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I. Dos fatos
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Disponível em: https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,bolsonaro-cria-orcamento-secreto-em-troca-
de-apoio-do-congresso,70003708713.
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2. As reportagens do Estadão revelaram um esquema que atropela leis
orçamentárias, regras legais e a Constituição Federal. Para além disso, tem o
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(a) quanto ao orçamento dos exercícios de 2020 e de 2021, que seja dada
ampla publicidade, em plataforma centralizada de acesso público, aos
documentos encaminhados aos órgãos e entidades federais que embasaram
as demandas e/ou resultaram na distribuição de recursos das emendas de
relator-geral (RP-9), no prazo de 30 (trinta) dias corridos;
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6. Submetida ao referendo do Plenário, o Supremo Tribunal Federal confirmou
a medida cautelar deferida por oito votos a dois2 .
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A acompanharam a Ministra Relatora os Ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Ricardo
Lewandowski, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Dias Toffoli. Divergiram os Ministros Gilmar Mendes e Nunes
Marques.
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Documento juntado aos autos e disponível em
https://portal.tcu.gov.br/data/files/5E/96/F1/6B/CCE5A710ABFA7E97F18818A8/RELATORIO-MIN-WAR-2021-
6-24.pdf
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9. O relatório é repleto de anotações da falta de transparência e de publicidade
de atos na execução orçamentária, culminando na verificação com ressalvas das
contas e as recomendações, dentre outras, relativas à transparência e ao
rompimento da accountability.
13. Nos últimos dois anos, as emendas de relator-geral são as responsáveis pelo
expressivo aumento de recursos definidos pelo Congresso, tendo em vista que
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Figura 1– Emendas parlamentares por tipo
Tipos de emendas
RP 6 RP 7 RP 8 RP 9
R$20.000.000.000,00
R$15.000.000.000,00
R$10.000.000.000,00
R$5.000.000.000,00
R$-
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: SIOP, dados de 14/8/21. Valores corrigidos pelo IPCA a preços de julho de 2021.
Emendas parlamentares
AUTORIZADO EXECUTADO
R$40.000.000.000,00
R$30.000.000.000,00
R$20.000.000.000,00
R$10.000.000.000,00
R$-
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
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RP 6 – Emendas individuais; RP 7 – Emendas de bancada; RP 8 – Emendas de comissão permanente; RP 9 –
Emendas de relator geral
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Fonte: SIOP, dados de 14/8/21. Valores corrigidos pelo IPCA a preços de julho de 2021.
16. É por isso, como anota este Supremo Tribunal Federal na decisão
referendada, que as emendas de relator-geral RP9 devem ser extirpadas do
ordenamento, como prática desequilibrada e inconstitucional e, como dito na ADPF,
porque trazem em si e por sua natureza, severas incompatibilidades e prejuízos
incomensuráveis ao erário e ao bem público.
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Disponível em: https://theintercept.com/2021/11/20/delegado-waldir-orcamento-secreto-eleicao-lira-
emenda-relator/
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19. Depois de reveladas as ilicitudes, inconstitucionalidades e improbidades na
execução orçamentária de 2020 e 2021 e depois determinado pelo STF a suspensão
da execução das RP 9 e a ordenado o conhecimento público dos documentos que
embasaram as emendas orçamentárias, inacreditavelmente, num ato flagrante de
desobediência à ordem judicial e em um aumento das inconstitucionalidades, foi
aprovado ontem à noite, dia 29 de novembro, em sessão do Congresso Nacional, o
Substitutivo ao PRN 4/2021, relatado pelo Sen. Marcelo Castro, que altera as
disposições da Resolução nº 01/2006-CN, para supostamente “ampliar a
transparência da sistemática de apresentação, aprovação e execução das emendas
de relator-geral”. O Projeto foi aprovado pelo Senado por 34 a 32 votos, ou seja,
por apenas dois votos de diferença, o que, desde logo, já demonstra o alto grau de
discordância e dissenso do Legislativo com o ato aprovado.
21. Antes do PRN o Congresso Nacional redigiu o Ato Conjunto das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal nº 1, de 20216 no qual se normatiza a
não divulgação dos nomes dos deputados e senadores que direcionaram verbas do
orçamento secreto até o momento (art. 2º e 3º) e que só se publicará informações
sobre solicitações no futuro (art. 4º).
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Disponível em
https://www25.senado.leg.br/documents/59501/119895056/Ato+Conjunto+das+Mesas+1+de+2021/28e4891
8-667e-4d76-a9aa-43ab53f376a7
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artimanha na manutenção de sigilo das informações sobre as emendas RP 9,
especialmente sobre quem são os requerentes ou os parlamentares destinatários
dos atos unipessoais e arbitrários. Essa foi, também, a percepção geral7.
segue em anexo).
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Disponível em: https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,orcamento-secreto-congresso-vai-descumprir-
ordem-do-stf-e-manter-nome-de-parlamentares-em-sigilo,70003908637
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Disponível em: https://static.poder360.com.br/2021/11/nota-tecnica-senado-rp9.pdf
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25. De forma irretocável, o Consultor Legislativo Fernando Moutinho Ramalho
Bittencourt desmascara a injustificável e inverossímil “impossibilidade fática de se
estabelecer registro anterior”, apresentada pela cúpula do Congresso:
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emendas de relator-geral9, além de outras fontes que dispunham da
documentação mas simplesmente se recusaram a torna-la pública10.
9
Pires, Breno. Orçamento secreto bilionário de Bolsonaro banca trator superfaturado em troca de apoio no
Congresso. O Estado de S.Paulo, 15/05/2021. Disponível em
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,bolsonaro-cria-orcamento-secreto-em-troca-de-apoio-do-
congresso,70003708713
Shalders, André; Pires, Breno. Orçamento secreto: Ministério admite que ofícios não estão públicos. O Estado de
S.Paulo
15/05/2021. Disponível em https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,orcamento-secreto-ministerio-
admite-que-oficios-nao-estao-publicos,70003715828
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Pires, Breno. Senadores alegaram risco à segurança do Estado para manter orçamento secreto. O Estado de S.
Paulo, 12/05/2021. Disponível em politica.estadao.com.br/noticias/geral,senadores-alegaram-risco-a-
seguranca-do-estado-para-manter-orcamento-secreto,70003712144
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O argumento é, sempre, feito em abstrato: “pode haver” prejuízos ou
interrupções, mas não se tem um único caso em que esses prejuízos são
objetivamente demonstrados. Na petição que encaminharam ao STF com
esse pedido, oportunidade ímpar de construir um mínimo de objetividade
nessa demonstração, os titulares das Casas do Legislativo não citam um
único caso, número, quantificação, padrão, ou qualquer elemento que
permita aquilatar quais e em que proporção seriam os tais “prejuízos”.
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II. Do direito
27. Inicialmente, não se diga tratar-se de matéria interna corporis, eis que se
são normativos que regulam o Orçamento público brasileiro e estabelecem regras
abstratas e autônomas.
28. Os atos normativos que ora se aditam à presente ADPF não pretendem ou
tem caráter de ato administrativo. Mas, ainda se o fosse, estariam passíveis de
controle, dada a abrangência e generalidade das regras definidoras, de onde
ressaem a força normativa abrange e abstrata de típica “lei” em sentido lato e
estrito, em face do teor das determinações e regulações dos atos impugnados.
11 11In “Direito Administrativo Brasileiro”, 30ª edição, atualizado por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balestrero
Aleixo e José Emmanuel Burle Filho, ed. Malheiros, 2005, pp. 198/199.
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categoria for (vinculada ou discricionário) e provenha de qualquer agente,
órgão ou Poder.
Certo é que o Judiciário não poderá substituir a Administração em
pronunciamentos que lhe são privativos, mas dizer se ela agiu com
observância da lei, dentro de sua competência , é função especifica da Justiça
Comum, e, por isso mesmo poderá ser exercida em relação a qualquer ato
do Poder Público, ainda que praticado no uso da faculdade discricionária, ou
com fundamento político, ou mesmo no recesso das câmaras legislativas
como seus interna corporis . Quaisquer que sejam a procedência, a natureza
e o objeto do ato, desde que traga em si a possibilidade de lesão a direito
individual ou ao patrimônio público, ficará sujeito a apreciação judicial,
exatamente para que a Justiça diga se foi ou não com fidelidade à lei e se
ofendeu direitos do individuo ou interesse da coletividade.” (grifos nossos).
30. Nessa função, de controle da atividade pública pelo Poder Judiciário, nasceu
a ação e o presente aditamento.
31. A procedência do presente aditamento (e da ação) garante a proteção e
salvaguarda dos interesses, difusos, de toda sociedade brasileira, afrontada pelos
atos questionados.
32. São o Ato Conjunto e a Resolução n.º 1 atos propriamente normativos e
autônomos, regulando de modo independente todo o sistema de realização das leis
orçamentárias e de modo infraconstitucional possuindo ligação direta de
regulamentação do § 1º art. 166 da Constituição, bem como a tramitação das
matérias a que se refere o mesmo artigo constitucional.
33. Dada suas naturezas autônomas, reafirma-se, ainda mais, a possibilidade do
controle direto, concentrado de sua constitucionalidade.
34. Demonstrado, pois, o cabimento e adequação do aditamento à ação,
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já passível de reprimenda e não passível de convalidação. Seria a convalidação da
desorganização e informalidade no trato da coisa pública, do dinheiro do povo. Se
o conhecimento da forma como as RP9 foram liberadas e executadas já não as salva
ou convalida automaticamente, o desconhecimento desses elementos as anula por
completo. Sem o conhecimento dos documentos ordenados pela decisão do STF as
emendas, todas elas, estarão nulas de pleno direito.
38. Deste modo, o Ato Conjunto e o PRN são a tentativa de manutenção das RP
9 tal como elas têm sido processadas e executadas desde 2020. Os atos normativos
repetem, ou não se livram, dos vícios constitucionais indicados na ADPF e antes
mencionados. Ao contrário ampliam tais vícios e nulidades tão escorreitamente
anotadas na liminar.
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39. Traduzem-se os atos normativos em tentativa de permanência das RP 9 com
os mesmos poderes arbitrários, não democráticos e unipessoais do relator-geral,
com a permanência do sigilo dos autores originários, com a manutenção total
ausência dos critérios de escolha do beneficiários e com não garantia de
proporcionalidade na distribuição (neste ponto, basta ver os anexos III e IV do Ato
Conjunto, para se verificar que a distribuição de emendas pautou-se por
apoiamentos ao governo, haja vista os partidos da base governamental terem
recebido a esmagadora maioria dos recursos).
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Art. 53. IV - autorizar o relator-geral a apresentar emendas que tenham por objetivo a inclusão de programação
ou o acréscimo de valores em programações constantes do projeto, devendo nesse caso especificar seu limite
financeiro total, assim como o rol de políticas públicas passível de ser objeto de emendas.
Parágrafo único. O limite financeiro de que trata o inciso IV não poderá ser superior ao valor total das emendas
de que tratam os §§ 11 e 12 do art. 166 da Constituição Federal e não se aplica às emendas elaboradas nos
termos dos incisos I e II do art. 144.” (NR)
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genérico de “políticas públicas”. Apenas como exemplo, quantos programas e
projetos e emendas cabem nas polícias públicas de erradicação da pobreza, da
educação básica e muitas outras políticas? Inúmeras, incontáveis. Isso sem falar de
que há tipos de políticas públicas, que vão desde aquelas direcionadas para alguma
parte determinada da população (conforme conceitua a doutrina são as
distributivas e redistributivas, como boa parte das educacionais, assistenciais e
previdenciárias), passando por políticas mais gerais, como as regulatórias ou
organizativas e as políticas públicas constitutivas ou concorrentes, também não
especificadas no novel parágrafo único.
45. A novel redação do art. 53, inciso IV e parágrafo único e art. 2º e parágrafo
único da Resolução nº de 2021, são, de todo o exposto aqui e nas razões da ADPF
que ora se adita, inconstitucionais, porque ferem de modo flagrante os princípios
da transparência, da publicidade, da legalidade e da moralidade, esculpidos como
valores no art. 37 e mais especificamente ao orçamento, ferem do art. 163-A e art.
13
Art. 2º. Parágrafo único. As alterações da Resolução no 1, de 2006-CN, referentes ao art. 69-A de que trata o
art. 1o, somente serão aplicáveis às indicações do relator-geral realizadas após a data de publicação desta
Resolução, aplicando-se às indicações e solicitações anteriores a essa data o que consta no Ato Conjunto das
Mesas do Senado e da Câmara dos Deputados no 1, de 2021.
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166 da CF. Do mesmo inconstitucional, e por arrastamento requer-se sua
declaração de nulidade, o art. 69-A da Resolução.
46. Relativamente ao Ato Conjunto, o art. 4º do Ato não esconde suas intenções
de burla da decisão do STF, ao permitir que apenas as solicitações a partir da
vigência do Ato, sejam conhecidas do público. A decisão liminar referendada, ao
revés do Ato, manda que se conheça, com ampla publicidade, em plataforma
centralizada de acesso público, aos documentos encaminhados aos órgãos e
entidades federais que embasaram as demandas e/ou resultaram na distribuição de
recursos das emendas de relator-geral (RP-9).
47. Os art. 2º, 3º e 4º do Ato diferem bastante da ordem judicial e, ademais, não
permitem que haja uma ampla publicidade ou que, sequer, sejam divulgadas as
informações na plataforma centralizada, o que deverá trazer entraves ao acesso,
conhecimento e controle social da execução e orçamentária. Numa redação algo
vaga, o art. 4º não estabelece quais serão os informações de tais solicitações serão
publicadas. Como dito, fere também o art. 163-A da CF/88.
48. Os artigos do Ato e do PRN sequer garantem que a destinação das RP 9 será
para despesas discricionárias, continuando a permitir que o relator-geral, de modo
arbitrário, pessoal e não isonômico, interfira em qualquer tipo de despesas público-
orçamentárias, inclusive as obrigatórias, e interfira e defina, unilateralmente, a
existência ou não de políticas públicas.
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50. Como se verifica, as aprovações do PRN e do Ato Conjunto não retiram ou
suprem as exigências determinadas na decisão. Continua a sociedade brasileira
sem saber os autores originários das emendas e como foi ou é o modus operandi
da solicitação e liberação de emendas RP 9.
descumprimento.
52. Como bem decido por V.Excia., e realçado pelo TCU, a transparência acerca
do orçamento e da forma de destino dos dinheiros públicos “é condição fundamental
para que a sociedade possa exercer o controle social de forma adequada”. Apenas
com o acesso e conhecimento de todos dados é possível uma adequada tomada de
decisão pelo Poder Público, a consciente formulação de políticas públicas e a justa
alocação de recursos públicos.
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53. Por fim, importante mencionar que dada a possiblidade de remanejamentos
das emendas de relator (RP9) para emendas do tipo RP2 (emendas de comissão e
de bancada), como o próprio presidente da Câmara já admitiu publicamente14, não
haveria qualquer prejuízo ou descontinuidade na execução orçamentária. As RP2
talvez não tenham interessado porque imporiam o cumprimento das regras
constitucionais, notadamente as de transparência, da execução equitativa e
impessoal e da especificação da despesa. As RP2 implicam na transparência,
isonomia e limites.
54. Pelo exposto, na linha decidida por este Tribunal, no Estado Democrático de
Direito, a integridade da votação do Parlamento depende de convicções e
convencimento, nunca de liberação unilateral, arbitrária e escondida de recursos –
de forma inconstitucional e ilegal – para bases parlamentares, mormente no meio
de uma crise econômica, em que milhões de brasileiros e brasileiras dependem da
atuação estatal para sobreviver. É inconcebível – e absolutamente ilegal e
inconstitucional - que o processo Democrático seja influenciado por disponibilidade
de recursos por parte do Governo Federal.
56. No caso em tela, uma vez mais, observa-se nova fraude à Constituição e ao
ordenamento jurídico pátrio com um claro desrespeito à decisão do Supremo
Tribunal Federal. A Resolução publicada e o Ato Conjunto incorrem, como exposto,
mas mesmas inconstitucionalidades antes anotadas relativamente às RP9 e que
embasam a decisão liminar referendada. Diante de tão severa crise econômica pela
qual passa o país, é ainda mais indispensável que os recursos públicos sejam
14
https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/11/4964204-lira-espera-solucao-para-emendas-do-
relator-na-proxima-semana.html
20
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utilizados estritamente dentro de critérios legais, e não em troca de apoio político
para o Presidente da República.
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vi. Caso seja necessário, seja ouvida novamente a Advogada-Geral da União,
de acordo com o §3º do art. 103 da Constituição da República, além da
abertura de vista dos autos à Procuradoria Geral da República, para
manifestação quanto ao mérito da presente ação;
vii. A prioridade de inclusão na pauta de julgamento no Plenário, observado o
inc. VIII do art. 145, do RISTF;
viii. A confirmação da decisão concessiva da medida cautelar concedida e, no
mérito, a total procedência da presente Ação ora aditada.
ANDRÉ MAIMONI
OAB/DF 29.498
ALBERTO MAIMONI
OAB/DF 21.144
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