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1ª edição
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2019
2
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reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,
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Editorial
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Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
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Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-85-522-1633-9
2019
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GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
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Apresentação da disciplina
5
Fundamentos e contextualização
de projetos nas organizações
Autora: Raquel C. S. Melillo
Objetivos
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1. O que é um projeto?
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• Todo projeto deve possuir objetivos bem definidos, que
justifiquem sua existência, o dispêndio de recursos e sirvam
como norteadores para o que será desenvolvido. O foco são os
resultados finais que se almejam.
• São caracterizados pelo desenvolvimento de atividades ou
esforços temporários, diferentes das comumente realizadas nas
organizações e bem direcionadas ao atendimento das metas
definidas. Há começo, meio e fim para que o cliente saia satisfeito
com seu produto.
• Projetos, por sua natureza, são comprometidos com a mudança,
trazem resultados que tendem a inovadores e são duradouros.
Esforços novos, inéditos, para o atendimento de necessidades
específicas.
• São realizados por equipes competentes e habilidosas que são
formadas de maneira para que todas as atividades necessárias sejam
bem realizadas atendendo a prazos e requisitos de qualidade.
• Em geral, são desenvolvidos com limitação de recursos, o que
demanda técnicas eficazes para seu gerenciamento e atenção à
organização e estrutura que será empregada, de maneira a buscar
a metodologia que melhor se aplica a cada caso.
• Finalmente, muitas vezes são concomitantes ou complementares
a outros projetos, podendo ser gerenciados em conjunto,
principalmente para melhor aproveitamento de tempo e recursos.
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1.1 Origem dos projetos
Fonte: DrAfter123/iStock.com.
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Os projetos sempre existiram, em maior ou menor escala, atendendo
às necessidades das populações. Suas características principais,
seus percalços, erros e acertos foram sendo estudados à exaustão
para que especificidades gerais pudessem ser desvendadas e
metodologias criadas.
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Dependendo do tipo de projeto ou resultado final esperado, o ciclo
de vida terá características diferentes, construções em cascata ou
lineares, com maior ou menor envolvimento das partes interessadas,
com o emprego constante ou concentrado de esforços e recursos,
enfim, diversas variáveis podem divergir depois que iniciado, mas todos
nascem de uma ideia e rendem um fruto único.
ASSIMILE
2. As organizações e os projetos
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Figura 3 – As demandas das organizações
Fonte: Hilch/iStock.com.
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PARA SABER MAIS
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Figura 4 – As demandas das organizações
Fonte: Irina_Strelnikova/iStock.com.
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• Flexibilidade e cuidado com os recursos humanos: a destinação
temporária de especialistas para o projeto não deve impactar os
arranjos e estruturas organizacionais.
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Ao desenvolver um novo esforço, há muitas atividades interconectadas e
interdependentes, como quando você decide montar um equipamento
ou objetivo novo que adquiriu sem o manual, será muito difícil conseguir
encontrar o local adequado de cada peça (Figura 5).
Fonte: TarikVision/iStock.com.
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O PMI é, hoje, a maior instituição em quantidade de membros e seus
objetivos envolvem desde a definição de padrões ao apoio profissional,
com a condução de pesquisas e fornecimento de acesso a informações
e recursos; ampara organizações e profissionais ao oferecer diferentes
certificações (PMI, 2017).
A IPMA, por sua vez, oferece apenas um tipo de certificação aos seus
profissionais, mas em diferentes níveis, e é mais aceita e reconhecida,
principalmente em países europeus, sendo que, no Brasil, é
representada pela Associação Brasileira em Gerenciamento de Projetos
(ABGP) (IPMA, 2006).
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ASSIMILE
Não basta escolher a metodologia e sair gerenciando,
a implementação demanda etapas complexas e
conhecimento profundo, estude a fundo cada manual e
comece aos poucos. Comece com uma comparação entre
o PMBOK (guia do PMI) e o SBOK (guia do Scrum) em
busca de semelhanças e diferenças.
TEORIA EM PRÁTICA
Em 1961, foi estabelecida, nos Estados Unidos, a meta de
viajar com tripulação até a Lua. A viagem seria realizada
pelo Programa Apollo, que deveria criar a Nave Apollo, que
chegaria até a órbita da Lua, o Módulo Lunar, que levaria
a tripulação da nave até a superfície da Lua, e o Saturno
V, um veículo de lançamento. Em 1967, o Saturno V subiu
pela primeira vez com sucesso, e em julho de 1969, dois
americanos desceram na Lua e voltaram em segurança.
Antes da viagem, outros astronautas já haviam ido à Lua
sem pousar. A viagem à Lua serviu de propulsor para novos
programas de descoberta do espaço e para aprender a
pousar e voltar de lá. Sem a tecnologia gerada, não haveria
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os satélites artificiais para a comunicação que nos permitem
hoje ter celulares e televisão a cabo. Além do impacto
gerado na economia e tecnologia norte-americana.
Reflita sobre o texto e responda:
Quais eram os objetivos da viagem à Lua? Consegue
identificar características de projetos na viagem à Lua?
Qual o tipo de projeto desenvolvido? Pense ainda no que
foi necessário para gerir tal feito, lembre e relacione com as
características de gestão de projetos.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Não são todas as atividades que podem ser
entendidas como projetos. Há características que os
identificam. Acerca de tais características, identifique a
alternativa correta:
a. Traduzem-se no desenvolvimento de atividades
rotineiras com novo enfoque, mais moderno.
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2. Gerenciar projetos é aplicar conhecimentos,
habilidades, ferramentas e técnicas no decorrer de seu
desenvolvimento. Identifique a alternativa correta a
respeito de tais práticas:
a. Variadas, dependendo do cenário em que a empresa
se insere, dos recursos disponíveis e da demanda a
ser atendida.
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Referências bibliográficas
BECK, K. et al. Manifesto for Agile Software Development. Fevereiro, 2001.
Disponível em: http://agilemanifesto.org. Acesso em: 28 jan. 2020.
CLEMENTS, J. P.; GIDO, J. Gestão de projetos. 2. ed. Trad. 5. ed. norte-americana.
Estados Unidos: CENGAGE – CTP Nacional, 2013.
DINSMORE, P. C. Como se tornar um profissional em gerenciamento de
projetos: livro-base de preparação para certificação PMP – Project Management
Professional. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2003.
IPMA. Individual Competence Baseline: Version 3.0. Genebra (Alemanha):
International Project Management Association, 2006.
KEELING, R. Gestão de projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2006.
KERZNER, H. Gestão de projetos: as melhores práticas. 3. ed. São Paulo:
Bookman, 2016.
KERZNER, H. Project management: a systems approach to planning, scheduling,
and controlling. 10. ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 2009.
MAXIMIANO, A. Administração de projetos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MAXIMIANO, A. Administração de projetos: como transformar ideias em
resultados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MENEZES, L. C. M. Gestão de projetos. São Paulo: Editora Atlas S.A, 2007.
PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um guia do conhecimento em
gerenciamento de projetos (Guia PMBOK). 6. ed. Newtown Square, PA: Project
Management Institute, 2017. 538 p.
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Os projetos são caracterizados pelo desenvolvimento de atividades
ou esforços temporários, diferentes das comumente realizadas
nas organizações, contam com recursos limitados e devem ser
administrados em separado dos processos habituais. Há começo,
meio e fim para que o cliente saia satisfeito com seu produto.
Questão 2 – Resposta A
As práticas para gestão de projetos podem ser diversas,
dependendo das variáveis de que a empresa dispõe. O importante
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é que sejam bem empregadas, independentemente da gestão
geral, para garantir que os objetivos sejam atingidos e que as partes
interessadas se sintam satisfeitas.
Questão 3 – Resposta C
A clareza é fundamental para compreensão do que se deve ser
realizado, assim como a simplicidade na definição de objetivos,
o que contribui para equipes motivadas e controle fácil, sempre
atentando para a necessidade de discrição e segurança.
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Áreas do conhecimento
PMBOK/PMI
Autora: Raquel C. S. Melillo
Objetivos
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1. Gerenciamento de projetos PMI
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• Iniciação: é o processo que envolve a definição e autorização
do projeto ou de uma fase dele. Há nomeação do gerente de
projetos, envolvimento das partes interessadas e registro no
termo de abertura do projeto.
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2. Áreas do conhecimento PMI
2.1 Integração
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4.1. Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto — O processo de
desenvolver um documento que formalmente autoriza a existência de
um projeto e fornece ao gerente do projeto a autoridade necessária para
aplicar recursos organizacionais às atividades do projeto.
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Como já mencionado, há sobreposições e interdependências no
gerenciamento de projetos, se houver uma mudança em um recurso,
por exemplo, isso pode acarretar necessidade de adequação que
irá impactar no tempo do projeto, pode haver remanejo de equipe,
impactando recursos humanos e gerar riscos adicionais. Problemas e
oportunidades devem ser considerados e gerenciados de maneira que
haja coerência e as melhores práticas sejam adotadas para lidar com tais
situações, esse é o campo da integração.
2.2 Escopo
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5.3. Definir o escopo — O processo de desenvolver uma descrição
detalhada do projeto e do produto.
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ASSIMILE
A criação da EAP, ou estrutura analítica do projeto,
é uma etapa fundamental que irá fornecer uma boa
visão estruturada do que deve ser entregue quando da
execução do projeto, auxiliando a tomada de decisão e o
planejamento (MAXIMIANO, 2002).
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6.6. Controlar o Cronograma — O processo de monitorar o status do
projeto para atualizar o cronograma do projeto e gerenciar mudanças na
linha de base do mesmo.
Fonte: raywoo/iStock.com.
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Muitas são as metodologias que podem ser empregadas para estruturar
e gerenciar o cronograma, assim como ferramentas e softwares
(Figura 2). Cada projeto ou organização deve empregar sua maneira
de estruturação, contanto que questões específicas, como atividades,
prazos de duração, previsões de datas, recursos a serem empregados,
bem como dependências entre atividades, sequenciamento e restrições,
sejam incluídas e explicitadas.
2.4 Custos
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designado de orçamento e as estimativas e o orçamento de custos se
tornam um processo único. A distinção acima é sempre proposta pela
diferença no emprego de práticas e ferramentas.
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A linha de base, que deve ser fixa, com possibilidade de alteração
apenas em casos específicos e com prévia aprovação, decorrente
de procedimentos formais. Sua composição provém da soma dos
orçamentos aprovados para as atividades que foram estabelecidas
no cronograma. A sigla “ONT” da imagem se refere ao orçamento no
término do projeto.
2.5 Qualidade
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Vale destacar que, como há incorporação da política de qualidade da
organização, métricas e práticas já empregadas podem ser incorporadas no
gerenciamento da qualidade do projeto. Dessa maneira, essa área pode ser
bastante particular e ser desenvolvida de maneiras diferentes dependendo
do setor de atividade ou inserção de mercado, além do mais, há processos
que se sobrepõem e interagem ao longo do desenvolvimento.
2.6 Recursos
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9.1. Planejar o Gerenciamento dos Recursos — O processo de definir como
estimar, adquirir, gerenciar e utilizar recursos físicos e de equipe.
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PARA SABER MAIS
Diversas práticas e metodologias emergentes foram
integradas ao modelo PMI e são propostas como
alternativas. O PMBOK apresenta, no capítulo sobre
recursos, um arsenal de opções para a escolha da mais
adequada (PMI, 2017).
2.7 Comunicações
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Diferentes mecanismos podem ser empregados na troca de
informações, sejam internas ou externas, formais ou não, documentadas
ou não, o importante é que quaisquer questões sejam informadas
e noticiadas para que a equipe permaneça unida e atualizada em
relação às questões que podem afetar o projeto, promovendo o bom
relacionamento e a efetividade das atividades.
2.8 Riscos
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11.7. Monitorar os Riscos — O processo de monitorar a implementação de
planos acordados de resposta aos riscos, acompanhar riscos identificados,
identificar e analisar novos riscos, e avaliar a eficácia do processo de risco
ao longo do projeto.
2.9 Aquisições
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12.3. Controlar as Aquisições — O processo de gerenciar relacionamentos
de aquisições, monitorar o desempenho do contrato, fazer alterações e
correções conforme apropriado e encerrar contratos.
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13.3. Gerenciar o Engajamento das Partes Interessadas — O processo
de se comunicar e trabalhar com as partes interessadas para atender
suas necessidades e expectativas, lidar com questões e promover o
engajamento das partes interessadas adequadas.
ASSIMILE
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TEORIA EM PRÁTICA
Implementar adequadamente os preceitos da área
de integração é fundamental para o sucesso dos
projetos. Por esse motivo, há necessidade de trabalhar
com cautela a integração do projeto, considerando
alguns documentos fundamentais para garantir o bom
planejamento às demais áreas:
• Termo de abertura do projeto: pode ser constituído
como um quadro ou uma tabela, é o documento que
inicia formalmente o projeto e deve ser preenchido
com a presença das partes interessadas. Inclui
informações de alto nível que norteiam as demais
atividades, como: objetivos, premissas, restrições,
critérios de sucesso relacionados, marcos do
cronograma, responsabilidades gerenciais, autoridades
envolvidas e até os riscos de alto nível.
• Estudo de viabilidade: também designado plano de
negócios, irá levantar custos, despesas, taxas e analisar a
viabilidade econômico-financeira do projeto.
• Estrutura analítica do projeto (EAP): uma ferramenta
que detalha o escopo ao definir as tarefas e atividades
necessárias para as entregas, contribuindo para a
posterior confecção da matriz de responsabilidades.
• Sistema de controle de mudanças: atualmente, um
organograma da lógica de acompanhamento de
mudanças é uma nova ferramenta essencial para
gerenciar projetos.
Imagine uma situação em que você foi designado para criar
um projeto de confecção de uma nova cadeira para salas de
aula. Pense em um diferencial para ela e preencha o Termo
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de Abertura; pense nas tarefas necessárias para cumprir
o projeto e monte a EAP; finalmente, em um diagrama ou
organograma, aponte as possíveis mudanças que podem
ocorrer ao longo das tarefas necessárias para fazer seu
produto. O exercício o auxiliará a compreender melhor a
relevância das ferramentas.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
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a. Os recursos envolvem duas frentes: os membros das
equipes e demais participantes ativos do projeto.
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Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
O sistema proposto pelo PMI se molda em grupos de processos que
imitam o ciclo PDCA, com sobreposições de etapas e momentos
de ciclo para melhoria contínua. A necessidade de finalização
documental não chega a torná-lo meramente burocrático e os
processos, por mais que envolvam melhoria e revisão, não são
necessariamente cíclicos como nas metodologias ágeis.
Questão 2 – Resposta E
Há dez áreas do conhecimento na gestão de projetos PMI, as
duas inovações foram a designação de recursos como área que
trabalha recursos físicos e humanos e a inserção das partes
interessadas para monitoramento de seu engajamento. As demais
são: integração, escopo, cronograma, custos, qualidade, risco,
comunicação e aquisições.
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Questão 3 – Resposta A
Para cada área do conhecimento, são definidos processos,
separados para fins didáticos; pode haver sobreposições e sempre
há um processo destinado ao monitoramento e controle da área.
Transparência, métricas e clareza irão depender das práticas e
ferramentas adotadas, questões importantes, mas que podem ser
impactadas por aspectos culturais da organização.
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Áreas de competência ICB/IPMA
Autora: Raquel C. S. Melillo
Objetivos
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1. Competência
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PARA SABER MAIS
2. Elemento de competência
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Figura 1 – Olho da competência
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Figura 2 – Mapa das competências
3. Referencial de competência
1
Implementação de PPP: implementação de projetos, programas e portfólios.
2
O ICB é considerado compulsório, ou obrigatório, aos membros e seguidores do formato de gerenciamento
de projetos do IPMA.
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O referencial de competências, ao certificar, é entendido como
a melhor forma de verificar e assegurar a implementação e o
aproveitamento das dimensões do conhecimento tácito e explícito
dos gerentes de projeto. Lidar com as complexidades e diferentes
realidades é fundamental para a boa gestão, principalmente na atual
conjuntura de constantes mudanças e necessidades de adaptação, em
que se inserem os projetos (MAXIMIANO, 2002).
4. Nível de competência
A IPMA define quatro níveis de competência:
IPMA Level A: o candidato deve demonstrar o uso bem-sucedido
dos elementos de competência na coordenação de programas e/ou
portfólios; orientação no desenvolvimento de gestores de programa e/ou
projeto e na utilização dos elementos de competência; envolvimento na
implementação dos elementos de competência ou no desenvolvimento
de metodologia, técnicas e ferramentas em projetos ou programas;
contribuição para o desenvolvimento da profissão de gerenciamento
de projetos com a publicação ou apresentação de artigos sobre a sua
experiência ou novos conceitos.
IPMA Level B: o candidato deve demonstrar a utilização bem-sucedida dos
elementos de competência em situações de projeto complexas e se orientou
gestores de (sub) projetos na utilização e implementação da competência.
IPMA Level C: o candidato deve demonstrar a utilização bem-sucedida dos
elementos de competência em situações de projeto com complexidade
limitada e se necessita de orientação no desenvolvimento futuro do
elemento de competência.
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IPMA Level D: só é validado o conhecimento dos elementos de
competência (por meio de um exame escrito).
ASSIMILE
A certificação é um processo que visa uniformizar e
possibilitar a identificação de profissionais que têm
conhecimento e experiência na gestão de projetos
relacionada a determinado modelo, um sistema de
securidade para as organizações que possibilita a geração
de uma carreira ao indivíduo (KERZNER, 2009).
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Em direção a possibilitar a avaliação dos elementos de competência,
foram estabelecidos critérios com pontuações atribuídas para nortear a
avaliação dos níveis. Esses critérios da taxonomia de competências são
graduados em uma escala que vai de 0 a 10, sendo que 0 caracteriza a
falta de experiência ou conhecimento e 10 o nível mais elevado, com
conhecimento ou experiência considerado excepcional (IPMA, 2006).
4.1 Nível A
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A complexidade dos projetos serve de parâmetro para designar o nível
do IPMA, um projeto complexo atende aos seguintes critérios: apresenta
um número considerável de subsistemas ou subprojetos com elementos
inter-relacionados; várias organizações ou unidades de uma mesma
organização podem se beneficiar de um projeto ou prover recursos
a este; há interdisciplinaridade; diferentes fases; e mais de 60% dos
elementos de competência são aplicados (IPMA, 2012).
4.2 Nível B
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Quadro 2 – Requisitos para o nível B
4.3 Nível C
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Quadro 3 – Requisitos para o nível C
4.4 Nível D
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Quadro 4 – Requisitos para o nível D
ASSIMILE
O processo de certificação do IPMA não é totalmente rígido,
há etapas mandatórias, como provas e análises de currículo,
e outras opcionais, como entrevistas e workshops de
apresentação, especialmente para os níveis C e D (IPMA, 2006).
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Os diferentes níveis são avaliados segundo critérios anteriormente
explicitados, mas há algumas atribuições ou etapas que divergem ou se
fazem obrigatórias, dependendo da necessidade de comprovação dos
atributos que irão caracterizar cada nível. Vide o Quadro 5, abaixo, em
que estão representadas as etapas analisadas para a certificação.
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TEORIA EM PRÁTICA
A nova realidade de alta competição em que se inserem
as empresas demanda que haja um direcionamento
estratégico bem definido e adequado às condições do
ambiente de negócios em que atuam. Para tanto, os
projetos devem atingir seus objetivos e, neste ponto, a
atuação de sua equipe é fundamental e deve ser coerente
com o direcionamento que se pretende.
Nesse sentido, há alguns critérios que devem ser
observados e trabalhados visando o sucesso das equipes,
dentre os quais estão: possibilidades de solução de
problemas e conflitos; qualificação e experiência dos
membros; manutenção da motivação; opções de liderança;
sistemas de comunicação e trabalho em equipe.
Um caso clássico de seleção de equipes ocorreu na empresa
Google; estudos indicam que criar equipes com melhor
relacionamento e que naturalmente se uniriam para trabalhar
como parceiros de projeto pode ser um bom método para
gerar maior produtividade e um ambiente mais criativo.
No entanto, o processo não é simples, há que se verificar a
sobreposição de competências, considerar os critérios acima
descritos e gerar grupos homogêneos. A empresa, após
amplo esforço, conseguiu mensurar evoluções nas equipes
que demonstraram melhoras na segurança psicológica, maior
confiabilidade, estrutura e clareza, senso de propósito e maior
percepção da importância de seu trabalho.
Imagine você como responsável por compor a equipe que
irá desenvolver um novo projeto para melhoria da inserção
de sua empresa no mercado. Pense nos critérios descritos e
analise como procederia para buscar um ambiente com as
melhorias apontadas pela Google.
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VERIFICAÇÃO DE LEITURA
61
d. Há mais elementos burocráticos, sendo que,
tecnicamente, o enfoque é totalmente administrativo.
Referências bibliográficas
IPMA. Individual competence baseline: version 3.0. Genebra (Alemanha):
International Project Management Association, 2006.
IPMA. Individual competence baseline for project, program and portfolio
management. 4. ed. Newtown Square: International Project Management
Association, 2015.
IPMA. National competence baseline: referencial brasileiro de competências.
Versão 3.0. Newtown Square: International Project Management Association.
Associação IPMA Brasil de Gerenciamento de Projetos, 2011.
IPMA. Referencial de competências. International Project Management
Association. 1. ed. Tradução Raphael de Oliveira Albergarias Lopes. Rio de Janeiro:
Eduardo Linhares Qualharini, 2012.
KERZNER, H. Project management: a systems approach to planning, scheduling,
and controlling. 10. ed. New Jersey: John Wiley& Sons, 2009.
MAXIMIANO, A. Administração de projetos: como transformar ideias em
resultados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
62
62
MAXIMIANO, A. Administração de projetos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MICHAELIS. Dicionário online. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/
moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/compet%C3%AAncia/. Acesso em:
21 ago. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta A
Entende-se que o referencial de competências, ao certificar, é
a melhor forma de verificar e assegurar a implementação e o
aproveitamento das dimensões do conhecimento tácito e explícito
dos gerentes de projeto. Há uma evolução na certificação que
depende do aprendizado e é analisada segundo uma série de
parâmetros.
Questão 2 – Resposta E
Dependendo do elemento, há mais pesquisas e informações que o
embasam, no entanto, todos têm o mesmo peso no modelo-base.
Além do mais, a ênfase é dada ao conceito de projetos complexos,
que significa uma visão ampla com elementos interdisciplinares e
ao mesmo tempo independentes e interdependentes.
Questão 3 – Resposta B
Há três dimensões principais de competências, sendo que as
competências técnicas são fundamentais à gestão de projetos;
as competências comportamentais, por sua vez, ditam as
habilidades e os comportamentos do gestor de projetos; e,
finalmente, as competências contextuais se relacionam ao
contexto dos projetos, ao relacionamento do gestor de projetos
com demais gestores e sua inserção em organizações orientadas
ao desenvolvimento de projetos.
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Elaboração e visão integrada
de gestão de projetos
Autora: Raquel C. S. Melillo
Objetivos
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1. O ambiente e contexto
Fonte: ktasimarr/iStock.com.
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Investir em novos projetos, no desenvolvimento de resultados únicos,
exclusivos e a busca da melhoria contínua deixam de ser opções apenas
praticadas por grandes empresas e setores de tecnologia e passam a se
tornar uma realidade cada vez mais comum.
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Dessa maneira, os projetos acabam por se tornarem complexos em
diferentes níveis. Muitos autores se dedicam a estudar a origem e a
natureza de tal complexidade, seja para identificar tais projetos ou para
designar melhores práticas de gestão.
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Os recursos financeiros, então, figuram como um fator que atribui
complexidade dada a dificuldade de estimar custos para todos os
elementos do produto ou serviço que será desenvolvido, além das
possíveis alterações nas condições de mercado, erros de interpretação e
percepções distintas em relação a acordos e contratos.
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2. As partes interessadas e suas influências
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As partes interessadas precisam ser devidamente identificadas, seu grau
de influência compreendido, então há necessidade de estabelecimento
de um bom relacionamento com troca de informações e monitoramento
para que permaneçam engajadas durante o projeto (PMI, 2017).
3. A integração no gerenciamento
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A integração dos processos de gerenciamento é uma constante não
apenas no mundo do gerenciamento de projetos. A International
Organization for Standardization (ISO) é um bom exemplo ao promover
a criação de sistemas de gerenciamento análogos e correlatos que
migraram para possibilitar o sistema de gestão integrado.
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O Manifesto Ágil, por sua vez, ao promover as metodologias ágeis de
gerenciamento de projetos, já foi estabelecido de maneira a promover
a máxima troca de informações e processos interdisciplinares
que propiciam integração do sistema de gestão e das equipes
(SUTHERLAND, 2007).
4. A qualidade integrada
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Figura 5 – Qualidade e mudanças
Fonte: marrio31/iStock.com.
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A qualidade de produtos e serviços extrapola o entendimento de
conformidade e atendimento a requisitos. Os graus de qualidade e
suas características precisam ser profundamente entendidos pelos
membros das equipes, quaisquer sejam as metodologias, e aplicados
em relação ao estágio de desenvolvimento, resultados e até ciclo de
vida dos projetos. Não se deve, no entanto, permitir que expectativas e
parâmetros não sejam compatíveis à realidade das organizações, metas
devem ser realistas e passíveis de atingir (DINSMORE, 2010).
ASSIMILE
5. Informações e comunicação
74
74
As organizações investem amplamente em sistemas de informações
que se projetam em perspectivas e interfaces variadas, gerando facetas
e possibilidades de ação antes inimagináveis. Dados são facilmente
levantados e a composição de relatórios integrados e conjuntos
complexos de informações permitem melhor adequação à nova realidade.
75
vez mais flexíveis e integradas. Há uma conjunção de sistemas que se
articulam ao gerar informações pertinentes e completas sobre o status
dos projetos (DINSMORE, 2010).
TEORIA EM PRÁTICA
O contexto em que as organizações atuam,
historicamente, passa por muitas instabilidades. Assim,
os projetos se inserem em situações em que há grande
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76
possibilidade de impasses e riscos associados. Além dos
intervenientes constantes advindos do ambiente interno
e externo aos projetos e às organizações, que devem
ser adequadamente processados, há ainda mudanças
repentinas de rumos. Conter tais mudanças e adotar
medidas adaptativas é essencial e demanda integração
de processos, equipe e sistemas.
Vale destacar, no entanto, que os projetos, ao mesmo
tempo que devem zelar por seu alinhamento com as
estratégias da empresa, devem manter sua independência.
Designação de recursos e estruturas bem articuladas e
montadas, além de equipes bem integradas, permitem
continuidade mesmo perante a instabilidade.
Nesse sentido, pense a respeito da integração dos projetos
e responda: como inserir a realidade das organizações no
planejamento dos projetos? Como liderar para garantir
que as equipes tenham máxima eficiência e condições
adequadas de trabalho? Como articular as prioridades da
organização e os objetivos do projeto?
Pense no equacionamento de requisitos para a entrega de
valor, no diferencial gerado pelos projetos e nos fatores
cruciais de interesse para gerir projetos integrados.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
77
a. Os mercados bem diversificados favorecem
investimentos e disseminação de novas tecnologias
que tornam os projetos mais palpáveis e práticos.
78
78
d. A gestão integrada se refere ao modelo do PMI,
como uma área do conhecimento com processos
independentes.
Referências bibliográficas
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Gabarito
Questão 1 – Resposta A
Os projetos devem estar alinhados com as estratégias da empresa
e podem até ter alinhamento de processos, metodologias ou
atividades, no entanto, o empreendimento é único e as atividades
ou requisitos são específicos para o mesmo. Nesse sentido, a
gestão de informações, qualidade e partes interessadas se tornam
mais complexas e devem ser analisadas e planejadas com cautela,
sempre como uma troca e no melhor diálogo. A integração é
entendida como circunstancial em diferentes abordagens de
gerenciamento de projetos.
Questão 2 – Resposta B
O processo de globalização, o advento de novas tecnologias e
demais avanços constantes a que a sociedade atual está exposta
80
80
elevam a complexidade do mercado e do mundo dos negócios.
Produtos e serviços inéditos são afetados por dificuldades de
licenciamento e autorização, e a busca por produtividade e
eficiência faz com que se busque sempre “mais com menos”
minando recursos e prazos.
Questão 3 – Resposta D
Para Hertogh e Westerveld (2010), há seis dimensões fundamentais
que impactam a complexidade dos projetos: tecnológica, social,
financeira, legal, organizacional e temporal.
81
Perfil do gerente de projetos.
Avaliação e seleção de projetos
tecnológicos
Autora: Raquel C. S. Melillo
Objetivos
82
82
1. O gerente de projetos
83
Outra questão importante de se destacar é que a ação do gerente
de projetos pode ser diferenciada dependendo do contexto em que
o projeto se insere e das premissas ou dos formatos organizacionais
da empresa que o contrata. Muitos se envolvem integralmente com o
projeto, outros desempenham atividades específicas, como de avaliação
e análise de determinadas situações ou planos para atingir objetivos
estratégicos.
ASSIMILE
84
84
1.1 Aspectos que influenciam a atuação dos gerentes
de projetos
85
Figura 2 – Modelo dos dez fatores
86
86
1.2 As habilidades e competências dos gerentes de projetos
87
Tabela 1 – Habilidades necessárias aos gerentes de projetos
88
88
decisão e ação em situações críticas. Com esses eixos bem mobilizados
e desenvolvidos, o indivíduo poderá aprender, se engajar, ter visão
estratégica, assumir responsabilidades e, assim, agregar valor para se
diferenciar em relação à concorrência em um contínuo aprimoramento.
2. Projetos tecnológicos
89
projetos inovadores que trazem novos conceitos, produtos e serviços
ao mercado e geram novos nichos, expansões, além de aumento da
experiência e excelência organizacional.
90
90
fornecedores, agências reguladoras etc., para que oportunidades
tecnológicas que se alinham às demandas de mercado possam ser
trabalhadas de maneira estratégica (DINSMORE, 2010).
91
2.2 Processos e ferramentas
92
92
O autor inicia com o mapeamento do cenário e das oportunidades e
ameaças que o ambiente oferece, procedimento amplamente difundido
que conta com diversas ferramentas de apoio, seja para identificação,
análise, monitoramento ou tratamento dos resultados, com possibilidades
de prospecções futuras. Parte-se, então, para a confecção do pré-projeto
advindo das ideias geradas e que pode ser amparado por ferramentas de
sistematização e geração de ambientes que impulsionem a criatividade.
ASSIMILE
Deve haver um equilíbrio entre inovação tecnológica
gerada e percebida pelo cliente, os níveis de complexidade
empregados precisam se adequar às expectativas dos
clientes para que haja valor agregado (GANGULY, 1999).
93
Sem alinhamento de estratégias de maneira intrínseca, projetos de
alta complexidade estão fadados a graves problemas. Nesse sentido,
a governança denota a presença da geração de valor decorrente de
inovações nos valores e identidade da empresa. O mercado traz muitos
exemplos de empresas que, buscando maiores resultados, foram
impulsionadas a realizar grandes alterações em suas estruturas antes
de implementar projetos tecnológicos ou de inovação. Essa realidade é
legítima e se torna cada vez mais presente no mercado.
94
94
Para geração de valor tecnológico, há demandas por ambientes de
trabalho que viabilizem análises, testes, desenvolvimento de novos
componentes e funcionalidades, além de sistemas e tecnologias para
a geração e distribuição de informações e troca de dados. Mapear e
investir nas infraestruturas necessárias é fundamental para viabilizar as
atividades planejadas.
95
Para gerir projetos tecnológicos, há que se atentar para o contexto em
que se inserem, então deve haver alinhamento estratégico à cultura
da empresa, que propicie uma governança assertiva dos objetivos do
projeto, em comunhão com os envolvidos e com a manutenção dos
processos da própria organização. Tal cenário será possível apenas
com o desenho de processos que considerem o caráter sistêmico da
atividade e se dediquem a mobilizar adequadamente ferramentas e
recursos, conforme possível e necessário.
TEORIA EM PRÁTICA
As demandas do mercado se tornam cada vez mais
complexas e exigentes em relação aos gerentes de
projetos. Ter conhecimento específico não é mais o
único diferencial, note que as grandes associações e
institutos de gerenciamento de projetos estabelecem
critérios para certificação de gerentes que envolvem
não apenas o conhecimento, mas também experiência
e atuação em projetos de diferentes naturezas,
tamanhos e complexidades.
Quando se trata de projetos tecnológicos, especialização
na área pode ser um ponto forte para compreender o
escopo do projeto e os critérios a serem atendidos pelas
entregas. No entanto, há que se atentar ainda para os
conhecimentos no gerenciamento de projetos em si,
como metodologias e ferramentas, além das habilidades
e competências requeridas aos gerentes e que lhes
possibilitam exercer suas atividades.
Nesse sentido, sobre a atuação de gerentes em projetos
de cunho tecnológico ou inovador, vale uma importante
reflexão: como as habilidades atribuídas aos gerentes,
citadas no texto, devem ser melhor desenhadas para
atender às demandas dos projetos tecnológicos? Há uma
96
96
competência mais fundamental dentre as três principais
para que se tenha maior excelência e sucesso nos projetos?
Note que, quando falamos nas três habilidades
fundamentais, as habilidades técnicas já foram aqui
citadas e remetem à especialização do indivíduo, as
habilidades humanas são essenciais em qualquer situação,
evoluindo do simples relacionamento com as equipes para
possibilidade de estabelecimento de redes de contatos
importantes. As habilidades conceituais, por sua vez,
remetem à capacidade de traçar e manter estratégias,
outro grande diferencial nesta questão.
E sobre as competências? O “saber agir” é muito citado nos
diferentes ambientes por conta da necessidade constante
de tomadas de decisão. Mas como agir sem “saber” ou
“saber fazer” que pode ser transformado em “saber como”?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
97
c. Há diferentes esferas de atuação que demandam
envolvimento e atividades distintas dependendo do
grau de influência dos atores no projeto.
98
98
a. Técnicas; humanas; conceituais.
Referências bibliográficas
ANDRADE, J. C. S.; PAIVA D. S. Implantação do sistema de gestão integrada: um
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VERMA, V. K. Managing the project team. PMI Project Management Institute.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Os gerentes de projetos se relacionam diretamente com a equipe
de projeto, então há diversas esferas que se seguem com os
demais interessados que exercem influências no projeto, com os
quais o gerente deve se relacionar em maior ou menor escala,
dependendo das condições e demandas geradas.
Questão 2 – Resposta B
A globalização impulsionou a competitividade e geração de novos
produtos, sistemas e serviços, o que cria novos nichos de mercado
e eleva as demandas por projetos. Estes sofrem interferência
de diferentes fatores que devem ser próprios, alinhados às
estratégias da organização.
Questão 3 – Resposta A
As habilidades técnicas se referem ao domínio de procedimentos,
as habilidades humanas tratam da capacidade de estabelecer e
manter relacionamentos interpessoais e as conceituais envolvem
a visão integrada e sistemática da organização, partindo de um
enfoque estratégico.
100
100
Introdução à filosofia Agile
Autora: Raquel C. S. Melillo
Objetivos
101
1. O que é Agile?
102
102
Figura 1 – Diferenciais das metodologias ágeis
Fonte: solidcolours/iStock.com.
ASSIMILE
Desenvolver projetos em ambientes complexos se torna
uma atividade cada vez mais difícil e que demanda muito
esforço. A possibilidade de contar com uma equipe bem
integrada e com objetivo único pode ser um diferencial
para a correta tomada de decisões.
103
1.1 Valores ágeis
104
104
desenvolvimento de projetos, no entanto, nem todas são adequadas
a todas as realidades. Não é suficiente ter os melhores processos ou
melhores práticas, as equipes podem não segui-las, ou pior, podem
se apoiar sem crítica e chegar a resultados incoerentes (STELLMAN;
GREENE, 2014).
Durante o projeto, não é fácil decidir o que deve e o que não precisa ser
documentado, assim, comumente, tudo acaba se tornando importante,
independente se será lido ou consultado depois. Para as metodologias
ágeis, o importante é entregar valor, funcionalidades e resultados que
agreguem para a organização e seus clientes (SUTHERLAND, 2007).
A documentação, então, é um complemento, e é desenvolvida para
agregar valor quando necessária, questões relacionadas a atividades,
gráficos, acompanhamentos não são foco para documentação.
105
PARA SABER MAIS
“Enquanto houver valor nos itens à direita, valorizamos mais
os itens à esquerda” (BECK et al., 2001). Ou seja, agregando
valor no desenvolvimento do projeto, haverá maior valor
agregado no resultado.
Há 12 princípios fundamentais:
• Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente através da entrega
antecipada e contínua de software com valor.
106
106
• Software funcionando é a principal medida de progresso. Leia-se como
“software escrito com qualidade” funcionando.
2. Métodos ágeis
107
que o mercado, fizeram com que muitos passassem a buscar maneiras
novas e contrárias a esse movimento para desenvolver seus projetos,
processos e atividades (BOEHM, 2002).
108
108
Em relação à estrutura, há metodologias ágeis mais rígidas e que
oferecem mais respaldo do que outras (STELLMAN; GREENE, 2014).
Quanto mais detalhada e com maior necessidade de documentação,
haverá mais dificuldade em aceitar mudanças, ao mesmo tempo,
porém, será mais segura e estável para as equipes. Estrutura,
inclusive, pode amparar as equipes quando da solicitação de
mudanças drásticas ou não aceite das entregas. Tais casos diminuem
com a possibilidade de métodos constantes e eficazes de comunicação
e modelos mais direcionados. Independente da estrutura, os valores
ágeis são comuns às metodologias.
2.1 Scrum
109
Quando não se tem uma exata decisão final sobre o resultado do
projeto, apenas um direcionamento das funcionalidades necessárias, há
possibilidade de empregar o Scrum. São realizadas entregas sucessivas
para adequação às necessidades do cliente, o que leva a um maior e
melhor refinamento do produto final.
110
110
A estrutura foi desenvolvida para ser bem definida e simples de ser
implementada, além de possibilitar testes e validações das entregas
perante os critérios de aceitação e as necessidades dos clientes.
O intuito é evitar desperdícios, tornando os esforços mais contidos.
Além disso, as validações de entregas permitem adequações, menor
exposição e maior chance de acerto para as equipes quando comparado
ao método em cascata, que prevê uma única entrega final.
2.2 Lean
111
Entende-se por valor a possibilidade de o cliente definir o que é valor
para seu produto. Note que valor é algo intangível e subjetivo, para cada
pessoa ou demanda, o valor estará em uma questão específica, ouvir o
cliente quanto a esse aspecto é fundamental.
ASSIMILE
O enfoque da metodologia ou filosofia Lean é agregar o
máximo de valor ao cliente e eliminar desperdícios, desse
modo, a opção pela metodologia muito advém de uma
busca por maior produtividade e eficácia dos processos
(STELLMAN; GREENE, 2014).
112
112
2.3 Kanban e XP
113
Para que o método seja adequadamente implementado, há necessidade
de que seja transparente para dar visibilidade ao que deve ser resolvido
ou priorizado; colaborativo, para que esteja sempre atualizado e que
as atividades tenham bom andamento; amparado no conceito de fluxo
puxado, ou seja, as atividades devem ter começo, meio e fim, finalizadas
antes de novas se iniciarem com nada estagnado; e buscando a
melhoria contínua.
114
114
Concluindo, a filosofia ágil é bem direcionada para agregar o máximo de
valor e evitar desperdícios, foi construída para ser assertiva e permitir
a mais ampla colaboração entre os envolvidos, além de implementar
práticas bastante visuais e de fácil compreensão e acompanhamento
que visem simplicidade e transparência.
TEORIA EM PRÁTICA
As metodologias ágeis foram desenvolvidas para que
houvesse uma curva de aprendizagem, com a criação de
ambientes mais colaborativos e produtivos. Nesse sentido,
há desenvolvimento de habilidades e competências
dos envolvidos a todo o momento. A aprendizagem é
constante com a busca da melhoria contínua e com a
aplicação dos princípios que são bastante pragmáticos e
de fácil monitoramento.
Processos tradicionais de aprendizagem são desenvolvidos
de maneira que o aluno é tratado como um produto e
não um cliente. Essa não é a intenção ágil, o intuito é que
sejam clientes e como tal sejam ouvidos quanto ao que
consideram valor no seu processo de aprendizagem.
Isso posto, quando da implementação de uma metodologia
ágil e da necessidade de treinar e capacitar equipes, vale
uma importante reflexão:
Como tratar as pessoas em treinamento como clientes?
Como fazer com que as pessoas percebam valor no que
aprendem? O que é realmente essencial de ser ensinado e
quais atividades realmente agregam valor?
115
Para começar, deve-se ter em mente que quem aprende é um
cliente, dessa forma, será possível tornar o aprendizado mais
válido e de maior qualidade, então, parte-se por estabelecer
um ambiente transparente e aberto, dessa forma, as pessoas
podem ser constantemente consultadas e convidadas a
analisar seu próprio trabalho ou atividades quanto a quais
agregam valor, gerando mudanças positivas no processo.
Pense a respeito e faça o exercício de estabelecer como
procederia para treinar sua equipe para trabalhar com uma
metodologia ágil. Lembre-se, o mindset é fundamental.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
116
116
e. Documentar não é uma opção, é uma necessidade,
já que pode amparar decisões e permitir atribuições
de responsabilidades.
117
c. Competência; ação; atitude.
Referências bibliográficas
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BECK, K.; ANDRES, C. Extreme Programming explained. 2. ed. Addison-Wesley,
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Gabarito
Questão 1 – Resposta B
A troca constante e transparente de informações é primordial
para as metodologias ágeis e possibilita tomadas de decisão em
conjunto. Nesse sentido, a palavra de ordem é colaboração e não
hierarquia, e agregar valor e não se ater apenas a procedimentos
ou documentos.
118
118
Questão 2 – Resposta C
As metodologias ágeis são amparadas pelos valores ágeis e pelo
mindset criado no Manifesto Ágil. A partir daí, diferenciam-se em
função da aplicabilidade, características específicas e funções.
O importante é que se diferenciam de modelos anteriormente
disponíveis e se adequam à realidade complexa e dinâmica em
que vivemos.
Questão 3 – Resposta E
No Scrum, as decisões vão sendo tomadas ao longo do
desenvolvimento do projeto, em ciclos curtos e iterativos que
têm como pilar as três ideias principais: transparência, inspeção e
adaptação (SATPATHY, 2016).
119
Implementação da filosofia Agile
Autora: Raquel C. S. Melillo
Objetivos
120
120
1. Objetivos e direcionamento
121
No entanto, o que as empresas buscam e precisam quando começam a
pesquisar os processos ágeis vai além da implementação de um sistema
ou metodologia. Trata-se de uma mudança de cultura, um novo modo
de pensar o negócio.
Fonte: z_wei/iStock.com.
122
122
O direcionamento, assim, é de mudança de cultura com valor agregado
e atividades mais eficientes. Vale destacar que os objetivos, por outro
lado, são variados e demandam metodologias diferentes que podem ser
mais ou menos estruturadas, mais ou menos otimizadas e até diferem
em relação à previsibilidade e ao modo de funcionamento.
ASSIMILE
A escolha da metodologia deve ser realizada com cautela,
embasada no contexto em que a organização se insere e no
que se espera, estrategicamente, da metodologia.
123
requisitos iniciais e grande conformidade, assim, o produto é tratado
e desenvolvido com muito detalhe em um processo longo para
atender ao foco.
Entenda que o mercado demanda cada vez mais agilidade, maior valor
agregado, porém, a alta garantia é algo igualmente importante. Como
proceder a escolha dessa forma? A Tabela 1, abaixo, demonstra que há,
sim, muitas diferenças, mas ao mesmo tempo há similaridades.
124
124
Outros autores, todavia, defendem que há que se manter a cautela.
A agilidade é muito diferente do que se pratica no mercado atual,
podendo levar a graves erros no momento da implementação
(BOEHM, 2002). Ademais, a disciplina, muitas vezes, é prerrogativa do
setor produtivo em que a organização se insere e realidade também de
seus stakeholders (BOEHM; TURNER, 2005).
125
As variáveis que interferem no cenário, inerentes à organização e seu
funcionamento, irão interferir no momento da opção pela gestão,
seja para implementação de metodologias ágeis para adequar toda a
organização e seu modelo de tomada de decisões, seja no momento de
desenvolvimento de um projeto específico (KERZNER, 2016).
126
126
Tabela 2 – Enfoques de pesquisas sobre métodos ágeis
Note ainda que a maioria dos estudos demonstra e cita que o incentivo
à comunicação é imprescindível e principal meio para trabalhar de modo
ágil (ARAMUNI et al., 2019); para manter a cultura colaborativa, deve-se
fornecer subsídios para a melhor e constante comunicação.
2. Processo de implantação
127
Neste ponto, não há alternativa simples para iniciar um processo de
implantação. Há necessidade de conhecimento profundo sobre a nova
metodologia e embasamento suficiente para explicar aos envolvidos
o que será realizado e como, e elucidar quaisquer dúvidas, deixando
claro o objetivo estratégico da empreitada e o papel do profissional em
questão nesse novo ambiente.
Uma vez que a pessoa entende o panorama geral e seu lugar nele, inicia-
se um novo nível de discussão. Por esse motivo, muitas organizações
optam pela contratação de consultorias ou profissionais bem
referenciados. A certificação do profissional é indispensável neste ponto
e denota conhecimento e experiência (IPMA, 2006; PMI, 2017).
128
128
Outra possibilidade é criar grupos de trabalho menores e fazer uso
de práticas e ferramentas para envolver e melhorar a confiança dos
membros uns nos outros, com dinâmicas que permitam oferecer um
ambiente criativo de interação e produtividade. Em ambientes criativos,
as pessoas se sentem mais à vontade para expressar suas opiniões e
contribuir para com o planejamento (SATPATHY, 2016).
Fonte: Varijanta/iStock.com.
129
2.2 Escolha do modelo e implementação
130
130
Esse desenho estratégico deve ser validado e amparado de processos
e ferramentas para que se possam tomar decisões (QUADROS, 2008)
quanto aos melhores modelos ou metodologias. Não basta escolher o
mais comum ou o que vem com um guia e implementar. A escolha deve
partir da realidade e da demanda que se tem.
131
padrões de aprovação e demais questões que são mais bem definidas
em metodologias tradicionais, figuram como algo que causa atritos,
principalmente em projetos mais amplos.
ASSIMILE
Muitas barreiras identificadas pelos usuários são mais
perceptivas do que técnicas (BOEHM; TURNER, 2005),
ou seja, mais derivadas de uma realidade em que
profissionais são formados tradicionalmente do que de
problemas das metodologias.
132
132
2.3 Partes interessadas
133
No entanto, o contexto atual pede mais agilidade e mudança e há
muitas ferramentas e estudos em desenvolvimento para propiciar o
sucesso da empreitada.
TEORIA EM PRÁTICA
Muitos setores produtivos, pela natureza das atividades
que desenvolvem, têm que lidar com ambientes
profundamente disciplinados e com diferentes órgãos
reguladores e normas que incidem em seu dia a dia.
No caso da indústria alimentícia, há diversas NBRs que
indicam desde a segurança do trabalhador, como em
infraestruturas, equipamentos, sistemas de manuseio de
materiais e produtos, até os modelos de inspeção, dentre
demais especificidades.
Nesse sentido, empregar uma metodologia ágil pode ser
um diferencial competitivo, mas deve haver adequações e
personalização na implementação.
Como, então, implementar as metodologias ágeis em
um ambiente que tende para modelos mais tradicionais,
burocráticos e amplamente disciplinados sem que
seja perdida a estrutura que mantém a segurança das
atividades e dos produtos finais?
Na verdade, as metodologias ágeis, por sua natureza
direcionada à minimização do desperdício, otimização
da documentação com manutenção apenas do essencial
e apoio de ferramentas assertivas e bem direcionadas à
134
134
melhoria de eficiência e eficácia, podem se tornar grandes
aliadas nesse cenário, com o advento de resultados
bastante significativos.
Pense a respeito. Com base no que foi discutido neste
material, a respeito de diferenciais, práticas e da
implementação das metodologias ágeis, faça uma reflexão
acerca de quais seriam suas atitudes iniciais para uma
reforma ágil. Você acha que a filosofia ágil poderia trazer
quais benefícios ao caso do exemplo?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
135
d. Os modelos em cascata são uma novidade no
gerenciamento de projetos para resolver as
problemáticas da nova realidade.
136
136
a. Metodologias; implementação; monitoramento.
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Rotterdam, 2010.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta A
Questão 2 – Resposta E
Questão 3 – Resposta C
138
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