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Abstract – The Remote Sensing and Geoprocessing are the tools that help in spatial and
environmental analysis. These geotecnology provide a better understanding of the studied object, in
this case a watershed. This study aimed to show the use of geotecnology in the analysis of
characteristics of land use and occupation in the watershed of Pedrinhas-Ba. To this end, we used the
Remote Sensing and Geographic Information Systems for the production of data and maps. In the
classification of land use and in the use mapping in Permanent Preservation Areas was used an image
of System Landsat 5 TM for the years 1984 and 2011. The predominant use of land is the pasture,
followed by eucalyptus, agricultural use with the highest growth in the period investigated. More than
76% of Permanent Preservation Areas are busy with human activities. The geotecnology are efficients
tools for environmental studies of geographical space.
1
Professora Adjunta da UEG, thiaramessias@gmail.com
2
*Professor Doutor da UEG, amomteixeira@gmail.com
3
Professora do Departamento de Geografia da UFC, vladia.ufc@gmail.com
4
Professor Assistente da UEG/ cleutonalmeida@yahoo.com.br
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Sensoriamento Remoto e o Sistema de Informação Geográfica
As geotecnologias compreendem um conjunto de tecnologias que tratam de dados de natureza
espacial, através da coleta, processamento, análise e disponibilização dessas informações com
referência geográfica. São representadas, especialmente pelo Sensoriamento Remoto, Sistema de
Informação Geográfica (SIG) e o Sistema de Posicionamento Global (GPS). Segundo Silva (2003,
p.35) “a geotecnologia é a arte e a técnica de estudar a superfície da terra e adaptar as informações às
necessidades dos meios físicos, químicos e biológicos”.
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de Estudo
A BHRP está localizada na região do Extremo Sul da Bahia, entre os municípios de Eunápolis
e Santa Cruz Cabrália, com uma área aproximada de 584 km². Sua constituição geológica é
representada pelo Grupo Barreiras que se constitui em um material do tipo sedimentar, de matiz
vermelho-amarelado devido a presenças de oxi-hidróxidos de ferro e alumínio, com baixo grau
diagenético, datado do Tércio-Quaternário. Esses depósitos recobrem o embasamento cristalino
formando extensas unidades tabulares, os Tabuleiros Costeiros, com relevo plano a suave ondulado
de baixa altitude, entrecortado pela drenagem fluvial do tipo dendrítico-paralela. As porções mais
declivosas estão associadas aos vales fluviais como resultado da dissecação do tabuleiro. O
embasamento cristalino se faz presente em alguns trechos da bacia, sendo constituintes do Complexo
Itapetinga, formado por rochas gnáissicas de idade Arqueana e Paleoproterozóica. O clima é do tipo
Af, segundo a classificação de Koppen, caracterizado pela inexistência de uma estação seca, e chuvas
bem distribuídas ao longo do ano, variando de 1.300 a 1.500 mm. Os Latossolos Amarelos distróficos
dominam a paisagem na bacia, os quais originalmente eram recobertos pela Mata Atlântica que foi
paulatinamente substituída por pastagens e monocultura de eucalipto. A Figura 1 mostra o mapa de
localização da bacia estudada:
Quadro 1 – Delimitação das classes de uso da terra para a Bacia Hidrográfica do Rio das Pedrinhas.
Classes de uso Descrição
Foram incluídas nessa classe os diversos tipos vegetacionais da Mata Atlântica
Remanescentes
como Floresta Ombrófila Densa e Semidecidual e seus estágios de conservação e
florestais
regeneração.
Áreas utilizadas com a silvicultura em diversos estágios de desenvolvimento do
Cultivo de eucalipto
eucalipto.
Esta classe agrega duas atividades. Corresponde em sua grande maioria as áreas
Pastagens/cultivos
utilizada com pastagens, incluindo áreas desmatadas e em menor grau por cultivos.
Área urbana Uso urbano do solo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As atividades agrícolas que foram desenvolvidas ao longo do processo de uso e ocupação do
solo na BHRP causaram vários impactos ambientais, com sérias implicações para a flora, fauna, solo
e recursos hídricos. A vegetação original, a floresta tropical perenifólia e subperenefólia do domínio
da Mata Atlântica, foi em sua maior parte removida. O desmatamento provocado pela atividade
madeireira, pelo desenvolvimento da pecuária, e mais recentemente da silvicultura reduziu essa
cobertura original, a pequenos remanescentes e muitos deles isolados. Em 1984, os remanescentes
florestais cobriam uma área de mais de 17 mil hectares, representando 29,75% da bacia (Tabela 1).
Quando comparado ao ano de 2011 esse uso sofreu uma redução de aproximadamente 8.618 ha, ou
seja, 50% da área, passando a representar 15% da BHRP.
Em 1984, o uso predominante era o com pastagens/cultivos e representava mais de 68% da
área, com destaque aí para as pastagens e áreas desmatadas. Nesse período, a bacia já apresentava
5
Denominação dada a um corpo de água corrente de pequeno porte.
A diminuição tanto das áreas de florestas, como das áreas de pasto e cultivo é resultado da sua
substituição por plantios de eucalipto (Figura 2). Estes são plantados por empresas do setor de papel
e celulose para atender a demanda de suas fábricas. Em 2011, o uso com a monocultura do eucalipto
apresentou 12.781,06 ha, cobrindo 21,88% da área, ultrapassando o uso com mata. O aumento da
área urbana foi de 95%, e refere-se ao desenvolvimento da malha urbana do município de Eunápolis,
o que demonstra o grau de evolução das atividades econômicas que estão sendo desenvolvidas, que
se configuram como polo de crescimento e atrativo populacional. Boa parte desse dinamismo está
ligado a cadeia da celulose, que permitiu a sua inserção econômica no cenário econômico nacional e
internacional.
Figura 3 – Delimitação das APPs da rede de drenagem e conflitos de uso da terra BHRP.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do uso de técnicas de geoprocessamento foi possível produzir uma análise das
características do uso do solo na BHRP, detectando principalmente que algumas áreas sofreram
pressão antrópica. De forma geral, a bacia apresenta áreas de baixa altitude e declividade formada
pelos Tabuleiros Costeiros do Grupo Barreiras. Através do mapeamento de uso da terra foi possível
observar que essas áreas são usadas em sua maior parte por pastagens, seguida pela eucaliptocultura,
que se desenvolveram reduzindo e fragmentando a vegetação nativa. Quando analisado o uso do solo
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) pelos recursos liberados através do
edital de apoio à participação em eventos para o primeiro autor. À Universidade Estadual de Goiás
(UEG) pelos recursos liberados, por meio do Programa de Auxílio Eventos (Pró-Eventos) para o
segundo autor.
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