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Ismael Francisco Joaquim

Nelson Soltuane

Resumo

EXPRESSÃO DO CONSENTIMENTO

(Licenciatura em Direito)
Universidade Rovuma

Nampula

2021

EXPRESSÃO DO CONSENTIMENTO

Assinatura - Na Assinatura de acordo com Expresão do consentimento, é aquela que fima ou


põe um termo a uma negociação quase sempre bilateral, fixando e autenticando, sem dúvida,
o texto do compromisso, mas, acima disso, exteriorizando em definitivo o consentimento das
pessoas jurídicas de direito das gentes que os signatários representam. O comprometimento
se perfez, e o tratado tem condições de vigência imediata a menos que, por conveniência das
partes, prefiram diferir a vigência por tempo certo.
Intercâmbio instrumental - No que diz respeito ao intercâmbio Instrumental, Concerne na
troca de notas a expressão do consentimento pode, em tese, ficar na dependência de futura
manifestação das partes. Porem, dentro deste quadro, não é a assinatura de uma e outra das
notas o ato expressivo do consentimento, mas sua transmissão à parte copactuante.
Ratificação: Entendimento - Pelo acentuado número de distorções que circundam o
entendimento desse instituto, convém que se lhe precise de início o conceito, para cuidar
depois das características principais da ratificação, das formas que pode assumir
materialmente e, por último, da figura do depositário dos instrumentos de ratificação, no caso
dos tratados multilaterais. Para Arnold McNair, o termo ratificação tem sido usado, em teoria
e prática do direito internacional público, para significar pelo menos quatro coisas:
“a) O ato do órgão estatal próprio: Um soberano, um presidente, um conselho federal - que
exprime a vontade do Estado de se obrigar por um tratado; isto é o que às vezes se denomina
ratificação no sentido constitucional;
b) O procedimento internacional: Pelo qual o tratado entra em vigor, ou seja, a troca ou
depósito formal dos instrumentos de ratificação;
c) O próprio documento: Selado ou de outro modo autenticado, em que o Estado exprime sua
vontade de se obrigar pelo tratado e,
d) Avulsa e popularmente: A aprovação do tratado pela legislatura, ou outro órgão estatal
cujo consentimento possa ser necessário; este é um emprego infeliz da palavra, e deveria ser
evitado”.
Ratificação: Características - Outrora, fundava-se a prática da ratificação de tratados no
intuito de garantir ao soberano o controle da ação exterior de seus plenipotenciários. Análise
esta, que se desenvolvia, de regra, no estrito domínio do governo, são elas:
a) Competência: Não ao direito das gentes, mas à ordem constitucional interior de cada
Estado, incumbe determinar a competência de seus órgãos para a assunção, em nome do
Estado, de compromissos internacionais e, pois, para a ratificação de tratados, cuja
negociação, à força de exemplar uniformidade entre as várias ordens jurídicas, terá sido
conduzida por agentes do poder Executivo;
b) Discricionariedade: Expressão final do consentimento, a ratificação é tão discricionária
quão livre o Estado para celebrar tratados internacionais. Parece claro que a assinatura,
sempre que adotado o procedimento longo, não pretende vincular o Estado, já que de outro
modo faltaria razão de ser ao ato ratificatório e,
c) Irretratabilidade. Ato unilateral e discricionário, a ratificação é, não obstante, irretratável,
mesmo antes que o acordo se tenha tornado vigente, e, às vezes, antes que a regra pacta sunt
servanda haja começado a operar em sua plenitude.
Ratificação: Formas - Onde quer que a ratificação se preveja como meio de expressão
definitiva do consentimento, deve ela ser expressa. Indicadores de uma suposta “ratificação
tácita”, qual a assunção, pelo Estado, de conduta coerente com os termos do pacto, ou sua
invocação contra aquele que o tenha já ratificado, podem encontrar outra justificativa em
direito das gentes; além do que não são hábeis para caracterizar ato jurídico de tamanho
relevo.
Ratificação: O depositário - Não seria sensato que, nos tratados coletivos, o Estado devesse
promover a ratificação perante cada um dos demais pactuantes. O que sucede nesse caso é o
depósito do instrumento de ratificação, cuja notícia será dada aos interessados pelo
depositário. Este não o é, contudo, apenas dos instrumentos de ratificação.
Pressupostos Constitucionais do Consentimento: Generalidades - O tema em que
ingressamos é de direito interno. O direito internacional, como ficou visto, oferece exata
disciplina à representação exterior dos Estados, valorizando quanto por eles falem certos
dignitários, em razão de suas funções.
Pressupostos Constitucionais do Consentimento: O Sistema Brasileiro - Mais de um século
depois de lavrada a Constituição dos Estados Unidos, e consciente de todos os seus
dispositivos e da respectiva experimentação centenária, entendeu o constituinte brasileiro da
primeira República de dispor que cabe ao Congresso “resolver definitivamente sobre os
tratados e convenções com as nações estrangeiras”, competindo ao presidente da República
“celebrar ajustes, convenções e tratados, sempre ad referendum do Congresso”.
O Problema dos “Acordos Executivos” - A Constituição brasileira de 1988 diz ser da
competência exclusiva do Congresso Nacional “resolver definitivamente sobre tratados,
acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional”, sendo que ao Presidente incumbe “celebrar tratados, convenções e atos
internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional”. A carta não inova por mencionar
encargos &c: não há compromisso internacional que não os imponha às partes, ainda que não
pecuniários.
Acordos executivos possíveis no Brasil (No contexto Geral) – Porem, apesar de tudo, o
acordo executivo se assim chamamos todo tratado internacional Carente da aprovação
individualizada do Congresso é uma prática convalidável, desde que, abandonada a ideia
tortuosa de que o governo pode pactuar sozinho sobre “assuntos de sua competência
privativa”, busque-se encontrar na lei fundamental sua sustentação jurídica. Três categorias
de acordos executivos mencionadas, de resto, por Accioly, ao lado de outras mais parecem
compatíveis com o preceito constitucional: Esta demanda, porém, tem explicações maiores:
a) O acordo executivo como subproduto de tratado vigente - Neste caso a aprovação
congressional reclamada pela carta sofre no tempo um deslocamento antecipativo, sempre
que ao aprovar certo tratado, com todas as normas que nele se exprimem, abona o Congresso
desde logo os acordos de especificação, de detalhamento, de suplementação, previstos no
texto e deixados a cargo dos governos pactuantes.
b) O acordo executivo como expressão de diplomacia ordinária - É da competência privativa
do presidente da República manter relações com os Estados estrangeiros. Incumbe-lhe
estabelecer e romper a seu critério relações diplomáticas, decidir sobre o intercâmbio
consular, sobre a política de maior aproximação ou reserva a ser desenvolvida em face de
determinado bloco, sobre a atuação de nossos representantes no seio das organizações
internacionais, sobre a formulação, a aceitação e a recusa de convites para entendimentos
bilaterais ou multilaterais tendentes à preparação de tratados.
Procedimento parlamentar – Este é vista depois da Concluída a negociação de um tratado, é
certo que o presidente da República que, como responsável pela dinâmica das relações
exteriores, poderia não tê-la jamais iniciado, ou dela não ter feito parte, se coletiva, ou haver
ainda, em qualquer caso, interrompido a participação negocial brasileira está livre para dar
curso, ou não, ao processo determinante do consentimento.
Reservas - A reserva é um qualificativo do consentimento. Define-a a Convenção de Viena
como a declaração unilateral do Estado que consente, visando a “excluir ou modificar o efeito
jurídico de certas disposições do tratado em relação a esse Estado”. Esse conceito reclama as
observações seguintes.
a) A reserva pode qualificar tanto o consentimento prenunciativo, à hora da assinatura
dependente de confirmação, quanto o definitivo, expresso por meio de ratificação ou adesão.
b) A reserva é fenômeno incidente sobre os tratados coletivos, ao término de cuja negociação
nem todos os Estados partícipes terão apreciado positivamente cada uma das normas que
compõem o texto. Porem é o caso dos pactos institucionais e das convenções internacionais
do trabalho. Em janeiro de 1952 a Assembleia Geral da ONU adotou resolução exortando
todos os Estados a que, no preparo de tratados coletivos, disciplinassem o tema das reservas,
proibindo-as, facultando - as, ou fixando a exata distinção entre dispositivos passíveis e
impassíveis de sofrer reserva, no contexto convencional.
Vícios do consentimento - Por conveniência didática, aqui cuidamos não só dos fenômenos
que, em mais de um ramo do direito, se denominam vícios do consentimento, mas também da
irregularidade deste quando formalizado em afronta a normas de direito público interno,
tocantes à competência para consentir:
a) Consentimento viciado pela desobediência ao direitopúblico interno. Este tema não tem
que ver com a impostura ou com o abuso ou desvio de autoridade praticado por negociadores,
nem com qualquer contexto em que se desentendam certo governo e seus agentes, mas com o
ilícito praticado pelo poder Executivo quando externa, no plano do direito internacional, um
consentimento a que não se encontra constitucionalmente habilitado.
Convém recordar, de início, que raras são as hipóteses de irregularidade flagrante.
b) Erro, dolo, corrupção e coação sobre o negociador. O erro é a hipótese menos rara na
prática. Cuida-se, é óbvio, do erro de fato. O erro de direito, que não socorre o indivíduo em
direito interno, menos valeria, como ensina Rousseau, aos Estados, presumidamente
habilitados a avaliar as consequências jurídicas de seus próprios atos.
c) Coação sobre o Estado. Tal como a coação sobre o negociador, a que se exerce sobre a
pessoa jurídica de direito internacional importa nulidade absoluta, nos termos do art. 52 da
Convenção de Viena:

ENTRADA EM VIGOR

Sistemas - A vigência do tratado pode ser contemporâneo do consentimento: neste caso, o


tratado passa a atuar como norma jurídica no exato momento em que ele se perfaz como ato
jurídico convencional. É mais comum, entretanto, que sua vigência seja diferida por razões
de ordem operacional. Já neste caso o ato jurídico se consuma e algum tempo transcorre antes
que a norma jurídica comece a valer entre as partes, tal qual sucede na chamada vacatio legis.
a) Vigência contemporânea do consentimento. Na troca de notas, entendida como método
negocial, é corrente que sejam simultâneo o término da negociação, o consentimento
definitivo e a entrada em vigor. O mesmo costuma dar-se nos tratados Bilaterais que, embora
lavrados em instrumento único, são concluídos “executivamente”, sem a intervenção formal
do chefe do Estado.
b) Vigência diferida. Nestes outros casos, perfeito que se encontre o vínculo convencional
pelo consentimento de ambas as partes ou de quantas componham o quorum previsto, nos
pactos multilaterais, certo prazo de acomodação flui antes da entrada em vigor. A vacatio
representa real utilidade: ela permite que o tratado mediante promulgação ou ato análogo seja
dado a conhecer no interior das nações pactuantes, e possa viger, também internamente, no
exato momento em que começa sua vigência internacional.

Referências Bibliograficas

REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público: Curso Elementar, ed. rev., aumen.
atual. – São Paulo, 2011.
1. Qual é o nível de confiança na autenticidade da assinatura na actualidade onde ela
pode ser falsificada?
2. Até que ponto o depositario pode ser viavel nas retifificações dos pactos coletivos do
Estado?
3. Sera que o colectivo tem se identificado com as decisões parlamentares em
Moçambique?

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