agradecendo as que já incansá vel empenho pela vida. A vida humana, segundo o Papa, sempre este-
chegaram e esperando as boas, que certamente virã o. Acreditamos, com o ve ameaçada, contudo, hoje se “apresentam novas caracterıśticas em rela-
Papa Francisco: “com efeito, onde houver uma necessidade peculiar, Ele (o çã o ao passado e levantam problemas de singular gravidade: é que, na cons-
Espıŕito Santo) já infundiu carismas que permitam dar-lhe resposta” (QA, n. ciê ncia coletiva, aqueles tendem a perder o cará ter de ‘delitos’ para assumir,
94). paradoxalmente, o cará ter de ‘direitos’. Tudo isto explica, pelo menos em
Dentre tantos temas que poderıámos abordar à luz da Evangelium parte – como possa o valor da vida sofrer hoje uma espé cie de ‘eclipse’, ape-
Vitae, considerando, principalmente, o tempo quaresmal, o insistente convi- sar da consciê ncia nã o cessar de o apontar como valor sagrado e intocá vel”
te à conversã o e a Campanha da Fraternidade 2020, julgamos oportuno falar (n.11).
da “cultura da morte”, nã o por conta da COVID-19, mas em vista da reflexã o Ao falar das “atuais ameaças à vida humana” (sem desconsiderar
pessoal, avaliaçã o de condutas, formaçã o e conscientizaçã o para a constru- aquelas tradicionais: injustiça, fome, pobreza, doenças, violê ncias e guer-
çã o do seu oposto, a “Cultura da Vida”, urgente e factıv́el. Objetivamos forta- ras) e de uma espé cie de “eclipse do valor da vida”, Joã o Paulo II alerta para a
lecer a esperança e renovar o nosso compromisso com a vida, dom de Deus, gravidade dos atentados à vida e apela para que o homem contemporâ neo
confiada a nossos cuidados pelo Criador, que tudo cria, recria e restaura “eis possa procurar “as mú ltiplas causas que os geram e alimentam” (n.10). Para
que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). ele, algumas ameaças “sã o agravadas pelo descuido culpá vel e pela negli-
Evangelium vitae (Evangelho da Vida) é a dé cima primeira encıćlica gê ncia dos homens que, nã o raro, lhes poderiam dar remé dio”(n.10), ou
do saudoso Papa Sã o Joã o Paulo II, publicada na Solenidade da Anunciaçã o seja, poderiam ser evitadas. Dentre as ameaças citadas por ele, cabe desta-
do Senhor, em 25 de março de 1995, na qual ele afirma, fortemente, o valor e car aquela relacionada à s crianças e pobres: “como nã o pensar na violê ncia
o cará ter inviolá vel da vida humana. Uma expressã o recorrente na encıćlica causada à vida de milhõ es de seres humanos, especialmente crianças, cons-
é a “cultura da morte”, que torna a vida humana vulnerá vel e vulnerada, trangidos à misé ria, à subnutriçã o e à fome, por causa da inıq
́ ua distribuiçã o
exposta a inú meras formas de violê ncia e, por isso, abreviada quando nasci- das riquezas entre os povos e entre as classes sociais?” (n.10).

‘‘
da ou interrompida antes de nascer.
O Papa, abordando temas referentes à origem da vida, ao seu desen-
volvimento e à sua fase final, denuncia profé tica e criticamente a assim deno-
minada “cultura da morte”, ao mesmo tempo em que indica os sinais positi- A cultura da morte não se reduz a uma
vos a favor da “cultura da vida”, fazendo um anú ncio esperançoso, evangé li- série de opiniões ou atitudes emotivas
co e incondicional a favor da vida humana – em qualquer fase e condiçã o em
que ela se encontre. A encıćlica é um grito, forte e argumentado, contra o
obscurecimento da consciê ncia coletiva referente ao valor intangıv́el da
vida humana. “A presente encıćlica, fruto da colaboraçã o do Episcopado de
ou comportamentais, mas se plasma,
principalmente, em certas estruturas sociais,
às quais o Papa denomina “estruturas de pecado”.
‘‘
cada paıś do mundo, quer ser uma reafirmaçã o precisa e firme do valor da
vida humana e da sua inviolabilidade, e, conjuntamente, um ardente apelo
dirigido em nome de Deus a todos e a cada um: respeita, defende, ama e
serve a vida, cada vida humana! Unicamente por esta estrada, encontrará s
A cultura da morte nã o se reduz a uma sé rie de opiniõ es ou atitudes
justiça, progresso, verdadeira liberdade, paz e felicidade” (n.5).
emotivas ou comportamentais, mas se plasma, principalmente, em certas
A expressã o cultura da morte, indicada em 1992, pela Conferê ncia de
estruturas sociais, à s quais o Papa denomina “estruturas de pecado”. A
Santo Domingo, foi desenvolvida de modo profundo e corajoso por Joã o
expressã o “cultura da morte”, quando utilizada pela primeira vez, na Evan-
Paulo II, na Evangelium Vitae. També m hoje, “nos encontramos no meio de
gelium vitae, vem imediatamente precedida por aquela de “estrutura de
uma luta dramá tica entre a ‘cultura da morte’ e a ‘cultura da vida’” (n.50). A
pecado”. Duas expressõ es estreitamente relacionadas, em que a primeira
partir dessa provocante frase, coloca-se a seguinte questã o: o que significa
deriva da segunda. “Estamos diante de uma realidade mais vasta, que se
dizer que hoje existe uma cultura da morte? Alguns criticam essa expressã o,
pode considerar como verdadeira e pró pria ‘estrutura de pecado’, caracteri-
por acreditarem ser injusto falar de cultura da morte numa é poca em que
zada pela imposiçã o de uma cultura antisolidá ria, que em muitos casos se
sã o inú meros os sinais que apontam, cada vez mais, para uma crescente sen-
configura como verdadeira ‘cultura de morte’”(n.12). As estruturas de peca-
sibilidade no que diz respeito ao valor e inviolabilidade da vida humana.
do sã o criadas pelos pecados pessoais dos seres humanos, sendo estruturas
Inclusive, Joã o Paulo II, nesta sua encıćlica e em outros pronunciamentos,
injustas que possibilitam a manutençã o ou expansã o do mal.
reconhece os inú meros sinais positivos em favor da vida (cf. nn. 25-28),
NITERÓI
CATÓLICO 05
A expressã o “pecado estrutural ou social” foi cunhada e elaborada isto é , ao â mbito da razã o autorresponsá vel. Nisto, o dever da Igreja é media-
pela teologia latino-americana, sendo rapidamente assimilada pelo conjunto to, enquanto lhe compete contribuir para a purificaçã o da razã o e o despertar
da teologia e citada nos documentos do Magisté rio Pontifıćio. Em â mbito lati- das forças morais, sem as quais nã o se constroem estruturas justas, nem estas
no-americano, o conceito pecado social é citado no Documento de Puebla, permanecem operativas por muito tempo” (Bento XVI, Deus Caritas Est,
quando se fala das angú stias que nascem da pobreza material: “nesta angú s- n.29).
tia e dor a Igreja discerne uma situaçã o de pecado social, cuja gravidade é A promoçã o integral da pessoa humana passa pela evangelizaçã o da
tanto maior quanto se dá em paıśes que se dizem cató licos e que tê m a capaci- cultura de morte. Desse modo, o anú ncio vigoroso do Evangelho eleva o que é
dade de mudar” (n.28). Confirma-se aqui, a constataçã o e corajosa advertê n- bom nas culturas e, ao mesmo tempo, purifica o que se encontra marcado
cia conciliar: “Este divó rcio entre a fé que professam e o comportamento coti- pelo pecado. Por isso, “a Igreja nã o se cansará de denunciar tudo aquilo que
diano de muitos, deve ser contado entre os mais graves erros do nosso tem- produz morte. A morte, inclusive a morte natural, é produto e consequê ncia
po” (GS, n.43). do pecado” (O. Romero). Nã o basta apenas viver ou sobreviver. Deus nã o
As situaçõ es de pecado e pecado social implicam o nã o reconhecimen- criou o homem “sobrevivente” ou “vıt́ima”, mas sim o “homem vivente e livre”.
to da dignidade humana, ferindo o princıp ́ io de igualdade fundamental entre A concepçã o extremamente restritiva do conceito vida é perigosa nã o coinci-
todos os homens que “tê m a mesma natureza e origem; e, redimidos por Cris- de com o desıǵnio criador e salvıf́ico de Deus. Nesse sentido, “nã o matará s” na
to, todos tê m a mesma vocaçã o e destino divino. Embora entre os homens versã o contemporâ nea e cotidiana é , també m, nã o deixar morrer. Entretanto,
haja justas diferenças, a igual dignidade pessoal postula, no entanto, que se nã o apenas para garantir a sobrevivê ncia ou conservaçã o da vida humana,
chegue a condiçõ es de vida mais humanas e justas. Com efeito, as excessivas mas para o “bem viver” com dignidade de “filhos e filhas de Deus”. A solidari-
desigualdades econô micas e sociais, entre os membros e povos da ú nica famı-́ edade concreta, entendida como “princıp ́ io” social e virtude cristã pode supe-
lia humana, provocam o escâ ndalo e sã o obstá culo à justiça social, à equidade, rar e transformar as estruturas de pecado que afetam as relaçõ es humanas
à dignidade da pessoa humana” (GS, n.29). em “estruturas de solidariedade”. Dessa maneira, o homem é convidado, em
A relaçã o existente entre pecado (pessoal e social) e cultura de morte cada é poca, a responder ao imperativo é tico fundamental da existê ncia: “es-
aparece claramente no Documento de Santo Domingo. “Nisso reconhecemos colha a vida” (Dt 30,19).
a origem dos males individuais e coletivos… enfim, tudo o que caracteriza Desse modo, apó s abordar a cultura da morte, sinais e causas, Joã o
uma cultura de morte” (n.9). Situa-se aqui a primeira referê ncia ao conceito Paulo II, procurando evitar certo sentimento de conformismo e pessimismo,
de cultura de morte, retomado e alargado trê s anos mais tarde na Evangelium faz um convite à esperança em Cristo, vencedor da morte. “Frente à s inú me-
Vitae. A realidade é marcada pelo cıŕculo vicioso: estruturas de pecado – cul- ras e graves ameaças contra a vida, presentes no mundo contemporâ neo,
tura da morte – mistaná sia (morte social, precoce e evitá vel), esta ú ltima poder-se-ia ficar como que dominado por um sentido de impotê ncia insupe-
como “subproduto” ou consequê ncia direta das desigualdades injustas cau- rá vel: jamais o bem poderá ter força para vencer o mal! Este é o momento em
sadas pelas duas primeiras. que o Povo de Deus, e nele, cada um dos crentes é chamado a professar, com
Na raiz das negaçõ es e destruiçõ es que afetam diretamente a vida está humildade e coragem, a pró pria fé em Jesus Cristo, o Verbo da vida (n.29).
aquilo que à luz da fé chama-se pecado pessoal e estrutural: “estruturas de A cultura da morte exige reforço e revigoramento da fé em Cristo e um
pecado que geram e mantê m a pobreza, subdesenvolvimento e degradaçã o. renovado anú ncio de seu Evangelho da vida, pois Jesus é “o caminho, a verda-
Tais estruturas sã o edificadas e consolidadas atravé s de muitos atos concre- de e a vida” (Jo 14,6). Jesus de Nazaré é o amante da vida. Acolhe a vida e anun-
tos de egoıśmo humano” (Compê ndio Doutrina Social, n. 332). O recurso ao cia que Deus guarda e protege, com muito amor, a vida de cada homem. Cristo
conceito de pecado estrutural nã o permite desconsiderar a existê ncia de uma é o Evangelho da vida e Nele está a verdade do homem. Esta afirmaçã o signifi-
trá gica concatenaçã o de causa e efeito. O pecado é pessoal e social ao mesmo ca que o anú ncio cristã o, sobre a dignidade e inviolabilidade da vida, está
tempo. Pessoal, porque é um ato de liberdade da pessoa e social, porque tem escrito no coraçã o de cada ser humano. A encıćlica afirma que mesmo na pre-
incidê ncia e consequê ncia no tecido social. Assim, pecado social é toda forma cariedade da vida humana, Jesus realiza, plenamente, o sentido da vida:
de agressã o direta ou indireta à vida humana. Em sua raiz está sempre o peca- “Como Deus, amante da vida (Sb 11,26), já tinha tranquilizado Israel no meio
do pessoal, o egoıśmo humano. Por essa razã o, o pecado social ou estruturas dos perigos, assim agora o Filho de Deus anuncia a quantos se sentem amea-
de pecado nã o desconsidera a responsabilidade pessoal. Ressalta-se que as çados e limitados na pró pria existê ncia, que a sua vida é um bem, ao qual o
estruturas de pecado estã o sempre ligadas a atos concretos de pessoas con- amor do Pai dá sentido e valor” (n.32). E com essa fé madura e perseverante
cretas. Por essa razã o, a insistê ncia na conversã o pessoal e vivê ncia cotidiana que seguiremos, enfrentando as ameaças à vida, a emergente, que é a pande-
dos valores cristã os. mia do novo Corona Vıŕus e as persistentes, que seguem ceifando vidas e que
Os “sinais de morte” e “situaçã o de pecado” agora sã o identificados nem sempre sã o contempladas e enfrentadas com a mesma e necessá ria
como “cultura de morte”, ou seja, algo mais difuso e cristalizado e, portanto, mobilizaçã o, tanto de nossa parte, como do poder pú blico. Ainda temos um
de difıćil remoçã o ou transformaçã o, com exigê ncia de renovado esforço e longo caminho… “O anjo do Senhor tocou-o e disse: ‘Levanta-te e come! Ainda
compromisso. Nesse sentido, a evangelizaçã o nã o pode prescindir do lugar tens um caminho longo a percorrer’. Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com
social e da evangé lica opçã o pelos pobres, referenciais indispensá veis em a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites até o Monte de
vista do diagnó stico, planejamento e açõ es evangelicamente eficientes. Deus, o Horeb” (1 Rs 19, 7-8). Sigamos no percurso quaresmal e na “quarente-
Sabe-se que é tarefa e dever da Igreja evangelizar as estruturas sociais na”, em pé , no olhar da fé e na certeza da Pá scoa. Coragem! Em frente, com
e transformá -las, com os crité rios que emanam do Evangelho da Vida, inde- serenidade! Enfrente com fé , força e esperança!
pendente de ideologias e partidos polıt́icos. “A formaçã o de estruturas justas Com o meu abraço fraterno, comunhã o solidá ria e gratidã o,
nã o é , imediatamente, um dever da Igreja, mas pertence à esfera da polıt́ica, Dom Luiz Antonio Lopes Ricci.

NOVA CATEDRAL
SÃOJOÃOBATISTA
Finalizamos o ano de 2019 com GRÁFICO DA CONSTRUÇÃO
100% do que estava planejado, com Acesse novacatedral.com para acompanhar a construção

muito sacrifıćio e trabalho. Esperamos


21%
chegar em janeiro de 2021 com essa
mesma alegria de meta cumprida.

ACESSE: novacatedral.com
06 NITERÓI

A FÉ EM QUESTÃO!
CATÓLICO

Pe.DouglasAlvesFontes-ReitordoSeminárioSãoJosé

JESUS,
EU CONFIO EM VÓS!

‘‘
Na estrada da revelaçã o da oraçã o, oraçõ es prontas, precisa ensinar o catequizan-
depois de refletirmos sobre a caminhada da do a viver essa experiencia de diá logo pessoal
oraçã o do Povo de Israel, atravé s do Catecis-
mo, chegamos à Plenitude do Tempo. Agora,
com Deus, com Jesus, com o Espıŕito e com os
santos. Muitas vezes, nos damos conta de que
O tempo da
somos convidados a contemplar Jesus que
ora, ensina a orar, ouve a oraçã o e a contem-
nã o sabemos orar, porque nã o aprendemos e
porque nã o treinamos.
Quaresma
plar a Virgem Maria, como modelo de oraçã o O tempo da Quaresma nos recorda a nos recorda a
e de vida. centralidade da oraçã o como um dos eixos do
Precisamos nos aproximar de Jesus e tripé quaresmal. Sem dú vida, podemos dizer centralidade
aprender d'Ele a nos voltarmos para Deus. Os que orar é como nadar. Só aprendemos nadan-
da oração como um
discıp ́ ulos viam o que os Evangelhos nos apre-
sentam. Ele, o Filho de Deus encarnado, se vol-
tava ao Seu e nosso Pai, com um coraçã o huma-
no, filial e sedento. Ele pró prio, conduzido
pelo Espıŕito, se dirige ao deserto para entrar
do, só aprendemos se estivermos dentro da
piscina. Ademais, precisamos sempre reco-
nhecer a oraçã o como um diá logo pessoal e
ın
́ timo, para nã o perdermos sua importâ ncia.
Por ú ltimo, o Catecismo recorda que o
dos eixos do
tripé quaresmal.
‘‘
em comunhã o com Deus e ser tentado. Seu pró prio Senhor atende a nossa oraçã o. O Evan-
testemunho de pessoa orante chamava a aten- gelho está cheio de exemplos de homens e
çã o dos discıṕ ulos, sobretudo dos apó stolos. mulheres que se dirigiram a Jesus, apresen-
A proximidade com Jesus despertava, tando suas necessidades. Reconheciam que, seguirmos uma vida meramente horizontal,
nos seus contemporâ neos, o desejo de apren- n'Aquele homem, estava algo que extrapolava na qual esquecemos de que podemos nos diri-
der a orar. Por isso, os discıp ́ ulos pedem que uma humanidade edificante ou um homem gir a um Deus que nos ama e nã o ficou distante
Ele os ensine a orar (Lc 11,1). Nesse sentido, exemplar. Viam que, para eles, Ele apontava de nó s, mas se tornou um Deus pró ximo, a tal
poderıámos lembrar uma distinçã o que costu- para Deus, era sinal de Deus, na vida daquele ponto que Se encarnou e Se fez um de nó s.
mam fazer entre orar e rezar, de acordo com a povo. Ou, nas palavras do pró prio Jesus, o dedo Nã o nos esqueçamos que o salmista já
etimologia das duas palavras. O orar é um diá - de Deus estava no meio do povo. nos descreveu como terra seca, desejosa da
logo espontâ neo, enquanto o rezar é o mesmo Alé m disso, o Catecismo nos coloca á gua, que é o pró prio Senhor: “O Deus, tu é s o
que recitar oraçõ es prontas. diante do exemplo edificante da Virgem Maria. meu Deus, desde a aurora te procuro. De ti tem
Ao contar trê s pará bolas sobre a ora- Ao mesmo tempo, os Evangelhos nos apresen- sede a minha alma, anela por ti minha carne,
çã o, no capıt́ulo 18 de S. Lucas, Jesus recorda a tam a oraçã o da Virgem, no seu Fiat e no Mag- como terra deserta, seca, sem á gua.” (Sl 63,2)
necessidade de conservarmos trê s caracterıś- nificat, mostrando-nos sua intercessã o. Deste Ou vamos ao Seu encontro, para saciar nossa
ticas da oraçã o: ela deve ser persistente, deve modo, ela nã o apenas se torna um modelo, sede, como a Samaritana (Jo 4) e fazermos
ser perseverante, sem esmorecimento e forta- mas uma verdadeira intercessora, a quem diri- jorrar do nosso interior um rio de á gua viva ou,
lecida pela fé ; por ú ltimo, deve ser humilde. gimos nossa oraçã o! como diz o profeta, vamos continuar procu-
Desta maneira, faz-se necessá rio Assim, o Catecismo nos coloca diante rando saciar nossas sedes em cisternas defei-
recordar sempre que podemos e devemos da grande escola da oraçã o que as Sagradas tuosas (Jr 2,13).
aprender a orar. Nossa catequese nã o pode ser Escrituras nos apresentam. Só depende de “Minha alma tem sede de Deus, do Deus
contentar em ensinar a rezar, transmitindo nó s, acolhermos e vivermos esse dom, ou vivo!”(Sl 42, 3)

SAÚDE COMO A NUTRIÇÃO PODE AUXILIAR O Precisamos de diversidade alimentar, nã o


de supostos superalimentos isolados. Ela deve ser
JulianaMontesso
SISTEMA IMUNOLÓGICO adequada a cada indivıd́ uo, conforme assistê ncia
NutricionistaMestreemSaúdePública prestada pelo nutricionista. A prescriçã o dieté -
NESTA PANDEMIA DO COVID-19 tica deste profissional envolve o plano alimen-
tar, e deve ser elaborada com base nas diretri-
Como já escrito por inú meras vezes, nesta informaçõ es que circulam nas redes sociais, zes estabelecidas no diagnó stico de nutriçã o,
coluna de saú de, nada substitui uma alimentaçã o com orientaçõ es sobre supostas terapias mila- que consiste na identificaçã o e determinaçã o
saudá vel, rica em micronutrientes (minerais e grosas no campo da nutriçã o. Alimentos isola- do estado nutricional do paciente, elaborado
vitaminas), associada a substâ ncias bioativas damente milagrosos, shots, sucos e chá s estã o com base na avaliaçã o do estado nutricional, e
(nã o nutrientes), presentes em alimentos que sendo capazes de prevenir ou combater o coro- durante o acompanhamento individualizado e
possuem atividade de reduçã o do risco de doen- navıŕus, por meio do fortalecimento do siste- presencial.
ças, se utilizados de forma habitual, e que possam ma imunoló gico. Nã o caia nessa! O fortaleci- Neste momento, todo esforço é vá lido!
condicionar a um sistema imunoló gico mais efici- mento da imunidade acontece diariamente, Tenhamos consciê ncia de que alé m dos há bitos
ente, com menor risco de doenças. com a prá tica de há bitos e de uma alimentaçã o saudá veis, devemos adotar as medidas preventi-
Por isso, temos que prestar atençã o nas saudá vel. vas recomendadas.
NITERÓI
CATÓLICO 07

1892 1960

Arquidiocese de Niteroi

ON LINE

05 / ABRIL - DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - 09:00


09 / ABRIL - QUINTA-FEIRA SANTA - Missa da Ceia do Senhor - 19:00
10 / ABRIL - SEXTA-FEIRA SANTA - Ação Litúrgica da Paixão - 15:00
11 / ABRIL - SÁBADO SANTO - Vigília Pascal - 19:00
12 / ABRIL - DOMINGO DE PÁSCOA - 09:00

CATEDRAL DE TRANSMISSÃO AO VIVO PELO FACEBOOK E


SÃO JOÃO BATISTA arqnit
YOUTUBE DA ARQUIDIOCESE DE NITERÓI
08 NITERÓI
CATÓLICO

ARTIGOS
SUPERANDO ESPIRITUALIDADE
LIMITAÇÕES LuisMarceloB.Damasceno

DrªLoísedeOliveiraCaputo-PsicólogaePsicopedagoga

QUERER PERDOAR: VENCEREMOS!


UMA DECISÃO Olá meus amigos(as)! Paz e Avivar!
“Tem ânimo, pois, e sê corajoso...” (cf. Js 1,7) Este trecho da Sagrada Escritura tem
feito tanto sentido nesses tempos em que vivemos! O Papa Francisco bem nos disse: “Den-
sas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas
Como perdoar quem nos magoa? Como per- vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa
doar uma traiçã o? Ao longo da nossa vida, todos já tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Reve-
sofremos injustiças e humilhaçõ es que nos machu- mo-nos temerosos e perdidos. ” (Momento Extraordinário de Oração, Basílica de São
caram e, naturalmente, surge a tendê ncia de querer Pedro, Vaticano – 27/03/2020) E de fato, este tempo de isolamento social tem feito desper-
fazer com que quem nos prejudicou sofra també m. tar em muitos, sentimentos e pensamentos, por vezes, tristes e nebulosos. Mas venho até
No entanto, devemos ter claro que esta lei funciona você que me lê , do meu isolamento, para semear ESPERANÇA! Sim, ESPERANÇA! Mas, Mar-
como um boomerang, provocando um grande mal celo, diante deste quadro, falar de Esperança? Sim, meu (minha) caro(a)! Sejamos cada um
em nó s mesmos també m. Nã o é justo, para uma pes- de nó s esses mensageiros de Esperança, onde o caos tenta se implantar! Percebamos o que
soa, ficar estancada no rancor e na vingança, uma o Bom Deus nos proporciona viver nestes tempos! Olhemos ao nosso redor! Vamos tentar?
vez que isso a impedirá de avançar. Como tenho escrito ou mandado em á udio, para muitos, repito: estamos ISOLADOS,
Para saber como perdoar algué m, segundo a mas nã o estamos SOLITARIOS! Neste tempo em que estamos em casa, podemos dar e rece-
psicó loga Marta Bastardas, devemos começar por ber atençã o daqueles (as) que, por vezes, a correria do dia a dia nã o nos permite fazer. Me
entender o significado do perdã o e do que estamos lembro aqui de uma belıśsima pregaçã o do agora Servo de Deus, Pe. Lé o, intitulada “Jesus
falando, quando dizemos a algué m "te perdoo" e está disfarçado em sua casa”, e como descobrir essa verdadeira graça? Olhando para os
quais os benefıćios do perdã o. nossos, assim como nosso Senhor que “...fixou nele o olhar, amou-o...” (cf. Mc 10,21). Lhe
Perdoar é a açã o de reagir perante um dano garanto que grandes milagres acontecerã o em sua casa, a partir do momento em que você

‘‘
que nos fizeram, que implica esquecer a injustiça voltar a fixar os olhos no olhar dos que estã o tã o
que aconteceu conosco, mas acima de tudo, implica perto de você , sorrindo com eles, sentando à mesa,
uma renú ncia da vingança e do rancor, em que a pes- partilhando a vida e o Amor que os fez constituir sua
soa, apesar de tudo, procura o melhor para o outro.
O saber perdoar em uma atitude, deixar a ira e
Famıĺia! Sairemos deste deserto
Mas Marcelo, nã o podemos ir à s Igrejas! Mas
o rancor irem e deixar entrar a aceitaçã o do dano do estamos sendo convidados a assumir de maneira mais fortes, mais santos!
passado. Os benefıćios do perdã o sã o muitos, entre
eles, a paz que geram.
concreta, o que Sã o Joã o Paulo II repetidas vezes Assim como nosso Bom
Como aprender a perdoar de verdade? Como
perdoar e esquecer o passado? Existe um conjunto
de atitudes que predispõ em a pessoa à liberdade
para perdoar. Os primeiros conselhos para apren-
escreveu, em sua Carta aberta à s Famı́ l ias -
GRATISSIMAM SANE no ano de 1994 – Somos a
IGREJA DOMÉSTICA! Dar em nossas casas o lugar
devido a Deus! Quantos “bezerros de ouro” foram
destituıd ́ os em nossos lares, para que o Rei da Gló ria
Deus voltou do deserto:
“...cheio da força do
Espírito...” (cf. Lc 4,14)
‘‘
der a perdoar sã o os seguintes: pudesse entrar! (cf. Sl 23) Acompanhando a Eucaris-
Amar: conceber o amor em relaçã o a algué m tia pelos meios de comunicaçã o, vivendo a comu-
que nos magoou pode parecer algo impossıv́el, em nhã o espiritual na “...espera da felicidade da comu-
muitos casos. Para poder dar lugar ao ato de amar, é nhão sacramental...” (Oração para comunhão espi-
necessá rio, em primeiro lugar, tomar uma distâ ncia, ritual – Papa Francisco) estamos tendo a rica oportunidade de refletirmos sobre a impor-
embora seja, interiormente, da pessoa que nos tâ ncia da Eucaristia, da confissã o, de nossa vivê ncia comunitá ria, de nosso estar em DEUS!
magoou e só nesse momento podemos vê -la na sua Sim, meu (minha) querido(a)! A dor da saudade deve nos transformar! Deve nos con-
totalidade. As pessoas devem ser amadas na sua verter! Estamos caminhando no deserto à espera do grande dia, da grande notıćia! E como
totalidade, inclusive quando cometem erros, e uma nos portaremos, quando pudermos estar diante de Nosso Senhor Sacramentado? Como
pessoa só pode viver e desenvolver-se plenamente, será nossa participaçã o na Santa Missa? Como serã o nossas visitas ao Sacrá rio? Esta refle-
quando é aceita tal como é . O nã o perdoar implica xã o tem tomado meus momentos de oraçã o, observando os belos crepú sculos que me pas-
que a outra pessoa nã o se sente aceita na sua totali- savam despercebidos.
dade e, com isso, destruım ́ os a sua identidade que VENCEREMOS! Sim, VENCEREMOS! Sairemos deste deserto mais fortes, mais san-
deve ser exposta em liberdade. tos! Assim como nosso Bom Deus voltou do deserto: “...cheio da força do Espírito...” (cf. Lc
Compreender: como seres humanos que 4,14) Nó s també m seremos cheios(as) da força do Espıŕito, que clamaremos em nossas
somos, devemos compreender que todos somos oraçõ es, em nossas Missas, pelos meios de comunicaçã o, em nossos terços em famıĺia!
vulnerá veis, que todos podemos ser fracos. Perdoar Tudo será novo, se assim nos permitirmos tocar pela Força do Alto, que quer nos atingir!
implica a convicçã o que, em cada ser humano, atrá s Deus está conosco! Ele caminha conosco! Ouçamos a Doce voz Dele a nos dizer: “Isto é uma
de qualquer erro, existe uma pessoa vulnerá vel com ordem: Sê firme e corajoso.” (cf. Js 1,9) Fiquemos em casa! Estamos em nossos
a capacidade de mudar. Perdoar inclui acreditar na CENÁCULOS DOMÉSTICOS em oraçã o! Nossa humanidade já passou por outras grandes
capacidade que a outra pessoa tem para se transfor- calamidades e TODAS foram superadas. Nã o duvide! Passaremos por esta també m! Agora
mar. é hora de cuidarmos uns dos outros! E hora de sermos IGREJA! COMUNIDADE DE IRMAOS!
Generosidade: perdoar requer generosidade, E hora de assumirmos o que a Igreja no Brasil meditou durante a Quaresma, na Campanha
uma vez que a pessoa nã o espera nada em troca do da Fraternidade: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele.” (cf. Mc 10,33-34) Sejamos
seu perdã o. SAMARITANOS! As palavras do momento sã o: EMPATIA e ESPERANÇA!
Humildade: aprender a perdoar implica ser Que a Virgem Santa possa ser nossa companheira neste deserto, que Ela nos ajude a
humilde. No perdã o, nã o se busca uma superiorida- semear ESPERANÇA, a caminharmos unidos em direçã o ao grande dia em que a tempesta-
de moral, nã o se procura humilhar o agressor ou de passar e pudermos sair de nossos “Cená culos” com os coraçõ es á vidos por construir a
dominá -lo moralmente. verdadeira “Civilizaçã o do Amor”! Por isso, oremos confiantes: “Rogai por nós, ó Santa
Lanço uma proposta: vamos tentar perdoar, Mãe de Deus, para sejamos dignos das promessas de Cristo.” Amé m!
ser mais generoso, humilde compreensivo e amoro- Boa meditaçã o! Espalhemos ESPERANÇA! Fiquemos em casa!
so?
Do seu Irmã o menor.
Luis Marcelo B. Damasceno
NITERÓI
CATÓLICO 09

BOLETIM INFORMATIVO – CAMPANHA CONSTRUÇÃO NOVA CATEDRAL - EDIÇÃO 74 – MARÇO 2020

“FOI ELA
QUEM TUDO FEZ”
No segundo domingo da Quaresma, o Sã o Joã o Paulo II. Mas o que a gente percebe, e
Evangelho nos faz memó ria do evento da que falei vá rias vezes no rosá rio, eu, particu-
Transfiguraçã o de Jesus. Essa passagem bıb ́ li- larmente, me senti como se estivesse rezando
ca tem um significado tã o profundo, que Sã o dentro da pró pria catedral, dentro de um tem-
Joã o Paulo II a incluiu como o quarto misté rio plo novo.
luminoso. A Transfiguraçã o é o momento em E gostaria de colocar o mais importan-
que Jesus revela sua gló ria, diante de seus dis- te: nã o sou só eu, mas todo o grupo sente
cıp
́ ulos, e Sã o Pedro pede para fazer umas ten- que é um lugar santo, é um lugar escolhi-
das, a fim de perenizar a permanê ncia naque- do por Deus, pelo Espıŕito Santo, esse
le momento, no alto, contemplando o brilho local dessa construçã o. Isso mostra
do Mestre. Jesus, poré m, o lembra que a mis- que essa obra é abençoada, é real-
sã o ainda nã o terminou, por isso é necessá rio mente uma obra de fé ! E nada vai
descer à planıćie, onde estã o os desafios. impedir essa construçã o de
A tentaçã o de nos acomodarmos no ser realizada. E a gente vê ,
monte é grande, esquecendo assim os desafi- sente, que Nossa Senho-
os e os problemas, e a necessidade de subir o ra tem essa dedicaçã o
calvá rio. dessa casa do
Periodicamente, recebemos testemu- filho dela,
nhos de colaboradores, que já veem a Nova o n d e
Catedral erguida, com as celebraçõ es aconte-
cendo, os sacramentos sendo ministrados e as
graças sendo recebidas. Temos a graça de
quem as recebe, nã o cair na tentaçã o de se
acomodar. Muito pelo contrá rio, essas pesso-
as acabam fazendo parte do grupo que mais
apoia e trabalha, em prol da nossa obra de fé .
Um desses exemplos é o de Selma Tole-
do, Coordenadora da Associaçã o de Maria de gente com câ ncer que já se recuperou. A
iremos reunir os fié is da Arquidiocese de Nite-
Auxiliadora (ADMA), em seu relato: pró pria imagem de Nossa Senhora Auxiliado-
ró i, para tomar a Santa Eucaristia juntos.
“Durante um dia de renovaçã o das pro- ra que está ali, foi doaçã o de uma pessoa que
Entã o todos nó s vamos receber essa grande
messas da Legiã o de Maria, no Santuá rio das foi curada de um câ ncer de intestino.
graça, nesse novo templo, nessa Nova Cate-
Almas, conversando com a Leila convidei a E todos envolvidos nesse projeto estã o
dral. Nada vai impedir essa construçã o de ser
Legiã o de Maria para fazermos um rosá rio de parabé ns. Como Dom José comentou comi-
realizada.
pela Nova Catedral e elas aceitaram. Agenda- go, uma vez, “Dom Bosco disse que foi ela
Acho que é por isso que Nossa Senhora
mos para o dia 17/05/2018 e encheu bastan- quem tudo fez, entã o ela fará tudo pela Nova
nos convida, e já recebemos graças de cura, de
te, com a ADMA e a Legiã o de Maria, alé m de Catedral, com certeza. Ela é padroeira e ela vai
pessoas com depressã o, querendo se suicidar,
outras pessoas que atenderam ao chamado. nos ajudar nessa construçã o”.
que se recuperaram. Vá rios testemunhos ali,
Depois desse dia, Leila e eu nos encon- Salve Maria Auxiliadora”
tramos vá rias vezes, e paramos para pergun-
tar o porquê de estarmos nos encontrando
tanto. Sentimos que a presença de Nossa
Senhora estava muito forte entre nó s, convi-
dando-nos para voltar a rezar o rosá rio lá na
Capela Sã o Joã o Paulo II, pelas obras de cons-
truçã o da Nova Catedral Sã o Joã o Batista. E a
gente sentia muito a presença, també m, de
Dom José Francisco nesse rosá rio, pra ajudar
nessa obra, já que ele está à frente, e nó s rezá -
vamos muito por ele.
Em 2019, começamos a realizar, men-
salmente, a ré cita do rosá rio. E nesses
momentos de oraçã o, eu conduzindo o terço e
a Leila fazendo as oraçõ es, sentıámos juntas,
sempre, a presença forte de Maria naquele
lugar. Nó s invocamos muito Nossa Senhora
Auxiliadora, Sã o Joã o Batista e a proteçã o de
10 NITERÓI
CATÓLICO

ARTIGOS FÉ E CIDADANIA
PorRaphaelCosta

CUIDAR DA VIDA
E PROCLAMAR O REINO
No artigo do mê s passado, na sociedade. O homem, ao desco- transformar a sociedade em que cando resultados grandiosos, como
começamos a tratar do tema da Cam- brir-se amado por Deus, compre- vivemos, promovendo uma nova se a Igreja fosse uma ONG.
panha da Fraternidade 2020 – Vida: ende a pró pria dignidade transcen- sociedade a partir de novas rela- O projeto de Jesus é instaurar
Dom e Compromisso. Nosso olhar, dente, aprende a nã o se contentar çõ es humanas mais é ticas, justas e o Reino de seu Pai; por isso, pede
inspirado pelo exemplo de Irmã Dul- de si e a encontrar o outro, em uma solidá rias. aos seus discıṕ ulos: “Proclamai que
ce, se volta ao cuidado com a vida e à rede de relaçõ es cada vez mais O convite da Campanha da o Reino do Cé u está perto”. Trata-se
compaixã o com os pobres. A carida- autenticamente humana. Assim, Fraternidade é para nos aprofun- de amar a Deus, que, na medida em
de, no entanto, nã o significa acomo- constró i novas relaçõ es sociais ilu- darmos na dimensã o do cuidado e que reina no mundo, a vida social
dar-se com as situaçõ es de misé ria. minadas por esta convicçã o. da compaixã o, enquanto uma res- vai se tornando um espaço de fra-
A Igreja nos ensina que “precisamos Como exorta a Evangelii Gau- posta de amor ao projeto de Deus. ternidade, de justiça, de paz, de
crescer numa solidariedade que dium, é preciso combater o que Nã o se trata apenas de reproduzir dignidade para todos. Por isso,
permita a todos os povos tornarem- ameaça a vida humana. O manda- uma sé rie de açõ es para tranquilizar tanto o anú ncio como a experiê ncia
se construtores do seu destino” (Po- mento “Nã o matará s”, que põ e um a pró pria consciê ncia, ou fazer uma cristã tendem a provocar conse-
pulorum Progressio, 65). limite claro para assegurar o valor soma de gestos pessoais em favor de quê ncias sociais. Procuremos o seu
Sã o Joã o Paulo II já dizia: “A da vida humana, també m nos leva a alguns necessitados, aquilo que o Reino: «Procurai primeiro o Reino
Igreja é povo da vida e pela vida!” A dizer “nã o a uma economia da Papa Francisco chama de “caridade de Deus e a sua justiça, e tudo o
Doutrina Social da Igreja nos con- exclusã o da morte”. Defender a vida por receita”. També m nã o significa mais vos será dado por acré scimo»
voca a promover a primazia da vida é , portanto, cuidar das pessoas e cair no ativismo desenfreado, bus- (Mt 6, 33).

POLUIÇÃO
MEIO AMBIENTE
PauloRenato-Eng.Químico,PósGradEng.AmbientaleEng.Sanitarista.

ACIDENTAL PARTE 2

Em artigo anterior, focamos nos peza de lastro dos tanques de embar- do. bé m, no caso da implantaçã o dos
acidentes de produtos quım ́ icos, transpor- caçõ es e vazamento de dutos trans- Assim, contatando a Capitania dutos, priorizar a escolha da á rea mais
tados por caminhõ es, nas rodovias. portando petró leo e seus derivados. dos Portos, foi possıv́el saber quais as adequada, em termos té cnicos e de
Neste, faremos consideraçõ es em Fiz questã o de salientar as embarcaçõ es que navegaram no horá - segurança, sobrepondo-as ao custo,
relaçã o aos acidentes marıt́imos, incluindo outras consequê ncias gravıśsimas, da rio de maior possibilidade de ocor- evitando que a economia de hoje possa
vazamentos em navios e dutos subma- poluiçã o por petró leo e seus deriva- rê ncia do evento. ser transformada em perdas financei-
rinos. dos, sendo que a primeira a ser desta- Na ocasiã o do acidente, foram cole- ras muito maiores e, principalmente,
Domingo de sol. Aprontamo-nos e cada sã o os malefıćios à fauna e flora tadas amostras do produto vazado no mar. em danos ambientais gravı́ssimos ,
levamos a famıĺia para uma belıśsima pra- das á guas, principalmente, das ensea- Como sabemos, o petró leo tem decorrentes do acidente, que por ven-
ia. das. um DNA, ou seja , uma caracterıśtica tura venha a ocorrer, em funçã o de
Em lá chegando, constatamos Mangues com sua riqueza natu- que o diferencia, em funçã o do local de uma avaliaçã o equivocada, que rele-
que areia e á gua estã o tomadas por ral sendo degradada, com a morte de onde é extraıd́ o. gou a segundo plano os já citados
borras de petró leo, impossibilitando vá rias espé cies, nã o só na atualidade, Cruzando estes dados , foi possı-́ aspectos té cnicos e de segurança reco-
que possamos desfrutar daquele lugar mas també m futuras, já que se consti- vel determinar o infrator e penalizá -lo. mendados.
paradisıáco, em sua totalidade. tuem em berçá rios e criadouros para Em relaçã o aos dutos submari- Insisto na lembrança do e-mail:
Os pescadores, por sua vez, outras. nos, com produtos quım ́ icos, é funda- paulorents@globo.com, para continu-
ficam desesperados, pois o seu susten- Grandes quantidades de peixes mental determinar o local do vaza- armos a interaçã o.
to foi afetado, já que sua pesca estará serã o contaminadas e morrerã o. Com- mento, consertá -lo e mais: saber qual a Encontramo-nos no pró ximo
comprometida, por um longo perıo ́ do. prometimento da existê ncia de fito- causa do rompimento, para que tal mê s!,
Os donos de pousadas e hoté is plâ ncton e corais, acarretando proble- fato nã o se repita. E importante tam- Saudaçõ es Ambientais.
da regiã o entram em pâ nico, com o mas para a sobrevivê ncia de vá rias
cancelamento das reservas feitas espé cies.
pelos turistas. Com a queda na arreca- Por um bom perıo ́ do de tempo,
daçã o, vá rios empregados serã o dis- este acidente, conforme expusemos
pensados, agravando em muito, a crise até aqui, trará conseqü ê ncias danosas
social da regiã o. a vá rios segmentos da espé cie huma-
Moradores do local colocam-se na.
à disposiçã o para colaborar com as Exemplo: há algum tempo,
autoridades, arriscando-se a contraı-́ houve um acidente, de grande reper-
rem doenças, durante a limpeza das cussã o na mıd ́ ia, oriundo de vazamen-
praias. Os animais, em especial as aves to de petró leo de um navio, numa famo-
contaminadas pelo ó leo, apesar do sa baıá .
trabalho , inclusive de té cnicos especi- Sem comunicaçã o dos infrato-
alizados , nã o resistem e muitas delas res ao ó rgã o ambiental, do horá rio do
falecem por intoxicaçã o. acidente, foi preciso planejar uma
Causas mais prová veis, em ocor- estraté gia prá tica e fundamentada,
rê ncia deste tipo nas baıás : vazamento para que os culpados pudessem ser
de navio passando em suas á guas, lim- responsabilizados, pelo delito cometi-
11
ARTIGOS
NITERÓI
CATÓLICO

MISSÃO
CATEQUESE
Ir.InêsMaria-CNSB


PRIORIDADES APRESENTADAS
AO REGIONAL LESTE 1 PARA
A IVIC DA ARQUIDIOCESE
A) Formaçã o e implementaçã o do Ministé rio do
Introdutor
B) Acompanhamento das famıĺias

E COMO SE VIVE A
C) Formaçã o da Comissã o para a Iniciaçã o nas
paró quias

MISSÃO
A FIGURA DO INTRODUTOR/ACOMPANHANTE
NOS PROCESSOS DE INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
(Revista de Catequese. jan.julho/2015)

1. A IMPORTÂNCIA DO INTRODUTOR

COM NOSSO TESTEMUNHO? Se uma pessoa, na condiçã o de catequizando


ou catecú meno, deseja aproximar-se de uma comuni-
dade eclesial com a vontade de ser evangelizada, será
oferecido a ela um introdutor, homem ou mulher, que
No ir ao encontro do outro, e nesse Obra, renova-se anualmente. Os sım ́ bolos a acompanhará respeitosa e fraternalmente, para o
encontro poder escutar e perceber o rosto oficiais da consagraçã o das crianças e ado- seu crescimento na vida cristã .(cf. RICA n. 42)
de Jesus que se manifesta e se revela. lescentes é o lenço com o boton. O introdutor é uma pessoa da comunidade,
Na acolhida de todos, inclusive das OFERTA DO COFRINHO caracterizado pelo acompanhamento durante o “Pri-
crianças e adolescentes, portadoras de A dimensã o do sacrifıćio deve ser meiro Tempo”, que preparará o catequizando para
deficiê ncias, realizamos a experiê ncia trabalhada, principalmente, no encontro acolher, na liberdade, o dom da fé que brota como res-
concreta da saudaçã o “De todas as crian- do compromisso missioná rio de todos os posta ao anú ncio da Boa Nova; é ele quem colocará as
ças e adolescentes do mundo? Sempre Temas Geradores. Durante a celebraçã o bases para entrar no Segundo tempo, o Catecumenato
amigos!” da Jornada Nacional, acontece a apresen- propriamente dito, quando um “CATEQUISTA” da
No sacrifıćio, com o objetivo de aju- taçã o do Cofrinho, na procissã o das ofe- comunidade atuará , prioritariamente.
dar outras crianças e adolescentes de rendas. Posteriormente, o valor do cofri-
outros continentes. nho será contado e enviado à s POM, via AS TAREFAS PRINCIPAIS DOS INTRODUTORES:
No anú ncio, com o protagonismo depó sito bancá rio. · favorecer a atuaçã o do Espıŕito Santo;
das crianças e adolescentes, podendo · ser protagonista da iniciaçã o do catequizando
fazer a experiê ncia do anú ncio de Jesus C O N T I N E N T E A S I Á T I C O na vida de Cristo e da Igreja;
Salvador. RECEBERÁ AS DOAÇÕES DO COFRINHO · facilitar a prá tica familiar do Evangelho na vida
Observando outros testemunhos, MISSIONÁRIO pessoal, social e comunitá ria do catequizando;
neste ano, queremos dar destaque ao No ano de 2020, a Secretaria Nacio- · estimular o catequizando no processo de
exemplo de Santa Dulce dos pobres, que nal anunciou que as doaçõ es do Cofrinho conversã o e vivê ncia do Evangelho;
fez a experiê ncia de acolher especialmen- Missioná rio da IAM de todo o Brasil serã o · auxiliar o catequizando em suas dú vidas e
te aos mais pobres e marginalizados. destinadas ao Continente Asiá tico. O total inquietaçõ es;
COMO CELEBRAR A JORNADA desta colaboraçã o, vinda de todos os gru- · dar-lhe apoio e testemunho cristã o;
NACIONAL DA IAM pos de IAM do Brasil, será enviado pelas · depois da celebraçã o dos Sacramentos, velar
A celebraçã o da Jornada é perma- POM à Secretaria Internacional da Santa pelo progresso do iniciado na dinâ mica da sua vida
nente, na agenda anual da IAM no Brasil. Infâ ncia, em Roma, que destina os valores batismal (cf. RICA n. 43).
Ela acontece no ú ltimo domingo do mê s a projetos em dioceses carentes da Asia.
de maio (exceto se for domingo de Pente- A Infância e Adolescência Missio- O Papa Francisco fala da importâ ncia dessas
costes), como é o caso neste ano, e por isso nárias da Arquidiocese dê Niterói cele- pessoas: “Hoje, mais do que nunca, precisamos de
será celebrada no 4º domingo de maio, dia brarão em nível arquidiocesano, no dia homens e mulheres que conheçam, a partir da sua
24. O tema e o roteiro sã o definidos pelas 23 de maio, os 177 anos de Fundação experiê ncia de 'acompanhamento', o modo de proce-
POM, anualmente. Para este ano, teremos da IAM e 8a Jornada Nacional da IAM der onde reine a prudê ncia, a capacidade de compre-
“Testemunhando a vida em missã o”. Local: Nossa Senhora de Nazaré, em ensã o, a arte de esperar, a docilidade ao Espıŕito”.(EN
CONSAGRAÇÃO À OBRA DA IAM Saquarema - Vicariato Lagos n.171)
A consagraçã o é um entregar-se, Desejamos que todas as crianças, A insistê ncia em se ter um introdutor, como
decidir-se livremente, dizer sim. Na Infâ n- adolescentes e assessores/as da IAM pos- acompanhante, num processo de IVIC nã o é questã o
cia e Adolescê ncia Missioná ria a consa- sam vivenciar esse momento com alegria. acessó ria; precisamos resgatar a sá bia prá tica das
graçã o é uma forma de as crianças e ado- Que a 8ª Jornada Nacional da IAM favore- primeiras comunidades, a de acompanhar, “pessoal-
lescentes assumirem, pú blica e solene- ça a experiê ncia do encontro pessoal com mente”, cada candidato iniciado na fé . Hoje, pouco se
mente, a decisã o de serem missioná ri- Jesus Salvador. Que cada criança, adoles- faz e se diz nesse sentido; nem sempre se consegue
os/as. E a disposiçã o de colaborar para cente e assessor(a) possa testemunhar superar o nıv́el de um atendimento generalizado ou
que todas as crianças e adolescentes do em seu modo de ser e de agir a presença de massivo. O acompanhamento espiritual que os intro-
dutores realizam, no inıćio da caminhada de fé , é
mundo conheçam Jesus, o amem e se Jesus Salvador, aonde estiver. E ainda, moti-
imprescın ́ divel, a ponto de se poder dizer, com convic-
amem. As crianças e adolescentes, que se var as famıĺias e as comunidades a realiza-
çã o, que disso depende o ê xito de todo o processo ini-
consagrarem, devem ter participaçã o com- rem a experiencia de que “A vida é mis-
ciá tico. (Continua)
prometida de, pelo menos, um ano de sã o”!
caminhada na Infâ ncia e Adolescê ncia “De todas as crianças e adolescen-
Missioná ria. A partir da consagraçã o à tes do mundo! Sempre amigos!”
12
CNBB TRADUZ
NITERÓI
CATÓLICO

E APRESENTA PROPOSTAS
AO DOCUMENTO DAS
CELEBRAÇÕES DA
SEMANA SANTA
A Congregaçã o para o Culto Divino e a Disci- para se evitar aglomeraçõ es e aplicar o isolamen- 2 – Missa do Crisma. Ao avaliar o caso con-
plina dos Sacramentos ofereceu uma atualizaçã o to social: creto nos vá rios paıśes, as Conferê ncias Episco-
das indicaçõ es e sugestõ es gerais dadas aos bis- A CNBB, considerando as orientações ema- pais poderã o dar indicaçõ es sobre uma possıv́el
pos, sobre as celebraçõ es da Semana Santa, dian- nadas pelas autoridades competentes do Ministé- transferê ncia para outra data.
te da pandemia da Covid-19, causada pelo novo rios da Saúde, que indicam o distanciamento soci- OBSERVAÇÃO DA CNBB
coronavıŕus. Novamente, a Conferê ncia Nacional al, orienta os bispos que as igrejas podem perma- Neste caso, a CNBB optou por deixar a cada
dos Bispos do Brasil (CNBB) traduziu o docu- necer abertas, porém, do modo como tem sido feito bispo diocesano, administrador apostó lico ou
mento com as propostas de adequaçã o à realida- até agora, apenas para orações individuais, trans- administrador diocesano o discernimento de
de brasileira. També m foram oferecidas suges- missões online, etc. Segundo o documento, “não há quando celebrar, “para bem atender à realidade
tõ es para as coletas da Solidariedade e para os como entender que os instrumentos legais possam local”. A Conferê ncia pede, no entanto, que, den-
Lugares Santos. obrigar a reabertura das igrejas, muito menos tro do possıv́el, seja compartilhada a opçã o feita,
Os Decretos, em tempo de Covid-19 II reite- para a prática de qualquer tipo de aglomeração”. “de modo que possamos ter uma visã o geral do
ram que a data da Pá scoa nã o pode ser transferi- Subsídios que está ocorrendo nas diversas dioceses do
da e que, nos paıśes afetados pela doença, onde Ainda no segundo documento da Congrega- paıś”.
estã o previstas restriçõ es à s reuniõ es e movi- çã o para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacra- 3 – Quinta-feira Santa. O lava-pé s, já opci-
mentos de pessoas, “os bispos e padres celebram mentos, há també m o reforço para que as Confe- onal, é omitido. No final da Missa na Ceia do
os ritos da Semana Santa sem a participaçã o do rê ncias Episcopais e as dioceses individuais “nã o Senhor, a procissã o també m é omitida e o Santıś-
povo e em local adequado, evitando concelebra- deixem de oferecer subsıd ́ ios para ajudar a ora- simo Sacramento é mantido no taberná culo.
çã o e omissã o da troca de paz”. çã o familiar e pessoal”. A CNBB tem oferecido Neste dia, os padres recebem excepcionalmente
A orientaçã o é que os fié is sejam informa- materiais para a celebraçã o dominical da Palavra a faculdade de celebrar a missa, sem a participa-
dos do horá rio de inıćio das celebraçõ es, para em famıĺia, e també m materiais para exercıćios çã o popular, em um local adequado.
que possam participar da oraçã o em seus lares. quaresmais. 4 – Sexta-feira Santa. Na oraçã o universal,
“Poderã o fazer uso diretamente dos meios de Detalhamento das celebrações os bispos cuidarã o de preparar uma intençã o
comunicaçã o social. Em qualquer situaçã o, conti- Alé m da oferta desses subsıd ́ ios, a CNBB especial para aqueles que se encontrarem em
nua sendo importante dedicar um tempo ade- deu indicaçõ es adicionais para as celebraçõ es da situaçã o de perda, de doentes e de falecidos (cf.
quado à oraçã o, principalmente aprimorando a Semana Santa, como por exemplo as coletas já Missale Romanum). O ato de adoraçã o na cruz,
Liturgia das Horas”, lê -se no decreto. tradicionais para a Solidariedade e para os Luga- atravé s do beijo, é limitado apenas ao celebrante.
Piedade Popular res Santos. Confira o trecho do decreto com deta- OBSERVAÇÃO DA CNBB
Sobre as expressõ es da piedade popular e lhamento sobre as celebraçõ es e as respectivas Para esta celebraçã o, a Comissã o Episcopal
as procissõ es, que ocorrem na Semana Santa e no observaçõ es da CNBB: Pastoral para a Liturgia da CNBB disponibilizou
Trıd ́ uo Pascal, a Congregaçã o para o Culto Divino 1 – Domingo de Ramos. O Memorial da uma sugestã o de texto para a Oração Universal,
orienta que, no julgamento do bispo diocesano, Entrada do Senhor em Jerusalé m é comemorado que pode ser baixada em: http://www.cnbb.org.br
podem ser transferidas para outros dias adequa- dentro do edifıćio sagrado; nas igrejas catedrais é A coleta para os Lugares Santos tam-
dos, por exemplo, nos dias 14 e 15 de setembro, adotada a segunda forma prevista pelo Missal bé m deve ser transferida, de acordo com a deci-
quando é celebrada a Festa da Exaltaçã o da Santa Romano; nas igrejas paroquiais e em outros luga- sã o dos bispos. A proposta da CNBB é que ocorra,
Cruz. res, a terceira. nos dias 14 e 15 de setembro, quando é celebrada
Distanciamento social a Festa da Exaltaçã o da Santa Cruz. Assim como
Aqui no Brasil, de acordo com informe OBSERVAÇÃO DA CNBB em relaçã o à Coleta da Solidariedade, os bispos
divulgado nesta quinta-feira, pelo Bispo Auxiliar Sobre a Coleta da Solidariedade, gesto podem enviar suas manifestaçõ es para o endere-
do Rio de Janeiro (RJ) e Secretá rio-geral da CNBB, concreto da Campanha da Fraternidade, a Presi- ço secretariogeral@cnbb.org.br.
Dom Joel Portella Amado, mesmo com o decreto dê ncia da CNBB acolhe algumas sugestõ es e sub- 5 – Vigília da Páscoa. Deve ser comemora-
presidencial inserindo as atividades religiosas mete à avaliaçã o dos bispos as datas de 16 e 17 de da, exclusivamente, em catedrais e igrejas paro-
entre serviços e atividades essenciais, a Confe- novembro, Dia Mundial dos Pobres, para esta quiais. Para a liturgia batismal, permanece man-
rê ncia manteve a indicaçã o de que sejam obede- coleta. Os bispos podem enviar suas manifesta- tida apenas a renovaçã o das promessas batisma-
cidas as orientaçõ es das autoridades de saú de, çõ es para o endereço secretariogeral@cnbb.org.br. is (cf. Missale Romanum).
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