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São Luís
2013
2
48f.:il.
CDU: 711.27
3
Heraldo Marinelli
Coordenador Geral de Ensino a Distância
FLUXOGRAMA DE ENSINO
ENTRADA
Inscrição / Seleção
TUTORIA
Recebimento do
Processo de Estudo
material
Independente Avaliação presencial
instrucional
T
Não alcançou Alcançou
U desempenho desempenho
satisfatório satisfatório
T
R
Aluno entra em Aluno inicia Estudo
I
processo de Independente dos
A reorientação com o demais módulos
tutor
SAÍDA
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Carga-horária: 36 horas
EMENTA
Trajetória histórica do Desenvolvimento de Comunidade no contexto das sociedades
de classes.
OBJETIVO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
CAPÍTULO 1
TRAJETÓRIA HISTÓRICA DO DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE ....... 6
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE DESENVOLVIMENTO, TERRITÓRIO E
COMUNIDADE ..................................................................................................... 6
1.1 Desenvolvimento ............................................................................................ 6
1.2 Território e Comunidade ................................................................................ 7
CAPITULO 2
A QUESTÃO LOCAL E AS COMUNIDADES TRADICIONAIS ........................... 16
2.1 Comunidade e Povos Tradicionais ................................................................. 21
2.2 Populações Tradicionais e meio ambiente / Comunidades Quilombolas ...... 23
CAPITULO 3
O ASSISTENTE SOCIAL E O TRABALHO NA COMUNIDADE ......................... 27
3.1 Cidadania e educação popular ....................................................................... 28
3.1.1 A produção das Ciências Sociais sobre a educação popular e o aspecto
pedagógico ........................................................................................................... 29
3.2 A participação social e Controle social/ Participação popular no processo
de construção das políticas publicas .................................................................... 34
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 46
6
SUMÁRIO
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
jovens até o bloco constituído pelos países membros da OTAN”. (SOUZA, 2001,
p.11).
Após retrabalhar o conceito de território, propõe o conceito de território
autônomo como uma alternativa de desenvolvimento.Aautonomia constitui, no
entender do autor, a base do desenvolvimento, este encarado como processo
de autoinstituição da sociedade rumo a uma maior liberdade emenor desigualdade.
Segundo, Souza (2001, p.106)
Uma sociedade autônoma é aquela que logra defender e gerir livremente
seuterritório [...] Uma sociedade autônoma não é uma sociedade sem
poder [...] No entanto, indubitavelmente, a plena autonomia é
incompatível com a existência de um “Estado” enquanto instância de
poder centralizadora e separada do restante da sociedade.
Por sua vez, Manuel Correia de Andrade (1995), faz uma análise da
questão doterritório no Brasil, retratando o conceito de território com uma
abordagem profundamente política e econômica de ocupação do espaço.
A exemplo de Raffestin, a idéia de poder é uma constante na análise do
território feita por Andrade:
O conceito de território não deve ser confundido com o de espaço ou de
lugar, estando muito ligado à ideia de domínio ou de gestão de uma determinada
área. Deste modo, o território está associado à ideia de poder, de controle, quer se
faça referência ao poder público, estatal, quer ao poderdas grandes empresas que
estendem os seus tentáculos por grandes áreas territoriais, ignorando as
fronteiras políticas. (ANDRADE, 1995, p. 19).
Nota-se, portanto, que o território pode ser entendido como o controle
administrativo, fiscal, jurídico, político, econômico, efetivo, do espaço ou de uma
região.
Comunidade
concórdia: “aonde quer que os seres humanos estejam ligados de forma orgânica
pela vontade e se afirmem reciprocamente, encontra-se alguma espécie de
comunidade” (1995, p. 239), ou seja, a vida em comunidade baseia-se em relações
sociais.
A teoria da comunidade se deduz, segundo as determinações da unidade
completa das vontades humanas, de um estado primitivo e natural que, apesar de
uma separação empírica e se conserva através desta, caracteriza-se diversamente
segundo a natureza das relações necessárias e determinadas entre os diferentes
indivíduos que dependem uns dos outros. (Tonnies, 1973, p. 98).
Tonnies (1995, p. 239), considera que as características da comunidade
podem estar relacionadas a três gêneros de comunidades: a) parentesco; b)
vizinhança; c) amizade. O parentesco relaciona-se aos laços de sangue e à vida
comum em uma mesma casa, mas podem não se limitar à proximidade física. Este
sentimento pode existir por si mesmo com o afastamento físico, entretanto, as
pessoas sempre estarão à procura da família, do parentesco. A vizinhança
caracteriza-se pela vida em comum entre pessoas próximas da qual nasce um
sentimento mútuo de confiança, de favores etc. dificilmente se mantém sem a
proximidade física. A amizade está ligada aos laços criados nas condições de
trabalho ou no modo de pensar. Nasce das preferências entre profissionais de uma
mesma área ou daqueles que partilham a mesma fé, trabalham pela mesma causa e
reconhecem-se entre si.
Nesta perspectiva, o autor parece reconhecer a existência de
comunidades na vida urbana. Inclusive, para ele, a vida urbana pode ser
representada pela comunidade de vizinhança. Trata-se de uma tendência de
Tonnies de apanhar a comunidade sempre em relação à vida em grupos coesos e
unidos por interesse em comum.
Tentando ir além da perspectiva de Ferdinand Tonnies, Martin Buber
(1987, p. 34) expressa uma visão de comunidade ideal, em que “homens maduros,
já possuídos por uma serena plenitude, sintam que não podem crescer e viver de
outro modo, exceto entrando como membros” em fluxo de doação e entrega criativa
em razão de uma liberdade maior. “A nova comunidade tem por finalidade a vida.
Não esta vida ou aquela, vidas dominadas, em última análise, por delimitações
injustificáveis, mas a vida que liberta de limites e conceitos”. Para ele, “comunidade
e vida não uma coisa só”.
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locais pode ser visto na forte reação defensiva daqueles membros dos grupos
étnicos dominantes que se sentem ameaçados pela presença de outras culturas”.
São movimentos de construção de identidades, como ressalta Castells (1999,
p. 24):
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ATIVIDADEAVALIATIVA
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vezes, vagos. Assim, vales, montanhas, rios etc. tornam-se fronteiras relativas, que
não dão conta de definir localidades.
Resta-nos, então, segundo Bourdin (2001, p. 20), apanhar esta questão
nas suas interrelações entre os diferentes segmentos do contexto e da estrutura
social, como o econômico, jurídico, político, de intercomunicabilidade, os poderes de
aglomeração e descentralização.
Neste mesmo sentido parecem caminhar as ideias de Milton Santos
(2006, p. 38) quando chama o espaço de um conjunto de fixos e fluxos. Os
elementos fixos, fixados em cada lugar, permitem ações que modificam o próprio
lugar, fluxos novos ou renovados que recriam as condições ambientais e as
condições sociais, e redefinem cada lugar. Os fluxos são resultados direto ou
indireto das ações e atravessam ou se instalam nos fixos, modificando a sua
significação e o seu valor, ao mesmo tempo em que também se modificam.
Pode-se perceber que o local é um espaço que apresenta certa unidade,
certa especificidade, mas que pode se modificar, como também se modificam seus
fluxos, ou seja, possuem características que podem ser transitórias: em dado
momento apresentam uma unicidade, em outro momento não mais. Na prática, a
América Latina pode ser tomada como uma comunidade, localidade, região,
continente.
Nesta perspectiva, pode-se compreender o local pelos contrastes entre o
aqui e o alhures, o próximo e o distante, o concidadão e o estrangeiro, o autêntico e
o apócrifo. E ainda, apanhá-lo nas relações dicotômicas entre o local e o regional, o
local e o global. Para Ortiz (1999, p. 60-61), basta entender as interrelações entre
cada entidade espacial, uma vez que, nas palavras de Milton Santos (2006, p. 218)
“a localidade se opõe a globalidade, mas também se opõe à globalidade, mas
também se confunde com ela. O mundo, todavia, é nosso estranho. Entretanto se,
pela sua essência, ele pode esconder-se, não pode fazer pela sua existência, que se
dá nos lugares”, ou seja, o global e o local fazem parte de um mesmo processo
social com características sinérgicas, no qual, cada dimensão espacial é
transformada, umas pelas outras.
Contudo, torna-se evidente que o local implica também em um espaço
com características peculiares, que evoca sentimentos de familiaridade e vizinhança,
que congrega certa identidade e história, hábitos e linguagem comuns, como
demonstrou exageradamente Ortiz (1999, p. 59):
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caracterizada pela relação privilegiada com um lugar, que varia em sua intensidade
e em seu conteúdo. A questão se desloca então da definição substancial do local à
articulação dos diferentes lugares de integração, à sua importância, à riqueza de seu
conteúdo (BOURDIN, 2001, p. 56).
Carlos Camponez (2002, p. 35) defende que por mais que se fale que a
globalização trouxe o fim das fronteiras e a abolição dos limites geográficos, o local
ainda possui a sua geometria: o principal efeito da globalização e o de criar uma
nova “gramática do espaço”, já que a globalização tende ser uma ideia um tanto
metafísica. É esta gramática do espaço que dá novos significados ao local, ao
espaço. Para Camponez (2002, p. 50): os “infoexcluídos”, aqueles que estão à
margem do acesso à informação e os que estão à margem da informação de
qualidade.
Convém ainda, abordar dois erros que, segundo o autor (2002, p. 59)
devem ser evitados na abordagem da questão global-local. O primeiro seria
entender a globalização como um processo capaz de promover a homogeneização
cultural de forma global. O segundo seria limitar o local às relações de face a face,
em um território específico. Esta falsa antinomia teria a função ideológica de conter
as tensões contraditórias do sistema mundial.
Sobre a questão da homogeneização cultural, há que se recorrer a Hall
(2006, p. 77), para quem esta visão parece exageradamente simplista. Ele propõe
pensar a partir das novas articulações entre o global e o local pelo global, o que
implica no fortalecimento das identidades locais e na produção de identidades
híbridas, originadas do processo de Tradução Cultural: pertence-se a mais de uma
identidade, fala-se mais de uma linguagem cultural (HALL, 2006, p. 89).
Faz-se oportuna uma reflexão sobre a comunidade, já que esta tangencia
algumas características do local, pois, como dissemos, o local relaciona-se com
outras dimensões espaciais. Contudo, didaticamente, pode-se dizer que a
comunidade pode estar inserida em um espaço local, assim como o local faz parte
de um espaço regional. Na comunidade os laços são mais fortes e apresenta uma
maior coesão entre os seus membros quando comparados ao local, enquanto que o
espaço local, por sua vez, apresenta características mais uniformes se colocado em
contraste com a região.
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cuidados com a saúde etc. Isto é, torna-se necessário executar junto com tais
populações projetos de desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento destes projetos exige em primeiro lugar a organização
social das populações para que o processo seja plenamente participativo e as
comunidades se sintam engajadas e responsáveis pela conservação dos recursos
naturais.
Os projetos devem visar principalmente:
- aumentar a produção e a produtividade dos recursos naturais existentes;
- reduzir as perdas no processamento de tais recursos;
- melhorar o sistema de comercialização no mercado local;
- agregar valor aos produtos no local de produção e descentralizar o processo
produtivo incentivando o processamento local;
- desenvolver novos mercados para os produtos existentes;
- desenvolver mercados para novos produtos;
- abaixar os custos de implantação de sistema agroflorestais, mediante o
aproveitamento de áreas já desmatadas;
- reorganizar o sistema de abastecimento de tais populações, mediante
atividades associativas que eliminem os intermediários.
Populações Tradicionais Brasileiras:
- Caboclos;
- Caiçaras;
- Caipiras;
- Indígenas;
- Quilombolas;
- Pescadores.
Comunidades Quilombolas
20 comunidades 21.935
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Não falta, porém, disposição aos moradores das comunidades para lutar por seus direitos,
tampouco alegria de viver. Um símbolo da resistência cultural é o Tambor de Crioula, uma
manifestação de várias das comunidades maranhenses e que envolve muita música e
dança.
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ATIVIDADE AVALIATIVA
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O aspecto pedagógico
para que ações simples e mesmo da ordem do imediato possam ser geradas de
outras tantas ações na direção dos problemas fundamentais da população.
Na compressão da realidade cotidiana e nas ações sobre ela, a
ultrapassagem significa rever a posição inequívoca sobre a participação. Tal
ultrapassagem pode ser trabalhada através de um processo educativo determinado,
cujo objetivo é interferir na dinâmica social da realidade de participação existente em
dada situação social.
Souza (2008, p. 84) define processo educativo como, o processo que se
expressa através da conscientização, organização e capacitação contínua e
crescente da população ante a sua realidade social concreta. Como tal é um
processo que se desenvolve a partir do confronto de interesses presentes a esta
realidade e cujo objetivo é a sua ampliação enquanto processo social. Alguns grupos
subempregados que tem como referência suas áreas de moradia, outros grupos
consideram suas situações de trabalho e discutem problemas maiores que tem a
enfrentar em sua realidade cotidiana, concluindo que “a maior dificuldade para
enfrentar os problemas do dia a dia é a da participação”. (SOUZA, 2008, p. 85)
Os motivos das dificuldades da participação costumam ser diversos,
dentre os quais pode-se citar: medo de perderem o emprego, da repressão sobre as
diversas formas que costumam atingir a pobreza; falta de confiança em si; o uso da
televisão e do lazer que distanciam cada vez mais as pessoas das preocupações
para com as necessidades e interesses principais; falta de segurança e legitimidade
em suas reivindicações; falta de segurança e ou clareza quanto à significação das
leis e das políticas que o Estado vai criando em função do trabalhador.
Tais considerações revelam problemas sérios a serem enfrentados, se
fazendo necessário um processo de troca de conhecimento e experiência para
encontrar meios de fazê-lo. A ausência, a indiferença, o mutismo se apresentam
como características maiores que dificultam a reflexão e a apatia da população na
não participação. Por vezes essas situações se apresentam como único caminho
que a população dispõe para dizer não a uma realidade não aceita.
Considera-se que a “educação é um direito de todas as pessoas
resguardado pela Política Nacional de Educação independente de gênero, etnia,
religião ou classe social” (BRASIL, 1988). O acesso à escola extrapola o ato da
matrícula e implica apropriação do saber e das oportunidades educacionais
oferecidas à totalidade dos alunos com vistas a atingir as finalidades da educação, a
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Ou seja, ela não se restringe ao espaço escolar, ela vai além, pois os
processos de aprendizagem são gerados em experiências cotidianas de luta
organizada, no qual o saber é cultura.Os espaços das atividades de educação não
formal distribuem-se em inúmeras dimensões, incluindo desde as ações das
comunidades, dos movimentos e organizações sociais, políticas e não
governamentais até as do setor da educação e da cultura.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
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2.De acordo com o texto, qual era a práxis defendida por Paulo Freire?
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68).
No Brasil, os movimentos sociais, nas décadas de 1970 e 1980, tinham
como objetivo a mudança social, configurada em inúmeras lutas populares, dentre
as quais aquela para inserir suas reivindicações no texto final da Constituição
Federal de 1988. A esta agregou as reivindicações sociais no tocante aos princípios
da participação da população nos processos decisórios e a mudança das práticas de
elaboração e execução de políticas públicas. A Constituição de 1988 representou
um marco no processo de descentralização político-administrativo do país.
O conjunto de inovações trazidas pela nova constituição não significou a
efetivação imediata dos espaços departicipação na gestão pública. Por outro lado,
ainda se têm resquícios da cultura patrimonialista, mas Gohn (2005, p. 211) ressalta
que “os conflitos sociais contemporâneos tem encontrado novas formas de se
expressar, diferentes das tradicionais, baseadas na conciliação, na negociação
pessoal. Trata-se do surgimento da forma Conselho como órgão de mediação povo-
poder”.
A inserção da sociedade civil nos mecanismos de controle do governo,
por meio dos conselhos, viabilizou a participação irrestrita das pessoas, com a
participação popular nestes novos espaços sendo entendida como envolvimento
efetivo da sociedade, assumindo o compromisso de trabalhar pela defesa do bem-
estar coletivo. Podemos usar como exemplo, a participação no campo da saúde
pública, na qual a proposta de participação popular surgiu como consequência da
redução da confiança da população nas instituições governamentais e se configurou
como uma tendência identificada em várias reformas no setor, implementadas em
diferentes países, ainda que nem sempre com a mesma denominação.
Vários estudos sustentam a participação popular na elaboração de
políticas públicas de saúde como instrumento de aperfeiçoamento dos serviços
oferecidos (JACOBI, 2002; SERAPIONI, 2003). Outro exemplo evidente desse
compasso entre governo e sociedade civil é a experiência do orçamento
participativo, o qual revela uma visão otimista do ser humano, na qual a participação
dos cidadãos na tomada das decisões públicas somente não ocorre se não existirem
mecanismos institucionais apropriados.
A participação popular, entendida como o envolvimento da sociedade
mediante conselhos na discussão, análise, acompanhamento e avaliação de
políticas e programas da área, é uma condição essencial para o seu funcionamento,
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os direitos humanos nessa mesma sociedade civil, espaço dos movimentos sociais,
que historicamente se consolidaram e se relacionam.
A compreensão e a relação entre essas categorias – neoliberalismo,
sociedade civil e direitos humanos – são pressupostos para analisar as implicações
da desigualdade social nas relações cotidianas e as respostas que muitas
organizações sociais podem oferecer a essa problemática.
Esse é um caminho que, pensado pela ótica das políticas públicas, torna
possível (re)pensar as estratégias em execução e as ações que estruturalmente
possam ser arquitetadas no âmbito da sociedade civil para uma intervenção
qualificada na garantia dos direitos humanos.
Vale ressaltar que as experiências educativas não formais estão sendo
aperfeiçoadas conforme o contexto histórico e a realidade em que estão inseridas.
Nesse processo ocorre o avanço da democracia, a ampliação da participação
política e popular e o processo de qualificação dos grupos sociais e comunidades
para intervir na definição de políticas democráticas e cidadãs. A compreensão e a
relação entre essas categorias – neoliberalismo, sociedade civil e direitos humanos
– são pressupostos para analisar as implicações da desigualdade social nas
relações cotidianas e as respostas que muitas organizações sociais podem oferecer
a essa problemática.
Esse é um caminho que, pensado pela ótica das políticas públicas, torna
possível repensar as estratégias em execução e as ações que estruturalmente
possam ser arquitetadas no âmbito da sociedade civil para uma intervenção
qualificada na garantia dos direitos humanos.
Com essa atitude de participação, o acompanhamento e a fiscalização, o
cidadão exerce o controle social, interferindo no direcionamento das políticas
públicas, exigindo e promovendo a transparência e o uso adequado dos recursos
públicos. Esse exercício ocorre em espaços públicos de articulação entre governo e
sociedade, constituindo importante mecanismo de fortalecimento da cidadania.
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AVALIAÇÃO PROCESSUAL
1.De acordo com GOHN (2003), “ Os movimentos populares urbanos tem um papel
de destaque no processo de transformação social...” Faça um comentário sobre
essa afirmativa.
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REFERÊNCIAS
a) Básica
BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. 7 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
b) Complementar